Tag: #Sustentabilidade
Aumento da pressão mundial pelo meio ambiente é um sinal dos tempos
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Nesses últimos meses, tem sido pesada a carga de artilharia voltada contra o governo Bolsonaro, vinda praticamente de todos os ambientalistas, com destaque para os defensores do meio ambiente nos países desenvolvidos. Lá fora, essa carga tem sido maior devido à exposição contínua de denúncias em foros internacionais e na imprensa, talvez por conta do grande interesse que esse tema possui junto as populações desses países, assustadas com as visíveis consequências que as mudanças climáticas têm ocasionado em todo o planeta.
Os constantes alertas feitos por renomados cientistas, biólogos e todos aqueles que estudam essas mudanças no clima, alertando para um eminente e irreversível aquecimento em todo o globo terrestre, são, cada vez mais, levados a sério pela população, que, por sua vez, pressiona seus representantes políticos no sentido de adotarem medidas de proteção interna e externa.
Pressionados pelo peso da opinião pública, líderes de muitos países da Europa se veem obrigados a adotar medidas contra todos aqueles parceiros econômicos que não estão respeitando as novas regras de combate à poluição e de preservação do meio ambiente. Nesse rol de países que têm sido acusados diuturnamente de desrespeito, as boas práticas de conservação o Brasil têm sido o destaque, ocupando quase todas as manchetes nos noticiários diários sobre essa questão.
Tão intensas e sérias se tornaram essas campanhas no exterior que hoje já é possível afirmar que o governo Bolsonaro vem se transformando numa espécie de vilão ambiental em escala planetária. O pior é que aquelas pessoas e órgãos que deveriam cuidar para melhorar essa imagem, nada têm feito dentro e fora do país. Declarações desastradas do próprio presidente e de alguns de seus assessores diretos nessa questão, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não só não têm ajudado a esclarecer esse assunto, como têm jogado mais lenha nessa fogueira.
Nesse sentido, de nada adianta o governo contestar metodologias de checagem de desmatamento de órgãos como o Inpe. Ao redor do planeta, circulam, constantemente, dezenas de satélites com as mais avançadas tecnologias de monitoramento ótico, oferecendo, em tempo real, a situação da derrubada de matas na Amazônia e em outros pontos do mundo. Deixando se levar pelo discurso soberbo do agronegócio nacional, o governo Bolsonaro vai vendo sua imagem se diluindo e com ela a credibilidade do Brasil, quanto a importantíssima questão ambiental. Os assassinatos recentes de lideranças Wajãpi e o périplo mundial feito por caciques como Raoní têm elevado o tom de críticas contra a política excessivamente leniente do Brasil na questão da preservação do meio ambiente.
Estudiosos do clima reunidos agora em Genebra, no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, prometem arregimentar forças contra o descaso das autoridades brasileiras nessa questão, apresentando nosso modelo de agronegócio como um sistema suicida e insustentável. Com isso, crescem, num ritmo geométrico, as pressões internacionais para que todos os países adotem medidas que impeçam, a tempo, a inviabilização de nosso planeta. Nessa questão crucial, o atual governo, por mais que ofereça evasivas ao problema, terá que adotar medidas concretas, sob pena de não poder, inclusive, circular livremente pelo mundo.
A frase que foi pronunciada:
“Eles destruíram as suas terras e agora querem controlar as nossas? Nós temos diamantes, temos ouro, pedras preciosas saindo de forma ilegal (…)”
Governador Coronel Marcos Rocha, no Rondônia ao Vivo
Governo Federal
Estudos quase no final em relação ao Bolsa Família. A ideia é evoluir e bancar um programa de treinamento técnico para os beneficiários do programa. Pela pesquisa, seriam 13 milhões de famílias beneficiadas. Até dezembro, a novidade será divulgada.
SXSW
Em março de 2020, artistas de Brasília poderão participar do festival norte-americano South by Southwest. Tracy Mann foi convidada a orientar músicos, cineastas e projetos de economia criativa para participar do evento ano que vem.
Só resta torcer
Circula pela cidade a informação de que já está aprovada a privatização do Estádio Mané Garrincha, do Ginásio Nilson Nelson e do Complexo Aquático Cláudio Coutinho. Pelos próximos 35 anos, o consórcio Arena BSB assumirá a gestão do complexo. Por enquanto, o GDF e o grupo administrarão em parceria por seis meses.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Como, no regime parlamentarista, é o parlamento que elege o presidente, concordamos com a eleição para deputado e senador. É um ponto de vista particular, sem nenhuma pretensão, que defendemos por amor a Brasília. (Publicado em 26/11/1961)
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É bom o governo ir colocando em prática logo todas as providências acertadas com os negociadores europeus durante os acordos de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. A esperança de que esses tratados possam agregar mais US$ 10 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia, e outros bilhões num futuro próximo, não serão tão fáceis de serem implementados como acreditam e propagam alguns otimistas dentro do governo. Obviamente que se trata de um acordo que pode fazer o Mercosul renascer das cinzas, dando fôlego também à economia estagnada de nosso país.
