O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues, postou hoje (14) em suas redes sociais um pronunciamento contundente sobre o que considerou um “mau exemplo” na forma de lidar com o patrimônio público. Dois meses depois dos atos de vandalismo, a Praça dos Três Poderes virou hoje (14) estacionamento para os 70 carros que serão entregues pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no lançamento nesta quarta-feira (15) do Pronasci 2 (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania).
A cerimônia ocorrerá no Palácio do Planalto. Os veículos serão doados para delegacias da mulher, dentro da política de incentivo ao cumprimento da Lei Maria da Penha. O problema é que a área é tombada como patrimônio cultural da humanidade e os motoristas, ao subirem os carros pelo meio-fio para estacioná-los em cima das pedras portuguesas da Praça dos Três Poderes, podem acabar estragando ainda mais o calçamento que já estava danificado e foi ainda mais destruído pelos vândalos no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Responsável pelo patrimônio cultural de Brasília, Bartolomeu Rodrigues reagiu: “Vai aqui uma pequena aula de educação patrimonial. Nós estamos fazendo um esforço enorme para recuperar a Praça. Estamos trabalhando incansavelmente. Nesse momento, o projeto de recuperação está no Iphan para aprovação”.
O secretário de Cultura afirmou que esteve hoje (14) na Praça dos Três Poderes para reabrir o Espaço Lucio Costa, danificado em 8 de janeiro, mas a área estava fechada para funcionar como estacionamento. “A praça não foi feita para isso. O revestimento da praça, de pedras portuguesas, está danificado. Nós estamos fazendo um esforço para recuperar esse piso. Vai aqui um mau exemplo. A praça é para ser frequentada por pessoas, para que elas possam contemplar as instituições, o Poder Executivo, o Poder Judiciário e o Poder Legislativo. A Praça foi feita para as famílias virem visitar, conhecer um pouco da história de Brasília”.
Bartolomeu acrescentou: “O patrimônio público de Brasília não é só nosso. É do país inteiro, é da humanidade. Esse patrimônio é tombado e faz parte de toda a estrutura que torna Brasília patrimônio cultural da humanidade”.
A assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a área foi liberada pela Secretaria de Segurança Pública do DF. Mas o secretário de Cultura disse que essa não é uma questão de segurança. “É uma questão de patrimônio”, afirmou.
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