Tag: #RegimesTotalitários
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Historiadores costumam considerar que a coletividade, comumente denominada povo, é, no mais das vezes, uma porção de ninguém, por sua pouca ou nenhuma influência no correr dos acontecimentos políticos dentro do Estado. Em países apontados como subdesenvolvidos, essa situação de passividade é mais visível e presente. É como dizem: a massa é mole. Não se movimenta por ação de ideologias. A única coisa capaz de levar o povo às ruas, com disposição para mudar o cenário cotidiano, são a fome e a carestia no preço dos alimentos. Só quando o incômodo chega ao estômago é que a coisa anda ou desanda de vez.
Isso explica por que a aprovação ou a desaprovação de um governo por parte do público só se dá quando a queda ou o aumento nos preços dos alimentos acontece. Fora dessa causa, o que se tem é o marasmo. Talvez por esse motivo, os preços dos alimentos expostos nos supermercados sejam o maior indicador para ruas vazias ou tomadas por manifestantes. Nesse sentido, qualquer déspota que deseje manter-se no poder indefinidamente deve, antes de tudo, fazer o possível ou o impossível para manter também o acesso fácil da população aos alimentos.
Para muitos pensadores liberais, isso explica porque a coletividade acaba sempre sendo também uma abstração. Qualquer indivíduo que tenha que escolher entre ser o protagonista da própria vida ou ser um salvador do planeta escolherá a primeira opção. Mesmo nos regimes socialistas mais extremados, o sonho de cada um nunca é, primordialmente, pelo crescimento do coletivo. Optamos sempre por escolher a nós mesmos em primeiro lugar. No mais das vezes, é a própria dignidade que empurra o indivíduo para essa escolha. O indivíduo dissolvido no meio da sociedade e que se vê impossibilitado de escolher o próprio caminho é sempre um alvo fácil para doenças como a depressão.
Por essa razão, os países de economia e política centralizadas jamais divulgam a quantidade de indivíduos acometidos de depressão ou tristeza profunda. Isso ocorre porque o mérito pessoal, que anteriormente era sempre celebrado como o motor do progresso pessoal e coletivo, foi sendo substituído gradativamente pelo esforço pessoal em prol da coletividade. A desmotivação do esforço e mérito pessoal é uma das causas do fracasso da quase totalidade dos regimes centralizados. Essa visão explica porque, em nosso país e em outros de igual orientação, os empresários bem sucedidos são transformados em alvo de todo o tipo de empecilhos burocráticos e de cobrança de altos impostos e taxas diversas.
Ao contrário, todos os projetos e empreendimentos sem sucesso são logo socorridos com incentivos, isenções e todo o tipo de ajuda do Estado. Punem os bons e gratificam os incapazes. Essa situação, nos regimes fechados, só persiste porque, no fim das contas, os mais capazes acabam carregando nas costas os menos esforçados, o que acaba resultando sempre em equação de soma zero.
Nos sistemas socializantes a meritocracia acaba sempre sendo socializada ou dissolvida no grupo, o que é sempre ruim e faz com que o progresso cesse de existir. Uma coisa puxa a outra, e acaba que o planejamento centralizado e o intervencionismo estatal se transformam em veneno fatal para a liberdade individual e para o mérito pessoal, vistos nesses regimes como algo burguês.
Desde sempre, a liberdade econômica deve seguir a liberdade política, e isso inclui o indivíduo como peça central. No centro de tudo, está a liberdade individual. Isso explica também porque, em sistemas socialistas, o indivíduo é sempre menos de zero e manietado em suas expectativas. A questão é simples: quanto mais centralizado o Estado, menos liberdade é dada aos indivíduos.
Experiências em várias partes do mundo ao longo da história da humanidade mostram que a liberdade econômica e política é essencial ao progresso, não sendo possível a existência de uma sem a outra. É nisso que se funda a chamada ilusão do coletivo. A busca pelo crescimento se difere da busca por privilégios e posições. Isso explica também porque, em governos centralizados, os medíocres estão sempre no entorno do governo, colhendo benesses sem esforço algum. O que surge quando o indivíduo e suas potencialidades são apagadas é sempre um coletivo formado por nulidades descompromissadas com o futuro.
A frase que foi pronunciada:
“A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.”
Marquês de Maricá

