Cachorro louco

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: seduh.df.gov

 

            De boas intenções o mundo dos idealistas está abarrotado. Portanto, não bastam ideias, mesmo assentadas oficialmente no papel branco, para transformar, em realização, o que está previsto nos projetos. Com o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), pode ser assim também. As mais de 1,2 mil páginas do documento, sancionadas agora pelo GDF, detalhando todas as classes e subclasses de atividades econômicas que podem ser empreendidas na área tombada, em conformidade com o Plano de Preservação, traz muito mais permissões para a realização de atividades do que restrições, em respeito ao que determinam as disposições da Unesco para áreas consideradas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

            E esse é um problema que pode, num prazo curto, levar ao começo do fim do que ainda entendemos como tombamento de Brasília. Primeiramente, o documento volumoso abre várias possibilidades de atualização das regras, sempre que novas alterações forem introduzidas. Essa alternativa torna o PPCUB um documento aberto a novas intervenções, vindas de pressão dos eleitores, do Lobby poderoso dos empreiteiros, da volúpia dos deputados distritais ou de qualquer outro lugar.

             Para os leitores que se interessam pelo assunto e desconfiam das boas intenções políticas, basta cruzar as avenidas W3 Sul e Norte, observando, ao longo do trajeto, quantos barracos de latas existem hoje instalados em cada ponto de ônibus, vendendo de tudo. Em alguma dessas paradas, contam-se até quatro desses comércios improvisados, com caixa d’água no teto, cadeiras e mesas espalhadas impedindo a livre circulação, sujando a área.

            Ciente de que o GDF não enxerga essa deterioração que só aumenta no coração da cidade, esses estabelecimentos seguem se proliferando. O mesmo ocorre nas entrequadras, onde esses barracos de lata vão tomando conta de cada esquina. A comercialização desses espações segue também em alta. São verdadeiros aleijões que ajudam no acelerar da decadência constante do Plano Piloto. Para os brasilienses, que olham com desconfiança o que promete o PPCUB, essa situação degradante notada, ao longo de toda as avenidas W3 Sul e Norte, mostram que, entre o que alardeiam os políticos locais com esse novo projeto, não confere com a realidade factual. E tende a piorar.

            A cada nova eleição para a composição da Câmara Legislativa, a cada novo governador que virá, O PPCUB sofrerá pressões para se adaptar às exigências e aos novos ocupantes do Palácio do Buriti. Não é um documento que tem o poder de dizer “o que pode e não pode ser constituído dentro do local onde o empresário pretende empreender”, mas um órgão fiscalizador sério e eficaz, imune às pressões políticas, que aja com presteza, antes que o problema escale para outro nível.

            Num país onde as leis abundam e a obediência escasseia, o que se faz necessário é a criação de uma autarquia local voltada exclusivamente para a preservação da área tombada, que trabalhe em consonância com o que dispõe o documento da Unesco e não com o que almejam os políticos locais. Note-se que a degradação não só da área tombada, como de todo o Distrito Federal, foi acelerada ao limite depois da instalação da Câmara Distrital e da chamada maioridade política de Brasília. Foi a união entre empreiteiros e políticos locais que criou toda essa situação de deformação urbanística da cidade, com um inchaço populacional, com o clientelismo desenfreado e outras mazelas filhas da má ação política. Mesmo essa história de que “uma cidade tombada não pode ser vista como um empecilho ao desenvolvimento e social, mas como uma oportunidade de valorizar a população e desenvolver novas atividades econômicas”, já mostra a porta escancarada para novas investidas contra a preservação do Patrimônio Cultural da Humanidade.

            O futuro da área tombada com seus 112,5 Km² é o que deveria ser desde 7 de dezembro de 1987, época da inscrição de Brasília na Unesco. O que faz a beleza de muitas cidades milenares da Europa é justamente essa dedicação da população e do governo em manter intacta as obras artísticas, o traçado urbano e mesmo os edifícios dessas épocas, preservando a herança cultural e não permitindo o avanço empoeirado de uma espécie de progresso onde tudo é feito com base em lucros imediatos.

            Na verdade, é a falta de cultura que impede a compreensão, em toda a sua extensão, do que é Patrimônio da Humanidade. Uma cidade que vai se constituindo de puxadinhos e de improvisações e que, por isso, ruma acelerada para o envelhecimento precoce, necessita bem mais do que um documento como um PPCUB; talvez, quem sabe de uma guarda ou polícia especializada em reprimir com energia as violações ao tombamento. Ou é isso, ou prosseguiremos a correr, como um cachorro louco, em volta do próprio rabo.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A forma segue a função: isso tem sido mal interpretado. Deveriam ser um só, juntos em uma reunião espiritual.”

Frank Lloyd Wright

Frank Lloyd Wright. Portrait, 1954. Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos sob o ID digital cph.3c16657.

