ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
“Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil/ Querido símbolo da terra/ Da amada terra do Brasil”
Hino à Bandeira
Quem circula pela Universidade de Brasília já pode ter avistado a figura de um jovem solitário de cabelos longos que todos os dias pela manhã corta, a passos rápidos o Minhocão, de uma ponta a outra, com o corpo completamente envolto pela bandeira nacional. Incrivelmente, nesses tempos de desavenças e incertezas, a passagem desse personagem pelas dependências da UnB tem gerado um misto de admiração e revolta.
Recebido com palmas por uns e vaias por outros, o figurante segue impávido seu trajeto, como um meteoro, vestido com o lábaro estrelado que vai oscilando ao vento, de um lado para o outro, feito uma capa voadora de algum super-herói.
Fossem tempos de concórdias, esse personagem matinal seria encarado apenas como um tipo exótico, metido dentro de um figurino do seu agrado. Mas, infelizmente, não é o que ocorre hoje. A simples presença da bandeira nacional, passando em revoada pela universidade, parece ter adquirido agora um novo e triste contexto.
Para aqueles que vaiam sua passagem, o pavilhão passou a simbolizar os valores da direita, a quem acusa de haver destruído o sonho de introduzir no país, o socialismo do século XXI nos mesmos moldes empregados na Venezuela e outros países do Continente. Para esses, a bandeira simboliza e se liga ao período militar e aos princípios em voga naquela época, como patriotismo e nacionalismo.
Para os que aplaudem, a bandeira nacional marca um momento em que os brasileiros despertaram de um pesadelo e saíram, em massa, às ruas em 2013, absolutamente contrários ao modelo de Estado e principalmente contra a classe política, apontada como responsável direta pela crise ética. Para esses, a bandeira simboliza o fim de um sonho e o início de outro, marcado por um país onde a justiça não se intimide frente aos poderosos. O Brasil da meritocracia, do fim dos privilégios, à Leste e à Oeste.
Ocorre que a fronteira artificial, que parece ter sido traçada pelo simples desfilar do pavilhão auriverde pela universidade, não faz sentido algum do ponto de vista da nação, que só pode existir na coesão. A divisão de um país e de seu povo interessa apenas às antigas lideranças políticas, que perderam a razão dos dois lados do front.
A frase que foi pronunciada:
“O problema essencial da educação é dar o exemplo.”
Turgot, economista e estadista francês
300%
Presidente do Senado, Eunício Oliveira, dá a bandeirada para a criação de CPI que investigará juros extorsivos dos cartões de crédito. O requerimento foi redigido pelo senador Ataídes Oliveira que quer saber a razão dos cartões cobrarem juros sobre juros, o que leva a suspeitas de que seja extorsão ao consumidor e enriquecimento ilícito. O mais interessante é que os bancos não tomam conhecimento do que os cartões aprontam.
Mais uma
É fato. Se seu cartão vence no domingo, dia 18 de março, o dinheiro sairá da sua conta na sexta-feira. Isso pode Arnaldo?
Regra do jogo
Então uma empresa pública federal, que detém o monopólio do serviço, resolve entregar correspondências em dias alternados. A Caesb, também monopólio, resolve alternar os dias de distribuição de água. O que o consumidor quer saber é quando vão deixar que os contribuintes escolham o dia de pagar os impostos? Equidade já!
Nota zero
Saudades do tempo em que o Colégio Objetivo monitorava a água de Brasília. Tinha qualidade reconhecida e atestada. Um cidadão, que paga R$600 por mês para a Caesb, postou no WhatsApp a qualidade da água que chega na casa dele. Assistam o vídeo no Blog do Ari Cunha.
Vê se cola
Enquanto o governador Rodrigo Rollemberg anuncia milhares de nomeações, o GDF vai aos poucos passando para os cidadãos serviços que deveriam ser feitos por esses funcionários. Ao denunciar um lixo no terreno vizinho, o cidadão é quem tem que informar todos os órgãos, registrar a ocorrência e cobrar a solução. Com tantos funcionários, o GDF deveria cumprir suas obrigações e atender de forma digna quem paga os impostos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É preciso ter respeito pelo que foi feito, pelo que já foi realizado. Ao invés dessas campanhas improdutivas, que desmoralizam o Parlamento, hoje em tão boa posição diante do povo, o que devia haver era colaboração e menos interesse pessoal. (Publicado em 17.10.1961)