Boletim da Universidade de Brasília com análise dos pesquisadores da instituição sobre a covid-19 na semana entre 25 e 29 de maio conclui que os decretos de flexibilização do comércio estão ligados ao aumento de mortes na capital.
Gráfico produzido pelos especialistas mostra que o avanço na quantidade de óbitos acompanhou as medidas de relaxamento do distanciamento social, defendido pelos pesquisadores como a forma mais eficaz de se combater o novo coronavírus.
O epidemiologista da UnB Jonas Brant explica que a relação entre o afrouxamento das normas e a quantidade de óbitos é indireta. “Quando se faz decretos que estimulam o aumento do contato e da relação entre as pessoas, aumenta-se a transmissão. Com isso, o número de casos cresce e, por fim, também o de óbitos”, esclarece.
Na avaliação do professor, a flexibilização do comércio na capital federal foi precoce. “O DF está adotando ações de relaxamento sem ter conseguido controlar epidemia e está perdendo uma janela de oportunidade, pois era uma das unidades da federação com melhor resultados justamente por causa das medidas tomadas em momento oportuno.”
O professor ressalta que os países que conseguiram conter melhor a disseminação do vírus apostaram em busca ativa de casos e no distanciamento social. A análise das projeções da capital, segundo ele, levam a crer na possibilidade de lockdown.
Para o epidemiologista, a mensagem das autoridades tem de ser clara no sentido de que as pessoas devem continuar em casa.
Recomendações
Na manhã deste domingo (31/5), o governador Ibaneis Rocha gravou um vídeo em que pede que as pessoas sigam as recomendações da Secretaria de Saúde e respeitem o isolamento social, apesar da liberação das atividades comerciais.
“Nosso apelo é cuide-se. Nós da saúde e do governo podemos lhe dar um ambiente hospitalar, mas não podemos lhe garantir a vida”, afirmou o emedebista “Então, por favor, fiquem em casa, só saiam se for necessário”, acrescentou.
Ele também alertou os comerciantes para que sigam regras estabelecidas para liberação do comércio. “Vocês, comerciantes, que agora tem a oportunidade de retomar atividades, façam isso com responsabilidade. Não nos obriguem a tomar medidas mais duras.”