 

História de Brasília

Se colocássemos tôdas as obras da Novacap num só bloco, daria um edifício de três andares com a extensão de tôda a Avenida Atlântica. (Publicada em 21.04.1962)

Brasília, querida de (quase) todos

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Foto: jornaldebrasilia.com

 

           Como pode um Plano, que se intitula como de “Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília”, (PPCUB), aprovado agora na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), trazer, em seu âmago, não a defesa e salvaguarda do conjunto arquitetônico e urbanístico da capital do país, como era de se esperar, mas uma série de modificações drásticas nas regras de uso e ocupação do solo, pondo em risco, mais uma vez, o tombamento de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade.

          Na verdade, essa coluna nunca alimentou esperanças de que a CLDF fosse fazer algo diferente e em benefício da cidade e de seus moradores. Desde sua criação, dentro do processo de emancipação política da capital, que as regras de uso e ocupação do solo nessa cidade têm sido alteradas. Basta lembrar os projetos, que mudavam, da noite para o dia, a destinação e uso de lotes, que nada valiam para o mercado, em local para a construção de posto de gasolina ou empreendimento do gênero. Ou mesmo a transformação de áreas de interesse público ou de preservação em bairros imensos, sem infraestrutura e sem estudo de impacto ambiental, ou coisa que o valha.

         Foi assim também que a capital passou num átimo de exemplo de urbanidade para o país e para o mundo, em mais uma cidade inchada e com serviços e aparelhos públicos caotizados. Agora, sob o manto falso de Preservação do Conjunto Urbanístico, a cidade, mais uma vez, vê-se no risco iminente de ser submetida a modificações marotas, que irão alterar, de uma só vez, as escalas residencial, monumental e gregária. Com isso, os setores bancário, hoteleiro, comercial e de diversão, incluindo também a escala bucólica ou áreas verdes terão suas regras de ocupação e uso alteradas.

         Trata-se aqui de um dos maiores ataques já perpetrados contra à imensa área tombada da capital, desvirtuando sua originalidade e propósito, apenas para atender interesses particulares e escusos, totalmente contrários aos desejos dos brasilienses autênticos. Não seria exagero se algum político sério, que ainda existe nesse meio, vier a propor a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar todo processo que levou à aprovação desse Plano danoso e obscuro.

          Ao governador e às autoridades que lidam com a defesa da capital resta envidar todos os esforços necessários, para que esse projeto não vá adiante. Nem vale a pena, aqui, citar os inúmeros pontos polêmicos trazidos por esse Plano. São tantos, e potencialmente absurdos, que, se forem postos em andamento, não há mais que se falar em futuro ou em coisas como qualidade de vida.

         Os conceitos estreitos e obtusos daqueles que anseiam em pôr abaixo a originalidade arquitetônica e urbanística da capital só podem ser entendidos à luz daquelas propostas que são justamente urdidas no escuro, e por debaixo dos panos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Eu sou engenheiro há muito mais tempo que você”.

Israel Pinheiro, quando queria encerrar qualquer discussão

Foto oficial de Israel Pinheiro na Galeria dos Governadores do Distrito Federal (Brasil) no sítio do Governo do Distrito Federal

 

Quem não?

Qualquer internauta está sujeito a crimes cibernéticos. Mesmo a aparência de segurança do site, centenas de comentários favoráveis, endereço, marcas, tudo pode ser falso. Só a forma de receber o pagamento é garantida. A Polícia Civil do DF já realizou várias investigações com final bem sucedido contra esses esquemas fraudulentos.

Imagem: fastcompanybrasil

 

Acolhimento

GDF continua operação acolhimento para as pessoas em situação de rua. Dezenas de pessoas foram acolhidas com propostas de emprego e moradia. Foram vários caminhões para tirar o entulho de mais de vinte estruturas removidas.

Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

Obra de Victor Hugo

Renata Dourado, Vittor Borges, Érika Kallina, Gustavo Rocha, Rafael de Abreu Ribeiro e Rosa Benevides estão à frente da produção de O Corcunda de Notre Dame, o Musical que será apresentado pela Cia de Ópera de Brasília, na Escola de Música, 602 Sul, neste sábado e domingo, com duas sessões: às 17h e às 20h, Ingressos pelo Sympla.

Cena de O corcunda de Notre Dame: atualidade histórica – Foto: Divulgação

 

História de Brasília

Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas seja como fôr, êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)

 

 

Um jogo de vida e morte para a cidade

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Foto: Larissa Batista/G1

 

Quando o direito legal de fiscalizar as atividades urbanas deixa de ser realizado com firmeza, impedindo que o caos vá, dia a dia, dinamitando quaisquer possibilidades da vida civilizada nos espaços públicos, o que passa a ocorrer é a morte lenta da cidade, transformada, sob os olhos de todos, em um lugar inóspito, onde moradores evitam transitar sob pena de serem tragados pela violência e pelo lixo. A desordem urbana se alimenta justamente dessa falta de observância estreita dos órgãos de fiscalização, pagos pelo contribuinte justamente para impor a ordem e garantir o direito de todos a espaços saudáveis e seguros.

