Meio ambiente: uma equação ainda sem solução a vista

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Desacreditada interna e externamente, a política ambiental do atual governo enfrenta quase que diariamente várias batalhas de grandes proporções e em diversos fronts, para dar conta de um setor delicado e que cada vez mais é cobrado não apenas pelos brasileiros, mas por todo o mundo. As declarações intempestivas e pouco realistas de parte de membros do governo, inclusive do próprio ministro e do presidente, somados ao avanço visível do desmatamento, das queimadas criminosas já desvendadas, da propagação do óleo de origem ainda desconhecida, da questão das mineração sem controle, das barragens de dejetos, da poluição dos rios , do mar e do ar nas grandes cidades, vem num crescendo tal que é possível afirmar que hoje, com segurança , que a cadeira mais problemática e com maiores desafios a serem vencidos está justamente no ministério do meio ambiente.

Não bastasse tal volume de problemas, praticamente insolúveis, quis o destino que esses desafios fossem vencidos em meio a grande encruzilhada mundial para humanidade, representada pelo aquecimento global, provocado pelo efeito estufa, que paulatinamente vai induzindo as mudanças climáticas, gerando prejuízos e mortes em todo o planeta.

A possibilidade de a Terra vir a se tornar um planeta hostil para o ser humano, o que atingiria sobremaneira as próximas geração, vai, dia após dia, se tornando uma possibilidade real. Os esforços em praticamente todo o mundo ainda estão muito aquém dos alertas feitos por cientistas e a cada dia que passa o problema climático ganha novas proporções.

Infelizmente os ponteiros entre o tempo político e o tempo dos estudos e previsões e feitas pelos cientistas não andam no mesmo compasso, o que é um problema a mais nessa questão. Enquanto cada governo cuida dos problemas internos a fim de ajustar o crescimento das economias às necessidades de uma Terra em transformação acelerada, no Brasil, essa questão ganha ainda outras variáveis mais complicadas.

Tem razão o ministro Ricardo Salles quando afirmou, durante a Cúpula do Clima (COP25), realizada em Madri, que se não houver um desenvolvimento sustentável na região amazônica, que abranja a questão da sobrevivência dessas populações, o problema do desmatamento, não terá uma solução adequada. Existe, de fato, uma relação direta entre poluição e pobreza, reconhecida por todas.

Há ainda a certeza de que o homem deve estar no centro das atenções sobre preservação do meio ambiente. Não há como dissociar um e outro. Em nosso país essa é uma questão premente e histórica que precisa ser resolvida par i passu. Ressalte-se ainda que esse é um problema já solucionado pelo mundo desenvolvido há pelo menos meio século. Internamente existe ainda outros fatores que pesam na equação do meio ambiente que é o setor rural, tradicional apoiador do atual governo e que não aceita políticas limitantes e restritivas, como as que, normalmente são impostas pela agenda de proteção da flora e fauna.

De concreto já se sabe que o ano de 2019 vai se encerrar como o mais quente da década e onde os efeitos da variação brusca do clima tem causado os maiores desastres naturais.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:   

“Se entre os primitivos era a fome que trazia a morte, agora, ao contrário, é a abundância que nos destrói. Naqueles dias, os homens muitas vezes ingeriam veneno por ignorância, agora, mais instruídos, eles se envenenam uns aos outros.”

Lucrécio séc. I a.C.

Mafalda, tirinha do Quino

 

 

Divulgação

“A trajetória do comunismo no Brasil”. O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal anuncia, para o próximo dia 11 de dezembro, o debate sobre o assunto. Os convidados para a mesa são: Paulo Roberto de Almeida (embaixador), Hugo Studart (jornalista e historiador) e Gustavo Bezerra (diplomata e historiador), este autor do “Livro negro do comunismo no Brasil”. O evento faz parte do “Ciclo de Diálogos sobre o Pensamento Político Brasileiro”, diz o Instituto. Quem faz o anúncio é o portal Vermelho. No site do IHGDF nada sobre o assunto. Discutir só a história. Onde o comunismo deu certo?

Foto: diplomatizzando.blogspot.com

 

 

Novidade

Com um prazo maior, o GDF vai investir os R$ 121.998.888,00, verba de emenda parlamentar da bancada federal, para a construção do primeiro hospital oncológico público da capital. Está tudo acertado. Agora é acompanhar. Se tudo der certo, essa será uma boa marca deixada pelo governador Ibaneis.

Imagem: agenciabrasilia.df.gov
Imagem: agenciabrasilia.df.gov

 

 

Ah bom!

Em uma ocasião, perguntaram para Fernanda Montenegro se uma atriz era boa e talentosa quando mentia bem. Impactada pela pergunta tão direta, amenizou com um malabarismo vernacular. Disse que a melhor atriz ou ator é aquele que convence as pessoas da verdade nas cenas.

Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Que estado de calamidade pública que nada, ministro! É água como diabo. O que falta é transporte para o feijão que está no Crato. (Publicado em 12/12/1961)

O preço do progresso a qualquer preço

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Imagem: pinterest.com/lamatin

 

Conciliar o que chamam de desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente tem sido, desde sempre, uma grande dor de cabeça para muitos governos em muitos lugares do planeta. Anteriormente, quando os cuidados com o respeito ambiental ainda eram obra de ficção, principalmente no pós-guerra, quando se verificou a necessidade de implantação de um polo industrial no Brasil, a questão da conservação da flora e fauna simplesmente inexistia. A ordem era expandir e abrir fronteiras, para tanto, tudo justificava em nome do progresso.

Fôssemos obedecer hoje ao que rezam as cartilhas que defendem a conservação e respeito ao meio ambiente, Brasília não teria saído do papel, tamanhas foram as interferências impostas à geografia local e do entorno para o assentamento da capital. Apenas para o preparo necessário à acomodação do Plano Piloto, sobre tudo a área central, milhões de metros cúbicos de terras foram movimentados, rios soterrados, veredas extintas, animais expulsos, espécies raras e desconhecidas simplesmente descartadas. Não havia consciência científica sobre a importância dessa riqueza natural, tratada como “campos sujos”. Ainda hoje há quem diga em “limpar o terreno” quando se quer retirar as árvores.

Obviamente que o custo ambiental para a consolidação da capital não pode ser aferido com a régua e com o conhecimento que possuímos hoje. Aprendemos com erros e com os exageros nesses erros. O que não se pode mais tolerar é o cometimento dos mesmos erros, tendo como justificativa apenas o desenvolvimento econômico à qualquer preço. Bem sabemos que ainda existem indivíduos e poderosos grupos de pressão que enxergam no Meio Ambiente um obstáculo ao desenvolvimento. Estudos sérios, realizados por especialistas respeitados e sob a lupa da ética no ofício, conhecem o caminho do meio, entre a preservação e o progresso.

Esse conhecimento precioso, somado ao acolhimento das opiniões das comunidades locais, é capaz de dar uma cobertura justa e legal aos empreendimentos e ao avanço inevitável do que chamamos progresso. Assim, tendo em vista a ânsia demonstrada pelo atual governo, em dar andamento acelerado a muitas obras de infraestrutura pelo país afora, todo o cuidado é pouco, principalmente quando se verifica o poderio do lobby que se esconde por detrás de muitas propostas de flexibilização de regras e leis ambientais.

Nesse sentido chama a atenção o Projeto de Lei 3729/04 criando a Lei Geral de Licenciamento Ambiental, que vem sendo atualizada dentro do Congresso Nacional que, entre outras alterações, prevê isentar a necessidade de licenciamento de obras de melhoria, modernização e ampliação em obras pré-existentes. Para alguns especialistas, essa medida poderá representar um cheque em branco para todo o setor de infraestrutura, possibilitando não só reformas, mas obras completas.

No texto está previsto ainda a isenção de licenciamento ambiental para as atividades rurais, bem de acordo com o desejo da bancada ruralista. Outra preocupação muito séria é com a pretensão demonstrada agora pelo governo Bolsonaro em reduzir mais de 60 unidades de conservação ambiental do país, de modo a retirar o que chama de interferências com estruturas existentes, para, segundo diz, conferir segurança jurídica para os empreendimentos, sejam eles públicos ou concedidos à iniciativa privada.

O que se comenta é que o Ministério do Meio Ambiente, que na prática deveria lutar pela preservação do nosso patrimônio natural, prepara um documento para fazer uma “revisão” geral em todas as 334 unidades de conservação federais existentes em todo o país, de forma a integrá-los às novas propostas de desenvolvimento.

Nessa balança sensível em que o meio ambiente nacional é colocado ao lado das vantagens do progresso, o que parece pesar mais nesses atropelos burocráticos é o desejo político do governo em cumprir uma agenda que, mais e mais, vai se parecendo com um passado que acreditávamos ter deixado para trás.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A terra deve ser tratada com ternura, para não lhe causar feridas, para não arruinar a obra que saiu das mãos do Criador. Quando isso não acontece, a terra deixa de ser fonte de vida para a família humana. E isso é o que acontece em não poucas regiões do nosso planeta, onde a água está contaminada, o lixo se acumula, a deflorestação avança, o ar está viciado e o solo acidificado”.

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

 

 

Convite

Murilo Frade convida para mais uma exposição de seus trabalhos. Na “Construção do Abstrato”, ele traz as cores e equilíbrio da alma. É uma obra que atrai e, harmonicamente, mostra a estética com maestria. A partir do dia 26 de junho, às 19h30min, no Salão interno do Restaurante Fortunata. Veja os detalhes a seguir.

 

 

Trabalho

Tomarão posse, hoje, na Associação dos Magistrados do Trabalho: Terezinha Célia Kineipp Oliveira (Desembargadora Aposentada), no cargo de Coordenadora de Aposentados da Amatra 10, e Heloísa Pinto Marques (Desembargadora Aposentada), no cargo de Vice Coordenadora de Aposentados da Amatra 10. A Amatra 10 é presidida pela juíza Audrey Chocair Vaz, recém-empossada para o biênio 2019/2021.

