Tempo de hienas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Alpino

      Quando, há dois anos, um leitor afirmou que não demoraria muito tempo para que a nossa tão desacreditada justiça mandasse devolver todo o dinheiro que foi desviado pela turma petista da Petrobras e de outras estatais, assim como dos fundos de pensão e de todos os locais onde essa gente raspou os cofres, teve gente que duvidou que tal audácia, mesmo vinda das altas cortes do Olimpo, seria possível.

        Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal, decretando a “descondenação” do artífice mor do mensalão, tudo dentro da novilíngua jurídica da era lulista, todo o resto desse capítulo, de nossa infame história, parece seguir seu rumo natural, ou, pelo menos, as estratégias que as altas cortes traçaram para possibilitar que o ex-condenado Lula volte a subir, com pompas e circunstâncias, a rampa do Palácio do Planalto.

        Caso isso aconteça, com ele estarão subindo, à tal rampa palaciana, toda essa gente que participou, direta e indiretamente, do maior caso de corrupção já visto na história do país. Com ele, virão ainda os mesmos meneios malandros dessa arte degenerada de fazer política, as mesmas táticas e artimanhas para sangrar o Erário Público e todo um passado sinistro que se supunha ter encerrado, no momento em que as chaves da prisão desse personagem deram três voltas na fechadura pondo fim a uma saga de crimes.

        Alguns meses se passaram, tempo suficiente para a poeira do esquecimento começar a cobrir esse caso, e os ministros supremos, como já era previsto, decidiram libertar Lula do catre e devolvê-lo às ruas. Não às ruas, propriamente dita, porque nesse ambiente aberto e onde reina a voz solta da população, Lula não se atreve desfilar. Isso, de certa forma, criou uma espécie de prisão para quem se gabava de ser o maior líder popular de todos os tempos. Lula vive hoje amasiado dentro de nichos fechados, onde só entra gente escolhida por ele. Nem nos aeroportos é visto. Lula é prisioneiro de suas aldrabices, resumindo sua existência ao mundo virtual das mídias sociais.

        Aberta a Caixa de Pandora pelo STF, toda fumaça funesta ali contida vai se espalhando pelo ar, contaminando a todos, principalmente os operadores de justiça, que agora vêm, na Lava Jato, um mal a ser imediatamente apagado das páginas de nossa história, para que as futuras gerações não vislumbrem a possibilidade de fazer renascer, no Brasil, os elementos básicos de toda e qualquer justiça, digna do nome. O fato é que, a par i passo, todas as pegadas, ainda vivas, que levam às cenas dos crimes, precisam ser desfeitas. Realizada essa tarefa suprema, resta, como seria óbvio e ululante, devolver aos pseudo-inocentados e “perseguidos” políticos, todo o espantoso volume desse butim, orçado em bilhões de reais.

        A eles, para que a justiça seja feita, nesses moldes que aí estão, caberão ter de volta toda essa dinheirama, para que assim se cumpra o ditado que diz que justiça pela metade não é justiça. Para começar esse estorno às algibeiras de origem, não as estatais ou aos cofres públicos, como seria correto num país decente, o STJ, que anteriormente havia condenado esse triste personagem, decidiu que a devolução dessa dinheirama deve começar pelo pagamento de uma indenização, feita pelo ex-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallangnol. a ninguém menos do que ao próprio Lula, a quem chamou de chefe de quadrilha.

        Por sua aberração ficcional, só vendo aquele capítulo que mostra o criminoso Pinguim, como figura pública respeitável, perseguindo o Batman, numa trama às avessas e que parece anunciar um tempo de hienas.

 

A frase que foi pronunciada:

É só cruzar as faturas que eu emiti com a contabilidade do PT para ver se a campanha de 2002foi paga por dentro ou por fora.”

Duda Mendonça

Foto: Estadão Conteúdo (15.mar.2006)

 

Apoio

Com participação na FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), alunos do Colégio Militar do Recife precisam de muitas visualizações na Internet para que os brasileiros conheçam o projeto. Veja a seguir.

Outro mundo

Ambientes que eram seguros para se viver agora não são mais. O útero, que deveria ser o lugar mais cuidado pela sociedade, virou terra de ninguém. Seres humanos são jogados no lixo. Escolas, onde os pais levam os alunos pelas mãos pensando no futuro, registram ocorrência de violências tanto físicas quanto psicológicas.

