Salve a mandioca

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto: radios.ebc.com.br

 

Lembrada como a figura mais desastrada que já ocupou a chefia do Executivo desde a fundação da República em 1889, Dilma Rousseff, quem diria, ainda por muito tempo será lembrada, não por sua gestão, considerada pífia, mas por suas falas e improvisações, estas sim, inseridas definitivamente no panteão do anedotário nacional.

Durante os Jogos Indígenas de 2015, nossa “primeira presidenta mulher”, lançou diretamente, na orelha dos ouvintes distraídos, sua mais preciosa pérola da coleção dos discursos nonsense. Disse naquela ocasião: “Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação… Temos a mandioca e produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana… Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil.”

Desde então, a fala de improviso tem sido citada nos sites de humor e outros, como um dos mais bizarros discursos já proferidos por um chefe de estado. O fato é que, um ano após esse discurso no típico dialeto dilmês, a Organização das Nações Unidas (ONU) apontaria a mandioca ou macaxeira como o alimento do século 21. Conhecida no Brasil muito antes da chegada dos navegantes europeus, essa raiz, juntamente com o milho foi e ainda é a base da alimentação de todos os povos que habitaram o continente sul americano.

Graças ao seu potencial nutritivo, com destaque para os carboidratos amilopectina e amilose, a mandioca é uma excelente fonte de fibras e de energia, sendo consumida hoje por mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo. De tão nobre na alimentação, o alimento mereceu, por parte dos deputados, um projeto de lei instituindo o dia 22 de abril como o Dia Nacional da Mandioca.

Atualmente, essa raiz está presente na alimentação em mais de 80 países em todo o mundo. O Brasil produz hoje algo em torno de 30 milhões de toneladas desse produto, grande parte por pequenos e médios agricultores familiares. Apesar da grande produção nacional, Nigéria e Tailândia são hoje os maiores produtores mundiais desse alimento.

Aqui na capital, o professor Nagib Nassar da Universidade de Brasília, PhD em Genética pela Alexandria University e pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem dedicado toda a vida ao melhoramento genético da mandioca, obtendo, com as pesquisas, um híbrido dessa espécie com a maior concentração de proteínas, uma variedade de mandioca que rende 8 vezes mais do que as espécies comuns, com cada planta chegando a pesar, isoladamente, de 20 a 24 Kg.

Graças a essas pesquisas, o professor Nagib tem sido laureado por diversos instituições mundo afora, por sua contribuição ao combate à fome. No livro “A História da Alimentação do Brasil”, do pesquisador Luís da Câmara Cascudo, a mandioca ocupa um capítulo especial denominado de “Rainha do Brasil”. O padre José de Anchieta, reconhecendo a importância dessa raiz na alimentação da população local, chamava essa raiz de “pão da terra”. Torna-se possível extrair uma essência verdadeira do discurso da interessante ex-presidenta. Dilma Rousseff tinha razão quando exclamou: “salve a mandioca”.

 

A frase que foi pronunciada:

“Não, os jovens não estão preparados para fazer um mundo melhor. Nenhum jovem nunca esteve. Essa ideia é um fetiche vagabundo de alguns poucos jovens dos anos 60 e adjacências. Ou de artistas que fazem desse fetiche seu mercado de consumo.”

Luiz Felipe Pondé, escritor e filósofo brasileiro.

Mafalda, tirinha do cartunista Quino

 

Perda

A morte é sorrateira e, quando chega, nada a detém. Um início de ano com tantas tragédias. Para o jornalismo brasileiro, mais uma: a morte de Ricardo Boechat. Jornalista muitas vezes apaixonado, agressivo, debochado. Sempre intenso! No momento do diálogo com o Simão, no programa do comecinho da manhã, sua gargalhada era única. Denúncias, opiniões, entrevistas. Não teve tempo de argumentar com a morte. Foi levado violentamente.

O jornalista Ricardo Boechat na TV Band. Ganhou em 2016 o Troféu Imprensa de melhor apresentador de telejornal Foto: Divulgação/Band

 

Caridade

Em todos os meses, na Paróquia São Francisco, na 915 Norte, há o Brechó Franciscano. Os objetos doados são aproveitados por várias paróquias da cidade e por algumas cidades africanas, onde há missionários franciscanos. O mote é’: “Desapegue-se. Doe você também!”

 

Opinião

Cientista de Brasília, Reginaldo Marinho, também apaixonado pela natureza, ganhou uma coluna na Folha do Meio Ambiente, a Coluna do Meio.

 

Foto: folhadomeio.com.br

 

Coluna do Meio

04 de Fevereiro de 2019

TECNOLOGIA COMO ELA É

Por Reginaldo Marinho – r.inventor@gmail.com

 

AGRICULTURA X TECNOLOGIA

 

O preço de um Boeing 787 equivale 1.000.000 de toneladas de soja, que consumiu 1.500.000m³ de água e ocupou área equivalente a 300.000 campos de futebol na sua produção.

Essa carga pesaria aproximadamente 8.000 aeronaves e seria distribuída em um comboio de 25.000 carretas carregadas de soja, que ocuparia integralmente a estrada entre Brasília e Belo Horizonte. 

Um Boeing 787 pesa 126 toneladas e é composto de insumos minerais e tecnologia. Conclui-se que a agregação de valor é atribuída à tecnologia. 

O governo precisa encontrar um meio de fomentar o desenvolvimento de tecnologias nacionais para gerar riqueza, novos postos de trabalho e fortalecer a estima nacional. 

Sem querer demonizar o agronegócio, fica claro que as fontes de riqueza que dinamizam as economias modernas são consequência das atividades ancoradas no desenvolvimento tecnológico, que não exclui as atividades agrícolas. 

