CNI defende “racionalização de gastos” do governo federal, mas critica aperto monetário do Copom

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A entidade prevê que apenas em setembro de 2025 juros no país devem cair. Projeção para o PIB é crescer menos, não passando de 2,4%

Por Samanta Sallum

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta terça-feira, suas projeções econômicas para 2025 e o balanço deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,4%. E a expectativa em relação ao deste ano subiu para 3,5%, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada em dezembro de 2023.

A retomada do ciclo de alta da taxa Selic pelo Banco Central é apontada como um dos principais fatores para a desaceleração do crescimento em 2025. O presidente da CNI, Ricardo Alban, em conversa com jornalistas, ao mesmo tempo que defendeu a necessidade do equilíbrio fiscal do Estado, criticou o “aperto monetário” com o anúncio do Copom do ciclo de alta dos juros.

“Sim, é necessária a racionalização dos gastos do poder público. Mas não ajuda em nada o Copom já precificar as duas próximas reuniões. Há outras formas de agir que não necessariamente essa atuação. O efeito dos juros na cadeia produtiva é devastador”, ressaltou.

A CNI acredita que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. Projeta-se que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024.

A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito. Mas há outros fatores para a desaceleração da economia em 2025, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais.

Inflação

A CNI lembra que a inflação se tornou menos favorável ao longo do ano, principalmente, a partir do segundo trimestre. Pressionado pela alta no preço dos alimentos e da energia, bem como pela desvalorização do real, em parte por conta das incertezas fiscais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,8%, 0,3 ponto percentual acima do teto da meta, que é de 4,5%.

Para o ano que vem, a entidade calcula que a inflação vai baixar para 4,2%, desacelerando frente a 2024.

Crescimento da indústria

Segundo a CNI, a indústria deve crescer 3,3% este ano. A exemplo do PIB, a indústria de transformação deve subir 3,5%. Na última projeção do ano passado, a CNI apostava em alta de apenas 0,3% para a indústria de transformação.

Os serviços, por sua vez, devem crescer 3,7%. A alta do PIB só não será maior por causa da agropecuária, setor que deve recuar 2,7% devido a quebras em safras de grãos, principalmente por causa de fatores climáticos, como excesso de chuvas ou estiagem.

samantasallum

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