Exclusivo: DRF desbarata esquema milionário de fraudes ao BRB

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ANA MARIA CAMPOS

FLÁVIA MAIA

Deflagrada nesta manhã (04/10), pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Distrito Federal, a Operação Reves desbaratou um esquema milionário de fraude contra o Banco de Brasília (BRB). Os desvios somam mais de R$ 3,5 milhões. Entre os envolvidos está o candidato, nas últimas eleições, a deputado distrital pelo PPS Luiz Carlos dos Reis, conhecido como Iti. O empresário do ramo de postos de combustíveis e o irmão José Carlos dos Reis são apontados como os principais beneficiários do esquema. Os dois foram presos por uma equipe da DRF.

A Operação Reves foi autorizada pela 2ª Vara Criminal do Gama, que decretou a prisão temporária de 37 envolvidos. A Justiça também determinou a busca e apreensão nas residências e empresas dos suspeitos de faturarem com os crimes praticados contra o BRB.

A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB, em uma loja denominada Gama Latas, no Gama. A ação ocorreu em menos de 12 horas, entre 8h30 e 18h30, em 19 de fevereiro. As investigações, comandadas pelo delegado Fernando Cesar Costa, chefe da DRF, apontaram a existência de uma verdadeira organização criminosa, constituída para fraudar o BRB.

O esquema contava com um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo. Ele fez 22 depósitos que somaram R$ 102.100. Ele também pagou com recursos do BRB boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo, além de pessoas físicas. Esses pagamentos totalizaram R$ 3,38 milhões. O volume de recursos foi considerado incompatível com o movimento diário do posto de conveniência do BRB.

A investigação da DRF apontou a suspeita de envolvimento do titular da agência de correspondência bancária, Ramon Carvalho Maurício, e de seus filhos, que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. O esquema chamou a atenção de uma funcionária de um escritório que acompanhava a contabilidade da Gama Latas.

Para tentar disfarçar a transação criminosa, o grupo distribuiu os pagamentos entre várias empresas em valores que chegavam próximos ao limite diário autorizado para aquele tipo de operação no posto de conveniência bancária. O teto permitido era de R$ 5 mil. À empresa de serviços aeroportuários, por exemplo, foram pagos 10 boletos no valor de R$ 4.990. Os documentos foram emitidos no dia 18 de fevereiro, com vencimento no dia seguinte, data em que a fraude foi executada.

Durante os depoimentos, muitos dos suspeitos colaboraram com informações consideradas esclarecedoras. Dessa forma, a DRF representou pela revogação da prisão temporária de todos os envolvidos que ajudaram na elucidação dos crimes. Na oitivas, foi possível apontar também a participação de um outro suspeito, cuja prisão foi requerida pela Polícia Civil.

Baiano, morador da Asa Sul, Iti é dono de dois postos, entre os quais o Iticar, localizado no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele foi candidato a deputado distrital em 2010 e 2014. Declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 6,6 milhões. Iti não se elegeu. Em 2010, concorreu à Câmara Legislativa pelo PHS. Nas últimas eleições, disputou pelo PPS. Ficou com 4.576 votos.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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