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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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É na religação de um emaranhado de fios desencapados que, muitas vezes, é possível restabelecer conexões perdidas, capazes de estabelecer paralelos curiosos entre falsidades e a verdade dos fatos. Esse é o caso do site russo Telegram, fundado em 2013 e que hoje se posiciona como a maior rede social daquele país, cuja sede encontra-se localizada não em Moscou, mas nos Emirados Árabes.
Desde que estreou no circuito das redes sociais do Brasil, o Telegram tem chamado a atenção da população e, principalmente, das autoridades pelos conteúdos que dissemina, sem uma checagem séria e profissional dos fatos e pelo estranho interesse que esse canal da Internet parece demonstrar com os assuntos de Estado.
Não têm sido poucas as reclamações das autoridades com relação ao Telegram. Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral firmou acordo com as principais plataformas e redes sociais para ajudarem no combate a disseminação de fakenews durante as eleições deste ano. O Telegram ficou de fora. Não é de hoje que as autoridades ensaiam banir o Telegram do Brasil, que, em resposta aos inúmeros ofícios da Justiça Eleitoral, pedindo explicações, sempre responde com silêncio. Um silêncio, diga-se de passagem, bastante comprometedor, a revelar um nítido envolvimento deste aplicativo na disseminação tanto na divulgação de teorias da conspiração como de informações falsas e que colocam em risco a segurança do país.
Essa terra de ninguém, em que parece ter se transformado o mundo das redes sociais, é onde hackers e haters buscam abrigo para o cometimento de crimes, muitos deles financiados por grupos dentro e fora do país, interessados tanto na desestruturação do Estado como em interferir nos resultados das eleições. A imprensa tem divulgado informações da Polícia Federal em investigações que ligam o Telegram a nichos como o chamado “gabinente do ódio” (de todos os lados) e outros grupos políticos, interessados em tumultuar e interferir nas próximas eleições.
O assunto é sério, embora tratado com certa parcimônia por parte da imprensa. Há interesses de pessoas poderosas com ligação à plataforma Telegram. Há quem fale, inclusive, em terrosismo digital. O fenômeno não ocorre só no Brasil. Dias atrás, na Alemanha, o aplicativo Telegram foi acusado de derrubar cerca de 60 canais naquele país, todos acusados de propagar fakenews sobre a pandemia de Covid-19.
Algumas autoridades, que pedem anonimato, chegam a insinuar que o governo russo estaria por trás, comandando diretamente esse aplicativo. Na Alemanha, a ministra do Interior, que cuida desses assuntos, Nancy Faeser, afirmou que “o Telegram não deve mais ser um acelerador para extremistas de direita, teóricos da conspiração e outros agitadores, inclusive com ameaças de morte, mensagens de ódio.” O ministro Edson Fachin, que assumirá a presidência do TSE, declarou agora que “a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers, vindos diretamente da Rússia”, atribuindo essas ofensivas ao aplicativo Telegram.
Curioso é verificar que as gravações feitas por esse mesmo aplicativo, quando da invasão e escuta nos celulares de altas autoridades, nos episódios conhecidos como “Vaza Jato”, foram usadas por ministros do próprio Supremo Tribunal Federal, para transformar, em pó, todas as investigações feitas pela Operação Lava Jato. Na ocasião, provas ilícitas de conversas roubadas e adulteradas serviram como provas legítimas para anular as condenações feitas pelo juiz Sérgio Moro.
Tal feito ou malfeito devolveu, às ruas e à liberdade, o maior corrupto que este país já hospedou. Os próprios controladores do Telegram, devem ficar confusos com o Brasil, um país considerado impróprio para amadores de qualquer tipo, mesmo russos.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, até o passado é incerto.”
Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda
Boa intenção
Uma lei com muitos lados. O projeto de lei 1.665/2020, que foi apresentado pelo deputado federal Ivan Valente (Psol), aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Bolsonaro, só vai conseguir proteger os motoqueiros que conseguirem permanecer empregados.
Na prática
Melhor mesmo seria educar os motoqueiros no trânsito e alargar os prazos de entrega. Nosso jornal estampou, em 2009, a seguinte manchete: “Profissionais que usam motos para fazer entregas admitem cometer muitas infrações no trânsito.” Atualizada em 2020, a notícia traz uma pesquisa da UnB que mostra a razão da imprudência: cumprimento de prazos.
História de Brasília
A ver pelo número de embaixadas em construção em Brasília, pode-se notar perfeitamente que as legações estrangeiras estão dando o exemplo que o Itamaraty não quis dar. (Publicada em 17.02.1962)
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De novidade, o que essas próximas eleições vêm trazendo para os eleitores é a instituição oficial da chamada Federação Partidária. Aprovada pelo Congresso Nacional, durante a reforma eleitoral de 2021, essa modalidade de aglutinação das siglas deverá, além de possuir os mesmos direitos e deveres dos partidos políticos, apresentar estatuto próprio, conforme estabelece a Justiça Eleitoral.
Com isso, os partidos poderão se unir para apoiar propostas em comum, sendo permitido, ainda, o apoio a qualquer cargo, tanto para as eleições majoritárias como para as eleições proporcionais. Na prática, o que ocorre é que as mais de trinta legendas que superlotam o sistema partidário nacional descobriram que essa pulverização de siglas ajuda apenas os donos dessas legendas e suas respectivas lideranças.
Esse novo modelo ainda está muito distante do que seria ideal, principalmente para o cidadão, que está bancando toda essa estrutura partidária e eleitoral, mas já significa um primeiro passo, rumo ao enxugamento de tantos partidos, muitos dos quais, transformados em verdadeiras empresas privadas a sugar volumosos recursos públicos. Não é por outra razão que os partidos resolveram se unir para aumentar seu capital de negociação, dentro do modelo vigente de presidencialismo de coalizão.
O alvo dessas novas federações está centrado no Poder Legislativo, Câmara e Senado, onde esperam fazer o maior número possível de parlamentares. Os demais cargos inserem-se nas estratégias políticas de cada conjunto, de acordo com suas pretensões pós-eleitorais.
