ANA MARIA CAMPOS
As regalias de Luiz Estevão detectadas por policiais civis da Divisão de Repressão a Facções (Difac) provocaram a queda da cúpula do sistema penitenciário do Distrito Federal. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decidiu nesta tarde (18/06) exonerar o subsecretário do Sistema Penitenciário, o delegado aposentado Osmar Mendonça de Souza, e o diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP), José Mundim Júnior. Por enquanto, assumem os adjuntos, até que o governo defina os substitutos definitivos.
Na Operação Bastilha, realizada ontem (17/06), durante a partida da seleção brasileira com a Suíça, policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão nas celas do ex-senador Luiz Estevão e do ex-ministro do governo Temer Geddel Vieira Lima.
Durante a busca, Luiz Estevão tentou descartar cinco pen-drives que foram apreendidos pelos policiais. Chamou a atenção dos delegados a quantidade de documentos de Estevão na biblioteca do bloco 5 onde ele cumpre pena de 26 anos de prisão. O local, segundo a Polícia Civil, funciona como um escritório pessoal do empresário.
O delegado Thiago Boeing, chefe da Difac, disse que Estevão mandava no bloco 5 do CDP. O poder era tão grande que o ex-ministro José Dirceu, companheiro de cela de Estevão, fez uma anotação em que registrou que deveria pedir ajuda ao ex-senador para receber no presídio a visita de uma menor. Os dois ocupam uma cela ampla, enquanto outros detentos, como Geddel, dividem um ambiente com outros nove internos.
A investigação foi conduzida pela Difac, ligada à Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e à Ordem Tributária (CECOR), acompanhada pelos promotores de Justiça do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social informa que o subsecretário e o diretor do CDP foram afastados. Mas, a decisão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) é pela exoneração dos dois.