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Kakay, ex-dono do Piantella, critica leilão de Athos

Publicado em Coluna Capital S/A

“Quando eu vi a foto do Piantella nu, sem a obra de Athos Bulcão, sabendo que não tinham sido cumpridos os ritos, sofri como sendo uma segunda morte do Piantella”, desabafou o ex-proprietário do restaurante, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Ele atualmente é dono do A Mano e contou ao blog que vai abrir outros dois restaurantes.

Por 13 anos, o painel de blocos de mármore esteve na fachada de um dos endereços mais importantes de Brasília, ponto de encontro de políticos, jornalistas e personalidades da capital. A obra de Athos foi retirada do local pelo último proprietário para ser leiloada, depois que o restaurante fechou, em março do ano passado, depois de 38 anos.

Kakay lembra-se do dia da inauguração,que teve a especial presença do artista. “Foi muito emocionante. Ele foi já de cadeira de rodas e o cuidador disse que teria de ser algo rápido. Mas Athos balbuciou para mim que queria beber um champanhe. Eu peguei um copo e um canudinho e aí ele brindou comigo”, conta.

Respeito ao tombamento

O advogado vendeu o restaurante, na 202 Sul, ao empresário carioca Omar Peres, o Catito, em 2017. “O Piantella era para mim um outro tipo de casa, um lugar que eu amei muito ser o dono”, diz, nostálgico.

Ele afirma que jamais mudaria uma obra de Athos Bulcão em Brasília.

“Aqui existe uma entidade séria que é a Fundação Athos Bulcão. Acho que arte é uma coisa que temos de ter um cuidado muito especial, mais ainda numa cidade tombada como Brasília”, reforça.

Novos restaurantes

Kakay se define como um advogado criminal apaixonado pela boêmia, pela gastronomia e pela história da arte. Ele, que é dono do Mano, na 411 Sul, contou à coluna os novos projetos.

“Fiz uma sociedade com o pessoal do Nino aqui, vamos montar um restaurante onde era o Piantas. Estou também abrindo uma casa argentina de carnes, La no Fuego, que ganhou prêmio como o melhor restaurante da América Latina.”

Painel não foi arrematado

“Eu queria manter a obra do Athos, mas jamais participaria desse leilão, em que a obra, para estar ali, não tinha cumprido as normas mínimas de respeito à Fundação Athos Bulcão”, lamenta Kakay. O leilão foi realizado na noite de quinta-feira da semana passada. A Fundação Athos Bulcão desautorizou a venda como obra do artista. O painel não foi arrematado por comprador algum e não há previsão de um novo leilão.

 

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