Arqueiros zen

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ARI CUNHA – In memoriam

Visto, lido e ouvido

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Foto: diariodopoder.com.br

Nas escolas Zen budistas que ensinam as artes no manejo com o arco, a perfeição só é alcançada quando o arqueiro consegue atingir o centro do alvo escolhido, antes mesmo de disparar a flecha.

No acórdão, aprovado no último dia 7 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, diga-se, por unanimidade, ficou assegurado, doravante, a fiscalização nas contas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Coube ao ministro Bruno Dantas, relator do caso, o disparo da flecha zen que pode atingir, em cheio, a antiga e misteriosa relutância dessa Ordem em apresentar seus números à sociedade. Isso, mesmo antes de a Ordem entrar com ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão histórica.

Ao afirmar que “a OAB exerce papel fundamental de vigilante sobre o exercício do poder estatal e de defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito e por essa razão, deve ser a primeira, entre os conselhos de fiscalização profissional, a servir de exemplo, e apresentar uma gestão transparente e aberta ao controle público”, o que o ministro Dantas fez foi lançar o alerta para o anacronismo da postura da entidade.

Com dezenas de advogados à sua disposição, a OAB sempre encontrou, nas filigranas e nos labirintos das nossas leis, rotas de fuga para não trazer seus números à luz, quando se sabe que essa instituição arrecada algo em torno de R$ 1 bilhão ao ano. O que explica parte dessa dinheirama é que a Ordem sempre contou também com o corporativismo de classe, de gente espalhada nos mais variados pontos cardeais dentro do Estado.

Surpreende a todos a insistência com que a OAB mantém uma postura contrária ao grande esforço exigido pela nação para aperfeiçoar e dar transparência à toda imensa máquina do Estado. A prestação de contas ao cidadão, dentro de um Estado Democrático de Direito, como lembrou o ministro Bruno Dantas em seu parecer, “está intimamente ligada ao princípio republicano”. Para o ministro Walton Alencar Rodrigues, “Uma instituição que arrecada verbas de caráter tributário, recursos públicos de advogados, autarquia corporativa ou corporativista que não presta contas. Imaginem R$ 1,5 bi aplicados em finalidade antidemocrática? Não temos ideia para onde está indo o dinheiro, nem os advogados têm. Tenho plena convicção da decisão que o Tribunal está tomando.”

O que os brasileiros esperam dessa importantíssima entidade de defesa dos direitos da cidadania é que ela ajuste seu comportamento, divulgando, sem a necessidade de imposição da justiça, o seu livro de balanços. A entidade, nesse esforço que é de todos, poderia demonstrar seu engajamento efetivo no combate à corrupção e ir mais além, obrigando seus filiados, principalmente aqueles que têm colocado ao serviço dos mais notórios corruptos do país, a divulgarem, exatamente, a origem desses honorários milionários recebidos.

Com isso, boa parte do ralo histórico, por onde vazam parte importante do dinheiro público, ficaria obstruída para sempre.

Pessoas e entidades que buscam ocultar recursos necessitam estar sob a mira constante dos arqueiros zen dos órgãos de controle.

 

A frase que foi pronunciada:

“Isso é um desrespeito ao contribuinte. Vai aumentar o teto constitucional e gerar um efeito cascata. É uma irresponsabilidade fiscal e uma vergonha moral!”

Senador Reguffe (DF), que votou contra o aumento dos ministros do STF, em discurso no plenário.

Foto: senado.leg.br

Surpresa

Na avaliação do Ministério do Trabalho, a Lei que altera a CLT está promovendo nova cultura nas relações entre trabalhadores e empregadores. Admilson Moreira dos Santos, secretário-executivo, disse em entrevista que o trabalho intermitente, que todos pensavam que geraria um grande número de contratações, por demanda do empregador, não apresentou o resultado esperado.

 

Mudanças

Já Aline Laredo comentou que foi um ponto interessante nas mudanças da lei, o empregado recear a reclamação trabalhista porque se o fizer de má fé poderá ser condenado a pagar custas e honorários. Também se faltar a audiência sem justificar, esta não será arquivada como antes. Se optar pela falta, o empregado pode ficar impedido de dar entrada novamente além de ser responsável pelas custas do processo anterior que arquivou.

