45728836-DB63-4025-AD30-09C64C5B2306

Deputados trabalham para incluir governo Agnelo nas investigações da CPI da Pandemia

Publicado em CB.Poder

ANA MARIA CAMPOS

 

Integrante do chamado centrão da Câmara Legislativa, deputado Roosevelt Vilella (PSB) preparou um requerimento de CPI mais amplo do que o apresentado pelo deputado Leandro Grass (Rede) destinado a investigar irregularidades, fraudes e corrupção na saúde do Distrito Federal.

 

Roosevelt propõe apurar suspeitas de corrupção apontadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a partir de primeiro de janeiro de 2011, passando pelos governos de Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg, até os dias atuais na administração de Ibaneis Rocha.

 

Roosevelt justifica: “O tema da Operação Falso Negativo está contemplado na CPI, mas, para evitar afirmações de que seria uma investigação política contra o governador Ibaneis Rocha, vamos apurar fatos de outros governos, de Agnelo e de Rollemberg, do qual fiz parte”.

 

O requerimento de Roosevelt que já foi disponibilizado para todos os distritais se refere a denúncias de irregularidades divulgadas pela imprensa, tendo como fatos determinantes as prisões de agentes públicos e mandados de busca e apreensão de documentos e outras provas de operações deflagradas pelo MPDFT, denominadas “Gotemburgo”, “Falso Negativo”, “In Rem Suam” e “Alto Escalão”, envolvendo a gestão da saúde no Distrito Federal.

 

O requerimento conta com oito assinaturas, número suficiente para a CPI ser instalada, desde que haja gestão política do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB).

 

Mas existe uma fila com ordem cronológica de CPIs que precisa ser respeitada, segundo esta estabelece o regimento interno da Casa. “Se conseguirmos mais assinaturas, poderemos instalar a nossa”, afirma Roosevelt.

 

A CPI mais ampla tem como propósito matar a investigação focada exclusivamente nas denúncias de fraude na compra de kits para testes de covid-19, relacionadas à administração do secretário afastado de Saúde, Francisco Araújo Filho.

 

A CPI da Pandemia, proposta por Grass, conta com 13 assinaturas. Mas Roosevelt espera angariar apoios para o requerimento de sua autoria entre deputados que assinaram o requerimento de Grass. O distrital do PSB garante que não vai retirar a assinatura do requerimento para CPI da Pandemia.

 

Se a nova CPI vencer, a oposição perderá o protagonismo na CPI e, principalmente os distritais do PT, enfrentarão desgastes com investigações sobre contratos da gestão de Rafael Barbosa.

 

Na semana passada, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram duas operações relacionadas a supostas fraudes importadas para o DF do governo Sergio Cabral, durante a gestão de Agnelo.

 

O Gaeco também denunciou 15 pessoas entre integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde, servidores e ex-funcionários da pasta, além de representantes de empresas contratadas para fornecer testes de covid-19 no atual governo.

 

Assinam esse requerimento deputados contemplados com cargos no governo. Roosevelt indicou o comandante do Corpo de Bombeiros do DF, o coronel William Augusto Ferreira Bonfim.

 

O deputado Reginaldo Sardinha (Avante) é o padrinho político do secretário de Assuntos Penitenciários (Sesipe) e os administradores do Cruzeiro e do Sudoeste/Octogonal.

 

Também assinam o requerimento os deputados Robério Negreiros (PSD), Daniel Donizet (PL), Hermeto (MDB), Iolando (PSC), José Gomes (PSB) e Valdelino Barcelos (PP).