Dia mundial da liberdade de imprensa

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Foto: ONU/Sylvain Liechti

 

Nessa quarta-feira, 3 de maio, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), fez publicar em vários jornais do país, inclusive aqui no Correio Braziliense, um chamado para lembrar as comemorações pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. É preciso destacar que, desde sempre, essa entidade tem se empenhado na promoção e defesa dos direitos humanos, o que inclui, nesse caso específico, a liberdade de expressão e sua congênere, a liberdade de imprensa.

Ao longo de todos esses anos, a organização vem atuando por meio de atividades de sensibilização e monitoramento, para que esses direitos sejam respeitados em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, a UNESCO vem, nesses últimos anos, acompanhando, de perto e com profunda preocupação, as seguidas ameaças à liberdade de expressão e, particularmente, com relação à independência da imprensa, principalmente aquela que não integra os grandes canais de mídia do país.

Não é segredo para ninguém que a UNESCO tem defendido, abertamente e sem falsas retóricas, a independência da mídia e o pluralismo das ideias, como fatores fundamentais para a democratização e, sobretudo, para a construção de uma paz e tolerância verdadeiras. Para isso, a organização tem oferecido uma gama de serviços de assessoria em legislação midiática, como o objetivo de sensibilizar governos, parlamentares e outros tomadores de decisão sobre a importância desses princípios básicos.

A UNESCO tem atuado fortemente para garantir que a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa sejam respeitadas em todo o mundo, pois ela é a base de toda e qualquer democracia. Sem o pluralismo de ideias, todos os esforços em busca de um Estado Democrático de Direito são inócuos. Ditaduras só sobrevivem com a decretação do silêncio dos opositores. Não há paz possível, na sociedade, quando o pluralismo de ideias deixa de existir. Não por outra razão, nos países onde imperam as ditaduras, há sempre a presença da instabilidade social, política e econômica, o que leva esses países a amargarem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), e de bem-estar de suas populações.

Nesses últimos anos, não tem sido fácil, a esse organismo, o papel de monitoramento e proteção da liberdade de expressão e de imprensa, já que o mundo parece caminhar em sentido oposto e em direção ao fechamento político dos Estados. Mesmo prestando atenção especial a países em situações de conflito, pós-conflito e de transição, o trabalho dessa organização, neste mundo distópico que vai nos prendendo numa espécie de areia movediça, parece ficar cada vez mais penoso e distante, com nações inteiras mergulhando de cabeça no inferno das ditaduras, acreditando ser o radicalismo o melhor caminho a ser seguido, nesses tempos de crise.

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio, é uma oportunidade importante para a UNESCO e outras organizações que lutam pela liberdade de expressão e de imprensa destacarem a importância dessas conquistas para o bem da humanidade. O Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO-Guillermo Cano é uma iniciativa que reconhece e celebra indivíduos e organizações que fizeram contribuições notáveis para a promoção e proteção da liberdade de expressão. Combater os discursos de ódio e extremismo nas redes é também um desafio complexo que exige uma abordagem multifacetada, mas sempre dentro dos princípios do pluralismo.

Algumas estratégias que poderiam ajudar a enfrentar esse problema, além do próprio marco da Internet, que já existe e que tem sido referência para outros países, poderiam conter a promoção da educação em mídia, o que poderia ajudar a aumentar a compreensão das pessoas sobre como as notícias e informações são produzidas, bem como a identificar a desinformação e o discurso de ódio.

Seria necessário ainda fomentar o diálogo e a empatia como meios para auxiliar na redução, na polarização e nas hostilidades, criando um espaço para discussões construtivas e sempre respeitosas. Outras medidas seriam a do fortalecimento nas leis já existentes, bem como seu cumprimento. Para os discursos de ódio, que parecem ter se espalhado por todas as redes, a responsabilização direta de quem a produziu e de quem a veiculou é sempre uma tarefa fácil para a polícia.

Incentivar a diversidade e a inclusão pode ser de grande valia, pois propicia a criação de um ambiente mais tolerante e aberto ao diálogo. Apoiar a mídia independente e a liberdade de imprensa é também uma estratégia positiva, pois são fundamentais para a pacificação da sociedade e, portanto, devem ser protegidas e incentivadas sempre. Sem essa pacificação do país, conflagrado desde que surgiram os primeiros discursos de ódio e repetiam o bordão: nós contra eles, não haverá legislação ou outra medida legal capaz de trazer o debate civilizado de volta. A censura apenas irá colocar mais gasolina na fogueira, incendiando um país ainda neófito em termos de democracia, e que parece não ter aprendido nada ao longo de sua história.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se a liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir.”

George Orwell

George Orwell

 

História de Brasília

Os pacotes de 5 quilos de arroz a 35 cruzeiros são disputados a cotoveladas e empurrões, e cada comprador leva a quantidade que deseja.