 

Apartidário

Joaquim Levy é um nome que independe ter sido parte do staff de Dilma Rousseff.  Ser cogitado para o BNDES é bom para o Brasil porque trata-se de um engenheiro naval com doutorado em economia. Trata-se de competência.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Honra ao Mérito

Bela homenagem a Chang Dorea, professora do Departamento de Matemática e orientanda de pesquisas de mestrado e doutorado em Matemática, Estatística e Engenharia. Na UnB, desde 75, recebeu o título de professora emérita. A relação com Brasília foi de troca. A Universidade ganhou muito com a presença da mestra que encontrou o Brasil de braços abertos.

Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

Memória

Adauto Candido Soares, da UNESCO, Hernani Heffner, da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, Rita Marques, do Conselho Executivo da Fiat, Marcos Tavolari, Secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual do Ministério da Cultura, Vera Barroso, jornalista e apresentadora do programa Sem Censura (TV Brasil) serão mediadores no Seminário Memória, Identidade e Futuro – a preservação audiovisual hoje, no CCBB do Rio. Aguardamos a transmissão desse importante debate.

Banner: divulgação

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O serviço de trânsito devia proibir o tráfego de carroças pela pista central do Eixo Monumental. Se esses veículos utilizassem o acostamento seria muito melhor, mais lógico e menos perigoso. (Publicado em 05.11.1961)

Lobby dos Cartórios volta a assombrar

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ARI CUNHA – In memoriam

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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Com o advento das tecnologias da informação, o mundo passou a assistir, talvez, uma das mais rápidas e radicais transformações já experimentadas pela humanidade em qualquer outra época. A união entra as potencialidades das novas gerações de computadores, aliadas a um conjunto de redes de internet, cada vez mais velozes e instantâneas, criou um novíssimo ambiente de trabalho para qual nós, brasileiros, infelizmente, ainda não estamos totalmente inseridos ou sequer habituados.

Persistimos ainda presos a velhas práticas da burocracia, mergulhados num oceano de documentos impressos em papel, alheios aos novos ventos. Por conta desse atraso, pagamos cada vez mais caro por serviços, que, a bem da verdade, já deveriam estar extintos e exibidos em museus.

Um dos ranços que falam muito sobre esse nosso apego ao passado, persiste ainda na figura dos cartórios de Registro, de Notas, títulos e outros documentos, aliás a própria palavra cartório, significa a “aquele que lida com papéis”. Incrivelmente esses estabelecimentos sobrevivem a era da informática em rede, basicamente graças a um poderoso e eficaz lobby que envolve, não só os donos de cartórios, mas conta também com a ajuda camarada tanto de líderes políticos, como de juízes e outros membros do governo, interessados na simbiose lucrativa existente entre esses estabelecimentos e a própria máquina pública.

São quase 15 mil cartórios espalhados pelo país, faturando aproximadamente algo em torno de R$ 16 bilhões por ano. Trata-se de uma superestrutura, que, grosso modo, vive às custas do emaranhado de privilégios e obstáculos criados, todos os dias, pelo labirinto da burocracia.

Com ganhos fáceis e, praticamente sem riscos, os cartórios são hoje um dos negócios mais lucrativos do país, o que explica, em parte, o grande número desses estabelecimentos e sua resistência frente as novas tecnologias. Levantamento realizado há alguns anos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou que quase um terço dos cartórios estavam funcionando de forma irregular, pois seus titulares não foram submetidos a concurso público, conforme passou a determinar a nova legislação em vigor.

Essa semana volta a entrar na pauta de discussões do Senado Federal proposta que aumenta em até 747% os valores cobrados em cartórios do Distrito Federal. Para o senador Antônio Reguffe (sem partido-DF), caso a proposta venha a ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário do Senado, estará se configurando “um absurdo e uma verdadeira bolsa-cartório” que trará benefícios apenas para os donos dessas instituições em demérito de todos os brasilienses.