Não é preciso dizer que o caos medra como as heras onde falta a luz saneadora de um Estado responsável. Deixar o problema da desordem na ocupação desses espaços públicos se acumulando dia após dia sem uma solução definitiva e racional, só faz aumentar em volume uma questão que poderia ser resolvida de forma simples, caso houvesse a intervenção rápida do Estado.

O abandono dos espaços urbanos, entregues a uma infinidade de comerciantes que vendem de tudo e de qualquer maneira, inclusive alimentos sem fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária, pode resolver esse ou aquele problema de ordem social, mas há um custo a prejudicar toda a comunidade, moradores ou não, que passam a viver, literalmente, dentro de uma grande feira, um Calcutá modernista, aberto a todo o tipo de comércio, incluindo aí drogas, objetos furtados e contrabandeados ou frutos o descaminho.

A proliferação de quiosques ao longo não apenas das W3 Sul e Norte, mas também por entre as Superquadras, há muito deixou de ser um problema menor e rarefeito para se tornar uma questão do mais alto interesse de todos os moradores da área tombada, sob pena de pôr abaixo toda a ideia de uma cidade planejada, com prejuízos incalculáveis para todos. O fenômeno insidioso da decadência que aos poucos vai tomando conta das principais áreas centrais da capital não pode prosseguir.

Paralelamente a essa situação, assiste-se à desvalorização venal dos imóveis localizados nessas áreas abandonadas pelo poder público, com reflexos para todo o entorno. Numa situação dessa natureza, em que esses amplos espaços abertos, que fazem parte integrante do projeto de concepção da cidade, vão sendo literalmente invadidos e apossados por comerciantes, coloca o próprio governo numa posição delicada: de que lado desse problema ele pode se posicionar sem ter que descumprir o mínimo de obrigações?

O que não se pode permitir é que os contribuintes e pagadores dos mais altos impostos desse país venham a ser penalizados e abandonados em meio ao caos permitido governo após governo. O que é fato é que cidade alguma, em tempo algum, jamais logrou sobreviver em meio à desordem e ao caos urbano.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Fracassei em tudo o que tentei na vida./ Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. /  Tentei salvar os índios, não consegui.

Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. / Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. / Mas os fracassos são minhas vitórias.  Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”

Darcy Ribeiro, escritor, político e antropólogo.

Foto: Reprodução

 

 

Agenda

Dia 21 tem crônica na banca da Conceição. Marina Andrade, voz e violão, complementa a inauguração da estante preta com Waleska Barbosa, apresentando o livro “Que o nosso olhar não se acostume às ausências”.

Foto: Reprodução/Instagram

 

 

Boa

Essa é bem do Alexandre Ribondi, mestre do teatro e de inglês. “O Flamengo que vá se Qatar!” Reconheça Ribondi. Foi um jogo bonito.

O meia Arrascaeta comemora gol durante a partida contra o Al-Hilal. Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP (oglobo.globo.com)

 

 

Verdade

Essa é do Ricardo Ghirlanda. Dá um peixe ao homem e ele irá se alimentar. Ensina-o a pescar e ele não passará mais fome. Mostra-lhe a Internet e ele não terá mais paz.

Charge do Alpino

 

 

Prata da Casa

Tania Fontenele, radiante com a exibição do filme sobre o nascimento de Brasília pelas mãos das mulheres: Poeira e Batom. Dessa vez em Paris, na Sorbonne. Sucesso total!

 

Diga lá

Valeria à pena uma pesquisa junto à população. Uma noite com Luan Santana na virada do ano ou uma semana de pronto socorro funcionando?

Foto: Divulgação

 

 

Cariocas

Nada tira o humor no Rio de Janeiro. A árvore de Natal instalada na lagoa já foi apelidada de “Maconhão”!

Foto: diariodorio.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A aviação comercial brasileira quando se reúne, é um Deus nos acuda; para o governo, por causa das subvenções, e para o povo, por causa dos aumentos de tarifas. (Publicado em 12/12/1961)

A ideia é deles o problema é nosso.

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Foto: pelomundodf.com

 

Todo esse empenho do governo de Brasília para a criação de um novo bairro para assentar milhares de famílias, por mais humanitário que possa parecer à primeira vista, não funciona quando se percebe que, sem um minucioso planejamento urbano de infraestrutura de suporte, o projeto fica solto no espaço e capenga.

Em linhas gerais, esse tem sido o processo recorrente e decidido por nove em cada dez governantes da capital, respaldados claramente e por razões óbvias, pelas bancadas com assento no Legislativo local.

O que decorre desse jeito especial de administração é também sentido por todos. Deixando de lado as questões de carência e mesmo inexistência no abastecimento de água, de rede de esgoto, de asfalto, segurança, e de escolas, para ficar apenas nesses quesitos, esses novos bairros, surgidos do nada, passam a pressionar os serviços públicos que servem às outras regiões, criando o caos no atendimento.