Para o cidadão eleitor, pouco ou nada muda. Pode até piorar, já que, com certeza, esses novos conjuntos de forças irão, lá na frente, exigir novos e absurdos reajustes nos Fundos Partidários e nos Fundos Eleitorais, aumentando também os recursos para as chamadas emendas de relator e outras prebendas
Em teoria, estaria dada a largada para o enxugamento das miríades de partidário que superlotam o nosso folclórico sistema político. O caráter permanente dessas federações, obrigadas a permanecer unidas até o último dia de mandato, confere um certo verniz de sinceridade ao modelo, mas não garante sua continuidade, o que ficará ao alvitre da decisão das novas composições dentro do Congresso, podendo ser alterado de acordo com a mudança na direção dos inconstantes ventos políticos.
Como a afinidade programática e política é sempre uma incógnita a mudar como as nuvens no céu, a união desses partidos, em frentes únicas, obedece aos desígnios de cada conjunto de caciques, sendo a alteração de humor de desses grupos decisiva para a alteração das próprias federações. Ganharia o eleitor se, de fato, houvesse, com assento no Congresso, quatro ou cinco forças políticas, como tradicionalmente é visto em países desenvolvidos, onde os partidos sobrevivem graças ao empenho e doação de seus militantes.
Ganhariam também os brasileiros, neste momento de crise, se ordenamentos como a Lei de Probidade Administrativa e a Lei da Ficha Limpa fossem respeitadas como deveriam. Ganhariam ainda mais os cidadãos se fosse permitida a candidatura a avulso, livre das amarras e da indústria partidária que parasitam nosso sistema político. O que se tem aqui é um primeiro passo muito tímido, rumo a moralização do sistema.
A frase que foi pronunciada:
“Há muitos homens de princípios nos partidos políticos, mas não há nenhum partido de princípios.”
Alexis de Tocqueville
Mutirão jurídico
Entra ano, sai ano, pouco muda no sistema prisional brasileiro. Advogados podem entrar sem serem revistados, enquanto a família é humilhada na verificação. Mas o pior é a condição desumana das celas. Nem a CPI do Sistema Carcerário, realizada pela Câmara dos Deputados, resolveu. Quase 40% dos presos deveriam estar soltos. Como não há mutirão jurídico, não há andamento nos processos de execução penal ou de presos provisórios.
Cadastro Nacional
Outras indicações do documento final da CPI do Sistema Carcerário, elaborado em 2009, foi a necessidade de um Censo Penitenciário Nacional para avaliar e orientar as políticas públicas voltadas para o sistema carcerário. Outra ideia foi a criação de um Cadastro Nacional de Presos, a fim de que o sistema de controle do ingresso nas prisões seja de conhecimento público, bem como a ação parlamentar 602, o relatório final, a disponibilização de mapa da população carcerária, o tempo de cumprimento da pena em publicação e site oficial na Internet.
Informatização
A Criação do Serviço de Inteligência Penitenciária foi outra ideia registrada no documento. A informatização do Sistema Penitenciário, a criação de Escolas de Administração Penitenciária, o estabelecimento de um piso salarial para os servidores penitenciários em todo território nacional e a extensão a todos os estados do Serviço Avançado de Defesa Integral à Mulher Encarcerada e à Mulher Familiar de Preso.
História de Brasília
É a especulação em marcha, é o prêmio aos que se opuseram ao movimento da maioria. Deve ser um dia triste, o de hoje, para Bahouch. (Publicada em 17.02.1962)
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Como órgão máximo do processo eleitoral e fundamental para o exercício da democracia, ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na pessoa de seu presidente e ministros, entra com uma ação na justiça exigindo que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, apresente as provas que seguidamente tem dito possuir, quando reafirma que foi eleito ainda no primeiro turno, ou então reconheça as fragilidades das urnas eletrônicas e que as acusações do chefe do Executivo são procedentes.
Para tanto, manda a lei que se abra uma séria e profunda investigação para que os cidadãos conheçam o que está por detrás desse modelo de votação e de que modo as eleições de 2018 foram fraudadas. Ou é isso, ou toda a lisura do processo estará comprometida. O que não pode é tanto o presidente da República ficar afirmando ter provas de fraudes no primeiro turno de 2018 e o presidente do TSE, por outro lado, ficar rebatendo, dizendo que todo o processo foi realizado sob lisura total, sendo as urnas eletrônicas invioláveis.
Também caberia nesse caso o próprio presidente Bolsonaro ingressar com ação nos tribunais, apresentando as provas que diz possuir, exigindo que o TSE reconheça sua vitória no primeiro turno. Caso venha se confirmar as declarações do presidente da República de fraude nas eleições, a introdução do voto impresso deverá ser, obrigatoriamente, colocada à disposição dos eleitores ainda a tempo das eleições do próximo ano. Não se trata aqui de denúncias que devem ser deixadas de lado e consideradas frutos das já conhecidas e intempestivas declarações do presidente Bolsonaro, mas de acusações vindas de um chefe de Poder da República e que, como tal, devem possuir um peso e uma seriedade compatível com tão relevante cargo.
O silêncio e a indiferença, nesse caso, é que não podem perdurar, sob pena de comprometer a lisura e a ética de seus presidentes e, por extensão, a seriedade das instituições as quais representam. Para o cidadão, essa é uma condição sine qua non para que as eleições futuras sejam vistas como sérias e sem as máculas das fraudes, tão frequentes em toda a nossa história eleitoral.
Por certo, caso se comprove a afirmação do presidente da República, nada mais pode ser feito nessa altura dos acontecimentos a não ser investigar um caso que pode até render uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com outros desdobramentos. Caso fique provada a tese do atual presidente do TSE, Roberto Barroso, sobre a lisura e inviolabilidade das urnas, caberá ao TSE processar Bolsonaro, por acusação infundada.
Conhecendo a imensa capacidade aética dos integrantes do Partido dos Trabalhadores e de outros políticos e partidos para alcançarem seus intentos, podem haver, nessa querela, fundamentos e indícios concretos que necessitam ser, urgentemente, sanados. Como bem dizia a saudosa poetisa Cecília Meireles no poema “Ou isto ou aquilo”, ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva.
A frase que foi pronunciada:
“Invenções humanas quaisquer, sejam em prol da medicina ou da segurança eletrônica, merecem credibilidade dos seus criadores e apoio dos seus investidores.”
Helgir Girodo
Honra ao mérito
Daquelas pessoas abnegadas, que trabalham por amor, fica a homenagem dessa coluna à enfermeira Janete Carvalho. Funcionária aposentada do Senado, continuou trabalhando, voluntariamente, em hospitais públicos, com feridas humanas. Sem ou com o sentido figurado. Janete cuida de fazer curativos em diabéticos. Para as feridas impossíveis, ela pede: “Acredite em mim. Vou conseguir curar.” Com alma delicada, pensou em treinar alguém para substituí-la. Essa pessoa está pronta e Janete vai se despedindo aos poucos de seus pacientes.
