Secretário de Saúde era líder de organização criminosa instalada no GDF, diz MPDFT

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ANA MARIA CAMPOS

Nos autos da Operação “Falso Negativo”, o secretário de Saúde do DF, Francisco de Araújo Filho, é apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como chefe de uma organização criminosa com poder letal.

Preso preventivamente nesta manhã (25/08), em seu apartamento no Noroeste, por decisão do desembargador Humberto Adjuto Ulhôa, Francisco é descrito como o responsável por todas as decisões no suposto esquema de corrupção para compras de testes para covid-19. “É ele quem decide qual empresa será contratada; os prazos exíguos para apresentação de propostas; e até mesmo o quantitativo de testes a serem adquiridos”, descreve.

Segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Procuradoria-geral de Justiça do DF, o secretário, afastado hoje pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), utiliza as facilidades da nova legislação que garante mais agilidade na compra de produtos e serviços do combate à Covid-19 para fraudar e direcionar para empresas parceiras os contratos.

De acordo com as investigações, a a cadeia de comando obedece rigorosamente à sua vontade, especialmente quando há determinação quanto à quantidade de testes a serem adquiridos e os prazos que devem ser concedidos nas licitações.

Loja de brinquedos

Francisco Araújo, segundo o Ministério Público, determinou que a empresa Luna Park Brinquedos fosse contratada pela Secretaria de Saúde apesar de ter oferecido o maior valor por unidade de teste na dispensa de licitação, a sua documentação tenha sido oferecida fora do prazo e o parecer inicial relativo à sua proposta tenha sido pela rejeição.

Ele também teve, de acordo com as investigações, protagonismo na contratação da empresa Biomega. O projeto básico para a contratação foi literalmente elaborado pela própria empresa, enviada ao Secretário e este o repassou aos seus subordinados para adequação e contratação pela Secretaria de Saúde do DF.

Para o MPDFT: “A deflagração da Operação Falso Negativo, em julho do corrente ano, descortinaram, senão a maior organização criminosa entranhada no atual Governo do Distrito Federal, certamente a mais letal, pois se alimenta da morte de inúmeras vítimas da nova espécie de coronavírus (SARS-COV-19).

OUTRO LADO

Nota de defesa da Biomega:

A Biomega participou de um processo licitatório com mais empresas e venceu pelo menor preço. A companhia esclarece que é um laboratório de análises clínicas, e não uma distribuidora de testes.

Informa ainda que não vendeu kits para testagem, e sim prestação de serviços para análise e determinação de laudos de exames laboratoriais referentes à Covid-19.

A empresa está analisando a representação do MP e os documentos, que são muitos. Destaca também já ter constatado distorções na acusação e informa que a empresa prepara sua defesa”.

Carnelós e Garcia Advogados

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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Ana Maria Campos
Tags: Gaeco MPDFT Operação Falso Negativo testes covid

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