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Bares e restaurantes reagem a mudanças no benefício do auxílio-alimentação

Publicado em Coluna Capital S/A

Por Samanta Sallum

O relator do tema, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), está propondo alterações na Medida Provisória referente ao PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), que prejudicariam bares e restaurantes. Entre as mudanças, o pagamento do benefício em espécie. Segundo a Abrasel, isso vai permitir o desvio de finalidade do auxílio, que será usado para outros gastos.

Relatório em cima da votação

A MP 1108/22 deve ser votada na próxima terça-feira. O deputado disse vai divulgar o relatório final somente na segunda, um dia antes da votação. O que está provocando críticas de setores do comércio.

Caso a mudança passe a valer, o trabalhador poderá usar o dinheiro para quitar dívidas com bancos e contas em atraso.

“Fica muito evidente quem ganha com isso: os bancos, que passam a receber o dinheiro que deveria ser utilizado em benefício dos trabalhadores. Mais evidente ainda é quem perde: o próprio trabalhador, que fica sob ameaça de fome, uma vez que deixará de se alimentar para suprir outros gastos, além dos bares e restaurantes, que perderão receita”, criticou Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Peso no faturamento

O faturamento com o auxílio-alimentação representa, em média, para o setor, 20% do total, chegando a 80% em alguns casos, segundo a Abrasel. A entidade aponta ainda que 65% dos negócios correm o risco de fechar as portas diante do grande endividamento em função da pandemia, agravado com o descontrole da inflação.

“O deputado fugiu do diálogo com as partes interessadas, esconde o seu relatório da sociedade e até mesmo de seus colegas deputados. Desrespeita e ignora a dramática situação do nosso setor, que pagou um conta injusta e desproporcional na pandemia pelo bem coletivo. Falta, inclusive, solidariedade”, reforçou Beto Pinheiro, presidente da Abrasel do Distrito Federal.

O setor apoia o texto original da MP feito pelo governo federal sobre o sistema do auxílio-alimentação, usado por milhões de brasileiros. A proibição do chamado “rebate”, o desconto sobre o valor de face dos vales-refeição e alimentação, promovido pelas administradoras dos cartões de benefícios, é um dos pontos considerados como avanço no sistema.

 

 

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