Mais uma
Em Taguatinga Sul, na UBS 5, o gerente Wellington Silva chama a atenção pelo tratamento humanizado que dá aos pacientes. Conhece a maioria e os trata pelo nome.
In loco
Aqueles que defendem a descriminalização das drogas, como meio de interromper o custoso, inócuo e infindável processo de “enxugar gelo” das polícias, deveriam conhecer os poucos e carentes espaços, que o governo mantém, dedicados ao atendimento das multidões de jovens em busca de socorro psicossocial, decorrente do abuso desses produtos, cada vez mais fáceis de serem encontrados.
Campanha
O estrago que as drogas provocam na estrutura psicossocial de crianças e jovens são de difícil solução, sendo a cura, para esse que é um dos males de nossa época, muito custosa; além de exigir um lento e laborioso trabalho, por parte de especialistas, e empenho da família, o que muitas vezes não é possível.
História de Brasília
Mas, como tudo tem seu dia, já passou o do Hospital. Seu lugar não é mais aquele. A cidade está dividida em seus setores, e um hospital não pode ficar entre residências. (Publicada em 03.02.1962)
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Seria o Brasil a prova viva a confirmar a teoria, segundo a qual, cada povo tem o governo que merece? Para uma parte da sociedade brasileira, principalmente aquela que prima pelos valores da ética na gestão da coisa pública, tal afirmação não passa de uma estultice sem fundamento teórico ou científico. Mas, para uma parcela significativa de cidadãos que vive em constante conflito com um Estado perdulário e patrimonialista e, por isso mesmo, necessita estar onipresente quando se trata de tributar os contribuintes, essa é a mais pura verdade a resumir o modelo de país desigual que construímos para nossa própria infelicidade.
Pelo sim, pelo não, o fato é que, desde que essa expressão foi cunhada pelo filósofo francês Joseph-Marie Maistre, em 1811, para justificar sua tese de que a escolha de maus representantes se devia, basicamente, à ignorância popular, já que o povo não sabia usar do poder do voto para ser corretamente governado, existem ainda muitos defensores dessa teoria, principalmente no Brasil, onde ocorre, neste domingo, o que pode ser considerado o maior pleito eleitoral do planeta.
Não é pouca coisa, mas, pelo o que se tem visto e ouvido dos candidatos que estão nessa disputa pelos cargos de vereadores e prefeitos em 5.570 municípios, reunindo mais de 147 milhões de eleitores, a tendência é de que a qualidade desses postulantes não chegue a diferir muito dos antecessores. Pelo contrário, o que se acredita é que essa geração de políticos que está por vir seja ainda mais sofrível do que a anterior. Para se ter uma ideia do que nos espera, 66% dos candidatos que buscam se reeleger já estiveram filiados a uma série de outros partidos anteriormente.
Tal dança das cadeiras demonstra não só a fragilidade ideológica desses políticos, embora confirme a suspeita de que muitas legendas partidárias continuam a existir apenas como instituições privadas de aluguel, abastecidas com bilhões de reais dos fundos partidários e eleitorais. De fato, a miríade de partidos, já há bastante tempo, tornou-se um negócio muito mais lucrativo do que os cargos disputados, sejam eles quais forem.
O problema é que boa parte da população não desconhece esses fatos e ainda assim, misteriosamente, acorre em massa às zonas eleitorais a cada novo pleito. A questão aqui é que os rigores propostos pela população, ao reunir milhões de assinaturas para a proposição da Lei da Ficha Limpa, não resultou num ordenamento capaz de retirar de cena postulantes claramente enredados em ilícitos de toda a ordem.
Para o cidadão e eleitor, interessa uma reforma que acabe com os custos exorbitantes da atuação política em todos os níveis, eliminando, de saída, as mordomias descabidas. Interessa à sociedade que seja posto um ponto final na figura do suplente, na imunidade parlamentar, na formação de partidos de aluguel e outras excrecências que só oneram o contribuinte. O cidadão já deu algumas pistas do que deseja para o Estado, quando, por ele mesmo, foi confeccionada a Lei da Ficha Limpa.
Parece que as autoridades se deram conta de que o modelo de financiamento de campanhas coloca em risco a própria democracia. Basta atestar o ocorrido em governos passados, quando apenas um pequeno grupo de empreiteiras ficara com mais de 70% dos recursos emprestados, a juros camaradas, pelo BNDES, e que 75% dos recursos que bancaram as eleições de deputados estaduais, federais, governadores e senadores vieram dessas mesmas empresas. A coisa é extremamente grave!
Com o financiamento de campanha ocorre o mesmo efeito. Todas as propostas vindas à tona acenam para a resolução de efeitos imediatos, desprezando o cerne do problema. Também a realização do Congresso Internacional sobre Financiamento Eleitoral e Democracia, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, vem sendo feito a reboque dos acontecimentos.
Questões como voto de cabresto, curral eleitoral, caixa dois e outras manobras flagrantemente desleais e fora da lei, nascidas lá século XIX, continuam a existir sob novas roupagens e a desafiar a justiça. Pior é que muitos desses crimes acabam sendo remetidos à Justiça Eleitoral, inabilitada para examinar esses casos, o que acarreta, na maioria das vezes, que esses crimes caiam na vala comum da impunidade generalizada. Isso, por sua vez, alimenta novos ilícitos, num ciclo sem fim.
A frase que foi pronunciada:
“Os lugares mais quentes do inferno são reservados aos omissos.”
Dante Alighieri, escritor e político florentino
Leitor
Com as chuvas, a administração do Lago Norte precisa ter mais atenção no combate à dengue. Vizinhos da última casa do conj. 8 da QL2 estão preocupados com os restos de obra descartados em área verde, juntando escorpiões, baratas, ratos e muitos mosquitos.
Artigo
“E o Brasil?” É preciso encontrar logo alguém que pense, acredite no planejamento e tenha competência para executar, de maneira autônoma, com seriedade, um modelo de desenvolvimento econômico e social, antes que novos aventureiros assumam o poder. Getúlio introduziu o planejamento, JK e os militares o seguiram. Para ter êxito, não dá para ficar bem com as partes predadoras: os vampiros encastelados na sociedade. Os eleitores precisam entender que estamos no final de mais uma década perdida.” Leia, na íntegra, o artigo do professor Aylê-Salassié a seguir.