Mas os recursos naturais são mais pressionados pelo agronegócio: consumo de água, redução de cobertura florestal e uso de defensivos. Mais grave é que o valor agregado às mercadorias é muito inferior.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Está empossado, o novo Secretário da Saúde da prefeitura. O dr. Fábio Rabelo é uma segurança para o Plano Hospitalar. Resta, agora, que consiga verba para a construção dos hospitais das cidades satélites, para que moradores pobres não tenham que gastar às vezes mil cruzeiros por um táxi para uma consulta no Distrital. (Publicado em 10.11.1961)

“Postos estão, frente a frente”

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Imagem: g1.globo.com

Imagem: g1.globo.com
Imagem: g1.globo.com

            Num país como o nosso, onde os fatos da História muitas vezes têm tomado ares de pura ficção, ultrapassando essa em imaginação, e onde o realismo fantástico dos acontecimentos ganha tonalidades reais, não chegam a surpreender as notícias de que um prisioneiro incomum, encarcerado por crime comum, apareça na dianteira das pesquisas para o cargo de presidente da República.

      Com as manobras urdidas a partir da própria cela, transformada, sob a complacência da Justiça, em sede de movimentadíssima campanha, o ex-presidente Lula vai lentamente conduzindo seu partido e seu nome rumo às urnas, há pouco mais de 1 mês para as eleições e sob os olhares perplexos de um país inteiro.

          A essa altura dos acontecimentos, muitos passaram a torcer para que a estratégia de esconder o candidato para que ele ressurja vitorioso como uma fênix de dentro da urna seja consumada com sucesso, apenas para dar mais tempero e sabor a essa história surreal. Caso tenha os caminhos desimpedidos pela justiça eleitoral e venha a ser sagrado, mais uma vez, presidente do país, o realismo fantástico dessa façanha possível terá ultrapassado léguas de qualquer ficção, mesmo as mais imaginativas. É justamente essa ausência física, consubstanciada em presença irreal que mais fascina seus eleitores, conferindo, ao pleito insosso, sabores de um conto mágico, bem ao estilo de um Gabriel Garcia Márquez. Para uma nação colonizada com amor e ódio por portugueses, a odisseia do ex-presidente parece nos remeter diretamente à metrópole no ano da graça do Senhor de 1578, quando na Batalha de Alcácer-Quibir, no Norte da África, o rei de Portugal, D. Sebastião, desapareceu sem deixar vestígios, possivelmente morto pelos mouros daquela região.

         O sumiço misterioso do rei e de boa parte de sua tropa criou entre a nação portuguesa um sentimento místico de que esse monarca mártir iria retornar, no momento certo, à terra natal para salvar seu reino das mãos dos espanhóis, que entre 1580 e 1640 uniram as duas coroas sob um mesmo reino. Com isso, foi criada a expectativa de cunho messiânico do retorno de D. Sebastião, conhecido naquela ocasião como Sebastianismo, que pode ser interpretado como um movimento de inconformismo com a situação política vivida por Portugal naquele período.

          Naquela ocasião, muitos prepostos apareceram se fazendo passar pelo rei desaparecido. A maioria encontrou a força como resposta. Essa crença no chamado “rei encoberto”, que viria para redimir o povo português, guardadas as devidas proporções, nos faz lembrar a saga vivida agora por Lula, o candidato encoberto, que promete retornar ao seu palácio, com todas as honras e glórias.

         Ainda hoje, passados muitos séculos, muitos místicos portugueses ainda acreditam no retorno do rei e de seu exército. O mesmo parece ocorrer com os lulistas que ainda acreditam no retorno de seu salvador, perdido no Magrebe de uma cela em Curitiba.

A frase que foi pronunciada:

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”  

Winston Churchill

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

Boas Novas

Satisfeito com a estação experimental de plantios de mandioca, o professor Nagib Nassar convidou autoridades internacionais para conferir, no local, a produção. Causou surpresa ver que apenas uma raiz pesava 30kg. Com essa pesquisa, o fim da fome no mundo está próximo. Veja as fotos no Blog do Ari Cunha.

Grande mulher

Se existe cabo eleitoral familiar forte, pode-se dizer que Rogério Rosso está bem servido. Karina Rosso é anfitriã de primeira linha, sabe defender o marido mais ouvindo do que falando.

Foto: primeirasdamas.blogspot.com
Foto: primeirasdamas.blogspot.com

Faixas

É chegada a hora de reforçar as faixas de pedestres pelo Plano Piloto e demais regiões administrativas. Durante a noite, está bastante perigoso, principalmente com a chegada da chuva.

Foto: mobilize.org.br
Foto: mobilize.org.br

Novidade

Foram criadas, recentemente, duzentas novas autorizações para prestação de serviço de táxi adaptado no DF.

Foto: taxinforme.com.br
Foto: taxinforme.com.br

“Eu sou confiável?”

Em tempos de eleições e escolhas individuais e coletivas, de norte a sul do país, é o tema do livro do psicólogo e palestrante Fauzi Mansur, em parceria com a, também psicóloga e escritora, Adriana Kortlandt. Está feito o convite para uma reflexão profunda sobre o tema da autocorrupção. Lançamento em Brasília, na segunda-feira, dia 27, das 18h30 às 22h, no Carpe Diem Restaurante (104 sul).

Imagem: fazeraqui.com.br
Imagem: fazeraqui.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Há blocos na Asa Norte, onde não há água há vinte dias. O Departamento de Águas e Esgotos, entretanto, não deu a público nenhuma nota explicativa, principalmente sabendo-se que os reservatórios de Brasília têm capacidade para reserva de 90 milhões de litros. (Publicado em 27.10.1961)