A ideia irracional de se criar um problema e depois as soluções para esse problema, ao inverter a lógica, deixa para todos os habitantes, indiscriminadamente, só aperto. Para se ter uma ideia das consequências desse tipo de política, feita de trás para a frente, e apenas para focar no problema específico do atendimento público de saúde.

Basicamente todos os hospitais e postos de saúde das administrações regionais vivem superlotados, sem um número de profissionais adequados. Pacientes continuam a morrer nas filas de espera. Não há leitos, não há medicamentos. Os atendimentos são precários.

Apesar dessas mazelas as cifras dispendidas no funcionamento da rede de saúde local são altas e sempre crescentes. A demanda por saúde é tão intensa que nem mesmo a criação de novos hospitais daria conta do recado. O ministério Público local, diariamente tem que recorrer e fiscalizar para o sistema não entrar em colapso. E pensar que todo esse drama diário poderia ser evitado lá atrás com a adoção de um simples e consistente planejamento urbano, tantas vezes menosprezado e negligenciado.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O Brasil vive a síndrome do impasse. Exageramos de tal maneira nossos problemas que estamos perdendo a obrigação de enfrentá-los”

Jaime Lerner, urbanista brasileiro

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

 

 

Pesquisa

Gabriel Vasconcelos, doutor em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio, pesquisador na Universidade da Califórnia, Irvine, Yuri Fonseca, doutorando em Decisão, Risco e Operações na Universidade de Columbia, NY, João Madureira, doutorando em Modelagem Computacional, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, elaboraram uma pesquisa minuciosa sobre os boots e ataques coordenados no movimento de impeachment de Gilmar Mendes. Todos os detalhes desse material podem ser vistos, na íntegra, a seguir.

Análise de dados do Twitter para campanha de impeachment contra Gilmar Mendes

 

Twitter

Ao todo, foram analisados 17.913 tweets #GilmarMendesVaiCair, no dia 15 de novembro de 2019. Esse número foi fixado dentro das limitações de download da API do Tweeter. As conexões entre os usuários são realizadas com o conceito de seguir (são unilaterais). A API do Twitter permite que diversos aplicativos se conectem a ele para os mais variados fins. A partir de sua API, o Twitter começou a ser utilizado em aplicações rodando em dispositivos móveis, periféricos, entre outros.

 

 

Total

Bot, diminutivo de robot, também conhecido como Internet bot ou web robot, é uma aplicação de software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão, da mesma forma como faria um robô. Gráficos da pesquisa apresentada pelo blog do Ari Cunha mostram que dos 17939 tweets analisados foi identificado um total de 5479 usuários, ou seja, uma taxa de 3,27 tweets por usuário. Em um universo de 300 mil tweets, o número de pessoas participando seria próximo de 100 mil. 99,8% dos tweets com #GilmarMendesVaiCair não são de bots.

Foto: AFP / EVARISTO SA

 

 

Universo

Interessante notar sobre os retweets dessa campanha contra o ministro do STF. Chegam a 72%. Exatos 1794 pessoas replicaram a mensagem, o que na matéria da vortex mídia parece que esse número ficou limitado aos que se manifestaram a favor da saída do ministro. Na verdade, o universo de internautas é de quase 100 mil.

Veja a matéria na íntegra: Campanha no Twitter por impeachment de Gilmar Mendes tem marcas de ação coordenada

 

 

Veja só

Artistas por toda parte do país mostram com humildade que se arrependeram do voto dado nas últimas eleições. Veja a seguir alguns vídeos disseminados pela Internet. As razões do arrependimento, as dicas e o amor pelo país. Regina Duarte, mantém o que sempre disse: foi firme na tempestade e agora mostra a razão.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outro argumento, para acabar com a história: governo quando é bom, tanto faz aqui como na China. É bom em toda a parte. (Publicado em 06/12/1961)

Brasília, de quem?

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Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

Desde 1960, os leitores que acompanham o dia a dia dessa coluna, sabem que desde o primeiro momento de sua publicação, a defesa dos interesses da capital do país tem sido um norteador e uma prioridade absoluta desse espaço. Mesmo após o falecimento de seu fundador, o jornalista Ari Cunha, essa tem sido a bandeira defendida e seguida pela coluna Visto, Lido e Ouvido. Obviamente que, ao se colocar de forma incisiva e intransigente na defesa do Distrito Federal, da sua população e dos ideais que guiaram seus idealizadores, não foram poucas as vezes que contrariamos pessoas e grupos poderosos, cujos os interesses não coincidiam com os mesmos professados pelos brasilienses, pelos pioneiros, pelos candangos e outros grupos que para aqui vieram em busca de uma nova cidade que pudesse abrigar o novo homem, conforme proposto e sonhado por aqueles que projetaram e construíram a nova capital do país.