–> We can?! Recuperar o tempo perdido: como , com quê e com quem?
Aylê-Salassié F. Quintão*
A eleição de Joe Biden, democrata, à presidência dos Estados Unidos, indica um reposicionamento na política externa de metade dos países do mundo, onde os chefes de Estado foram contaminados pelo nacionalismo extremo, o liberalismo exacerbado e as sandices do republicano, que permanece no Poder até 20 de janeiro. O próprio governo norte-americano deverá retornar aos tempos de Obama. Começar tudo novamente. O Brasil não estará imune às consequências, por causa da conivência de Bolsonaro com Trump.
O caminho de Obama todos conhecem – respeito aos direitos humanos, universalização dos planos de saúde, combate ao terrorismo, crescimento da economia e multilateralismo.
O que chama mesmo a atenção é o fato de que, enquanto todos distraíam-se com o protagonismo das eleições americanas, a República Popular da China, aprovou o 14º Plano Quinquenal (FYP) 2021-2025, na quinta sessão plenária do 19º Comitê Central do Partido Comunista, encerrada na quinta-feira (05-10). Estabeleceram-se novas metas para o desenvolvimento social e econômico, com vistas a tornar a China o principal contraparte à hegemonia dos EUA no planeta, inclusive militar e tecnológico. A China caminha para uma nova era em sua história, frisou o presidente chinês Xi Jinping,
Após a fundação da República Popular da China, em 1949, a economia do país passou por um árduo período de recuperação. Em 1953, o governo central lançou seu primeiro FYP (1953-1957), que visava mudar o país de agrícola para industrial avançado, com foco na indústria pesada. E mudou! Com a economia planejada e sem a interferência dos políticos predadores, a Rússia recuperou-se e a China deu um salto no desenvolvimento.
Tinha à frente de sua economia pessoas totalmente concentradas nos planos de desenvolvimento. Nenhum prêmio Nobel . Cumpriria a etapa primeira do desenvolvimento, criando uma indústria nacional forte. Os próximos cinco FYPs destacariam o desenvolvimento agrícola e industrial para amenizar as carências internas de alimentos . Os planos deram continuidade ao desenvolvimento industrial pesado, que avançou em direção à tecnologia, e colocou os chineses na lua.
No último FYP os chineses tiveram um crescimento médio do PIB em torno de 10º, registrando índices anuais próximos de 14 por cento. Nele já se projetava a China como a primeira economia do mundo. Caminha para acontecer. Já desbancou os Estados Unidos como o primeiro parceiro comercial de muitos países, inclusive do Brasil.
A moeda chinesa , o yuan, ultrapassou o Euro em 2014, convertendo-se na segunda moeda mais utilizada no financiamento do comércio mundial, depois do dólar. Projeções na economia indicam que, nos próximos anos, a China será o maior investidor internacional do mundo. O renmimbi – o nome da moeda corrente – poderá tornar-se um dos eixos determinantes. Os seus ativos globais triplicaram, passando de quase seis e meio trilhões de dólares a vinte trilhões de dólares, o que fortalece a sua posição econômica global.
A projeção do 14º Plano é um crescimento médio de 5% ao ano, até 2035. Significa que os chineses estão prevendo anos muito promissores e, para não serem surpreendidos pelo esgotamento de alguns setores produtivos, uma pandemia e até com uma guerra, mostram uma certa modéstia ao fixar a taxa de crescimento econômico. Os indicadores da economia chinesa nesse período vai se aproximar de 50 %. Para quem trabalha com trilhões, é algo de se assustar.
Os EUA de Biden e seus aliados terão de conviver e competir nesse cenário. E o Brasil ? É preciso encontrar logo alguém que pense, acredite no planejamento e tenha competência para executar de aneira autônoma, com seriedade, um modelo de desenvolvimento econômico e social, antes que novos aventureiros assumam o Poder. Getúlio introduziu o planejamento, JK e os militares o seguiram. Para ter êxito, não dá para ficar bem com as partes predadoras. Os vampiros encastelados na sociedade. Os eleitores precisam entender que estamos no final de mais uma década perdida.
· Jornalista e professor
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Dizem os que fazem estudos “dos mais”, que o acontecimento “mais Brasília” até agora, foi a inauguração da loja da Vasp, e procuram reunir Pepone e D. Camilo quando relembram o Batista e o Padre Roque. (Publicado em 16/12/1961)
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Dizem, aqueles que sabem dar valor às suas conquistas, que o que faz prosperar um projeto, seja de que tipo for, é a atenção que dedicamos a ele. Esse conselho deveria valer, sobretudo, para os candidatos a cargos políticos, principalmente aos que buscam ocupar funções de gestores públicos no Poder Executivo.
Diferentemente de outros Poderes, o Executivo deveria ser o destino natural, apenas, para aqueles pretendentes que sentem o tino e a gana pelas funções administrativas e pelo fazer em nome e para o bem da coletividade. Nesse sentido, não admira que pouquíssimos são dos verdadeiros gestores públicos que se sobressaem nessa função, que exige quase que uma devoção total e verdadeiramente compromissada.
Não existe função mais trabalhosa do que cuidar do bem público, pois, nesses casos, milhões de olhos e ouvidos são postos sobre quem se propõe a essa tarefa ingrata. Sendo assim, não admira que poucos são os gestores públicos, sejam eles prefeitos, governadores ou mesmo presidente da República, que ao término de seus mandatos, ainda encontram, por parte dos eleitores, qualquer naco de simpatia ou apoio.
Administrar dá trabalho e, muitas vezes, é uma tarefa inglória. Sendo assim, a questão que surge é: por que muitos ainda se lançam nessa cruzada, mesmo sem qualquer traço de propensão? A resposta para essa pergunta singela pode estar no número assustador de ex-gestores que, hoje, encontram-se na alça de mira da Justiça, acusados de crimes de corrupção e outros delitos correlatos.
