AUGUSTO FERNANDES
A Câmara Legislativa adiou para terça-feira a votação de dois projetos de lei do Executivo local que propunham a redução das alíquotas do do Imposto sobre a Transmissão “Inter Vivos” de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos (ITBI) e do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD). O pedido de adiamento partiu do líder do governo na CLDF, o distrital Cláudio Abrantes (PDT), que alegou não haver quórum suficiente para a aprovação dos projetos.
“Estamos tentando, dentro de uma composição, fazer o que for possível para que toda a Câmara possa contribuir dentro deste projeto. Portanto, esperamos que na próxima semana nós tenhamos a votação para dar uma resposta à sociedade”, explicou Abrantes. Presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB) concordou com o pedido e reforçou o coro pela aprovação. “É uma pauta que precisamos vencer dentro da Câmara. Os reajustes são um anseio da população e do governador Ibaneis Rocha (MDB), pois os impostos acabaram majorados na gestão passada do GDF. Temos que corrigir algumas distorções”, comentou.
Durante a sessão, alguns deputados contrários à proposta criticaram uma possível redução dos impostos. “Essa modelagem aumenta a desigualdade de renda no Distrito Federal e privilegia os mais ricos. É um pacote de medidas sem qualquer perspectiva progressista. Cobrar imposto é importante e não deve ser implementado de maneira injusta”, argumentou Leandro Grass (Rede).
Júlia Lucy (Novo) alertou para a possibilidade de faltarem recursos a demandas importantes do governo com a renúncia de arrecadação que a aprovação dos projetos traria. “Nosso orçamento está comprometido com folha de pagamento. Caso haja essa redução na arrecadação, como ficarão os salários dos servidores? É preciso ter responsabilidade com o uso do dinheiro público”, comentou.
Aprovação na Ceof
Apesar disso, as medidas do GDF já receberam o sinal verde da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) da CLDF, que aprovou os projetos de lei por unanimidade nesta tarde.
Segundo as propostas do Executivo, os novos percentuais de cobrança passariam a valer já em 2019. Caso seja aprovada pela Câmara, a alíquota do ITBI cairá de 3% para 2,75%. Nos próximos anos, a taxa passará por mais reduções: em 2020, será de 2,5% e em 2021, de 2%. Quanto ao ITCD, o percentual será fixado em 4%, independentemente do valor da base de cálculo — hoje, o valor do imposto varia de 4% a 6%.
“Objetiva-se com esta medida dar um tratamento tributário adequado para a cobrança desses impostos, visto que a majoração de suas alíquotas na legislatura passada redundou na inadimplência de grande parte dos contribuintes. Ademais, com a implementação da proposta, espera-se que haja aumento da renda disponível à população, o que contribuirá para o incremento da demanda privada e da retomada da economia do DF”, argumentou o secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, André Clemente, nos textos apresentados à CLDF.
Na estimativa do Palácio do Buriti, apenas em 2019, o governo deixaria de arrecadar R$ 41,9 milhões com o barateamento das taxas. Em 2020, o cálculo dos efeitos no orçamento é de R$ 80,6 milhões. Já para 2021, o GDF prevê uma redução na arrecadação tributária de R$ 160,7 milhões. Os impactos, segundo o GDF, estão previstos na Projeção dos Benefícios Tributários e na estimativa da receita das leis orçamentárias de 2019 (Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual).
“A medida visa restaurar a arrecadação local, reduzir a inadimplência e proporcionar mais recursos aos cidadãos e empresas, resultando em maior consumo e investimento”, frisou o secretário André Clemente nos documentos.
Os impostos
ITBI é uma taxa paga no momento da aquisição de uma casa, apartamento ou imóvel comercial. A oficialização do processo de compra e venda só é feita após o seu acerto. O tributo é estabelecido a partir da multiplicação do valor de mercado do imóvel e a alíquota. Hoje, com a percentual em 3%, o ITBI de um apartamento de R$ 300 mil, por exemplo, é de R$ 9 mil. Caso o reajuste do GDF seja aceito, o valor do imposto para o mesmo imóvel cairia R$ 8.250 neste ano e para R$ 6 mil, em 2021.
Já o ITCD é um imposto que incide da transferência patrimonial entre a pessoa que morre e seus herdeiros. Além disso, é cobrado quando o donatário decide ceder o seu patrimônio por vontade própria. Atualmente, o ITCD é cobrado com alíquotas variáveis: 4% (sobre parcelas até R$ 1 milhão), 5% (sobre parcelas entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões) e 6% (sobre parcelas que excedem R$ 2 milhões). Dessa forma, o cidadão com um patrimônio avaliado em R$ 2,5 milhões tem de desembolsar R$ 150 mil de imposto com a porcentagem atual para transferir seus bens a um herdeiro. Caso a taxa seja reduzida, ele teria de dar aos cofres públicos R$ 100 mil.
Coluna Eixo Capital publicada em 22 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni O Ministério…
Coluna Eixo Capital, publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) Um…
Coluna Eixo Capital publicada em 21 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni Um áudio…
Da Coluna Eixo Capital, por Pablo Giovanni (interino) Um relatório da Polícia Federal, que levou…
Texto de Pablo Giovanni publicado na coluna Eixo Capital nesta terça-feira (19/11) — O ministro…
Coluna publicada neste domingo (17/11) por Ana Maria Campos e Pablo Giovanni — A Polícia…