Para essas paragens selvagens, vieram os brasileiros movidos pela coragem e desapego, em busca apenas de uma oportunidade para viver com dignidade junto a sua família. Não foi por outro motivo que, quando se anunciou a tal da maioridade política para a capital, nos mesmos moldes em que eram realizados em outras unidades da federação, essa coluna foi tomada por um misto de desalento e premonição de que essa inovação na administração do Distrito Federal não resultaria em ganhos para a seus habitantes, mas, e sobretudo, em lucros e favorecimento para os políticos e todos os grupos a eles ligados, como era prática corrente em outros estados brasileiros.

O temor era que os ideais políticos e partidários viessem a se sobrepor aos reais interesses da capital e de sua gente. Hoje, passadas quase três décadas dessa experiência, infelizmente temos que considerar as premonições eram não só acertadas, como ultrapassaram aos mais pessimistas vaticínios. Em boa hora e como uma graça dos céus, quis o destino que Brasília fosse incluída no rol das cidades monumentos tombados pela Unesco, o que, de certa forma, deu uma visibilidade internacional a capital, dificultando, em certo ponto, que viesse a ser completamente desfigurada como pretendido por muitos.

O inchaço da cidade e a superlotação dos serviços públicos, a criação de bairros inteiros sem infraestrutura e sem planejamento, o esgotamento dos recursos hídricos, a invasão de terras públicas, a corrupção desenfreada, a construção de verdadeiros elefantes brancos sem utilidade para a população, a precariedade nos transportes e na segurança pública estão entre algumas heranças deixadas pela experiência trazida pela representação política imposta à capital.

Embora se saiba que essa situação jamais será revertida, essa coluna vai continuar insistindo para que os ideias que orientaram a construção de Brasília permaneçam vivos. Nesse sentido, repudiamos e alertamos para o perigo representado pela declaração feita pelo atual governador Ibaneis, que classificou o tombamento de Brasília como “hipocrisia boba”. A fala foi feita durante a entrega à iniciativa privada do complexo composto pelo estádio Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Centro Aquático Cláudio Coutinho. Lembrando que, com relação ao Mané Garrincha, considerado um dos estádios mais caros do planeta e cujos os políticos e empreiteiros estão sendo processados na justiça, foi justamente uma dessas heranças malditas legadas pela administração política da capital.

Para o atual governador a cidade, em função do tombamento, “vive atrasada”. Não se sabe o que o governador quis dizer exatamente com essa afirmação. O fato é que declarações como essa mostram a necessidade de ficarmos ainda mais alerta e atentos para que novas heranças malditas não possam ser deixadas por aqueles que estão apenas de passagem por essas bandas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Deixemos entregues ao esquecimento e ao juízo da história os que não compreenderam e não amaram esta obra.”

Juscelino Kubitschek

Foto: Gervasio Batista/Arquivo Público do Distrito Federal

 

 

Alemanha

Depois da tragédia de Brumadinho, a empresa alemã TÜV SÜD parou de emitir certificações de segurança em barragens. Será que os alemães sabem que o acidente poderia ser evitado pelos germânicos? É só uma sugestão para o programa da TV alemã “Extra 3”.

Foto: Divulgação / TÜV SÜD

 

 

Noruega

Em Barcarena, no estado do Pará, fábricas norueguesas contaminavam a água causando diarreia e vômito na comunidade e o envenenamento dos peixes. Como tudo o que incomoda termina em morte no Pará, foi o que aconteceu. Paulo Nascimento, que organizava protestos sobre o assunto, morreu assassinado. E quem poderia falar alguma coisa disse apenas que isso era um caso para a polícia. É só para mostrar a autoridades da União Europeia que, antes de banir importações do Brasil, como sugerem os países nórdicos, saibam sobre os estragos que fazem por aqui.

Foto: Ascom/Semas

 

 

Amizade

Alemanha e Noruega são países amigos do Brasil. Se algumas empresas mancham nossa natureza muitas outras iniciativas alemãs e norueguesas, sem interesses comerciais, participam dando a mão para minimizar os problemas sociais do país com projetos que realmente mudam vidas, para melhor, é claro.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando um homem nega socorro a um semelhante em dificuldades, quando um homem vê um à morte, ensangüentado, e se nega a transportá-lo, sendo, isto, além do mais, uma obrigação de sua profissão, é uma lástima. (Publicado em 29/11/1961)

Maioridade política e a destruição urbanística da cidade

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Foto: laboratoriobrasilia.blogspot.com

 

Desde que foi anunciada, há algumas décadas, a chamada maioridade política da capital, esta coluna já previa que a mudança no status administrativo do Distrito Federal traria consigo não apenas uma hoste de políticos com ganas de poder, mas um grupo determinado a transformar Brasília numa espécie de mina de ouro a enriquecer os mandatários de turno e sua agremiação de entorno.