Ocupar funções e cargos no Executivo, apenas com o intuito de enriquecimento próprio, tem sido quase que uma regra geral por todo o país. Incrivelmente, alguns gestores não se avexam, sequer, em desviar recursos da Saúde e da Educação para o próprio bolso, numa espécie de tara e de desvio de caráter que se encontra explicação para esse comportamento pela incúria e fraqueza de nossa Justiça, incapaz de alcançar os poderosos delinquentes. Os casos recentes desse comportamento desleal são inúmeros por todo o Brasil, sendo que os principais acusados encontram-se soltos, graças às peripécias dos advogados e das relações, pouco republicanas, que entrelaçam juízes e políticos. Por enquanto, a nação vai assistindo ao aparecimento, aqui e ali, de governadores e prefeitos, envolvidos no que já se convencionou como o Covidão, ou seja, o desvio de recursos públicos destinados ao combate à pandemia do Covid-19. A cada dia, surgem novos e intricados casos, sendo que, no mesmo ritmo em que vão surgindo, com prisões e apreensões de bens, os tribunais e os desembargadores vão soltando ou relaxando as penas. Repetem-se os casos, todos eles movidos pela certeza da impunidade e da prescrição dos crimes.
Com a aproximação das eleições municipais, na qual milhares de prefeitos estão concorrendo, a única certeza que o eleitor médio tem de todo esse processo é que esse tipo de pleito, que não pune quem busca se reeleger e que já é alvo da justiça, e que não pune quem se candidata e já é alvo também da justiça, só serve para perpetuar e oficializar os casos de peculato e outros crimes contra a Administração Pública.
Em outras palavras, as eleições, dada a pouca atenção da Justiça, servem, apenas, para confirmar quem vai continuar praticando crimes ou quem irá substituí-los para um nova rodada de crimes. Aos eleitores, as batatas!
Frase que foi pronunciada:
“Em algum lugar dentro de todos nós, está o poder de mudar o mundo”
Roald Dahl, escritor britânico
Moderno
Quem trabalha com reciclagem tem futuro e reconhecimento do Congresso. Essa é uma atividade que promete. Basta ver como funciona em países abastados. Há boa vontade em estabelecer incentivos à indústria da reciclagem e criação de fundos para apoiar ações e projetos voltados para a reutilização de material descartado. Há discussões aguardando ao chamado da Comissão de Meio Ambiente, com relatoria do Senador Luis Carlos Heinze.
Necessidade
Pagar o Uber em dinheiro por vezes se faz necessário. A Câmara Legislativa quer que o transporte por aplicativo possa também trabalhar nessa condição. O projeto é da deputada Júlia Lucy. O texto vai ser votado pela segunda vez e depois encaminhado à sanção do governador.
Não custa nada
Uma das maiores responsabilidades sociais que temos como habitantes de uma cidade é separar o lixo. Plástico, isopor, papel, vidro, metal. Pessoas sobrevivem disso e mantém a cidade menos poluída fazendo esse trabalho. Da sua casa até a responsabilidade da coleta é o caminho necessário para dar dignidade a milhares de famílias do DF.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Merecia policiamento, a Estrada Parque D. Bosco, para que isto não se repita. É lamentável, é triste, é humilhante a gente conviver com gente violenta. Na W-3 os estragos têm sido poucos, parecendo que o apadrinhamento das árvores tem surtido bom resultado. Mesmo assim, é melhor expor as árvores que colocá-las nos gradis que outras cidades usam. (Publicado em 18/01/1962)
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PEC aprovada pelo Congresso prevê primeiro turno das eleições em 15 de novembro, e o segundo em 29 de novembro, neste ano de 2020. O avivamento das discussões sobre os escândalos da Lava Jato e suas consequências para a vida política do país estão, até o presente momento, completamente apagadas. Não se vê ou ouve, por parte dos postulantes, qualquer menção a esses crimes, seus personagens e, principalmente, as nefastas consequências decorrentes dessa sucessão de delitos que arrastou o Brasil para a mais profunda crise econômica e política de toda a sua história.
O mutismo em relação a esse mega fato se explica, em parte, porque ficou constatado que, além do Partido dos Trabalhadores, que organizou com método todo esse esquema, praticamente todos os partidos estiveram, direta ou indiretamente, envolvidos nessa maracutaia. Custa a crer que os candidatos não façam qualquer referência, até mesmo para mostrar que esses fatos não irão mais se repetir.
O silêncio sepulcral sobre os mais graves crimes de corrupção precisa vir à tona e ser debatido à exaustão, até que não sobre mais a mínima chance de que venha a ocorrer novamente. A razão ensina que não se pode falar em projetos futuros, quando um assunto dessa gravidade, enredando os principais personagens e dirigentes do Estado, jogando o nome e o prestígio do país na lama e gerando mais miséria e insegurança, não for devidamente discutido e encerrado.
Não chega a ser surpresa para ninguém que esse silêncio obsequioso faz parte de uma manobra que visa, sobretudo, reeleger os principais personagens desses crimes, na busca desesperada por prerrogativa de foro. Outros acreditam, e com boas razões, que haverá um grande acordo que será denominado de pacificação nacional, em que todos esses crimes serão esquecidos em nome de uma pressuposta união do país.
O que esse silêncio ou branco na memória em torno desses crimes revela, aos ouvidos daqueles que sabem escutar, é que o que está em marcha não são apenas as eleições de outubro sem voto impresso, auditável, mas um amplo movimento que visa construir uma falsa nova república, erguida sobre os mesmos pilares corroídos pela ética.
O que se está a fazer nessas eleições é a reforma de fachada de um velho prédio condenado a ruir. O estrondo provocado pelo colapso desse enorme edifício que ameaça, em breve, vir a baixo será a resposta natural a esse silêncio dos cúmplices.
A frase que foi pronunciada:
“Há silêncios que são mentiras.”
De Vogue
Quem pode? Quem não pode?
Está bem estranha a divulgação, de forma negativa, de autoridades recebendo amigos em jantares ou churrascos, sendo que e a mesma origem divulga fotos de verdadeira multidão nas praias pelo país. Aqui em Brasília mesmo, o piscinão é um exemplo de que todos estão cansados do assunto Coronavírus. Cervejinha gelada, sem máscara, churrasco e muita alegria.
Início: 19h
Efeitos
Literalmente surdos. O barulho no Plenário é tanto que funcionários antigos, principalmente da Câmara dos Deputados, começam a sentir os efeitos do trabalho naquele local. Seria interessante uma pesquisa mais profunda sobre esse assunto.
Pedido
Basta uma volta pelas superquadras da cidade para ver o perigo constante que são os bujões de gás do comércio em áreas públicas. A comercial da 213 Norte, bloco D.
