Paulo Roque defende reflexão do Partido Novo após fracasso em três regiões

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Entrevista// Paulo Roque, Advogado e candidato ao Senado pelo Partido Novo nas eleições de 2018

Como avalia o desempenho do Novo nas eleições municipais? O partido não emplacou nenhum prefeito em cidade importante…
O Novo está, apenas, na sua 3ª eleição; outros partidos, nas suas primeiras eleições, passaram por este mesmo processo. É natural e esperado. Foi uma opção consciente do Diretório Nacional o lançamento de candidaturas em um reduzidíssimo número de municípios. O projeto do Novo sempre foi anunciado como sendo de longo prazo, não de curto prazo, ou seja, o partido quer crescer, não inchar. O partido ainda vai avaliar internamente todo esse resultado. Agora, temos de refletir internamente porque não conseguimos eleger um único vereador no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Isso não pode se repetir em 2022. Nesse sentido, vejo que a política de expansão do Novo precisa ser melhor debatida internamente.

Por que o partido não cresceu?
É importante esclarecer que dos mais de 5 mil municípios brasileiros, o Novo só aceitou concorrer em menos de 1% deles, ou seja, em 46 municípios. Nesse contexto, houve crescimento: o partido saiu de 4 vereadores em 2016 para 29 vereadores e disputa o 2º turno em Joinvile. O Diretório Nacional estabeleceu uma política de expansão, dentro dessa política, e autorizou que apenas 46 cidades tivessem candidatos. Dessas 46 cidades, em 19 o partido elegeu vereadores, incluindo Rio, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. Agora, de qualquer maneira, acho que em Minas, onde o governador Romeu Zema tem grande aprovação junto ao eleitorado, o partido poderia ter disputado em mais municípios e só concorreu em 5 cidades.

Isso é um sinal de que o Novo vai ficar velho e sem representação forte?
Não é o tempo de vida de um partido que o faz novo ou velho. O diferencial entre o novo e o velho sempre será entre os que veem a política como um negócio e os que a enxergam como missão. O Novo só vai ficar velho no dia em que, junto com seus representantes, deixar de ver a política como um missão nobre a serviço de todos.

Qual foi o principal recado das urnas?
O principal recado das urnas, na minha opinião, é de que, na grande maioria dos municípios, o eleitor deixou de eleger os candidatos de direita e de esquerda, que apostam no radicalismo, extremismo e apostou mais em candidatos moderados. Isso é um bom sinal. O eleitor mostrou que quer moderação e equilíbrio nas ações e, inclusive, discursos.

Qual a lição para 2022?
O eleitor continua querendo ser respeitado, sobretudo, na entrega daquilo que, com pagamento de seus impostos, o Estado deve lhe entregar na forma de serviços públicos eficientes e continua, em grande parte, lhe sonegando. Mostrou também que ele quer um pouco mais de paz e equilíbrio na política, fugindo das polarizações e discursos extremistas.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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