Antes que seja tarde demais

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Reprodução/Vídeo

 

         Sejam quais forem os diagnósticos, de cunho didático e pedagógico, que venham a ser elaborados pela Secretaria de Educação, para traçar medidas que visem pôr um fim à onda de violência que grassa nas escolas públicas em todo o Distrito Federal e nos arredores sob sua jurisdição, um fato é inconteste e incontornável: a falta de uma disciplina rígida e decisiva que venha instituir o que poderia ser um modelo de “tolerância zero” às regras pré-estabelecidas. Sem essa premissa, quaisquer medidas brandas e sem coragem irão se tornar paliativos e unguentos do tipo ineficaz e falso. Mais uma vez a leitura invertida das leis promove essa algazarra nas instituições de ensino.

        As ocorrências policiais, inclusive com crimes mortes, ameaças e tentativas de assassinatos que a sociedade vem assistindo, dentro e nas portas dos colégios públicos, até de uma forma corriqueira nos noticiários, não podem ser toleradas em nome do que quer que seja, muito menos em nome da democracia e da liberdade. Há muito, já se sabe, que escola não é reformatório ou instituição para albergar menores infratores.

        Ou as autoridades entendem que as escolas públicas representam um portão de entrada para a vida em sociedade, ou estaremos permitindo, por nossa inanição, que menores e outros indivíduos adentrem o meio social para delinquir sem limites. Ou as escolas entendem essa missão, ou estaremos diante de um fenômeno que irá piorar uma situação de violência endêmica que já é presente em nossa sociedade e que tantos males têm causado ao nosso país.

        Há aqui um dilema que precisa ser resolvido com urgência: ou as autoridades da educação adotam medidas efetivas para afastar, com severidade, do convívio das escolas, essa minoria de malfeitores, que infesta os demais alunos, ou estaremos reféns, como é o caso da maioria das metrópoles brasileiras, onde a violência toma conta de tudo, enxugando gelo com cotonete.

        Campanhas pedagógicas e outras modalidades de prevenção brandas não surtem efeito, quando o assunto é a perda total da racionalidade e da humanidade. Delitos são delitos dentro e fora das escolas. Crimes, independente do ambiente onde ocorram, são crimes e devem ser encarados e punidos, com o mesmo rigor, independente do autor ser aluno, estudante, corpo discente ou o que quer que seja.

        Não se pode tolerar que criminosos ou aprendizes do crime convivam livres e soltos com outros alunos dentro das escolas. É preciso entender que a sociedade ou, mais precisamente, os contribuintes não podem mais arcar com a tremenda carga tributária, e que custos, cada vez mais elevados, sejam destinados ao ensino, quando se assiste que tipo de ensino e que tipo de escolas estamos bancando.

        A continuar nesse processo de decadência, que parece ter tomado conta do ensino público, com escolas se transformando em territórios livres e sem controle, para drogas, brigas, mortes e total desrespeito ao corpo docente, o passo seguinte será a introdução do modelo de administração militar em toda a rede. Por certo, essa seria uma medida extrema, mas estamos falando em situações extremas, semelhantes àquelas vistas em nossas penitenciárias. Com a campanha pelo fim das famílias, a coisa tende a piorar. Rastreie-se cada aluno delinquente e a origem será na falta de pai e mãe orientando, presente e estimulando a galgar por uma realidade melhor. Já repetia o filósofo de Mondubim: Se filho não precisasse de pai e mãe, nascia numa árvore e quando estivesse maduro cairia.

        Há uma rebelião silenciosa na sociedade e dentro das escolas públicas que precisa ser contida, antes que seja tarde demais.

 

A frase que foi pronunciada:

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Rubem Alves

Rubem Alves. Foto: Divulgação

Doação

Mais uma vez o hemocentro convoca doadores de sangue. Dessa vez a carência de B negativo e O negativo preocupa. O número de telefone disponível na Internet está sempre ocupado: 3327-4413. O hemocentro fica perto do Edifício de Clínicas na Asa Norte.

Emoção

Podcast Joga Solto abre o primeiro programa com o João José Viana, o Pipoca, atleta histórico do basquete. Com os estúdios em Brasília, a iniciativa é uma ferramenta importante para pesquisa e conhecimento do esporte na capital. Veja a seguir!

 

Personalidade

Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58, com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida.

Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, sentada no banco de trás. O local é o canteiro de obra da SQS 106. Foto: Cláudio Sant’Anna

História de Brasília

Diz o deputado Ernani Sátiro, que o garçom teria oferecido ao embaixador vinho do sul de Minas e teria, ainda, recebido do sr. Afonso Arinos, esta declaração: “não, quero do Rio rande, que manda mais…” (Publicada em 20.02.1962)

Ao contrário das escolas, os bancos sabem como proteger seus tesouros

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Foto: Heitor Feitosa/VEJA.com

 

É em massacres, como o ocorrido agora na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, vitimando cinco alunos, duas funcionárias desse estabelecimento e o proprietário de uma loja de veículos na cidade, que algumas das mais importantes autoridades brasileiras revelam não só a miudeza de caráter, como o despreparo para lidar com a administração de um país complexo como o Brasil, sobretudo diante de fatos inusitados como tragédias dessa natureza.