História de Brasília

O senador Afonso Arinos representante do Brasil junto à ONU, como chefe de delegação, almoçou, ontem, sem protocolo, na Churrascaria do Lago. Tirou o paletó, pôs à mostra seus suspensórios pretos comeu frango com salda e tomou vinho Granja União Bonarda. (Publicada em 20.02.1962)

Confiança cega é um passo no escuro

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Charge: Bessinha

 

Dentro do que ensina a Filosofia sobre o silogismo, todo o argumento racional, baseado numa premissa universal, conduz a uma conclusão e uma leitura da realidade. Assim é possível entender que a compreensão do todo, parte sempre de um fato indiscutível. Em Jeremias 17:5 está escrito: “Maldito o homem que confia no homem…” Essa sentença, per si, induz, entre outras afirmações, que o homem é um ser falível, portanto não se deve depositar cegamente todas as esperanças nas decisões dos homens. Isso por um simples motivo: os homens são seres imperfeitos.

Perfeição não é um atributo humano, natural ao homem. De outra forma, a sentença bíblica poderia ficar armada, dentro dos princípios do silogismo, da seguinte forma: Todos os seres humanos são passíveis de erro. Ministros da Justiça são seres humanos. Logo os ministros da Justiça são passíveis de erros. Colocada dessa forma essa sentença se mostra clara e explica, per si, o comportamento e sobretudo certas decisões oriundas desses magistrados e que, claramente, vão contra qualquer lógica ou argumento racional e universal.

Nesses últimos tempos, os brasileiros têm assistido, com espanto, a um conjunto sucessivo de decisões emanadas da Suprema Corte que, para dizer o mínimo, tem surpreendido a todos, mesmo aqueles mais acostumados ao Brasil surrealista de hoje. Obviamente que essas decisões, acertadas ou não, terão repercussões gerais e devem ser acolhidas mesmo assim, conduzam elas para o bem ou para o mal de todos.

Nessa semana o Desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), João Pedro Gebran Netto, ao negar o pedido de nulidade do ex-presidente Lula, da sentença em primeira instância que o condenou no caso do sítio de Atibaia, fez questão de deixar registrado em seu parecer jurídico que “não comunga” do entendimento da corte suprema de manter como regra geral retroativa a ordem diferenciada para a apresentação das alegações finais entre réus delatados e delatores. Entende aquele magistrado que essa determinação não tem base legal e não pode ser usado como regra para processos passados. “Me parece que o que fez o Supremo Tribunal Federal é criar uma norma processual não escrita …que só poderia valer com efeito ex nunc, jamais uma norma processual com eficácia retroativa”.

Em outra oportunidade, e apenas para ficar no caso de decisões emanadas por esses ministros, o STF autorizou, por nove a dois, o compartilhamento de informações sigilosas da receita Federal com o Ministério Público e a Polícia Federal, sem a necessidade de autorização judicial prévia.

Com essa decisão a corte corrige uma decisão tomada em caráter monocrático pelo presidente Dias Toffoli, feito durante o recesso e que paralisou quase mil ações por todo o país, o que acabou desencadeando um clima de incertezas, não apenas no judiciário nacional, mas, inclusive no exterior, retardando ações de investimentos externos, por conta do temor de que a lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros estava de volta com força total.

Essa decisão, felizmente revista sob o olhar atento da opinião pública, e aquela que suspendeu a prisão após julgamento colegiado em segunda instância, e que para muitos ainda segue em aberto, se inserem no cipoal de medidas recentes que asseguram a falibilidade humana, mesmo daqueles situados no alto da República, e só reforçam a ideia de que a confiança cega entre os homens é ainda um passo arriscado no escuro.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Até Deus só se arrependeu de uma coisa depois que o mundo ficou pronto. De ter feito o homem”.

Dona Dita lembrando de Genesis, 6:6,7

“A Criação de Adão” de Michelangelo

 

Emocionante

Veja no blog do Ari Cunha como funciona o ritual do Idaho Hospital em respeito ao doador de órgãos. Em gesto respeitoso, funcionários e familiares que receberão os órgãos do doador perfilam nos corredores para agradecer e dar o último adeus.

 

 

Doe

Famílias carentes serão atendidas pela parceria entre os Vicentinos do Santuário São Francisco de Assis, Movimento Segue-me e Perseverança. Um Natal especial está sendo preparado pelo grupo. Se quiser doar os itens que estão faltando é só conferir a lista no Blog do Ari Cunha e entregar na secretaria do Santuário, que fica na Asa Norte, SGAN 915. Desde já todos agradecem.

