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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Brasília vai parar. Pelo menos é o que acreditam todos a queles que entendem minimamente de trânsito. A quantidade de carros circulando hoje nas ruas do Distrito Federal indica que, a qualquer momento, as vias públicas irão literalmente colapsar devido ao intenso tráfego de mais de dois milhões de veículos. Pior é que esse número não para de crescer, com o acréscimo de milhares de automóveis entrando em circulação a cada ano. Há um limite racional, estimado pelos engenheiros, que traçam essas vias, para que o trânsito flua normalmente sem incidentes. Rompida essa margem, o que se tem são congestionamentos frequentes, acidentes recorrentes, vias intransitáveis e um enorme prejuízo para a cidade e seus cidadãos.
É sabido que cidades onde o trânsito é caótico, todos os serviços básicos e emergenciais de atendimento entram em pane. Tal fenômeno provoca uma queda sensível não só na qualidade de vida de seus habitantes como também geram prejuízos econômicos irremediáveis. Todos saem perdendo. As autoridades e, principalmente, a classe política local deve, de uma vez por todas, entender que o planejamento urbano é o ponto mais sensível de uma cidade. Qualquer falha ou remendo no delicado ordenamento urbano pode ser causa de prejuízo a todos igualmente, levando a inviabilidade da cidade. O trânsito é um desses delicados planejamentos urbanos que deve ser elaborado, nos mínimos detalhes, bem antes da implantação de bairros ou comunidades em áreas dentro e no entorno da cidade.
O colapso verificado na mobilidade dos brasilienses decorre do mal planejamento e da açodada política de assentamentos, feitas, unicamente, por motivações políticas eleitoreiras. Colocar as causas dos atuais congestionamentos das ruas da cidade de lado, significa, entre outros prejuízos, declarar que esses problemas irão não só continuar como poderão ser agravados num curto período de tempo, levando a situações irreversíveis.
A prosseguir nessa tendência de estímulo ao superpovoamento, a construção de novos bairros, de alteração dos gabaritos dos prédios e outras medidas, é certo que o colapso definitivo nas vias públicas virá em seguida. Não será surpresa, se, em continuidade com essa política equivocada, logo teremos o rodízio de carros na cidade, com incremento ainda maior para a indústria de multas. Também não será surpresa se todos os estacionamentos públicos, que hoje favorecem o comércio e outras atividades, virem a ser privatizados. Outra previsão é de que os estacionamentos residenciais irão ser fechados pelos moradores locais. As áreas verdes da cidade, que cada dia que passa vão virando estacionamento, irão desaparecer pouco a pouco, destruindo uma das mais importantes escalas da cidade: a bucólica.
Não há solução possível para o colapso no trânsito que não passe antes pelo respeito às escalas urbanas, pelo planejamento urbano, e pelo respeito aos compromissos firmados. Caso se chegue a essa fase de descontrole, o que também é uma possibilidade real, dada a sequência de ataques ao planejamento urbano, o resultado será o fim de Brasília como a conhecemos.
A frase que foi pronunciada:
“Dizem que o universo está se expandindo. Isso deve ajudar com o trânsito.”
Steven Wright
Tinta
O momento de reforçar a tinta das faixas de pedestres está passando. Nas entrequadras, N2, S2 estão todas quase apagadas, trazendo mais perigo na travessia.
Direito
Dad Squarisi reagiria, com certeza, à palavra stalking, que poderia muito bem ser substituída por perseguição. Não há razão de usar palavra estrangeira para identificar o que a Língua Portuguesa é capaz de fazer.
Ao redor do mundo
Comprovado o impacto negativo do celular em sala de aula. O Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Programme for International Student Assessment – PISA) indica a correlação negativa entre o aparelho e a aprendizagem. ‘A simples proximidade de um aparelho celular é capaz de distrair o estudante’.
História de Brasília
Não fui bem interpretado numa nota sobre a merenda escolar na escola da superquadra 107. Na minha opinião, ninguém merece mais elogios que o pessoal do plano Escolar o Plano Hospitalar. São dois planos que todo mundo quer alterar para pior, e a luta dos que o sustentam já tem custado muitos sacrifícios, mas um dia será reconhecida. (Publicada em 11.04.1962)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Se os políticos falassem apenas por suas atitudes, afirma o filósofo de Mondubim, por certo muitos deles seriam varridos do cenário nacional e da história do país.
