Tag: #ViolênciaEmBrasília
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Quando a noite chega e a escuridão toma conta de tudo, áreas consideradas nobres ficam entregues a grupos de marginais que perambulam de um lado para o outro em busca de oportunidades. Quem circula pelos principais pontos turísticos da capital, ou por suas áreas centrais, constata não só o abandono dessas áreas pelo poder público, mas os perigos que correm os transeuntes displicentes por conta do grande número de pessoas desocupadas, inclusive muitos menores, que ficam nessas regiões consumindo drogas, praticando pequenos delitos e abordando de forma agressiva os passantes. O policiamento é escasso e normalmente feito por viaturas que circulam a ermo, cumprindo uma rotina meramente burocrática e que não chega a inibir a ação desses desocupados notívagos.
Antigamente, quando as cadeias das cidades não eram tão lotadas, a prisão por vadiagem ocorria com mais frequência e, a não ser por um bêbado ou um outro boêmio, a cidade e seus habitantes dormiam em paz. Hoje, circular à noite por muitas áreas do centro da cidade, num raio de aproximadamente 5 cinco quilômetros em torno da Rodoviária do Plano Piloto, é correr sérios riscos, inclusive de morte.
O ciclo vicioso que começa pelo abandono de algumas áreas centrais da cidade pelo poder público e que culmina na tomada desses lugares por desocupados e criminosos de todo o tipo, ao afastar as pessoas, desvalorizam essas regiões, trazendo prejuízos para o comércio e para a arrecadação de tributos.
O toque de recolher imposto aos cidadãos de bem, criando, dentro da própria capital, regiões dominadas pelo poder paralelo ao Estado, demonstra, de forma clara, que essa já é uma situação que o poder público parece ter perdido todo o controle. Quem vive próximo a essas regiões, se vê obrigado a mudar a rotina, evitando certas áreas, não saindo à noite e não circulando desacompanhado. A falta de segurança, aliada à depreciação de muitos imóveis, por conta da crise econômica, ao envelhecer precocemente a capital, desestimula investidores, afugenta consumidores, criando um ambiente de decadência acelerada que vai se estendendo inclusive para outras regiões, contaminando todo o conjunto urbano.
Muitos brasilienses vão se dando conta de que os altos custos para viverem próximos às áreas centrais da capital já não compensam. Os valores exorbitantes de impostos como o IPTU, taxas de iluminação e de limpeza pública, de condomínios, somados à cobrança de água, luz, transporte, e de outros serviços, simplesmente se perdem na ineficácia e na inexistência de retorno em serviços desses tributos para os cidadãos.
Ao avanço da decadência precoce e da tomada dessas regiões nobres e centrais da cidade por desocupados e marginais, o jeito, adotado por muitos, é empreender um recuo tático para outros sítios mais seguros, de preferência para bem distante, inclusive do Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Se a vida começa aos 40, por que nascemos com tanta antecedência? ”
Mafalda
Onde há fumaça
Lixões no DF nascem com o trabalho de catadores. Alguns queimam pneus, outros queimam o que não for reciclável. Aliás, a fumaça das queimadas é o que marca o início da construção dos barracos em volta do lixo. Várias fotos nos foram enviadas pela leitora Maria Luiza Nogueira. Lixão clandestino entre a Candangolândia e o Guará; acima da UPA do Núcleo Bandeirante e no Setor de clubes sul. Veja a seguir.
Oportunidade
Alexandre Dias, do Instituto Brasileiro de Piano, e Naná Produções trarão, para Brasília, Cristian Budu, um dos maiores pianistas da nova geração em apresentação única. Dia 14 de setembro, às 20h, no auditório do Centro Cultural ADUnB. Ingressos de R$ 200 a R$ 260. Ingressos pelo eventim.com.br
Ouvidorias
Edital n° 01/2019 trata do 4º Concurso Melhores Práticas em Ouvidoria Pública. Com a promoção da Ouvidoria Geral do Distrito Federal, órgão da Controladoria-Geral do DF (CGDF), um Formulário Descritivo deverá ser preenchido até o dia 31 de outubro. A iniciativa é importante: primeiro por informar a população de que todos os órgãos do GDF têm uma ouvidoria e segundo para saber qual delas, além de ouvir, resolve.
Lágrimas
Uma linda história em um hospital público de Brasília. Um andarilho buscou ajuda e encontrou uma enfermeira que cuidasse das feridas. Com o corpo débil pela vida injusta, encontrou quem lhe cortasse o cabelo, as unhas, desse um banho. Sentindo sua dignidade de volta, morreu. Tão solitário, despertou a piedade de tanta gente. O hospital não é mais o mesmo depois de sua passagem por lá.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O que aconteceu em Sobradinho é uma advertência à Novacap, para que não dê comida de graça a ninguém. A fome de um trabalhador não se mata com a humilhação de uma esmola. Comida não é coisa que se dê sem a recompensa de uma produção. (Publicado em 29/11/1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
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Pesquisas feitas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela ONG Todos pela Educação, em tempo e lugares diferentes, usando também métodos diferentes, chegaram ao mesmo resultado: apenas uma pequeníssima minoria dos professores, tanto das escolas da América Latina como das escolas brasileiras, recomendam a profissão para seus alunos ou filhos.
