Ana Viriato
O clima de tensão pairou sobre a Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta terça-feira (4/10). Quarenta e oito dias após a divulgação dos áudios que desencadearam a deflagração da Operação Drácon, Liliane Roriz (PTB) voltou à tribuna da Casa. Ela acompanhou a sessão ao lado de Reginaldo Veras (PDT).
Logo ao início da reunião no plenário, Celina Leão (PPS) alfinetou a caçula de Roriz. Alegou que “a verdade demora, mas sempre aparece”. Declarou, ainda, que “algumas pessoas mentirosas, que têm um passado obscuro responderão pelos atos”. Após a fala, a presidente afastada da cúpula da CLDF deixou o plenário.
Momentos depois, Liliane subiu à tribuna para emitir o comunicado de líder. A distrital do PTB utilizou o momento para abordar temas referentes à saúde pública brasiliense. “Falar que esse setor agoniza à espera de melhorias já se tornou redundante. Dizer que a saúde pública do Distrito Federal está na UTI é quase uma frase feita. E pior: frase feita e sem efeito”, comentou.
A caçula de Roriz afirmou, também, que o papel do legislador é, além de elaborar leis, fiscalizar o exercício das resoluções. “Não podemos fechar os olhos para erros que, por ventura, vemos ou sabemos que são cometidos e que podem gerar danos à população”.
Ao final do discurso, Liliane, em referência às diversas vezes em que foi chamada de “picareta” por Celina Leão, disse: “Conforme descreve o dicionário, a palavra significa ‘quem procura aproveitar-se dos outros através de enganos e mentiras’. Isso eu tenho o orgulho de nunca, jamais ter feito”.
Em relação às acusações entregues ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ela declarou que “muita coisa já foi explicada. A maioria delas, por si só”.
Ao Correio, Liliane Roriz afirmou ter voltado à Câmara Legislativa no “tempo certo” e ressaltou não temer retaliações na Casa. Porém, prevê uma mudança de comportamento no relacionamento com o Executivo. “Ficarei mais atenta às ações do governador”, disse.
Entenda o caso
Liliane Roriz grampeou os colegas do Legislativo local durante o período em que ocorria a definição do uso de uma emenda parlamentar no valor de R$31 milhões. Os áudios, entregues ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, revelam um suposto esquema de uso do montante para o pagamento de dívidas do GDF com UTIs mediante o recebimento de propina.
De acordo com as gravações, o conchavo seria composto pelos integrantes da Mesa Diretora afastada temporariamente pela Justiça: Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Bispo Renato Andrade (PSD), Júlio Cesar (PRB); além de Cristiano Araújo (PSD).
Pedido de cassação
O corregedor da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (PMDB), recomendou, na tarde desta segunda-feira (3/10), à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Casa, em parecer opinativo, o arquivamento do pedido de cassação do mandato da deputada distrital Liliane Roriz (PTB). A representação, emitida pela ONG Adote um Distrital, do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), protocolada no Legislativo local em maio deste ano, só começou a tramitar na Casa um dia após a deflagração da Operação Drácon.
O presidente do Conselho, Ricardo Vale (PT), porém pretende dar andamento às averiguações na CLDF. “O dever da Câmara é investigar. Não devemos ter medo de fiscalizar nada. A ação é importante para a transparência da Casa”, explicou. A Reunião Extraordinária da Comissão de Ética está prevista para a próxima terça-feira.
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