professor_israel_eixo Credito: Ana Rayssa/CB/D.A. Press

Professor Israel Batista: “O exemplo arrasta multidões”

Publicado em Entrevistas

À queima-roupa // Professor Israel Batista (PV-DF)

A pandemia provoca impacto forte na saúde, na economia e também na educação. Qual é a salvação para amenizar os efeitos dessa crise no nosso país?
A vacinação em massa é a resposta. Perdemos muito tempo com a postura negacionista do Governo em relação à pandemia, aos cuidados de saúde necessários e à recomendação da comunidade científica. Até a compra da vacina foi politizada. Estamos pagando um preço alto.

Na sua avaliação, no que o Brasil errou para figurar em primeiro no número diário de mortes por covid?
Acredito que faltou planejamento, liderança e exemplo. Temos um Chefe de Estado que constantemente ridiculariza a orientação de distanciamento social e segurança sanitária, que não se solidariza com a perda de quase 300 mil vidas, que chamou a covid-19 de gripezinha. O exemplo arrasta multidões, e aqui tivemos um forte exemplo do que não fazer.

Em que a Frente da Educação pode ajudar?
No Congresso Nacional, nós defendemos medidas educacionais de urgência para mitigar os efeitos da pandemia. Queremos a aprovação do PL 2949/2020, porque precisamos de uma estratégia nacional para a retomada do ano letivo com segurança. Os deputados da Frente estão unidos para derrubar o veto presidencial ao Projeto de Lei nº 3477/2020, que disponibiliza internet gratuita para alunos e professores da rede pública básica inscritos no CadÚnico. Estamos cobrando, já com a sinalização positiva do MEC, a prioridade na vacinação dos professores e profissionais de educação.

Como voltar às aulas presenciais num momento tão grave de contaminações?
A Frente pressionou muito para incluir os profissionais de educação na prioridade da vacinação contra a covid-19. Esta semana obtivemos êxito com a concretização da promessa, e acreditamos ser um passo fundamental para o retorno seguro das aulas presenciais. Sobretudo nas escolas públicas, que possuem até 40% dos professores da educação básica no grupo de risco. O momento requer cautela.