O primeiro estudo, intitulado “Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?” mostrou ainda que apenas 5% dos indivíduos com menos de 15 anos desejariam seguir a carreira do magistério. Mesmo em países onde a educação da população é levada a sério esse índice não ultrapassa os 25%.
Um dado comum às duas pesquisas indica que os baixos salários continuam sendo o principal motivo para esse desinteresse geral. No Brasil, como no restante do continente, os salários dos professores seguem praticamente no mesmo patamar há décadas e, não raro, não acompanham a média salarial de outras categorias com o mesmo nível de formação.
São dados que apresentam um sério risco para todo e qualquer programa de educação, seja no Brasil ou mesmo na América Latina, e ameaçam seriamente o futuro de imensas legiões de jovens, se algo não for feito com urgência. Na maioria dos casos, a remuneração dos profissionais de ensino chega a ser menos da metade de outras categorias no mesmo nível.
Quando se atinge uma situação onde os próprios mestres, juntamente com os novos alunos, chegam a conclusão que seguir em frente com essa carreira é um erro e uma perda de tempo, é porque a profissão do magistério parece já ter atingido o patamar de uma ocupação em fraco desaparecimento. No caso da pesquisa mostrada pela ONG Todos pela Educação, o índice de professores que não indicariam a profissão para seus alunos ou para seus filhos é de 49%. Esse índice se eleva à medida que os professores possuem mais anos atuando no magistério. Quanto mais se entregam ao magistério, mais os profissionais em educação reconhecem o tempo perdido com uma profissão que não é valorizada, nem pelo governo e pelas secretarias de educação, nem mesmo pelas famílias dos alunos. No ensino médio, onde estão os alunos na fase da adolescência e com maiores problemas de comportamento, trazidos de casa e do meio onde vivem, a maioria dos docentes confessa arrependimento com a escolha dessa profissão.
Nessa etapa, contribui para o desinteresse os correntes casos de violência contra os professores. Nessa fase também é comum verificar casos de estresse e de doenças do sistema nervoso adquiridos por esses profissionais e onde estão os maiores casos também de pedidos de afastamento.
A realidade obriga os professores, como orientadores que são, a dizer a verdade aos seus alunos. Nesse caso, recomendam a todos que não sigam com a ideia de vir a se tornarem professores, para que não tenham que enfrentar os mesmos problemas de seus mestres. Salários baixos, violência, descaso das autoridades e as péssimas condições da maioria das escolas, tanto no Brasil como no continente, parecem decretar o fim dessa profissão e o futuro da própria América Latina.
A frase que foi pronunciada:
“O objetivo da educação é substituir uma mente vazia por uma mente aberta.” (Malcolm Forbes)
UnB
A Universidade de Brasília planejou para esse ano mais de 300 câmeras nos estacionamentos do campus. Os furtos a carros não estão controlados. A promessa também tratava de mais duzentos vigilantes de empresas privadas, outra centena do quadro efetivo e uma reorganização dos porteiros e pontos para a presença de segurança. Drones também estão no orçamento e os estudantes desenvolveram um aplicativo que conta com a comunidade universitária para apontar locais vulneráveis a furtos, assaltos e estupros.
Alambrado da barragem
Reforçado o alambrado destruído na barragem do Paranoá. Ainda parece frágil para segurar carro desgovernado, mas está bem melhor que antes.
União
Brasília passa por uma transformação cíclica. No início da capital, todos os moradores se cumprimentavam, eram verdadeiros solidários. Depois, os brasilienses passaram a reclamar que nos elevadores ou na rua ninguém dá um simples bom dia. Graças à violência imposta à cidade, moradores de casas e apartamentos começam a se unir por aplicativos para trocar informações sobre gente suspeita na redondeza. Parece que a camaradagem está voltando.
Agradecimentos
Mais uma vez, agradecemos o carinho de todos os presentes no cemitério, as cartas, e-mails, telefonemas e manifestações sinceras sobre a convivência com o querido Ari Cunha. A gratidão da família Cunha a todos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Não repercutiu no Congresso nem na opinião pública a atitude de Nicolino Gozador do grupo (pequeno) comandado pelo sr. Adauto Lúcio Cardoso, mudando a capital cada seis meses para o Rio e para Brasília. (Publicado em 26.10.1961)