É preciso lembrar que a maioria das cláusulas contidas nesses acordos precisam ser aprovadas, primeiramente, pelo parlamento de cada país e é aí que mora o perigo. O que resultará das negociações políticas dentro de cada um dos parlamentos na Europa é ainda uma incógnita e dependerá não só das eleições que ocorrerão nesses países, com a formação de maiorias dentro desses parlamentos, como da pressão de grupos de interesse interno, formado por agricultores, ONGs e defensores do meio ambiente e outros de cunho nacionalista.
Ambientalistas europeus, que não veem esses acordos com bons olhos, formam um grupo coeso e forte politicamente e costumam ter suas decisões acatadas pelos governos de muitos desses países signatários. A preocupação com os efeitos do aquecimento global e outras questões ligadas ao ambiente do planeta nesses países possuem um peso político considerável e são capazes de derrotar ou eleger candidatos, dando novo rumo a esses tratados.
A bancada verde, tanto do Reino Unido, como da Alemanha e da França, já vem se mobilizando para dificultar a aprovação desses acordos na sua totalidade por desconfiar de ações, por parte do Brasil, principalmente, em combater e punir os casos de desmatamento, do uso de agrotóxicos perigosos, a invasão de terras indígenas, a poluição de rios e outros temas ligados ao meio ambiente. Para piorar essa situação, as esquerdas europeias, municiadas ou açuladas pelos seus correligionários da América do Sul e do Brasil, estão realizando uma verdadeira maratona para melar esses acordos, com base em vieses ideológicos.
Outra barreira considerável para o deslanche desse tratado, como pretende o Mercosul e o Brasil, vem de setores da economia daquele continente, temerosos de perderem seus incentivos e terem ainda que concorrer com produtos de origem e qualidade duvidosas. Ambientalistas dos dois continentes temem que esses acordos acelerem, ainda mais, o processo de desmatamento no Brasil para o alargamento das fronteiras agropecuárias. Nesse sentido, pouco podem fazer as campanhas de publicidade do governo mostrando que o Brasil respeita o meio ambiente, uma vez que o monitoramento hoje desse processo é feito por sofisticados satélites e por alta tecnologia que pode, em tempo real, mostrar a derrubada de matas virgens, queimadas e outros ataques à natureza.
Diante de um quadro de dificuldades dessa magnitude, ou o governo muda seu discurso e prática com relação ao meio ambiente ou perde a oportunidade de fazer valer um grande tratado, vantajoso não só para a economia, mas que pode dar novo e definitivo rumo à questão da preservação do meio ambiente, que já é hoje considerada em todo o mundo o maior patrimônio de um país.
A frase que foi pronunciada:
“Denúncias cheias de nada.”
Ministro Sergio Moro sobre a lenga-lenga da oposição.
Novidade
Importantes projetos em votação no Senado. Um deles, o PLS 392/2016, autoriza o saque do FGTS nos casos em que a demissão for pedida pelo empregado. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é direito do trabalhador, não do patrão.
Invasões
Sobre a decisão da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor, que está analisando um projeto sobre o “marketing invasivo”, há o aplicativo TrueCaller, que forma uma rede de consumidores que informam quando se trata de ligações por spam. O aplicativo é bastante simples. Os parlamentares discutem providências para bloquear essas ligações. Tudo o que se puder somar para frear essa forma irritante de marketing é valido.
Divulgação
A Fundação Estudar está com as inscrições abertas e gratuitas para LIDERA, evento anual da organização sem fins lucrativos e que reúne alguns dos principais nomes da transformação no Brasil. Já estão confirmados o professor da Universidade de Harvard, palestrante internacional e autor dos livros “Pipeline da Liderança” e “Execução”, Ram Charan, além de Angela Duckworth, autora de “Garra” e professora da Universidade da Pensilvânia, e do técnico Bernardinho. Mais detalhes a seguir.
–> O evento, que acontece no dia 5 de agosto, será transmitido pela internet. Na oportunidade, a Fundação Estudar também apresenta os bolsistas aprovados no Programa de Líderes 2019. Os interessados em participar devem se inscrever até o dia 15 de julho pelo link: LIDERA ESTUDAR.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outra da festa: os que trataram do elefante que divertia a gurizada, maltrataram demais o animal, que ficou ensanguentado. (Publicado em 24/11/1961)
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Já está por demais evidenciado, pela ciência, que as intensas relações comerciais, num mundo globalizado e cada vez mais sedento por alimentos, têm causado enormes e irreparáveis estragos ao meio ambiente, esgotando recursos naturais e depauperando os solos férteis, aumentando sensivelmente o processo de desertificação de grandes extensões de terras. Fenômenos como esses são particularmente observados aqui no Brasil, sobretudo com o avanço de um agronegócio do tipo predador, que não respeita nem acata qualquer ponderação que coloque em xeque esse tipo de exploração intensa e sem ética. Importa, a esses novos milionários do campo, lucros sobre lucros. Para tanto, não se intimidam em utilizar todo e qualquer produto, por mais tóxico e cancerígeno que seja, para aumenta seus ganhos.
