O governo bloqueou 27,7 mil cartões de usuários do transporte público por indícios de fraudes. O prejuízo anual com as irregularidades pode chegar a R$ 100 milhões. O DFTrans vai enviar as informações à Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública da Polícia Civil do DF, que investiga desvios de recursos do sistema de transporte público.
A partir desta quarta-feira (06/02), os usuários dos cartões suspeitos não poderão mais usá-los nos ônibus da capital federal. Eles poderão regularizar a situação e comprovar que não houve fraude ou má fé nos usos com indícios de irregularidade. O problema envolve usuários de vale transporte, de beneficiários do cartão de idoso, funcionários de empresas transportadoras e também usuários comuns.
“Identificamos, por exemplo, um cartão de idoso utilizado 63 vezes em um único dia. Há também o caso de um funcionário de empresa transportadora que realizou 53 embarques”, explica Públio Cavalcante, diretor de Tecnologia da Informação do DFTrans. “Se todas essas fraudes forem confirmadas, o prejuízo pode alcançar R$ 8,5 milhões por mês”, acrescenta o diretor. O valor anual superaria R$ 100 milhões. A situação mais gritante, entretanto, foi a de um usuário comum que realizou 67 embarques em um só dia.
Os cartões com suspeitas de fraude correspondem a 7,5% do total de embarques no sistema de transporte público do Distrito Federal. A suspeita do DFTrans é que esses usuários tenham vendido as passagens no momento da integração. Mesmo nos casos em que o patrão paga pelo vale transporte, o governo subsidia a integração e a fraude gera prejuízo aos cofres públicos.
Para evitar as recorrentes fraudes na bilhetagem, o diretor de Tecnologia do DFTrans afirma que o objetivo do governo é melhorar o sistema. “Se for preciso, vamos fazer propostas ao governador para mudar a legislação. Nossa ideia é desburocratizar e melhorar o sistema o máximo possível para o cidadão. O usuário não pode pagar o preço dessas fraudes”, explica Público Cavalcante.
Hoje, os cartões de passe livre estudantil e de portador de necessidades especiais já preveem bloqueio quando usados em quantidade acima do previsto no cadastro. A ideia é ampliar esse mecanismo para outros tipos de cartões, como vale transporte, idoso e também os usuários comuns. “Vamos analisar os bancos de dados para definir as médias de uso”, explica Públio.
Serviço
Os usuários que tiverem o cartão bloqueado receberão uma notificação por e-mail e terão a oportunidade de justificar a necessidade de uso em quantidades acima do normal. O prazo para a comprovação dos dados é de 48 horas. Se as justificativas forem confirmadas e válidas, os cartões serão liberados. Quem tiver o cartão bloqueado e quiser justificar o uso acima do normal deve enviar mensagem para o endereço eletrônico cadastro@dftrans.df.gov.br e informar nome, CPF, número do cartão e a justificativa. Todos os casos serão analisados.
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