Brasília uma obra de arte esquecida abandonada

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Foto: reprodução DF TV 1

 

Brasília, por sua arquitetura e traçado urbanístico, é considerada por muitos artistas, dentro e fora do país, uma obra de arte sem paralelo. Não surpreende que esse fato tenha chamado a atenção dos técnicos da Unesco, tornando-se, em dezembro de 1987, a primeira cidade moderna inscrita como patrimônio cultural da humanidade, honraria que colocou a capital do Brasil dentre importantes sítios históricos como a Acrópole de Atenas, Roma e outras cidades antigas e famosas dispersas pelo mundo.

Esse destaque internacional, contudo, não parece ter seu significado bem entendido pelos diversos governos locais que se seguiram, nem tampouco por parcela significativa dos brasilienses. Esse desdém, a revelar pouca ilustração e cultura tanto das elites dirigentes, como da população, reflete diretamente nos seguidos ataques que todo esse imenso conjunto artístico vem sofrendo ao longo dos anos.

Aos poucos, vai se perdendo, para sempre, a beleza e a simplicidade dos desenhos originais da cidade, por conta do que acreditam, esses “novos gênios”, ser um processo natural de adequação às novas necessidades. De puxadinho em puxadinho, de reforma em reforma, vai-se erguendo aleijões urbanos, a atender, apenas, a ganância especulativa que une empresários e políticos numa parceria marota, em prol do mau gosto e às custas do cidadão pagador de impostos.

Com isso, vão erguendo-se monumentos mastodônticos à inutilidade, como é o caso do Estádio Mané Garrincha, que mais se assemelha a um enorme presídio, por sua colunata monótona e pesada, cravada bem no coração da cidade.

Exemplos desse descaso se multiplicam em cada canto de Brasília e seria de pouca valia nomeá-los um a um, já que estão aí a olhos vistos. Com uma riqueza que é nossa, e que muito poderia contribuir para atrair turistas, convenções internacionais de arte e arquitetura, entre uma infinidade de outras atrações, próprias de uma cidade planejada e dinâmica, sofre, por conta do desleixo e da desinformação, uma espécie de apagão cultural que se estende par i passo para além das questões urbanas.

O descuido com o patrimônio artístico, espalhado por alguns pontos de Brasília também é uma realidade a envergonhar todos nós. Durante a construção da capital, numa época de grande otimismo e esperança no futuro, não havia uma dissociação entre arte e arquitetura. Daí porque todas as construções eram seguidas de obras de arte a ornamentar os edifícios e praças, formando um só conjunto onde a harmonia e a beleza eram os objetivos principais.

Artistas de todas as vertentes trabalhavam lado a lado com os arquitetos, completando as construções com jardins, esculturas, pinturas e outras obras que enriqueciam e emprestavam vida inteligente às construções. Infelizmente, esse foi um tempo deixado na poeira do esquecimento e que parece perdido para sempre.

Os novos administradores e mesmo parte significativa da população não entendem do que se trata e muito menos dão atenção a esse fato. Ataques a obras de escultures renomados, pichações em monumentos tombados e depredações já se transformaram numa situação de nosso cotidiano. Mesmo as autoridades, a quem compete cuidar desse patrimônio, pouco fazem.

Não existe um catálogo confiável e atualizado sobre as poucas obras espalhadas pela capital. Quando existem, os nomes das obras e dos respectivos autores, são grafados de modo errado e sem maiores dados. Outras obras famosas são simplesmente pintadas e emendadas sem o consentimento dos artistas.

O caso da Torre de Televisão é um exemplo. A obra, popularmente chamada de Berimbau (1970), não pertence, como afirma o GDF, a Alexandre Wakenwith, nem tão pouco se chama A Era Espacial. De acordo com pesquisa feita por João Vicente Costa, a obra se chama na verdade “Força Negra ou Odisseia dos Espasmos”, pertence ao artista arquiteto Lúcio Costa, foi instalada naquele sítio com a autorização do próprio Lúcio Costa e já se integra à paisagem local.

Da mesma forma, permanece ainda um mistério o roubo da escultura popularmente chamada de “o cubo”, do artista nipobrasileiro Toyota, que, durante muitos anos, ornava o balão de acesso ao aeroporto. Há pouco dias, aconteceu o que seria uma “reforma” à obra em homenagem a Renato Russo, instalada no Parque da cidade, de autoria da escultora Mara Nunes e que, segundo a autora, foi feita sem conhecimento, o que acabou por descaracterizar o trabalho original confeccionado em aço corten.    

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os acasos acontecem em estranhas coincidências. Eles nos acenam. E nós já sabemos do que se trata: uma nova compreensão de coisas que no fundo sempre existiram em nós.”

Fayga Ostrower, Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora    

Fayga Ostrower. Foto: faygaostrower.org

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA O segundo fato é a briga de murros dos deputados Arruda Castanho e Onofre Gozuen, perante as câmaras de televisão. Atestado humilhante de uma política sem vergonha desempenhada por gente idem.