Um ano após o início da atual legislatura na Câmara Distrital, o Instituto Exata de Opinião Pública apresentava uma pesquisa em que mostrava que de cada dez brasilienses, sete declaravam-se decepcionados com os políticos com assento na Câmara Legislativa. A sondagem mostrava que nada menos do que 69,5% dos moradores da capital da República se diziam contrariados e desiludidos com a sequência de escândalos que recaiam sobre os políticos locais e a Instituição. O motivo para tamanha contrariedade da população estava no fato de a Câmara Legislativa não usar de suas principais atribuições, particularmente quanto a fiscalização, sobre os gastos excessivos do Executivo. Outro ponto que merecia reprovação das pessoas pesquisadas naquela ocasião era quanto a gastança observada na própria Câmara local. De acordo com a maioria ouvida na pesquisa, havia um desperdício acentuado de recursos públicos.
Os entrevistados apontavam para a necessidade de economia nos gastos e miravam as verbas de gabinete e a verba indenizatória como exemplos de gastos exorbitantes que deveriam cessar de imediato. Para os brasilienses, mais importante do que legislar, apresentando projetos e leis, era economizar o dinheiro público e se afastar, para bem longe, de casos de corrupção.
Acima de tudo, o que os eleitores expressaram na pesquisa foi a importância fundamental da postura ética de cada um no exercício do mandato. Com a aproximação das eleições e término dessa legislatura, o balanço geral feito por muitos analistas indica que as eleições que se avizinham será uma das mais difíceis de toda a história da Câmara Legislativa, com a previsão de que possam ocorrer altos índices de renovação, da ordem de 70%. Isso se as urnas funcionarem com precisão.
Para os eleitores, os seguidos casos de malversação do dinheiro público, o pouco empenho do distritais em cortar despesas internas, conforme desejo expresso em campanhas pela maioria dos brasilienses, mostram que os atuais membros dessa legislatura não merecem ser reconduzidos ao cargo.
Para os eleitores, a redução em 40% da verba indenizatória não passou de uma manobra astuta para ludibriar a população. As constantes faltas de quórum em importantes discussões de interesse da população foram outro fator que pesou na opinião negativa da população.
Para um poder que ainda não conseguiu se entender com a população, não causa surpresa o fato de a Câmara Legislativa abrir licitação, no valor de R$ 55 mil para a compra de equipamento destinado à proteção dos policiais legislativos, já antevendo a necessidade de seu uso nas manifestações que certamente virão, caso o Legislativo local não mude de atitude e acerte os ponteiros com os princípios da ética, conforme insistentemente tem exigido a população.
A frase que foi pronunciada:
“A UnB é um inferno para quem quer estudar.”
Leitor devidamente identificado.
Lazer
Sem razão de ser, a ciclovia do Lago Sul dá as boas-vindas aos cidadãos da cidade com um portão preso a uma corrente. Parece um ritual de humilhação. Para entrar, é preciso se abaixar.
Multas
Agora, no mês de maio, os motoristas inventaram faixas que não existem para estacionar na festa da Igrejinha. Um prato cheio para o Detran e PM.
Arte
A delicadeza da Sra. Yamane ao fazer cartões postais com flores secas é de impressionar. Veja as fotos no blog do Ari Cunha
Vergonha
Sai ou não sai a reforma dos centros culturais da cidade? Qual a razão para tanta demora em devolver o Teatro Nacional à cidade?
Release
A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em colaboração com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Laboratório de Políticas Públicas Internacionais (Laboppi), realizará, nos dias 21 e 22 de maio, o Workshop Difusão de Políticas Públicas e Cooperação Internacional: Diálogos entre Academia e Prática. O evento tem como público-alvo estudiosos da academia e profissionais ligados a organismos internacionais, órgãos de governo da esfera nacional e subnacional, ONGs e think tanks, assim como sociedade civil. Link do evento e inscrição no blog do Ari Cunha.
Mais informações: ENAP – COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Notícia boa
Nesse mês a comunidade universitária – professores, alunos e técnicos – terão 40% de desconto nos livros publicados pela Editora UnB. Visite a loja, ao lado do Banco do Brasil do Campus Darcy Ribeiro, ou compre pelo site, enviando comprovante de vínculo com a UnB pelo e-mail http://lojavirtualeditora@unb.br / telefone: 3035-4200.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O seu Viscount, vindo de Recife, já se aproximava da cabeceira da pista, quando teve que arremeter, porque um Curtiss da FAB estava taxiando. (Publicado em 20.10.1961)