Também denunciou outros parlamentares por postagens nas redes sociais por causa de evento no Complexo da Maré
Por Samanta Sallum
O ministro da Justiça, Flavio Dino, enviou hoje documento ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito 4.781, afirmando ter sido alvo de crime em virtude do “cometimento de ilícitos penais” por parte dos deputados federais Eduardo Bolsonaro, Carlos Jordy, Paulo Bilynsky, Otoni Moura Júnior e Cabo Gilberto, e dos senadores Flavio Bolsonaro e Marcos do Val.
Dino denuncia na notícia-crime que teve o nome envolvido em fakenews por ter, no exercício do cargo de ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, participado, em 13 de março, de evento no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
No documento, elenca uma série de postagens, de autoria dos parlamentares citados, que insinuam o possível envolvimento do ministro de Estado da Justiça com organizações criminosas que atuam no Complexo da Maré, no RJ.
Uma das postagens de Eduardo Bolsonaro diz: “Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!”
Em outra, o deputado Carlos Jordy publica imagem montada em que PMs estão com a cara de Dino, dizendo que os policiais agora usam máscara com rosto de ministro para poderem entrar na Maré sem sofrerem violência.
O ministro, na comunicação de crime contra ele, solicita apuração ao STF.
“Por todo o exposto e considerando precedente do Supremo Tribunal Federal acerca de parlamentares federais, solicita-se a inclusão no Inquérito Policial e a apuração da responsabilidade”, pede Dino.
Dino relata que foi alvo das insinuações por ter participado do lançamento do Boletim “Direito à segurança pública na Maré”, publicação que a Redes da Maré faz anualmente desde 2016 e que apresenta a sistematização dos dados sobre os impactos da violência armada na região, composta por 16 localidades e com população de cerca de 140 mil pessoas.
A Redes da Maré é uma organização da sociedade civil que nasceu a partir da mobilização comunitária e atua para articular soluções para os problemas da população local. A partir do referido boletim, a entidade objetivava expor urgências de intervenção do Estado na Comunidade, bem como sugerir e reivindicar políticas públicas.
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