ANA VIRIATO
O projeto que altera o sistema previdenciário do funcionalismo do Distrito Federal deve passar pelo crivo dos três colegiados responsáveis pela análise do tema na Câmara Legislativa, nesta terça-feira (29).
Entre outros pontos, os distritais discutirão o regime complementar, limitando as aposentadorias dos futuros funcionários públicos ao teto do INSS (R$ 5.531,31), e a fusão dos dois fundos existentes. A proposta, contudo, será levada a plenário apenas na próxima semana.
O parecer dos relatores será pela aprovação nas Comissões de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof); de Assuntos Sociais (CAS); e de Constituição e Justiça (CCJ). Depois dessa etapa, a proposição precisa do aval de, pelo menos, 13 parlamentares em primeiro e segundo turnos.
Há consenso quanto à instauração do fundo complementar. Ou seja, os servidores que ingressassem no funcionalismo a partir da data de publicação da lei teriam as aposentadorias limitadas ao valor de R$ 5.531,31, mas poderiam aderir, também, a outro regime, para aumentar a contribuição e acumular reservas. “Sabemos que, como está, não é viável continuar. Em um momento, haverá ruptura e o GDF não terá como pagar os aposentados”, pontuou o presidente da Casa, Joe Valle (PDT).
A maior discordância dos parlamentares é relativa à unificação dos fundos. O regime previdenciário do DF é regido por dois caixas: o Fundo Financeiro de Previdência e Seguridade Social, destinado a funcionários que entraram no serviço público até dezembro de 2006, e o Fundo Previdenciário do DF (DFPrev), que garante o benefício aos servidores que ingressaram no funcionalismo em janeiro de 2017. O primeiro é deficitário e o segundo conta com um superávit de R$ 3,7 bilhões.
Ainda assim, o líder do governo no Legislativo local e relator da matéria na Ceof, Agaciel Maia (PR), acredita na aprovação, por unanimidade, do parecer favorável à matéria. “Com a união dos fundos, será evitado que o GDF continue a desembolsar, por mês, R$ 170 milhões da receita para complementar a aposentadoria dos inativos. O montante poderá ser utilizado, então, para pagar servidores, terceirizados e fornecedores”, argumentou.
Ramificação
A bancada do PT, por sua vez, reprova a unificação e quer que a proposta entregue pelo Executivo local seja desmembrada. A ideia é aprovar o fundo complementar e ampliar as discussões sobre a unificação dos fundos, considerada ilegal pelos parlamentares petistas. “Essa medida teria de, no mínimo, passar pelo crivo do Ministério da Previdência”, pontuou Wasny de Roure.
Ele e o líder da bancada, Ricardo Vale, aliás, apontam a inviabilidade de o Palácio do Buriti “se apropriar de um fundo que não é seu”. “É uma reserva dos trabalhadores. Eles, então, ditam como a verba deve ser utilizada. Reconhecemos que há um problema de caixa. Mas, com o tempo, podemos encontrar outra solução. O ideal é, de maneira nenhuma, unificar os fundos”, defendeu Ricardo.
Fôlego
Na semana passada, quando o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) compareceu à Câmara para entregar o projeto nas mãos do presidente Joe Valle, havia uma grande pressão sobre o Legislativo local. Apenas a aprovação da proposta garantiria o pagamento integral dos salários dos servidores em setembro, segundo o Palácio do Buriti.
Contudo, com a transferência de R$ 265.613.582,72 da União ao GDF, referente a contribuições previdenciárias retidas, o Executivo local obteve um suspiro e anunciou que não parcelaria as remunerações. Ainda assim, em nota, a Secretaria de Planejamento alegou considerar “fundamental a aprovação do projeto de lei complementar para garantir os vencimentos dos funcionários no próximo mês”.
Tem sido grande o debate entre os deputados e servidores públicos. Na tarde desta segunda-feira (28), houve uma audiência pública com integrantes do funcionalismo — o presidente da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe), Ricardo Pena, compareceu à Casa e apontou cerca de 30 questionamentos ao projeto elaborado pelo Executivo.
Na sexta-feira, os distritais irão se reunir com técnicos para discutir teses que embasem o posicionamento em plenário. Na próxima segunda-feira, durante a reunião de líderes, os parlamentares decidirão se colocam ou não o projeto na pauta do dia seguinte.
Coluna Eixo Capital publicada em 22 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni O Ministério…
Coluna Eixo Capital, publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) Um…
Coluna Eixo Capital publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni Um áudio…
Da Coluna Eixo Capital, por Pablo Giovanni (interino) Um relatório da Polícia Federal, que levou…
Texto de Pablo Giovanni publicado na coluna Eixo Capital nesta terça-feira (19/11) — O ministro…
Coluna publicada neste domingo (17/11) por Ana Maria Campos e Pablo Giovanni — A Polícia…