Carinho
Foi Erica Coelho quem esteve presente no evento dedicado ao pai, o plantador de árvores em Brasília, Ozanan Coelho. Inaugurada, no CA1, a praça Francisco Ozanan, com o busto do homenageado.
Engordou?
Um estudo feito pelo farmacologista clínico e fármaco-nutricionista Dr. Paul Clayton, da Universidade de Middlesex, discorre sobre a relação do estado de espírito e a comida. Ele diz que optar por alimentos ricos em carboidratos deixam o indivíduo mais feliz e a opção por alimentos ricos em proteínas trazem mais foco e atenção.
Social
Toma posse da diretoria da Ação Social Caminheiros Antônio de Pádua, Salvelina Pereira Roldão Cabral. O projeto M + H, que trata de jovens vulneráveis, é o maior desafio,
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Quem fez a gente respirar no aeroporto não foi o sr. Bressan, coisa nenhuma. Foi o novo prefeito, foi sua esposa, que passaram a olhar para um logradouro que estava abandonado, empoeirado, com postes se acender (ainda está) e com poltronas acochadas.
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com a aproximação das eleições municipais, marcadas para 15 de novembro, em primeiro turno, e 29 do mesmo mês, em segundo turno, mais uma vez, voltam à cena a questão e a dúvida sobre o voto impresso feito de forma complementar ao voto eletrônico, conforme entendimento divulgado ainda em 2015, durante a minirreforma eleitoral.
Naquela ocasião, ficou decidido que o voto eletrônico fosse feito concomitantemente com o voto impresso, depositado de forma automática e sem contato manual do eleitor em local previamente lacrado. As dúvidas que pairam sobre a possibilidade de fraudes no sistema puramente eletrônico ainda são muito fortes em todo o país, principalmente por parte de profissionais das áreas de tecnologia, que entendem e enxergam inúmeras fragilidades desse tipo de urna.
Se, para muitos entendidos nessa matéria, ainda pairam diversas suspeitas sobre a inviolabilidade desse sistema, para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aquele mesmo que tem a prerrogativa de errar por último, já foi batido o martelo sobre a questão. Por maioria, os ministros dessa Corte decidiram, nessa última segunda-feira, dia 14, que a impressão dos votos pelas urnas eletrônicas é inconstitucional, mesmo que o voto eletrônico não possa ser auditado. Cogita-se que, na opinião da Corte Suprema, transparência nada tem a ver com democracia. Obviamente, a decisão, que chega com um atraso de cinco anos, decepcionou muita gente que acreditava que, mesmo parcialmente, o voto impresso seria adotado, já nessas próximas eleições municipais.
Com isso, mais uma bandeira política, erguida pelo atual presidente da República, em 2018, é derrubada, sem que ele mesmo esboce qualquer contrariedade sobre o assunto. Para o eleitor comum e contrariado, de nada adianta ir em busca de explicações razoáveis para essa decisão, feita na undécima hora, quando se sabe que essa corte trafega entre o sim e o não, pelas vias labirínticas do Direito, encontrando amparo legal, até mesmo, em assuntos que desafiam a onisciência de Deus.
O cidadão comum que quiser obter algum ganho, em qualquer ação judicial de reparação econômica, e que não apresentar recibos impressos comprobatórios que assegurem sua defesa, de forma material, pode estar certo que perderá a disputa por ausência de provas. Se até mesmo em procedimentos simples, como conta de luz, água e outras, exige-se a apresentação de provas impressas, que dirá nas eleições, onde a vida e o futuro de milhões estão em permanente jogo?
Sabendo, como todos nós sabemos, da índole duvidosa que move boa parte de nossa classe política, a segurança do voto impresso, mesmo que não seja absoluta, é mais uma proteção contra a ação de maus candidatos e contra as infinitas possibilidades da mente humana de burlar o que é certo.
O que os ministros do STF entenderam como “Inadmissível retrocesso nos avanços que o Brasil tem realizado para garantir eleições realmente livres”, trazidos pelo voto impresso, outros países, até mesmo muito mais populosos como o nosso, tais como os Estados Unidos, Índia e outros, já perceberam que o pleito eleitoral com base apenas em dispositivos e ferramentas tecnológicas ainda apresenta falhas e brechas que precisam ser sanadas.
O mesmo acontece com os argumentos de que o voto impresso acrescentaria um alto custo às eleições. Parece pueril diante de tantos outros gastos decididos pelo Estado e que a Nação entende como verdadeiros desperdícios de recursos.
Contra o entendimento da Corte, que considera que os “potenciais benefícios” trazidos pelo voto impresso seriam “ínfimos”, comparados aos prejuízos econômicos provocados, o senso comum do cidadão poderia argumentar, invertendo o raciocínio, que os benefícios do voto impresso seriam potenciais à democracia, o que tornaria seus custos uma questão “ínfima”.
A frase que foi pronunciada:
“Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.”
Mario Sérgio Cortella, filósofo, palestrante, educador brasileiro
UnB
Já escolhida a líder da lista tríplice que será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro para ocupar a reitoria da Universidade de Brasília. Márcia Abrahão Moura é a vencedora pela opinião da comunidade acadêmica. Mas freio nos ânimos. No Rio Grande do Sul, Carlos André Bulhões Mendes foi nomeado o novo reitor da UFRGS e era o último da lista.
Admiração
José Afonso Braga lançou um livro contando sua caminhada na vida depois de diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica. Para companhia nessa jornada, Braga conta com o apoio da família, de muitos amigos e, principalmente, com o otimismo que o ajuda nos próximos passos. O sucesso do livro foi tão grande que a versão impressa acabou em 24h.
Dúvida
Quem vem antes? As Fakenews ou os Institutos de Pesquisa? A estudar as eleições passadas, com divulgações de preferência do eleitorado totalmente fora do esquadro, há que se esclarecer.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os outros, comodamente, cruzaram os braços e anunciaram que a responsabilidade, é da Novacap ou da Prefeitura. Agora, com o ajardinamento da W-3, não é possível que o fato não venha tomar de brios os responsáveis. (Publicado em 17/01/1962)
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Faltando menos de dez meses para a realização das eleições municipais do país, talvez um dos maiores certames democráticos de todo o mundo Ocidental, persistem ainda problemas de toda a ordem, que vão desde mecanismos burocráticos dentro do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até questões menores, mas de grande importância e que, a cada nova chamada às urnas, é sempre apontada como essencial, mas igualmente desprezada por muitos.
