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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Talvez bastasse, nesse cenário de barafunda nacional em que vamos penetrando, uma única lei direta que determinasse que: todo o funcionário do Estado ou do governo que vier a receber acima do teto constitucional fica obrigado a devolver essa diferença diretamente aos cofres públicos, sob pena de prisão. O que parece óbvio e está sempre debaixo do nariz de todos, quase sempre não é visto.
Ora, ora, o teto constitucional e a ética no serviço público é lei e está previsto no Artigo 37 da Constituição Federal. Por outro lado, o respeito ao teto constitucional deveria ser um princípio inegociável do Estado Republicano. Não se trata apenas de uma medida de contenção de gastos, ainda que isso, por si só, já fosse justificável em um país com profundas carências sociais. O serviço público é um exercício de dever, e não uma arena de privilégios. Permitir que servidores recebam acima do teto, por meio de manobras legais ou benefícios acessórios acumulativos, desfigura esse ideal e ajuda a solapar um pilar do Estado que deve ser o da ética. Mais do que isso: rompe com o pacto federativo de igualdade e proporcionalidade entre os entes do Estado. Cria castas dentro da administração pública e alimenta uma cultura de impunidade e distorção institucional.
A criação de uma lei que determine a devolução obrigatória e imediata de qualquer quantia recebida acima do teto, com previsão de sanção penal em caso de descumprimento, seria, para nosso caso especial, um marco civilizatório. Enviaria um sinal claro de que a Constituição não é uma sugestão — é norma suprema. Reforçaria, também, o princípio da moralidade administrativa, previsto no próprio Artigo 37 da Carta Magna.
Não basta o controle externo de tribunais de contas ou os relatórios de órgãos de fiscalização. É preciso uma legislação simples, objetiva e exemplar, que funcione como um freio automático para a deterioração ética da máquina pública. Essa medida não é contra o servidor público, mas em favor do serviço público. É a favor de uma administração que volte a ser respeitada, que atue com eficiência, que honre seus compromissos com a sociedade e que coloque o interesse coletivo acima de arranjos corporativos.
Em tempos de desconfiança generalizada, corrigir distorções salariais no topo da estrutura estatal seria mais do que uma política pública: seria um gesto de reaproximação do Estado com sua base moral. Seria um recomeço. E, talvez, como sugerido, bastasse mesmo uma única lei, simples e direta, para apontar esse novo caminho.
A legitimidade das instituições públicas não se sustenta apenas em sua origem legal ou constitucional, mas na percepção social de que elas operam com justiça e equidade. Impedir de forma concreta os abusos salariais e privilegie a devolução imediata dos recursos aos cofres públicos devolveria às instituições o que mais têm perdido nas últimas décadas: o respeito da população em forma de bilhões de reais em mordomias e outros penduricalhos imorais. A repetição sistemática de escândalos envolvendo salários exorbitantes e “penduricalhos” serve para minar a relação sadia entre o cidadão e o Estado. A mensagem que se transmite é que o Estado existe para proteger uma elite burocrática, e não para garantir direitos e bem-estar à coletividade.
Ao cortar esse ciclo vicioso, a lei proposta atuaria como um gesto de reabilitação institucional. O Estado não é apenas um conjunto de normas, prédios e funcionários. É, sobretudo, uma entidade moral. Sua força reside na capacidade de ser percebido como justo, equilibrado e necessário. Um Estado que permite, ou até incentiva, a perpetuação de privilégios ilegítimos, desfigura-se. Torna-se disfuncional e desmoralizado.
Nesse contexto, a devolução obrigatória de salários acima do teto seria como aparar uma estrutura que cresceu torta por dentro, restaurando a proporção entre o que se recebe e o que se entrega ao público. Restituiria o valor do serviço público como missão, e não como carreira de autopromoção. Existe um caminho para o Estado e seus operadores, em sua forma política. Nesse ponto é preciso também blindar o Estado da sanha política e do enxame de partidos a parasitá-lo. Chegamos então ao que interessa de fato: a reforma administrativa do Estado, talvez imposta por ato plebiscitário e popular, mais ao gosto do eleitor do que dos eleitos.
Essa proposta poderia funcionar como o estopim de um debate mais amplo sobre a reforma administrativa que o Brasil precisa — não apenas com foco em redução de gastos, mas em reconstrução do sentido ético da função pública. Trata-se de alterar a lógica da ocupação de cargos públicos: da estabilidade mal utilizada à responsabilidade com desempenho; do privilégio ao mérito real; do clientelismo à eficiência e à transparência. Se bem conduzida, poderia ser a primeira peça de um novo pacto entre Estado e sociedade.
A frase que foi pronunciada:
“A visão do governo sobre economia pode ser resumida em frases curtas: se a coisa se move, taxe-a; se continuar em movimento, regule-a; se ela parar de se mover, subsidie-a.”
Ronald Reagan

