Metade dos policiais civis do DF se prepara para deixar a corporação

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Coluna Eixo Capital publicada em 9 de julho de 2024, por Ana Maria Campos

Praticamente metade do efetivo policial (48,6%) está se preparando para mudar de carreira antes da aposentadoria, em busca de oportunidades salariais mais atrativas. É o que mostra pesquisa realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF). Os dados apontam ainda que 84% dos policiais civis avaliam frequentemente a possibilidade de mudar de profissão. Os principais motivos citados são os salários defasados, a sobrecarga de trabalho e a busca por melhor qualidade de vida. Ainda segundo os resultados da pesquisa, 93% dos policiais civis estão insatisfeitos com a atual conjuntura salarial, considerando-a abaixo das expectativas.

Deficit alto

Um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), na pesquisa Raio-X das Forças de Segurança Pública do Brasil, mostrou que a Polícia Civil do DF perdeu 911 servidores policiais nos últimos 10 anos, o que representa, segundo o Sinpol-DF, uma queda de 18% no quadro da ativa. Atualmente, o efetivo da PCDF apresenta um deficit de mais de 50% de policiais, de acordo com a entidade.

Novas nomeações serão nova evasão

O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas (foto), afirma que as 800 nomeações anunciadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para 1º de novembro serão essenciais para a corporação, mas não serão suficientes para suprir a necessidade real diante do deficit na Polícia Civil do DF, e também não resolverão os problemas de abandono da carreira entre os policiais civis que estão na ativa. “Novas nomeações, sem a valorização da carreira, não solucionarão a evasão de investigadores que, a cada dia, buscam melhores oportunidades no serviço público. Ou seja, a curto prazo, essas nomeações não terão efeito prático”, sustenta Enoque.

Paridade

O Sinpol-DF tem reivindicado a paridade salarial com os policiais federais. A diferença nos subsídios entre a Polícia Civil do DF e a Polícia Federal já foi de mais de 34%, após 2016, quando os policiais civis ficaram de fora do reajuste concedido aos federais naquele ano. Hoje, após o último reajuste, concedido no governo Ibaneis, a diferença caiu para pouco mais de 10%, mas poderá subir novamente, porque a PF já tem garantido em lei reajuste em parcelas até 2026.

Na política

Por falar em Polícia Civil, o ex-delegado-geral Robson Cândido (foto), envolvido em escândalo com a ex-namorada, pode enveredar para a política. Ele tem dito em conversas reservadas que gostaria de concorrer a uma vaga de deputado federal em 2026. Falta definir o partido. Um dos possíveis é o PSD.

Férias

O governador Ibaneis Rocha (MDB) volta a trabalhar na segunda quinzena de julho, de olho nas obras.

Negociação para precatórios

Na 13ª rodada de Acordo Direto de Precatórios, expedidos contra o Distrito Federal, 1.550 pessoas requereram a participação para receber os pagamentos ainda em 2024. A expectativa é de que os pagamentos sejam finalizados até agosto. Até o momento, já foram abertas contas judiciais individualizadas para o pagamento de 434 credores, no valor bruto total de R$ 21.776.041,21. A Coordenadoria de Conciliação de Precatórios (COORPRE) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) prossegue no trabalho que tem a participação da Procuradoria-Geral do DF.

Hora da união

O ex-deputado Geraldo Magela, ao comentar a pesquisa encomendada pelo PL e divulgada na semana passada, disse que discorda dos critérios do levantamento, como testar em um mesmo cenário dois candidatos de um mesmo partido, o que divide votos. Apesar disso, segundo ele, a pesquisa indica que a esquerda precisa se unir e trabalhar alternativas para 2026. “A pesquisa acende um sinal de alerta para as esquerdas. É fundamental ter um projeto claro, objetivo e unitário para enfrentar a ultra-direita no Distrito Federal”, acredita.

Falta entrar em campo

Para Magela, a esquerda precisa começar a entrar no jogo. “Usando uma imagem do futebol, é possível dizer que a pesquisa não é ruim para as esquerdas. Até agora, só tem o time da direita jogando! As esquerdas estão jogando paradas! Se não jogar, não tem chances de ganhar, mas se entrar em campo e disputar para valer, pode ser campeão! É só questão de escolha!”, analisa.

Jaqueline Fonseca

Subeditora do Correio Braziliense. Especialista em jornalismo investigativo com dez anos de experiência em cobertura de política, economia, judiciário e Cidades.

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