É isso justamente o que tem ocorrido ao longo de todos esses anos. Cada grupo desse que chega ao Buriti e Câmara Legislativa, de quatro em quatro anos, vem cheio de ideias e projetos que, observados de perto, com mais cuidado, visam apenas ao fortalecimento econômico de sua grei, pouco se importando com assuntos complexos do tipo planejamento urbano ou respeito a diretrizes de tombamento e outros complicados e trabalhosos temas necessários à conservação urbanística e única da capital.

Interessante que desses grupos que se revezam no poder político local, curiosamente, nenhum deles é capaz de apresentar projetos sérios, exequíveis e necessários para urbanizar as muitas regiões administrativas da cidade, todas elas carentes de jardins, calçadas, iluminação e outras obras de infraestrutura. Curioso também que nenhuma dessas administrações políticas jamais tenham apresentado e realizado projetos de reurbanização das W3 Norte e Sul, obras essas que trariam um renascimento nesse que é o principal eixo econômico da capital e que, por si só, representaria uma nova revitalização em todos os setores ligados a essa importante avenida. O que se vê são calçadas quebradas como uma maquiagem passageira.

Com um projeto simples de uniformização dessa artéria, setores como os hoteleiros Sul e Norte, a Rodoviária Central e outras áreas ganhariam mais dinamismo e movimento, o que atrairia a atenção de novos investidores. Ao contrário desse que seria um projeto de bom censo, os ocupantes do Palácio do Buriti e da Câmara Legislativa, muitos dos quais sequer conhecem em profundidade e na sua totalidade a cidade de Brasília, parecem delirar com projetos, todos eles, sintomaticamente, mudando e alterando regras de gabarito e de tombamento, como guiados por mãos invisíveis daquelas que enxergam em cada canto da cidade uma oportunidade de lucro.

Depois dos projetos visando alterar e modificar áreas como o Setor Comercial Sul e adjacências, construindo moradias naquela localidade, sem qualquer planejamento de impacto e em flagrante confronto com o idealizado para aquela região por seus urbanistas e arquitetos, é chegada agora a vez de investir contra o Setor de Indústrias Gráficas (SIG), mudando-lhe o gabarito e aumentando a ocupação das construções, entre outras transformações. Também nesse caso é preciso lembrar que essa é uma área inclusa dentro do plano de tombamento. Como aconteceu em outras partes da cidade, é importante deixar aqui registrado que a maioria dos arquitetos, urbanistas, professores e especialistas consideram que essa é mais uma tentativa, vinda do setor especulativo e de empreiteiros da cidade, para lucrar com essas mudanças mesmo que elas arruínem, por completo, o projeto original da capital.

Para aqueles que entendem a importância de Brasília como patrimônio Cultural da Humanidade, a ser permitida essa mais nova investida contra a cidade, estarão abertas as portas para a descaracterização da capital conforme anseiam os políticos e os especuladores que surgiram com essa malfadada maioridade política de Brasília.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“E o espaço criado pelo capital é realmente um espaço muito sedutor – desde que você tenha o dinheiro.”

Alessandro Busà, PHD em planejamento urbano. Citação do livro The Creative Destruction, de Nova York: Engenharia da cidade para a elite.

Foto: facebook.com/creativedestructionofNY

 

 

Publique-se

Paula de Araújo Pinto Teixeira publicou timidamente o melhor livro para crianças que já li desde Sylvia Orthof. Com um texto absolutamente encantador, conta a história de um almoço na casa da vó Rute onde o menu do dia é o arco-íris. Educativo, instrutivo, delicado e marcante. Daqueles livros que não saem de você. Rasguem os livros de princesas que vem coisa ótima por aí.

 

Qualidade musical

Hoje é dia de Espaço Arte. O violonista brasiliense Jaime Ernest Dias e o pianista português João Lucas vão encantar o público no Clube do Choro de Brasília, com o álbum “Cerrado Atlântico – Uma conexão cultural pela música”. O álbum com repertório autoral celebra a relação cultural entre Brasília e Portugal.

Foto: facebook.com/jaimeernestdiasoficial

 

 

Novidade

Em 60 dias, os hospitais públicos e particulares estarão obrigados a acrescentar nos cursos de pré-natal informações sobre a ‘manobra de Heimlich’, que desengasga bebês.

Arte: otempo.com

 

 

Embrapa

Quem tem ideias para a Embrapa agora é a hora de se manifestar. Mais de 2 mil representantes de diversas iniciativas com ciência, tecnologia e inovação já foram consultados para subsidiar a produção do VII Plano Diretor da empresa.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O colegiado do IAPFESP esteve aí, e não tomou nenhuma providência quanto à construção de alvenaria no canteiro de obras. E não aparece, também, o responsável pelo uso de alvenaria para residências provisórias, o que encareceu demais a obra. (Publicado em 26/11/1961)

Tombamento e eleições

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Foto: Valter Campanato (veja.abril.com.br)
Foto: Valter Campanato (veja.abril.com.br)

           Passados 31 anos desde que Brasília recebeu o honroso título de Patrimônio Cultural da Humanidade, segundo avaliação feita pela Organização das Nações Unidas para a Ciência Educação e Cultura (Unesco), as comemorações sobre essa conquista inédita, desbancando, naquela ocasião, bens muito mais antigos e famosos como as Pirâmides do Egito, a Acrópole de Atenas e a Grande Muralha da China, as preocupações acerca da manutenção dessa façanha se sobrepõem às próprias comemorações.