 

 

Sorte

Sobre o sequestro no HRT, além de ter 15 seguranças, é preciso que eles recebam capacitação para impedir uma ação dessas. Constatou-se que a quantidade não foi suficiente. A sorte da família de Miguel é que a sequestradora era mais ineficiente que o sistema.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Por causa disso as professoras que estão atendendo os pais das crianças estão recebendo dos que não compreendem a posição das mestras, estão praticando verdadeiras agressões morais senhoras e senhoritas que os atendem. (Publicado em 07/12/1961)

 

Mecanismo poderosíssimo

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Foto: Nelson Jr./STF/Divulgação

 

Em tempos de flagrantes recuos no combate à corrupção, quando toda a nação é forçada, pelos ditames da Lei maior, a assistir impassível o avanço das forças do atraso, numa orquestração conjunta de próceres dos Três Poderes, vozes minoritárias e perdidas nesse mar revolto da cupidez se apresentam como um farol de esperança a assinalar a rota segura do bom senso e a volta ao eixo da ética. São justamente esses personagens solitários, que ousam ir contra a maioria esmagadora de néscios, que fazem a história e que vão ganhando mais estatura à medida em que seus pares vão se transformando em pó, esmagados pela força poderosa de todos aqueles que anseiam por um país liberto dos males da corrupção. Dentre esses poucos personagens que despontam e pairam muito acima desse mar de lama, merece destaque, por sua firmeza e clareza de ideias, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso.

Em pronunciamento recente feito no plenário do Supremo, o ministro lembrou que, a despeito de todo os esforços feitos após a eclosão do mega escândalo do mensalão em 2015, mudaram o governo, mas as práticas não mudaram. As práticas corruptas dentro do Estado prosseguiram no mesmo ritmo.

Nessa sequência delitiva e desenfreada, logo surgiria a Operação Zelotes que investigaria desvios de R$ 20 bilhões. Seguiu-se a Operação Greenfield que revelaria um esquema de investimentos fraudulentos que gerou mais de R$ 8 bilhões de prejuízos aos fundos de pensão das empresas estatais. Nesse caso, tratava-se de dinheiro do trabalhador, atingindo em cheio as poupanças amealhadas por anos a fio na Funcef, Petros, Previ e Postalis. Na sequência, lembra o ministro, veio a Operação Cui Bono, que investigou fraudes na liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal (CEF) que somaria mais de R$ 3 bilhões, além de desvios no aporte de Fundos de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS).

Em continuação a essas investigações, frisou o ministro, aparece a Operação Lava Jato, um dos maiores esquemas de corrupção desvendado no mundo, com prejuízos de quase R$ 100 bilhões somente para a Petrobrás. Com isso, essa empresa foi obrigada a fazer um acordo com a justiça americana para compensar os prejuízos causados pela corrupção aos acionistas daquele país, o que envolveu a soma de mais de US$ 800 milhões em reparações.

Na Operação Radioatividade, a polícia apuraria o pagamento de propina relacionada às obras da Usina de Angra dos Reis, Angra 3, de cerca de R$ 3 bilhões, pagos a um partido político e a dirigentes da Eletronuclear. Em outra Operação, Tesouro Perdido, foi encontrado, em um apartamento de um ex-secretário da Presidência da República, R$ 51 milhões. Em seguida, um ex-presidente da Câmara dos Deputados foi condenado pelo recebimento de mais de US$ 1,5 milhão em propina, sendo também processado pela Operação Sepsis, relacionado ao FGTS, por corrupção, violação de sigilo e lavagem de dinheiro, por receber propina de R$ 52 milhões relacionada ao Porto Maravilha.

Também um ex-presidente da República foi denunciado por receber R$ 5.9 milhões em propina relacionada à Medida Provisória dos Portos. O mesmo ex-presidente da República foi denunciado pelo recebimento de interposta pessoa de R$ 500 mil entregues em uma mala de dinheiro, filmada ao vivo e a cores. Esse personagem foi ainda denunciado por lavar dinheiro por meio de uma reforma de apartamentos e por participar com seu partido de desvios de R$ 1,8 bilhão também da Usina Nuclear de Angra. Novos governos, mesmas práticas condenadas pela justiça.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A lei de Improbidade Administrativa e da Ficha Limpa são exemplos de leis oportunistas. ”

Ministro Gilmar Mendes, no evento “Diálogos Institucionais sobre Responsabilidade Parlamentar”, que foi organizado pelo Interlegis/ILB, Senado

Foto: istoe.com

 

 

Novidade

Em acordo já assinado entre a Novo Mundo e o governador Ibaneis, mais de 1000 vagas para emprego poderão ser preenchidas em Brasília. A adesão da empresa ao Emprega-DF planeja transferir para a capital toda a operação de e-commerce nacional. Além dos empregos, a projeção é de aumento na arrecadação de impostos.

Foto: Novo Mundo/Divulgação

 

 

Enfim

É chegado o momento. As tesourinhas passarão por reformas. Durante as chuvas, não há escoamento para as águas pluviais e, com o aumento exponencial do trânsito na cidade, é preciso repensar na segurança dos carros que ficam vulneráveis na parte alta.

Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os moradores do HP-3 próximo ao Colégio D. Bosco estão reclamando contra um depósito de papel velho naquela avenida, que é responsável pela proliferação de ratos. (Publicado em 03/12/1961)