História de Brasília
Não repercutiu bem a campanha de pichamento da cidade pedindo Sette Câmara para Primeiro Ministro. Aliás, estas campanhas à base do piche não dão certo. Exemplo: Vital é Vital ; Queremos votar; JK-65; e Edmilson para o Gama. Foram campanhas à base do piche que ficaram no esquecimento. (Publicada em 04.05.1962)
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Quem pode, pode! Já dizia o filósofo de Mondubim. Em tempos de distrações alienantes como a Copa do Mundo de Futebol e de protestos que arrastam milhões de brasileiros por mais de um mês para a frente dos quartéis de todo o país, todo o cuidado não chega a ser demasiado. Ainda mais quando o que está em jogo é o que realmente importa: a população. Mais uma vez, assiste-se o alargamento do bueiro por onde vão escoando os recursos da nação. Como sempre, rumam em sentido contrário às necessidades básicas dos cidadãos. Nesse caso aqui, depois da PEC fura teto, que promete fazer desaparecer, num átimo, R$ 200 bilhões sob a falsa rubrica dos auxílios bolsas, o Senado se prepara agora para a votação da PEC dos Penduricalhos.
Trata-se aqui de ressuscitar um pacote de privilégios remuneratórios para juízes, membros do Ministério Público e outros altos funcionários do serviço público, perdido já há algum tempo, em alguma gaveta qualquer do arquivo morto do Senado. Quem pode fazer lobby, pode obter o que deseja, mesmo que o cenário negativo da economia do país recomende e aponte o contrário. Às favas, as necessidades urgentes da população, quando o que está em jogo, mais uma vez, são vantagens salariais, livres do teto constitucional. Quem pode voa alto, acima de tetos e telhados. Nesse balão da alegria, terá espaço também para outros sortudos, como procuradores dos estados e municípios, membros da advocacia pública, da defensoria pública, delegados das policias civil e federal, e por aí vai.
Para isso mesmo foram criados os impostos escorchantes, elevando o Brasil à condição de país com a maior carga tributária do planeta. Mesmo que tenha sua votação adiada, para “debates mais aprofundados da matéria”, a intenção é que essa proposta (PEC 63/2013) deve ter sua votação concluída até o final deste ano de 2022. Por certo, que essa não é uma matéria de interesse da população, que se fosse consultada sobre sua importância, a colocaria definitivamente fora de pauta e de contexto. Com essa medida extemporânea, os salários dos magistrados ultrapassarão facilmente os R$ 55 mil, num efeito cascata que pode arruinar ainda mais a combalida conta pública.
Num período em que se anuncia uma possível transição de governo, propostas como essa têm maiores possibilidades de virem a ser aprovadas, já que, em tempos assim, o toma lá dá cá passa a ser a moeda corrente nas negociações políticas, com abertura de diversos balcões de negócios dentro do parlamento. Não surpreende que a população desiludida com o descaso do Poder Legislativo, em relação ao que ocorre no país, venha correndo em massa para a frente dos quartéis pedindo e clamando por socorro.
A frase que foi pronunciada:
“Farinha é pouca, meu pirão primeiro!”
Dito popular
Início
Impossibilidade de controle emocional é a principal característica para as crianças com excesso de exposição a telas. A Dra. Evelyn Eisenstein, que coordena o Grupo de Trabalho em Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, confessa que o aumento de relatos dos pais com falta de controle sobre os filhos tem assustado.
Processo
Ainda sobre a quantidade de horas na frente de uma tela, a conclusão de estudos é que o problema é muito parecido com as drogas. A fissura pelo eletrônico, o prazer durante os jogos e depois problemas de atenção e hiperatividade, problemas de sono, desempenho acadêmico insatisfatório, irritabilidade e infelicidade.

Consequência
O que mais tem preocupado a sociedade médica em relação aos jogos eletrônicos e a exposição demasiada às telas é sobre o efeito no cérebro das crianças. “A exposição constante a telas de computador e celular leva a atrofia do córtex cerebral, com redução da receptividade de informações dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar). Há uma aceleração do processo de envelhecimento cerebral.”
Logística
Todo atendimento do Corpo de Bombeiros que termina nos hospitais tem um detalhe que precisa ser corrigido. As macas ficam retidas sem liberar o atendimento dos Bombeiros a outras ocorrências. Os hospitais precisam providenciar as próprias macas para transferência imediata do paciente.

Educação
Em contrapartida aos lucros, o Itaú criou o Polo, que é uma alternativa à população para estudar e se instruir gratuitamente. O marketing informa que mais de 150 mil docentes, gestores de educação e representantes de organizações da sociedade civil se cadastraram no Polo, ambiente de formação do Itaú Social. A plataforma, que completou três anos, oferece 59 cursos gratuitos e já emitiu mais de 106 mil certificados. As formações mais procuradas são sobre mediação de leitura para crianças e jovens, letramento matemático e BNCC.
História de Brasília
Quanto aos salários em atraso, há uma informação boa: sairá a dinheiro no dia 14, porque a Prefeitura fêz um adiantamento à Fundação, enquanto o Tribunal de Contas registra a verba do novo ano financeiro. (Publicada em 13.03.1962)