         O descuido com a preservação de nosso patrimônio histórico é patente e pode ser conferido com o dramático incêndio que consumiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, reduzindo a cinzas boa parte do acervo material que conta nossa história. Embora o tombamento como Patrimônio Cultural e o processo de emancipação política da capital tenham se dado em datas muito próximas, a decisão da Unesco em aceitar Brasília nesse distinto rol internacional significou um enorme empecilho burocrático contra a investida destrutiva da especulação imobiliária que, nessa altura, já atuava com grande desenvoltura.

           A saída, pensada para driblar e romper as novas restrições, veio justamente da união entre os empreendedores da construção civil e a nova classe política que emergiu com a emancipação. Dessa união surgiu uma profusão de candidatos bancados diretamente pelos próprios empresários de olho nos rendosos negócios de terras no Plano Piloto e em todo o Distrito Federal. Não por outra razão, que a partir desse encontro formado por empreendedores gananciosos e políticos locais sem escrúpulos que os ataques contra o patrimônio passaram a acontecer numa constante surpreendente, o que necessariamente levou os técnicos da Unesco a incluir a decisão de reverter o ato de Tombamento, poucos anos depois, incluindo a capital modernista entre os sítios passíveis de perderem, para sempre, o status de Patrimônio da Humanidade.

           Possuindo a maior área tombada do mundo, com 112 Km², Brasília poderia explorar muito mais a condição de turismo voltado para a arquitetura e urbanismo, mas os repetidos ataques especulativos ao seu desenho original, único em todo o mundo, tem afugentado a maioria dos turistas que viajam ao redor do planeta apreciando essas obras do gênio humano.

          Para piorar uma situação que se agrava a cada ano, com as alterações ao gabarito original da cidade, que vão sendo costuradas a cada novo ciclo de governo e principalmente a cada nova legislatura que irá compor a Câmara Distrital, o silêncio e mesmo a ignorância demonstrada pelos novos postulantes que pretendem governar a capital torna visível a pouca importância que dão ao tema do Tombamento.

         Para esses candidatos que ora se apresentam nas eleições gerais aqui do DF, o tema Tombamento significa, antes de tudo, o fim da moeda política de troca de lotes por votos, o que viria, inclusive, a decretar o fim da tão propalada emancipação política, feita em cima desses ativos.

         De fato, a preservação de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade não interessa nem aos políticos que ora correm atrás de votos, nem aos especuladores que os financiam e, por uma razão simples, nem um, nem outro sabe o que isso realmente significa para a capital e sua gente e qual a importância disso para o futuro da cidade.

A frase que foi pronunciada:

“A arte, como a natureza, cria formas para seus próprios fins, num mundo onde tudo é tanto tangível como intangível.”

Tomie Otake

Foto: Catedral - Ivan Mattos Fotografia
Foto: Catedral – Ivan Mattos Fotografia

Remuneração

No texto do Projeto de Lei que obriga os presos a trabalhar, uma nota técnica da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho propõe que haja a garantia da remuneração não inferior ao salário mínimo vigente.

Foto: Osvaldo Afonso/Imprensa MG (g1.globo.com)
Foto: Osvaldo Afonso/Imprensa MG (g1.globo.com)

Mãos à obra

Por falar nisso, uma parceria entre a administração do Varjão e a FUNAP possibilitará a prestação de serviços de manutenção, recuperação e conservação predial e de áreas públicas do Varjão.

Foto: Vinícius Werneck/TV Globo (g1.globo.com)
Foto: Vinícius Werneck/TV Globo (g1.globo.com)

Diagnóstico

Em entrevista na CBN, o Dr. Rodrigo Rizek Schultz deu informações importantíssimas para famílias onde há idosos. Além de esclarecer situações importantes sobre o mal de Alzheimer, trouxe uma novidade de conduta médica: os profissionais da saúde devem sempre perguntar ao paciente como está a memória. Se a resposta indicar uma pesquisa, os estragos da doença poderão ser minimizados.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ocorre, entretanto, que o sr. Sette Câmara só tomará posse na próxima semana, e até lá a cidade não pode esperar. (Publicado em 31.10.1961)

Agindo por conta própria sem pensar nas futuras gerações

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Imagem: quidnovi.com.br
Imagem: quidnovi.com.br

         Faltando pouco mais de cinco meses para as próximas eleições, ao que tudo indica, serão as mais imprevisíveis de todos os tempos, torna-se no mínimo inquietante e ruinoso, para o futuro da capital, que os deputados distritais venham, no fechar das cortinas da atual legislatura, a apreciar e votar processos tão abrangentes e com tantos desdobramentos para a vida dos brasilienses como são os casos relativos a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e o projeto que estabelece a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE).