Problemas com as licitações para a compra de 180 mil novas urnas eletrônicas poderão ocasionar atrasos indesejados no calendário eleitoral desse ano. Reunido às pressas, o TSE terá que decidir como resolver essa questão que envolve um custo de quase R$ 700 milhões. Em outro campo, seguem as incertezas sobre a possibilidade do novo partido do presidente “Aliança Pelo Brasil” conseguir romper os entraves burocráticos e habilitar oficialmente sua sigla a tempo das próximas eleições municipais.
Por certo, a coleta de assinaturas segue a todo vapor. Mas como a pressa é inimiga da perfeição, haverá contestações de última hora por parte da maioria dos outros partidos que disputarão o pleito. Seguem também as incertezas sobre a possibilidade de o ministro da Justiça, Sérgio Moro, vir a integrar a nova legenda, o que estrategicamente significa atrair mais eleitores, mais peso político, ao partido nascente, em vários grotões pelo país. Prossegue na dança das cadeiras dentro do Congresso, o que pode ter reflexos nas próximas eleições. Esses são problemas relativamente sanáveis, dependendo da articulação prévia dos candidatos. O mesmo pode acontecer com os entraves burocráticos no TSE. O que não pode perdurar, sob pena de vir a enfraquecer cada vez mais a representação popular, aumentando o descrédito da sociedade com relação aos partidos e aos políticos nacionais, é a pouca ou quase inexistência de elementos capazes de qualificar o voto de cada cidadão.
A frase que foi pronunciada:
“Bancar o valente nessa área da corrupção não dá.”
Antônio Carlos Magalhães
Aquaporto
Quatro anos atrás, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, foi interditado internamente porque chovia mais dentro do que do lado de fora. Imagens no a seguir. Hoje, modernizado e seguindo à risca um modelo de gestão e governança, simplesmente acreditando no novo papel a ser assumido. É um instrumento que amplia o desenvolvimento econômico e social, além de se instalar como um grande centro de negócios e entretenimento.
Animais
080061-8080. Este é o número da Central do Ibama que atende ligações para informações sobre animais silvestres capturados ou em cativeiro. Para denúncia sobre maus tratos de animais domésticos, o número é da Polícia Militar Ambiental e a reclamação pode ser feita via WhatsApp: (61) 99351-5736.
Manutenção
No sentido Norte/Sul, logo depois da Reserva Ecológica das Copaíbas, há uma cratera no asfalto causando danos nos automóveis, perigo para os motoqueiros e pedestres que andam no acostamento.
Busca
Brasília está com preços da gasolina bastante variados. De posto em posto, é possível verificar valores em até 30% menores em relação ao preço mais caro. Em tempos de tecnologia, falta um aplicativo que oriente o consumidor na escolha do posto.
Novidade
Super mercados de Brasília adotam o self service para pagamento das mercadorias compradas.
Alerta
Caramujos africanos começam a chamar a atenção dos moradores do DF. Já localizados em várias partes da cidade, devem ser vistos com cuidado. Jamais pegar no animal sem luvas. Faltam orientações por parte da saúde pública.
Posição
Criminalizar os excessos, mas não a manifestação cultural. Essa é a opinião do senador Randolfe Rodrigues em relação ao baile Funk. O assunto foi colocado em pauta para discussão na Câmara pela deputada Áurea Carolina, que é radicalmente contra a criminalização dessa expressão “cultural.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Deputados com interesses contrariados, estão tramando a queda do ministro Franco Montoro. Asnice, e da grossa. O que a maioria deles quer, nenhum ministro poderá dar, e se o fizer, estará desmerecendo o cargo. (Publicado em 13/12/1961)
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Classificados juridicamente como entidades de direito privado, embora exerçam funções públicas, os partidos políticos são as únicas instituições em todo o país, autorizadas por lei, a representar e fazer a mediação entre a população e um dos poderes do Estado, no caso o Legislativo.
Com isso, eles concentram, em si, o monopólio dentro da representação democrática, aferida em cada ciclo eleitoral. No desenho teórico, conforme inscrito na Constituição de 1988, os partidos políticos são considerados de suma importância para o regime democrático. De acordo com o inciso III do artigo 17 da atual Constituição, cabe a essas instituições obedecer a certas obrigações e preceitos muito claros, dentre eles a prestação rotineira de contas e de todo o gasto efetuado com a máquina partidária, de forma que se tornem, aos olhos dos contribuintes cidadãos, entidades absolutamente transparentes.
Depois dos escândalos recentes que revelaram como eram firmadas as relações entre as grandes empresas brasileiras e os partidos, com a captura do político pelo poder econômico, o Supremo Tribunal Federal foi forçado a publicar um acórdão proibindo o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas, de forma a pôr um fim na chamada Plutocracia que se instalara dentro do processo político nacional.
Essa distorção e captura se deu a um tal ponto que as centenas de milhões de reais que eram despejados pelas empresas nas legendas, e sobretudo naqueles políticos com ascendência nos partidos, mostraram que quem mandava de fato no processo político brasileiro eram esses financiadores, para os quais, posteriormente, as portas dos cofres públicos eram escancaradas.
Com essa barreira, imposta há exatos quatro anos, em 17 de setembro de 2015, obviamente que a temida asfixia dos partidos não se confirmou, uma vez que, logo em seguida, os políticos sacaram da manga do paletó um novíssimo modelo de financiamento, feito agora diretamente no bolso sem fundo dos contribuintes. Do investimento estratégico que as empresas faziam nos partidos, com vistas a estreitar e abrir caminho para suas pretensões dentro do poder público, saltou-se para um modelo em que o cidadão se viu de modo compulsório a custear não só as campanhas milionárias, mas o próprio partido. Com isso, as mais de três dezenas de legendas que superlotam o Congresso passaram a contar com duas fontes generosas e praticamente ilimitadas de financiamento: o fundo partidário e o fundo eleitoral.
Reajustados praticamente a cada ano, esses fundos, do ponto de vista dos eleitores e dos pagadores de impostos, representam uma verdadeira sangria na economia popular. A tão almejada transparência que se pretendia com esse novo modelo ainda é uma miragem perdida no horizonte. O fracasso desse modelo, de certa forma, era um fato já previsto por muitos. Como poderia entidades de direito privado, loteada por políticos que frequentaram praticamente todos os episódios de escândalos de corrupção nos últimos anos, passarem agora a receber vultosas e infindas verbas públicas e apenas com isso mudarem de comportamento ético?