Tombamento e eleições

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Foto: Valter Campanato (veja.abril.com.br)
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           Passados 31 anos desde que Brasília recebeu o honroso título de Patrimônio Cultural da Humanidade, segundo avaliação feita pela Organização das Nações Unidas para a Ciência Educação e Cultura (Unesco), as comemorações sobre essa conquista inédita, desbancando, naquela ocasião, bens muito mais antigos e famosos como as Pirâmides do Egito, a Acrópole de Atenas e a Grande Muralha da China, as preocupações acerca da manutenção dessa façanha se sobrepõem às próprias comemorações.

         O descuido com a preservação de nosso patrimônio histórico é patente e pode ser conferido com o dramático incêndio que consumiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, reduzindo a cinzas boa parte do acervo material que conta nossa história. Embora o tombamento como Patrimônio Cultural e o processo de emancipação política da capital tenham se dado em datas muito próximas, a decisão da Unesco em aceitar Brasília nesse distinto rol internacional significou um enorme empecilho burocrático contra a investida destrutiva da especulação imobiliária que, nessa altura, já atuava com grande desenvoltura.

           A saída, pensada para driblar e romper as novas restrições, veio justamente da união entre os empreendedores da construção civil e a nova classe política que emergiu com a emancipação. Dessa união surgiu uma profusão de candidatos bancados diretamente pelos próprios empresários de olho nos rendosos negócios de terras no Plano Piloto e em todo o Distrito Federal. Não por outra razão, que a partir desse encontro formado por empreendedores gananciosos e políticos locais sem escrúpulos que os ataques contra o patrimônio passaram a acontecer numa constante surpreendente, o que necessariamente levou os técnicos da Unesco a incluir a decisão de reverter o ato de Tombamento, poucos anos depois, incluindo a capital modernista entre os sítios passíveis de perderem, para sempre, o status de Patrimônio da Humanidade.

           Possuindo a maior área tombada do mundo, com 112 Km², Brasília poderia explorar muito mais a condição de turismo voltado para a arquitetura e urbanismo, mas os repetidos ataques especulativos ao seu desenho original, único em todo o mundo, tem afugentado a maioria dos turistas que viajam ao redor do planeta apreciando essas obras do gênio humano.

          Para piorar uma situação que se agrava a cada ano, com as alterações ao gabarito original da cidade, que vão sendo costuradas a cada novo ciclo de governo e principalmente a cada nova legislatura que irá compor a Câmara Distrital, o silêncio e mesmo a ignorância demonstrada pelos novos postulantes que pretendem governar a capital torna visível a pouca importância que dão ao tema do Tombamento.

         Para esses candidatos que ora se apresentam nas eleições gerais aqui do DF, o tema Tombamento significa, antes de tudo, o fim da moeda política de troca de lotes por votos, o que viria, inclusive, a decretar o fim da tão propalada emancipação política, feita em cima desses ativos.

         De fato, a preservação de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade não interessa nem aos políticos que ora correm atrás de votos, nem aos especuladores que os financiam e, por uma razão simples, nem um, nem outro sabe o que isso realmente significa para a capital e sua gente e qual a importância disso para o futuro da cidade.

A frase que foi pronunciada:

“A arte, como a natureza, cria formas para seus próprios fins, num mundo onde tudo é tanto tangível como intangível.”

Tomie Otake

Foto: Catedral - Ivan Mattos Fotografia
Foto: Catedral – Ivan Mattos Fotografia

Remuneração

No texto do Projeto de Lei que obriga os presos a trabalhar, uma nota técnica da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho propõe que haja a garantia da remuneração não inferior ao salário mínimo vigente.

Foto: Osvaldo Afonso/Imprensa MG (g1.globo.com)
Foto: Osvaldo Afonso/Imprensa MG (g1.globo.com)

Mãos à obra

Por falar nisso, uma parceria entre a administração do Varjão e a FUNAP possibilitará a prestação de serviços de manutenção, recuperação e conservação predial e de áreas públicas do Varjão.

Foto: Vinícius Werneck/TV Globo (g1.globo.com)
Foto: Vinícius Werneck/TV Globo (g1.globo.com)

Diagnóstico

Em entrevista na CBN, o Dr. Rodrigo Rizek Schultz deu informações importantíssimas para famílias onde há idosos. Além de esclarecer situações importantes sobre o mal de Alzheimer, trouxe uma novidade de conduta médica: os profissionais da saúde devem sempre perguntar ao paciente como está a memória. Se a resposta indicar uma pesquisa, os estragos da doença poderão ser minimizados.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ocorre, entretanto, que o sr. Sette Câmara só tomará posse na próxima semana, e até lá a cidade não pode esperar. (Publicado em 31.10.1961)