        Tratam-se aqui de duas medidas que, segundo especialistas em questões urbanas, irão provocar significativas alterações em todo o quadrilátero do Distrito Federal, impactando, de forma imprevisível, todo o funcionamento e a prestação de muitos serviços da capital, já sobrecarregado há anos pela incúria proposital dos governos vizinhos de Goiás, do Tocantins e de Minas Gerais.

         A possibilidade de essas duas novas diretrizes se tornarem um fato consolidado e irreversível coloca em jogo a viabilidade futura da própria capital. É preocupante que não haja debates em instâncias diversas, que por dever de ofício, têm a obrigação de discutir problemas dessa natureza.

          Felizmente, no caso da Luos, a intervenção providencial da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, invalidando a tramitação desse projeto sob o argumento de insuficiência de debates públicos vem em boa hora para dar maior fôlego e reflexão sobre o assunto. A questão da conurbação, fenômeno comum a maioria das capitais brasileiras e em que as regiões vizinhas passam a formar uma só área urbana homogênea e caótica, precisa ser seriamente pensada de forma a não repetir aqui o que já acontece hoje em cidades como o Rio de Janeiro, tornada uma megalópole ingovernável e com as consequências que já conhecemos.

         No caso ainda da Luos, a questão ganha maior relevo quando se sabe que esses debates eram protagonizados por um cipoal de interesses de toda ordem, principalmente eleitoreiros e paroquiais. No planejamento e no controle de grandes áreas urbanas, como proposto pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, e que envolve todas as regiões administrativas do DF, o que está em jogo e na mira dos políticos e empreiteiros são quatrocentos mil lotes devidamente registrados e que não podem vir a reforçar o tão pernicioso e antigo esquema que tantos males tem causado à capital.

      Com relação à RIDE, criada em 1998, propondo a integração dos 12 municípios no entorno de Brasília, a proposta, já aprovada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, prevê a inclusão dessas localidades no desenvolvimento conjunto do DF. O que preocupa, nesse caso, e que não está claro para muitos, é como se dará essa integração de forma racional e satisfatória, quando se conhece as limitações econômicas e políticas de um governo fraco e em fim de mandato. Ações de integração desses e de outros municípios no entorno do DF e que poderiam resultar em melhorias para todos indistintamente, como é o caso da ligação ferroviária de Brasília a São Paulo por exemplo, não são sequer mencionadas.

A frase que foi pronunciada:

“Desocupa-se simbolicamente o tombamento com a mão esquerda e reforça-se a gentrificação com a mão direita. Esse processo é conhecido e não revela um novo pensamento, mas a persistência das velhas formas de se fazer política.”

Emilia Stenze

Rádio Garden

Experimente no blog do Ari Cunha o Rádio Garden. Trata-se de um aplicativo onde pontos verdes brotam no mapa mundi. Cada ponto é uma rádio ligada ao vivo com o som nítido e claro. Quem diria que o velho rádio não perderia a majestade para a internet!

Link de acesso ao site: http://radio.garden/live/brasilia-df/radio-eixo/

Gestão de Pessoas

Um encontro na Escola de Administração com o apoio da Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão vai apresentar um estudo sobre o pessoal ativo da Administração Pública Federal. Dia 28, a partir das 14h30. Um retrato da força de trabalho no setor. Convidados para os painéis, os especialistas Marizaura Camões (Enap) e Daniel Ortega Nieto (Banco Mundial). Mais detalhes no blog do Ari Cunha.

Link para mais informações: ENAP – Informe de Pessoal

Agora Brasileiro!

Nagib Nassar é um dos pesquisadores com maior tempo de atuação e produtividade no CNPQ. Ingressou na instituição como bolsista de 1976 até 2018. Continua ensinando e pesquisando ainda hoje. Conheça mais sobre essa personalidade no blog do Ari Cunha.

Link de acesso ao site: http://www.geneconserve.pro.br/

Leitor

Discordando ou não, segue mais uma sugestão prática do leitor José Rabelo: “O BRT é uma complicação desnecessária. O BRT é um ônibus comprido que seria perfeitamente substituído por dois ou três ônibus, rodando cada um a cada 10 minutos. Seria bem mais prático e muito mais barato.”

Foto: g1.globo.com
Foto: g1.globo.com

Release

Chega o aviso assinado pela Stephania Rodrigues, da assessoria do DER, informando que o Departamento de Estradas de Rodagem do DF, no sábado, das 08 h às 15h, realizará o bloqueio de parte da EPTG, próximo ao córrego Vicente Pires, no sentido Plano Piloto-Taguatinga para colocação das vigas metálicas. O trânsito será desviado para as vias marginais.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Estou recebendo, agora, um comunicado do Banco da Lavoura, informando que a partir de hoje, serão aceitos estes cheques. (Publicado em 21.10.1961)