Prova disso é o recente projeto de Lei (PL 5.029/2019) alterando, outra vez, diversas regras eleitorais, de partidos políticos e de valores de financiamento. Recebida pela população em geral como um projeto que afronta os mais elementares itens da moralidade pública, o PL abre, mais uma vez, as portas dos partidos políticos para a impunidade e o cometimento de crimes de toda a ordem.
A frase que foi pronunciada:
“Em uma República democrática, ninguém ostenta coroa e todas as cabeças do povo formam um todo soberano.”
Senador Lasier Martins
Falei das flores
Com a presença de Batista Reis, o FestFlor em Brasília promete ser um sucesso. A entrada é gratuita. O evento começa a partir de hoje, no pavilhão do Parque da Cidade, com cursos, palestras workshops (alguns pagos). Para participar, é preciso se inscrever no site da FestFlor (7ª Festflor Brasil 2019), na aba “Programação”. Essas são apenas algumas das atividades paralelas às flores. Veja todos os detalhes da programação a seguir.
“Park Away”
Chico Santana denuncia que o Park Way foi entregue como uma capitania hereditária ao distrital cearense João Hermeto de Oliveira Neto, um policial que antes das eleições era muito respeitado pelos seus pares. Demitiu toda a administração, foi um susto para os moradores da região, conhecidos pela luta que travam para a defesa do território. Veja a matéria do Chico no link: Park Way: Ibaneis nomeia representante de invasores de área pública para gerir licenciamento de obras.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Só esqueceu uma valeta, que é perto do Palace Hotel. Mas é preciso reconhecer, que quase quinhentas valetas foram fechadas em 36 horas de trabalhos consecutivos. (Publicado em 30/11/1961)
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Em sua prestação de contas, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em novembro de 2018, o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro, informou ter arrecadado R$ 4.377.640,00 dos quais gastou R$ 2.812.442,00. Com isso ficou provado, de forma cabal, que todas e quaisquer despesas efetuadas no passado para esse fim, para todos os cargos eletivos, estavam ou superfaturados ou tiveram, em suas prestações de contas, valores declarados de forma claramente enviesada, seja com a utilização de notas frias ou com outros mecanismos pouco ortodoxos, para dizer o mínimo.
Há também a possibilidade de que, em seus périplos pelo país, muitos candidatos tenham se portado como antigos e nababescos monarcas distribuindo moedas de ouro por onde passavam. Com isso, por exemplo, ao comparar os gastos de campanha da ex-presidente Dilma, em 2010 e 2014, que, segundo Antonio Palocci, custaram respectivamente R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, ou R$ 1,4 bilhão no total. A diferença chama a atenção pela disparidade desses valores. O pior é que, em sua prestação de contas, apresentadas à época ao Tribunal Superior Eleitoral, ela havia declarado gastos de R$ 153 milhões em 2010 e R$ 350 milhões em 2014, ou seja, um total de R$ 503 milhões nas duas campanhas.
Para um especialista em aritmética, não há como avaliar e comparar racionalmente esses gastos por suas disparidades ou incongruências, mesmo sabendo que essas despesas foram efetuadas num mesmo país. De qualquer forma, essa diferença de valores, apresentada ao TSE pela ex-presidente, é mais um problema para ela explicar aos tribunais.
O que importa aqui é que ficou comprovado que os gastos de campanha de praticamente todos os candidatos anteriores à presidência da República estão superfaturados ou maldosamente superdimensionados.
Não se sabe que medidas ou providências o TSE passou a adotar diante da evidência de tal disparidade de valores. Mas ainda assim esse não é, pelo menos por enquanto, o ponto central da questão. O problema está justamente centrado agora na pretensão absurda dos parlamentares em aumentar o Fundo Eleitoral para 2020 de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Somando-se ao Fundo Partidário, os contribuintes terão que destinar obrigatoriamente R$ 5 bilhões aos partidos com assento no Congresso, tudo isso apenas para as eleições do próximo ano. Lembrando aqui que a maioria desses partidos já possuem estruturas montadas nos estados e contam ainda com verbas generosas repassadas diretamente pelos Legislativos locais e federal para a manutenção dessas representações. Mesmo um eleitor desatento pode constatar com certa facilidade que tanto os partidos políticos como as próprias eleições se transformaram, a olhos vistos, em oportunidades vantajosas e altamente lucrativas. Não surpreende, pois, que toda essa dinheirama acabe ofuscando o essencial que é a democracia verdadeiramente representativa e ética.
A frase que foi pronunciada:
“É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos.”
Aristóteles, filósofo grego
Motos
É preciso cortar o mal pela raiz. Motos transitam em ciclovias e nos jardins das superquadras como se fosse permitido. Colocam em risco a vida de ciclistas e pedestres. A falta de campanha educativa está fazendo com que o trânsito de Brasília se iguale aos piores lugares do país.
Produção
Deu no Antagonista que Jean Wyllys fará residência na Universidade de Harvard, no departamento de estudos afro-latino-americanos.
Vale ler de novo
Por falar em Harvard, em evento organizado por alunos brasileiros, o general Mourão foi aplaudido mais de 10 vezes na solenidade. A pergunta do professor, cientista político e doutorando, Fernando Bizzarro, foi determinante para o sucesso do vice-presidente: “O senhor não teme que a associação das forças armadas, que são uma instituição permanente do Estado brasileiro, com um governo, que é algo necessariamente temporário, ela pode corroer a legitimidade e a unidade das Forças Armadas? Por que a lição que o general Geisel aprendeu não se aplica ao senhor?”, perguntou o professor. Interessante que parte da plateia aplaudiu o professor efusivamente. Até que veio a resposta: “O Geisel não foi eleito. Eu fui.” Nesse momento todos se levantaram para aplaudir o vice.
Caráter
Um jornalista se infiltrou como paciente de Heloísa Bolsonaro, psicóloga. A esposa de Eduardo Bolsonaro recebeu, por via eletrônica, o profissional por um mês. Parece que o tiro saiu pela culatra. Os leitores receberam muito mais informações sobre o jornalista do que sobre ela. A questão jurídica que a iniciativa desperta é susceptível a várias frentes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E por falar em doutor Jânio, o senhor, que viaja muito, não o encontrou por aí, não? O dr. Oscar Pedroso Horta hipotecou a casa dele em São Paulo, e eu nunca vi dinheiro espichar tanto. (Publicado em 30/11/1961)