Aliás, é de tragédia em tragédia, de esquecimento em esquecimento que vamos construindo alguns dos mais tristes capítulos de nossa longa história de violência. Seguindo o extenso fio que levam às causas do cometimento dessa barbárie, é possível encontrar, a meio caminho, ações e medidas definidas por essas mesmas autoridades que, direta ou indiretamente, deram sua parcela de contribuição para o desfecho desse crime.

A questão primeira que se impõe, e talvez a mais fundamental, diz respeito à total falta de controle nas portarias das escolas pública em todo o país. Os bancos, lembra um cidadão anônimo, mantém diuturnamente seguranças armados e controle eletrônicos rígidos na entrada de seus estabelecimentos para a proteção de seu dinheiro. Por que o mesmo não pode ser feito em todas as escolas do país que abrigam riquezas infinitamente superiores aos bens materiais? Questiona esse mesmo cidadão. A uma colocação certeira como essa se contrapuseram dezenas de manifestações oportunistas vindas de diversas autoridades, que melhor fariam se guardassem silêncio em respeito aos mortos. Para alguns políticos, obviamente da oposição, a tragédia é resultado direto das ações do atual governo visando abrandar o acesso às armas pelos cidadãos. Mensagens enviadas pelas redes sociais mostram que para alguns profissionais da política, que nem merecem ser citados, aproveitando o ocorrido para fazer proselitismo e angariar vantagens político eleitorais.

Outros mais ousados chegam a culpar diretamente o atual governo pelo fato. Esquecem esses políticos que, na ponta inicial do fio, que conduziu a esses crimes, estão a malversação do dinheiro público, a corrupção e a leniência com atos criminosos, praticados contra a administração pública, que retiram recursos preciosos que poderiam equipar escolas com equipamentos de segurança e garantir o direito à vida desses inocentes. Gela a coluna vertebral pensar que o Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, possa cogitar em qualquer circunstância abrandar pena para a malversação do dinheiro público. Verba surrupiada é verba não aplicada em saúde, educação, transporte, segurança, alimentação, trabalho, direitos amparados pela Carta Magna.

O fato desse tipo de tragédia não ser corriqueiro em nossas escolas, de nada serve para adiar, ainda mais, um plano nacional para assegurar que os alunos possam, ao menos, sair vivos das escolas, já que a qualidade do ensino não é lá essas coisas. Nesse sentido, ao lado de ações como a chamada militarização das escolas, que trouxe militares aposentados para ajudar na administração de algumas escolas públicas aqui no Distrito Federal, que medidas efetivas o GDF vem fazendo no sentido de prevenir que massacres como esse não venham ocorrer nas escolas e universidades da capital?

 

A frase que foi pronunciada:

“Que me desculpem os editores que optam por esta abordagem mas, na minha opinião, exibir as imagens do ataque à escola de Suzano não ajuda ninguém, é um desrespeito às vítimas, um incentivo a desequilibrados e psicopatas e alimenta pesadelos de crianças, adolescentes e pais.”

@MarceloLins68, pelo Twitter

Charge do Latuff

 

Realmente virtual

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Menção honrosa

Pacientes atendidos na UPA do Valparaiso de Goiás não poupam elogios ao bom atendimento. As instalações confortáveis, médicos gentis e prestativos e todo o corpo de enfermagem muito atencioso. Pábio Mossoró, prefeito do local (nascido em Sobradinho), e toda equipe têm mostrado seriedade no que fazem.

Foto: facebook.com/pabiomossoro

 

Isso posto

Contribuição e Imposto divergem no arbítrio. Só contribui quem quer, mas se a taxa for imposta, o pagamento é obrigatório. A atividade sindical é sustentada pelos associados que acreditam na importância desse trabalho, portanto devem contribuir voluntariamente para a manutenção desse empreendimento.

Charge de nanihumor.com

 

Coragem

Com a destruição do pinheiral do Paranoá e a eminência de construção de centenas de prédios, há a possibilidade de reaver o projeto da ponte do Setor de Mansões do Lago Norte, para a Península Norte até a UnB. Resta saber quem irá enfrentar o lote ocupado que foi desapropriado anos atrás para este fim.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Imprópria, tremendamente imprópria, a localização do Centro de Telex, em frente ao bloco 11 da superquadra 208. Uma obra naquele local só poderia ter sido autorizada por um inimigo de Brasília. É tempo ainda, doutor Sette. Não começaram as fundações do edifício que construirão no meio do asfalto. (Publicado em 15.11.1961)