uniao_eixo Crédito: União Química/Divulgação

Governadores não querem mais esperar Bolsonaro

Publicado em Eixo Capital

Coluna Eixo capital, por Ana Maria Campos

O clima da visita, ontem (2/3), na União Química, fábrica que produz no Brasil a vacina russa Sputnik, foi de união. Governadores começam a avaliar que precisam trabalhar juntos, independente do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do presidente Jair Bolsonaro. Aos poucos, cresce o movimento nacional para compra de imunizantes em consórcios. O tom da reunião foi “precisamos unir o País: União, Estados e Municípios, setor industrial privado e público na busca das soluções rápidas e emergenciais para combate a pandemia. Nas últimas 24 horas, morreram mais brasileiros por covid-19 que norte-americanos. Aqui ontem foi o pior dia desde o início da pandemia: 1746 óbitos. Nos Estados Unidos: 1.425. O país está à beira do colapso.

No STJ sai um ministro nomeado por Dilma e entra uma escolha de Bolsonaro na área penal

O anúncio da aposentadoria do ministro Néfi Cordeiro, aos 57 anos, pegou os colegas da 6ª Turma do STJ de surpresa. Ninguém esperava a decisão. Ele foi policial militar, promotor de Justiça, juiz de Direito, juiz federal e desembargador federal. Em 2011, foi nomeado para o STJ pela então presidente Dilma Rousseff. A jurisprudência do país perde um magistrado garantista: era contra prisão após condenação em segunda instância, criticou severamente as delações premiadas da Lava-Jato e era exigente para aceitar manter investigados na cadeia. Cordeiro chegou ao STJ depois de figurar como primeiro colocado na lista tríplice eleita pelos ministros. Teve 25 dos 29 votos. Tinha 48 anos. Venceu a indicação apesar do apoio ostensivo que adversários tinham no meio político. Uma das candidatas contava com um padrinho e tanto: o então presidente do STJ, Ari Pargendler. Mas Cordeiro não estava desassistido. Ele teve uma ajuda discreta de dois paranaenses do PT: Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, alvo da Lava-Jato. Agora, com a aposentadoria, ele dará espaço para uma escolha do presidente Jair Bolsonaro. Provavelmente alguém ainda mais garantista.

Terras na pauta

A Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), presidida pelo deputado Claudio Abrantes (PDT), conversa hoje (3/3), a partir das 10h, com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF, Mateus Oliveira. Na pauta, o calendário de projetos do Executivo a ser enviado para a Câmara Legislativa nos próximos meses. A reunião será transmitida ao vivo pelo YouTube, no canal TV Web CLDF

Caso de polícia

Em entrevista ao UOL, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que a Polícia Civil do DF investiga quem financiou os protestos contra o lockdown nos últimos dias.

Indignação

A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) rebateu as declarações do governador Ibaneis Rocha (MDB) a respeito das manifestações contra o lockdown: “Esclareço que participei como empresária, mãe e cidadã. Sou a favor da vida e de todas as medidas de proteção contra o coronavírus. Atendendo ao chamado dos empresários, totalmente abandonados pelo GDF, fui à manifestação externar minha indignação com a omissão do governador, que fechou leitos e hospitais de campanha e não preparou o DF para a segunda onda de contágio. Foi uma manifestação pacífica, democrática e que teve inclusive a presença de crianças pedindo o retorno das aulas”

Demanda crescente

A Secretaria de Saúde do DF começou a divulgar nas redes sociais a informação sobre o número de leitos de UTI disponíveis para covid-19. “O GDF tem mais leitos de UTI, hoje, do que no primeiro pico da covid-19. São 1045 agora, e eram 959, em agosto”. Segundo o governo, os leitos desativados no Mané Garrincha tinham respirador e se destinavam a pacientes da pandemia, mas não eram UTIs. A promessa do governo é liberar mais 220 nesta semana. Mesmo assim, a situação é assustadora porque não há condições para tratar todos os casos graves.

Só papos

“Bolsonaro inaugurou o governo do cada um por si. Estados e municípios que se virem e comprem vacina; doentes que se virem pra achar vaga em UTI; investidores que se virem com as intervenções do governo; o país que se vire para vencer a pandemia”
Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados

“Os que me criticam, façam como eu: venham para o meio do povo. O que mais ouvi no meio deles foi: ‘Eu quero trabalhar’”
Presidente Jair Bolsonaro