circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br
Interina: Circe Cunha
Colaboração Mamfil
Lição de moral é tudo que o eleitor e contribuinte não precisa. “Entre o meu legado, eu acho que tem valores, inclusive morais, dos quais eu nunca abrirei mão. Eu diria que entre esses valores, eu, desde criança, quando lá em casa, as minhas meninas tinham discussão e tinha uma briga, eu dizia: ‘olha quem fez isso?’. Eu diria o seguinte: eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato”. A lição, de fundo moral, foi feita por Marcelo Odebrecht, aos membros da CPI da Petrobrás , em audiência feita em Curitiba, na última semana. A pequena história de virtudes caseiras foi possível graças ao ambiente amistoso estabelecido entre os deputados e Marcelo Odebrecht. A sessão transcorreu num curioso clima de” rasga seda”, inclusive com elogios calorosos feitos pela maioria dos deputados à essa empresa, conhecida pelo volume significativo de recursos que destina as campanhas políticas. O presidente da CPI, Luiz Sérgio reconheceu de público que a Odebrecht além de ser uma “tocadora de obras”, fez doações a todos os candidatos a governadores, inclusive para as candidaturas a presidente da República. Com um ambiente tão amistoso assim, não é de se admirar que o propósito central da oitiva e que levaram os membros da CPI à Curitiba, às custas do contribuinte , foi deixado em segundo plano e o que passou a vigorar foi um bate papo entre confrades. Observada sob o ponto de vista do cidadão que acompanha o desenrolar dessa longa novela policial, a cena serviu para confirmar o poder e o prestígio secular de alguns magnatas da República, sobretudo daqueles que patrocinam as atividades políticas de vários partidos. A situação serve para confirmar o que sempre dizia o filósofo de Mondubim: “ quem aluga o traseiro, não escolhe onde sentar.” Faltou, talvez, a presença efetiva de um parlamentar comprometido com o país, que lembrasse àquele senhor que ele estava ali, na condição de preso sob suspeita de graves crimes contra o erário público, acusado, dentre outros delitos de formação de quadrilha, corrupção e outras contravenções penais. A plácida desfaçatez com que o dono da Odebrecht depôs aos membros da CPI, demonstra , de modo claro para todos, a fé cega desse empresário no seu exército de defensores , na lentidão da justiça e na gratidão da classe política que saberá reconhecer os favores prestados por esse “benfeitor” da República. A invocação de familiares e outros relacionamentos íntimos, num ambiente tão conturbado como o da Lava Jato , além de estratégia de advogados sagazes, serve para passar para a opinião pública o lado humano e cordial dos envolvidos no caso. Há duvidas do amor desse senhor por suas filhas. Educar é exemplo. A única certeza é sobre as intenções e estratégias quando resolve financiar a atividade política.
A frase que não foi pronunciada: “ César declarou que amava as traições mas odiava os traidores.” Plutarco
Farsa Não há como negar: os partidos e os próprios políticos estão em baixa perante a opinião pública. O descrédito com o modelo de representação atual , aqui e em outras partes do mundo, é visível e preocupante. O motivo desse desprestígio geral se deve a uma peculiar característica humana e que é exacerbada entre os políticos: o vício da mentira.
Farsa II Mentem tão verdadeiramente e com tanta ênfase que, até a verdade se vê constrangida em aparecer em cena. O fato que comprova e reforça esta tese é dado pelo número crescente de candidatos ligados as artes cênicas entrando para o mundo político, principalmente de comediantes. Aqui, como em outras partes do mundo, os atores descobriram um novo e promissor nicho profissional.
Drama Respeitadas as proporções, a América Latina também vive seu drama particular por conta das migrações desordenadas. No Brasil, a entrada de pessoas fugidas da miséria em seus países de origem, (caso do Haiti) conta muito mais com eficiência profissional dos chamado coyotes do que com a ajuda oficial e institucionalizada.
Drama II Para piorar a situação, o governo fantoche da Venezuela, resolveu fabricar sua diáspora particular, atribuindo aos pobres colombianos que vivem na fronteira, as mazelas que assolam internamente a pátria do bolivarianismo.
Desfile Por conta das hostilidades crescentes contra o governo Dilma, o desfile deste ano na Esplanada dos Ministérios foi feito sob rigoroso aparato de segurança. A ordem foi blindar a presidente das manifestações. O que poderia ser uma festa de cívica de congraçamento e cidadania, se transformou numa festa de uma mandatária amuada e com cara de poucos amigos.