ANA MARIA CAMPOS
O delegado Anderson Espindola, titular da 4ª DP, no Guará, negou qualquer gesto para assumir a direção-geral da Polícia Civil do DF. Ele afirma que nunca existiu nenhuma articulação política nesse sentido e esta versão foi espalhada para justificar sua exoneração da corregedoria-geral da PCDF há um mês.
Anderson garante: “Nunca procurei nenhum político. Sempre assumi cargos pelo meu perfil técnico. Nunca trabalhei para assumir a direção-geral e inclusive disse ao Robson (Cândido) que estava torcendo para que ele fique oito anos na direção-geral”.
Segundo Anderson, sua exoneração ocorreu depois que ele e outros dois integrantes da Corregedoria-geral auxiliaram os promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) em uma inspeção na carceragem do DPE onde estavam presos os investigados na Operação Falso Negativo, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A operação atingiu a cúpula da Secretaria de Saúde do DF, numa investigação sobre fraude nos contratos para compra de kits de testes para covid-19.
Visita irregular na carceragem
A inspeção na carceragem apontou a visita irregular de parentes de um dos investigados da Operação Falso Negativo que estava detido, o ex-secretário-adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Pojo do Rego.
A exoneração de Anderson deixou promotores do NCAP indignados e eles até cogitaram divulgar uma nota de apoio ao delegado.
Em seguida, a procuradora-geral de Justiça do DF, Fabiana Costa, chamou o diretor-geral da Polícia Civil para uma reunião, da qual participaram também o diretor-geral adjunto, Benito Tiezzi, e o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.
Na conversa, os delegados justificaram a saída de Anderson como um embate interno.
Segundo a procuradoria-geral de Justiça, a reunião teve o objetivo de “ampliar o diálogo e fortalecer linhas de atuação conjunta no âmbito da segurança pública e do combate à criminalidade no Distrito Federal”.