A Operação Circus Maximus, deflagrada ontem pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, é a segunda investigação que aponta uma organização criminosa na cúpula do BRB, o banco oficial do Governo do Distrito Federal. O presidente licenciado do BRB, Vasco Cunha Gonçalves, foi preso ontem, acusado de receber propina para liberar negócios. Estava no comando apenas até que o nome de seu sucessor, Paulo Henrique Rodrigues Costa, escolhido pelo atual governo, tenha o nome aprovado pelo Banco Central. Gonçalves tomou posse na última segunda-feira como presidente do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes). Mas nem esquentou a cadeira. Ontem mesmo renunciou ao cargo. Em 2007, houve a Operação Aquarela, que levou à prisão o então presidente do banco, Tarcísio Franklin de Moura, acusado de lavagem de dinheiro e fraude a licitação, num dos maiores escândalos da história política do DF.
Intercâmbio de problemas
Transporte e BRB, as duas áreas em que houve intercâmbio de servidores entre os governos do PSB de Rodrigo Rollemberg e Renato Casagrande, são focos de investigações por crimes. Alvo da Operação Trickster, por fraude no sistema de bilhetagem automática, o ex-diretor do DFTrans Léo Carlos Cruz (foto) assumiu o cargo na equipe do ex-secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, no Espírito Santo. Na verdade, voltaram para casa. E agora Vasco Cunha Gonçalves, o presidente do BRB que migrou para o Banestes, é suspeito de operações financeiras ilegais com pagamento de propina.
Alvo de Funaro
Preso ontem na Operação Circus Maximus, Ricardo Luiz Peixoto Leal tem um vínculo próximo, de décadas, com o ex-governador Rodrigo Rollemberg e um de seus irmãos, o advogado Guto Rollemberg. Na investigação do Ministério Público Federal, Ricardo Leal é apontado como articulador e estruturador no âmbito político-administrativo e “líder da organização criminosa” do BRB, onde foi conselheiro. Ele deixou o Conselho de Administração do banco quando surgiram os primeiros rumores de que o doleiro Lúcio Funaro faria delação premiada para denunciar esquemas do MDB e transações envolvendo o seu nome.
Arrecadador
Segundo a investigação do MPF, Ricardo Leal participou da campanha de Rodrigo Rollemberg em 2014 como um dos principais arrecadadores.
MP de Contas aponta prejuízo na saúde
O Ministério Público de Contas apontou um prejuízo de R$ 1,73 milhão aos cofres públicos graças a um contrato entre a Secretaria de Saúde e a empresa Prime Home Care, que atua na área de assistência médica domiciliar. Os contratos foram celebrados em 2017. Os procuradores apontaram sobrepreço na área de recursos humanos, como as visitas de médicos, enfermeiros e nutricionistas, na contratação de equipamentos, como cilindros de oxigênio, aspiradores, cama hospitalar, e até no transporte em ambulância. Os conselheiros do Tribunal de Contas do DF deram prazo de 30 dias para a Secretaria de Saúde explicar as divergências nos orçamentos.
Agora, sim
O Diário da Câmara Legislativa publicou ontem a redação correta do projeto de lei que estende o modelo de gestão do Instituto Hospital de Base para as UPAs e para o Hospital de Santa Maria. Na véspera, o texto havia incluído indevidamente outras duas unidades, o Hospital Regional de Taguatinga, e o Hospital Materno Infantil de Brasília, que os distritais vetaram.
Caesb refuta suspeita de distrital
A Caesb divulgou nota ontem para refutar suspeitas levantadas pelo deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTC) de que a Barragem do Descoberto mereceria atenção por riscos de desabamento. “Quatro barragens da Caesb estão sendo inspecionadas periodicamente, por uma comissão interna com profissionais de várias especialidades, como parte do Plano de Segurança de Barragens. São elas: Descoberto, Santa Maria, Torto e Pipiripau. Desde 2012, por meio de uma comissão, a Caesb faz esse monitoramento permanente do Descoberto”, aponta. E também afirma que o nível de atenção mencionado pelo deputado não está relacionado a risco de rompimento. “Mas, sim, ao fato de que alguns pontos específicos e pontuais precisam de atenção, no sentido de monitoramento ou correção de anomalias, o que vem sendo feito pela Caesb de forma permanente”.
Siga o dinheiro
R$ 222.312.907,10
Foi o montante gasto pelo GDF entre 2015 e 2018 para aluguel de prédios para funcionamento de órgãos públicos, segundo levantamento do gabinete do deputado Chico Vigilante (PT).