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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Toda longa marcha começa com o primeiro passo, teria dito o filósofo chinês e fundador do Taoismo, Lao-Tsé. Com a decisão adotada agora pelo Supremo Tribunal Federal sobre a restrição do foro privilegiado, seguida pela afirmativa, por essa mesma Corte, de que esse foro especial não se aplica também à crimes de improbidade administrativa, estão dados os primeiros passos tímidos em direção à grande marcha para livrar o país de privilégios de toda a ordem e que estão na origem de muitos problemas que impedem o nascimento de um novo Brasil.
Acabar com os muitos penduricalhos que ainda persistem na República não será tarefa fácil e exigirá ainda muita mobilização popular para sua terminação definitiva. Esperar que essas mudanças, tão necessárias à vida da nação, sejam empreendidas apenas por vontade daqueles que estão momentaneamente no poder é uma aposta vã e sem futuro.
Com o final da prerrogativa de foro, ainda faltam empreender importantes reformas na estrutura administrativa do Estado, dando fim à uma série de distorções, muitas herdadas ainda do período da monarquia. Ao lado do aperfeiçoamento da representação política, com o banimento da figura do suplente de deputados e senadores, faltam ainda a consolidação definitiva da prisão em segunda instância, da Lei da Ficha Limpa, com a aprovação das dez medidas contra a corrupção conforme propostas por ação popular.
Prejudicial à democracia, e que acabam por sequestrar a qualidade do sistema democrático, são as eleições contínuas de parlamentares, muitos, inclusive, reeleitos e mantidos no cargo por décadas a fio. Também necessária à modernização do sistema político, adequando-o aos novos tempos e ao desejo dos brasileiros, é a possibilidade de lançamento de candidatura avulsa para indivíduos sem filiação partidária.
Ao lado dessas medidas, o Brasil reclama ainda pelo fim dos cargos vitalícios, uma prática herdada ainda do período monárquico e que hoje se mostra totalmente descabida e fora de propósito. A eternização no poder de indivíduos, facultada pelo instituto da vitaliciedade dos cargos, é outra característica anacrônica da nossa administração e que precisa ser revista o quanto antes.
Ao lado dessas medidas modernizadoras na representação política, há ainda a necessidade de reformulação do amplo arco de financiamentos públicos para partidos e para as eleições, acabando também com as verbas indenizatórias e de representação, de forma a aproximar o político da realidade vivida pela grande maioria da população brasileira.
Ou empreendemos essas mudanças, ou ficaremos retidos apenas nos primeiros passos, longe, portanto, do país que o cidadão almeja para si e para seus conterrâneos.
A frase que foi pronunciada:
“Até você tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida, e você vai chamá-lo de destino.”
Carl Jung
Basta!
Alguma comunidade secreta deve fazer parte dos hospitais da capital, mobilizada para que nada funcione. Verba não falta! Faltam médico, material e gestão. Por isso nossos hospitais estão sempre na UTI. Hospital do Gama aboliu o atendimento pediátrico, o hospital de Santa Maria exibe luxo e esconde o lixo de atendimento com menos leitos de UTI, menos internações, falta de material. Hospital do Paranoá é um martírio para o atendimento.
Novidade
Por falar em hospital, no blog do Ari Cunha, o vídeo de Fernando Gomide, na íntegra, sobre as novidades no Hospital da Criança.
Direito
É bom que os feridos no acidente ocorrido em Brasília, na 203 Sul, saibam que tendo culpa ou não, as empresas são obrigadas a indenizar os passageiros. Gustavo Tardin já havia tratado desse assunto quando vários passageiros ficaram feridos em um acidente ocorrido na BR 101, em Guarapari.
PL 7.171/14
O projeto que obriga bancos a identificarem todas as doações em dinheiro feitas às pessoas físicas em campanhas, exceto em campanhas eleitorais. Isso não faz sentido. A Comissão de Finanças e Tributações da Câmara dos Deputados já aprovou. A autoria é do deputado Mendonça Filho. Falta a análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Vasp voltou a fazer sua linha de Viscount para Fortaleza. O Batista não disse nada a ninguém, mas o avião, na chegada, passa bem em cima de Mondubim. (Publicado em 20.10.1961)