O Estado burocrático, representado com maestria pela existência anacrônica dos cartórios, mais uma vez estará medindo forças com a razão e com as novas tecnologias que tornaram essas práticas apenas resquícios de um passado colonial longínquo. Caso vençam nessa queda de braços, estaremos adiando, mais uma vez, o início de nosso futuro.

 

A frase que foi pronunciada:

“A burocracia é uma violência silenciosa ao espírito democrático, e uma manipulação subtil das massas.”

Luis A R Branco, na Internet.

Charge do Denny

Sábado

É hoje a “Homenagem aos Pioneiros”, às 10h, no Salão Comunitário da Candangonlândia. A solenidade terá o tradicional “Corte do Bolo”, apresentação musical e todos os pioneiros receberão um certificado de Honra ao Mérito pelos serviços prestados à toda população do Distrito Federal. O convite é do Administrador Regional da Candangolândia Jean Costa.

Banner: facebook.com/admnucleopioneiro

Atualizada

Semanalmente recebemos da Universidade de Cambridge e Harvard um briefing sobre as mais recentes pesquisas das Instituições. Disponibilizamos também o link para fazer parte do mailing do periódico UnB Hoje. Basta se inscrever ao final dos comunicados. Veja no blog do Ari Cunha. Em tempo. Nas informações de Harvard, uma análise sobre o novo presidente e a atual conjuntura do Brasil.

Link: The Harvard Gazette

Link: University of Cambridge

 

Interatividade

Pedimos desculpas aos leitores pelas dificuldades causadas para participação nos comentários do blog. A equipe do Correio Braziliense está empenhada em facilitar a comunicação dos leitores.

 

Isso é Brasil

Desburocratizar é sinal de inteligência e transparência. O Ministério do Trabalho disponibilizou gratuitamente o aplicativo Sine Fácil, para quem busca emprego. Já foram dois milhões de downloads e mais de 800 mil trabalhadores encaminhados a postos de trabalho.

 

Amor&Ódio

Hoje começa o horário de verão. Economia ínfima em relação aos estragos no corpo de quem cedo madruga. Uma boa noite de sono vale mais quilômetros corridos para o coração, diz Dr. Drauzio Varella.

Charge: seropedicaonline.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Volta o nome do deputado Aniceto Rocha, do Ceará, ao noticiário policial, como contrabandista do café. Há mais de três anos, este senhor é conhecido como o maior contrabandista, e a Assembleia ainda não mediu a importância do seu decoro, para cassar-lhe o mandato. (Publicado em 04.11.1961)

As águas do cerrado

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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Cerrado em Quadrinhos, Alves.
Cerrado em Quadrinhos, Alves.

      Talvez ainda não esteja devidamente compreendida e mensurada, pelos habitantes da capital e do Brasil, a enorme importância que o bioma cerrado possui para todo o país. Para se ter uma ideia, basta dizer que as três maiores reservas subterrâneas de água, correspondendo aos aquíferos Guarani, Bambuí e Urucuia, estão, na sua maior parte, situados dentro dessa imensa área de 2 milhões de quilômetros quadrados.

      O cerrado abastece nada menos do que oito das 12 regiões hidrográficas do país. Suas águas subterrâneas respondem por 90% da vasão dos rios desse bioma. O chamado de berço das águas, que os cientistas aos poucos vão conhecendo em sua inteireza, é tão fundamental ao país que a simples suposição de que ele venha a ser degradado de forma irreversível equivaleria a decretar também o colapso ambiental de grande parte do Brasil e do continente sul americano.

          A expansão agropecuária feita de forma descontrolada e visando unicamente ao lucro a qualquer preço, desde a década de 70, tem provocado estragos incalculáveis ao cerrado. Estudos e levantamentos recentes dão conta de que cerca de 50% do bioma original, incluindo aí não apenas espécies raras de plantas, mas um grande número de espécies animais, simplesmente desapareceram para sempre.

        A substituição irresponsável da vegetação nativa por pastos para o gado e para o plantio de grãos em enormes latifúndios, tem provocado, ao lado do aquecimento global, uma sequência contínua de severas crises hídricas em toda a região, sobretudo na própria capital do país, que passou a sofrer intensamente com seguidos períodos de cortes e racionamentos no abastecimento de água.