História de Brasília
Ocorre que Taguatinga, com 70 mil habitantes, recebe 47 litros por segundo, e o Gama, com 22 mil habitantes, recebe 72 litros por segundo. Há injustiça para com Taguatinga. (Publicada em 27/4/1962)
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Com a decisão adotada agora pelo Parlamento Europeu, igualando e condenando os regimes nazista e comunista como ideologias totalitárias, responsáveis por inúmeros casos de genocídio e deportações “em uma escala nunca vista na história da humanidade”, foi dado o primeiro e talvez o mais importante passo para o início de um movimento revisionista que busca enquadrar essas ditaduras políticas no rol das bestialidades criadas por nossa espécie. Mais sintomático, talvez, tenha sido o silêncio imposto a essa importante resolução, pelos países e partidos comunistas, o que reafirma o comportamento histórico dessas ideologias de manter longe do debate público qualquer discussão que ouse desafiar os dogmas desses regimes.
Trata-se, sem dúvida, de uma resolução histórica, aprovada pela esmagadora maioria do mais importante colegiado da União Europeia e que foi contido no documento intitulado “Importance of European Remembrance for the Future of Europe”. Na realidade, esse debate teve início ainda em 1956 com as revelações feitas por Khrushchev, durante o XX Congresso do Partido Comunista da Antiga União Soviética, quando relatou, em discurso famoso, as atrocidades cometidas por Stalin durante seus 33 anos no poder. Esse discurso mudaria a história da Rússia e o comunismo mundial, levando muitos intelectuais que até então apoiavam o regime a revisar seus conceitos. A imensa relação de mortos apresentada naquela ocasião, inclusive dos próprios companheiros de luta de Stalin chocou o mundo pelos números e serviu de modo fantasticamente iconoclasta para destruir o mito do guia genial de todos os povos, mostrando aquele líder como um homem sanguinário e paranoico, responsável por milhões de assassinatos e prisões.
Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, esse debate trouxe mais revelações sobre o que acontecia por detrás da Cortina de Ferro da Europa: milhões de outros cadáveres foram se juntar a conta dos regimes comunistas impostos pela URSS. Em 1997 um grupo de historiadores compilaram, no “Livro Negro do Comunismo”, um balanço geral, preciso e extremamente bem documentado sobre as perdas humanas provocadas pelos regimes comunistas em todo o mundo. Desse levantamento surgiu um número horripilante de 100 milhões de mortos, num período de aproximadamente meio século.
Pela resolução aprovada pelo Parlamento Europeu é feito um apelo a essa e às novas gerações “uma cultura comum da memória que rejeite os crimes dos regimes fascistas e comunistas e de outros regimes totalitários e autoritários do passado como forma de promover a resiliência contra as ameaças modernas à democracia, em particular entre a geração mais jovem”. A condenação do comunismo como um regime equivalente ao nazismo, coloca no mesmo banco de réus dois regimes radicais e antidemocráticos, que usaram o ser humano como peças descartáveis para compor o poderio ilimitado de líderes para os quais a dignidade dos indivíduos não possui valor algum. O tempo em história cuida para que cada elemento e cada fato voltem para seu lugar de origem, repondo a ordem do sistema universal, revelando o que foi oculto, abrindo velhas caixas, colocando tudo de volta exposto à luz, como deve ser.
A frase que foi pronunciada:
“O ministro Celso de Mello não pode condenar o vídeo do presidente Bolsonaro. Ele precisa aguardar até o trânsito em julgado.”
Deputada Federal pelo PSL Raquel Stasiaki, em seu perfil pessoal no Twitter

Proposta
Proposta do Ministro Toffoli contra a prescrição tem sido recebida, por políticos que ainda prezam pelo combate ao crime, como um placebo e uma fantasia para acabar com a impunidade, além de uma maneira de passar a bola para o Congresso de uma discussão tão cara aos brasileiros, já que seu voto parece seguir em direção ao retrocesso. A sociedade está de olho nessa manobra que pretende vestir a lei com uma roupagem política de ocasião e sem compromisso sério com a realidade nacional.

Óleo 1
Com o reconhecimento tardio de que o vazamento de óleo no litoral nordestino é o maior desastre ambiental já ocorrido na história do país, as autoridades brasileiras correm atrás dos prejuízos. A medida em que o óleo avança sobre as praias paradisíacas, com prejuízos inconcebíveis para a flora, a fauna e para o turismo, que é a principal fonte de renda de milhares de famílias na alta estação do verão, vai ficando mais claro de que a imensidão de mais de 8 mil quilômetros do litoral brasileiro está em descoberto, assim como os 15.700 quilômetros de fronteiras secas.

Óleo 2
Em decorrência desse mega crime contra o meio ambiente no litoral nordestino, há a possibilidade de os leilões dos campos de pré-sal, coordenados pela Petrobras, trazerem de volta, aos brasileiros, a sensação de que o litoral do país ficará ainda mais fragilizado e submetido a riscos de novos vazamentos.

Mercosul
Após as eleições na Argentina, a impressão é a de que o futuro do Mercosul ficará, mais uma vez, submetido às variações cíclicas e ideológicas dos países membros. Com a decisão agora do Parlamento Europeu de equiparar o comunismo ao nazismo, como doutrinas totalitárias e criminosas, o sinal de aprovação e que pode vir desse colegiado para os acordos entre a Europa e o Mercosul pode não ser dado com base nessa premissa.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os teletipos dos jornais não funcionam. Na Meridional, a maioria do noticiário é transmitida por telefone, porque os teletipos estão parados. Tanto o internacional como o nacional. (Publicado em 03/12/1961)