Somos, por isso, reconhecidamente, o país que mais utiliza os chamados defensivos agrícolas, muitos dos quais proibidos e banidos em diversas parte do planeta. O avanço sistemático sobre matas nativas, córregos, nascentes de água, vão acontecendo de forma rápida e sem controle, o que tem colocado o Brasil, perante o mundo, como o país que mais tem devastado o meio ambiente em busca de lucros imediatos. Essa situação interna, de total descontrole e destruição dos recursos naturais, já chegou ao conhecimento de vários países desenvolvidos, muitos dos quais parceiros comerciais do Brasil.
Ocorre que, nesses países, que já experimentaram no passado esse processo de degradação de seu meio ambiente em busca de lucros fáceis, a consciência de que esse modelo predatório traz sérias consequências futuras é uma realidade já aceita e pacificada. Por outro lado, esses países, principalmente aqueles que integram a União Europeia, o segundo maior mercado para os produtos brasileiros, vêm sofrendo enorme pressão interna, por parte de movimentos de preservação do meio ambiente, para que cessem o comércio com países que sistematicamente agridem e destroem a natureza.
Essas pressões, que já ganharam o apoio massivo da sociedade, vêm recebendo também um reforço de peso por parte dos cientistas que estudam esses fenômenos climáticos, o que tem obrigado muitos governos a reverem seus posicionamentos sobre as relações comerciais com aqueles países que não cumprem os compromissos ambientais e colocam o lucro acima de tudo e quaisquer outros valores.
Por esse novo ângulo, nas tratativas comerciais com nossos parceiros da Europa, já é possível notar que já existem imposições éticas sérias às tratativas negociais que estão postas sobre as mesas, principalmente com relação ao respeito ambiental. Essa nova reformulação de acordos é alimentada por informações precisas fornecidas por um conjunto de cientistas que tem provado em suas pesquisas que os efeitos da não observância do respeito à natureza têm reflexos não só para esses países que produzem sem ética, mas para todo o planeta igualmente, como provam os recentes acontecimentos climáticos verificados mundo afora.
Na edição dessa sexta-feira da revista Science, 602 cientistas de importantes instituições de pesquisa da Europa veicularam uma carta em que pedem aos seus governos que condicionem a compra de insumos produzidos no Brasil ao cumprimento dos compromissos ambientais. Nessa carta, os cientistas e outros pesquisadores de 28 países recomendam que os europeus consumam produtos produzidos no Brasil que respeitem os princípios de sustentabilidade, que levem em conta ainda os direitos humanos. Recomendam ainda aos governos que rastreiem a origem dos produtos comprados para saber se essa produção leva em conta, além da preocupação com a natureza, o respeito às comunidades locais e aos povos indígenas. Trata-se, segundo esses cientistas, de uma questão prioritária e extremamente relevante.
“Exortamos a União Europeia a fazer negociações comerciais com o Brasil sob as condições: a defesa da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; a melhora dos procedimentos para rastrear commodities no que concerne ao desmatamento e aos conflitos indígenas; e a consulta e obtenção do consentimento de povos indígenas e comunidades locais para definir estrita, social e ambientalmente os critérios para as commodities negociadas”, diz um trecho da carta, alertando que, apenas em 2011, a União europeia importou do Brasil toneladas de carne bovina produzidas graças ao desmatamento de uma área equivalente a mais de 300 campos de futebol por dia.
Outra preocupação dos cientistas é com a intensa atividade mineradora no Brasil, a maioria feita por empresas multinacionais que não respeitam questões ambientais, como bem provaram os recentes desastres em Mariana e em Brumadinho, ambos em Minas Gerais. Exterminaram rios ricos em vida e nenhuma punição à altura foi dada.
Nos últimos doze meses, o mundo tem assistido a um processo de desmatamento sem precedentes na já sofrida região amazônica. Foram 13,7% de destruição da floresta nesse período, o maior número dos últimos dez anos, o que equivale a 7.900 quilômetros quadrados, ou cinco vezes a área de São Paulo. Nessa região, a principal responsável pelo desmatamento continua sendo a pecuária, pela transformação de florestas nativas em pasto para o gado, criado solto.
É preciso salientar ainda que esse desmatamento tem tido, nos últimos anos, como parceiro, justamente a União Europeia que tem comprado esses produtos. Para alguns cientistas, é preciso, portanto, que a Europa pare, de uma vez por todas, de importar o desmatamento. O comércio sustentável é, cada vez mais, uma pauta sobre as mesas de negociação, graças às pressões da sociedade mais informada e que agora conta também com o respaldo em peso da comunidade científica.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O governo está para terminar, e a Novacap não decide a questão das granjas de pessoas que nada produziram. A vergonha continuará para a próxima administração, quando a atual devia dar o exemplo. (Publicado em 18.11.1961)