         Cientistas, há tempos, vêm alertando: o berço das águas está secando e necessita urgentemente ser reflorestado e protegido antes que seja tarde demais. Nessa última semana, realizou-se em Brasília o Seminário regional intitulado Integração Para Proteger as Águas do País, com representantes dos estados do Centro-Oeste, instituições e sociedade civil para discutir um efetivo programa nacional de revitalização de bacias hidrográficas dessa região. A meta, dizem, é conservar, preservar e recuperar os rios brasileiros.

A frase que foi pronunciada:

“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.”

(Cláudio Abramo)

Ilustração: onlinecomunicacoes.com.br
Ilustração: onlinecomunicacoes.com.br

Discurso & Prática

É bom abrandar tantos escândalos noticiando o que faz Reguffe representando Brasília no Senado. Economizou sozinho R$ 16,7 milhões aos cofres públicos. Isso só de economia direta, sem contar a indireta. Se fosse multiplicar a iniciativa por 81 senadores, R$ 1,3 bilhão de economia. Discurso e prática vão além. PECs projetos, votos e os recursos destinados para o DF. Foram compradas 7.000 unidades do Sorafenibe, medicamento para quimioterapia oral. Por emendas, o DF recebeu também 14 ambulâncias novas totalmente equipadas para o SAMU.

Foto: senado.leg.br
Foto: senado.leg.br

Absurdos

Está na hora de passar o DF a limpo. Parada de ônibus feita em cima de uma ciclovia no Jardim Mangueiral, paradas de ônibus sem recuo apresentando perigo constante enquanto força ultrapassagens perigosas, faixas de pedestres sem tinta.

Tecnologia

Há falta de tecnologia na Saúde para controlar o paciente desde sua entrada, presença dos médicos, uso dos medicamentos, verbas aplicadas, aparelhos comprados, instalados e usados, profissionais capacitados. Nas cadeias, a mesma coisa. Scanners na Papuda para evitar entrada de objetos proibidos e revista íntima, um terminal com a chegada do preso e a data de saída para a preparação necessária à liberdade.

Charge: soumaissus.blogspot.com
Charge: soumaissus.blogspot.com

Relembrando

Joel Sampaio nos envia o seguinte email: Tragédia anunciada desde 1960 por Ari Cunha, que advertiu que a explosão demográfica não se resolveria com violência contra os pobres, e em 1972 por Juscelino Kubitschek, que ao chegar aqui ficou horrorizado com a anarquia urbanística. E disse, que o que viu não foi o que sonhou para Brasília.

Crise hídrica

E os deputados distritais acham pouco e ainda entregam, à especulação imobiliária de grandes empreiteiras, zonas de proteção ambiental, com dezenas de nascentes, como é o caso do Mangueiral! Primeira medida necessária: proibir a Terracap de fazer loteamento e expansão urbana em Brasília e fazer loteamento no RIDE, destinado à população pobre do Distrito Federal.

Foto: brasildefato.com.br
Foto: brasildefato.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Pouca chuva, tempo frio, falta de vento e mormaço na beira do Lago. Dia de tilápia. (Publicado em 28.10.1961)

O piloto sumiu?

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

greve

Charge: Sinovaldo do NH    www.jornalnh.com.br

Somente quando as rodovias forem desbloqueadas e o país voltar à uma normalidade aceitável é que poderemos verificar quem de fato saiu vitorioso desse apagão e quais os exércitos que saíram em acelerada e vergonhosa debandada.

         Em todo o caso, as lições desse episódio são abundantes e servirão para ambos os lados por um longo tempo. É possível também que esses acontecimentos venham a pautar a agenda de prioridades dos próximos governos. Em princípio, a principal vítima dessa e todas as guerras é, na verdade, a população, usada como refém e trincheira de posições. Ainda assim, mesmo antes de um armistício formal, já se pode identificar o governo, no seu amadorismo e improvisação em todos os níveis, na sua visível falta de planejamento estratégico para situações emergenciais, o principal derrotado.

         A Petrobras, que catalisou e foi a grande protagonista desses episódios, oscila num papel entre vítima e culpada. Mesmo dentro dessa performance do tipo esquizofrênica, o script dessa estatal, precisa ser reescrito e atualizado para se distanciar de um antigo Brasil que, outrora, tinha nas suas empresas públicas a única alternativa para o desenvolvimento.

Foto: jacobinanoticia.com.br
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      De prático, ficam as primeiras e grandes lições: dependências, sejam elas na opção por apenas um tipo de transporte e por um tipo único de combustível, ofertado por um único fornecedor, são a fórmula certa para crises cíclicas. Esperar que problemas dessa natureza sejam resolvidos por uma classe política totalmente desacreditada é outra aposta furada.

        Em casos em que os impasses são maiores do que os negociadores, os políticos recorrem a velha manobra de empurrar para o Exército a tarefa suja de forçar os fatos pelo uso da violência. Nesse caso, a situação piora e se radicaliza. A resposta foi simples e dada ao presidente, que é constitucionalista: “Obedeceremos a Constituição.”

       Também a criação de um ministério, como sempre é feito, não resolve. O risco maior é quando movimentos paralelos, como é o caso dos petroleiros, passam a jogar gasolina na fogueira, incendiando, ainda mais a crise, aproveitando do caos para inserir nessa crise uma pauta alienígena, tipo Lula Livre. Obviamente que os partidos de esquerda, que foram os maiores derrotados desde 2014, irão usar do caos reinante para abrir brechas e voltar à cena.

        De toda a forma, crises, quanto mais profundas, mais ensinam. É preciso lembrar ainda, que nesses episódios, muita gente tirou proveito do caos, reajustando criminosamente os preços. Esses, sem dúvidas, certamente serão devidamente identificados pela população. Não será surpresa, dentro do oportunismo em que se move a elite política do país, a formação de uma bancada poderosa dos caminhoneiros dentro do Congresso. Nesse caso, só apelando para a fé religiosa.

A frase que foi pronunciada:

“É importante que essa eleição não seja manipulada. É importante que a população brasileira tenha convicção disso. Que a eleição não foi manipulada.”

Ex-presidente Dilma Rousseff em entrevista à BBC Brasil.

Link de acesso ao site: www.bbc.com/news

Charge: evivaafarofa.blogspot.com.br
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Teia

Foi-se o tempo em que o índio usava o tempo só em contato com a natureza. Celulares chegaram às aldeias. Internet e grupos de WhatsApp ocupam, agora, a vida dos ex-silvícolas.

Diplomatique

Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro. O pensamento foi publicado no Le Monde Diplomatique. Muito interessante. Leia na íntegra no blog do Ari Cunha.

 

Charge: tribunadainternet.com.br
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—>Link de acesso ao site: diplomatique.org.br

 

CRISE, REFORMAS, FORA TEMER, ELEIÇÕES INDIRETAS

13 pontos para embasar qualquer análise de conjuntura

por Maurício Abdalla
Maio 24, 2017

O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.

2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.

7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.

11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.

13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.

Maurício Abdalla é professor de filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo

Saboia

Convocamos quem estivesse precisando alimentar a alma com um belo concerto da Nona Sinfonia regido pelos maestros Eldom Soares, que preparou o coro, e Artur Soares, que conduziu coro e orquestra. O ministro Edson Fachin estava nas primeiras filas. Ouvindo nossos convidados na fileira de trás, perguntou se falavam alemão. Sim. E mandaram um recado curto e grosso ao ministro Gilmar Mendes. Não se sabe ainda se foi transmitido.

Enquete

Marcação gratuita do lugar em voos no Brasil. Você é a favor? O assunto está na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado. O projeto é do senador Reguffe. Veja a enquete no blog do Ari Cunha.

Link para participar da enquete: www.senado.gov.br – Enquete sobre marcação gratuita de voos no Brasil

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para que não ocorra aqui o que vem acontecendo no Rio, a firma construtora responsável pela construção do Bloco 55 da Asa Norte deve ser responsabilizada. (Publicado em 21.10.1961)