–> A coordenação de aposentados da Amatra10 (Associação dos Magistrados do Trabalho da Décima Região – Distrito Federal e Tocantins) tem como objetivos principais a valorização, integração e defesa das prerrogativas e direitos dos magistrados aposentados da Região. Atualmente, são 22 magistrados do trabalho aposentados filiados à Amatra10. O grande desafio da Coordenação de Aposentados é promover a valorização destes aposentados e sua integração à vida associativa, além do trabalho constante na defesa dos seus direitos e prerrogativas estabelecidos na lei e na Constituição Federal.

Terezinha Kineipp e Heloísa Pinto Marques, desembargadoras aposentadas da Décima Região (DF e Tocantins) tomaram posse, hoje, respectivamente, nos cargos de Coordenadora de Aposentados e Subcoordenadora de Aposentados da Amatra 10, em sua sede.
O Ministro do Tribunal Superior do Trabalho aposentado, José Luciano de Castilho Pereira, e sua esposa Ângela; a presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e Tocantins, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães; a presidente da Amatra10, juíza Audrey Chocair Vaz; o vice-presidente da Amatra 10, juiz Márcio Roberto Andrade Brito; a Coordenadora Regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem (do CSJT), juíza Ana Beatriz do Amaral Cid Ornelas; a juíza aposentada, Solange Barbuscia; as juízas Adriana Zveiter e Patrícia Becattini; Terezinha Kineipp e Leonel Peleja Souza Oliveira.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda telefones: não há um aparelho em Brasília que dê, imediatamente, o sinal para discar. A demora é imensa e, muitas vezes, mesmo com o fone fora do gancho, entra uma chamada estranha. (Publicado em 23/11/1961)

Cuba ainda é a Disneylândia das esquerdas

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Foto: mst.org.br
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         Criado em 1990, por indução do próprio Partido dos Trabalhadores, o Foro de São Paulo transformou-se numa conferência periódica de partidos e organizações de esquerda que, desde então, vêm buscando meios e alternativas de transformar e promover a integração latino-americana para inserir o continente e adjacências no ideário e na cartilha que orienta essa matiz política, visando, entre outras propostas, o controle supranacional de toda a América do Sul e Caribe, de acordo com a ideologia comunista.

        No jargão próprio, o FSP objetiva a “unidade de ação na luta anti-imperialista”. Obviamente que um Foro com essa natureza e propostas, muitas delas fincadas em ideais correntes nos anos sessenta, só poderia reunir a nata das atuais ditaduras que ainda infestam parte do continente, submetendo, arbitrariamente, seus povos à regimes de exceção, como bem ilustram hoje os casos da Venezuela, Nicarágua e Cuba, consideradas, ao lado da Coreia do Norte, as mais longevas ditaduras do planeta.

      Quis o destino, com ajuda de parcela da justiça brasileira que ainda funciona a contento, que duas de suas maiores estrelas não estivessem presente nessa XXIV edição ocorrida na cidade de Havana, Cuba. Fidel Castro, faleceu em novembro de 2016 e Lula encontra-se preso, condenado, em uma das várias ações que responde, a doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo ausente, o grande paladino da atual esquerda brasileira foi muito citado no FSP de Havana, que criticou a “condenação e a prisão sem provas de Lula para impedir sua candidatura à presidência da República.”

         Essa versão corrente na narrativa dos petistas foi, estrategicamente, implantada na reunião pela ex-presidente Dilma e pela atual dirigente do PT, Gleisi Hoffmann, que em foto aparecem sorridentes e com um cartaz ilustrativo dessa patranha. No texto da Declaração Final de Havana, a América Latina já aparece como vítima do que chamam de “ofensiva reacionária, conservadora e restauradora do neoliberalismo” no qual os EUA, comandando o capitalismo transnacional, é, como sempre, o grande algoz do continente. No documento também citam retrocessos promovidos por “golpes parlamentares e judiciais”, numa clara menção ao que pregam sobre o ocorrido com o impeachment “da ex-presidente Dilma.

         Não por acaso, as expressões contidas na Declaração Final citam os mesmos chavões repetidos aqui no Brasil, como, “direita imperial”, “oligarquias subordinadas”, “classes dominantes”, “forças imperantes”, “golpe parlamentar”, “julgamento midiático”, “direita conservadora”, “agenda neoliberais” e diversas outras frases ossificadas que compõem o recital das esquerdas em toda a parte. No texto entre as ações que pregam para barrar o avanço de outras frentes, estão a necessidade de se “examinar criticamente o caminho andado, reunificar forças e renovar forças para seguir construindo os consensos que a ofensiva em curso da direita exige.” Para tanto, conclamaram a “um exercício prático do internacionalismo entre todas as forças de esquerda da América Latina e do Caribe, da Ásia, África, Europa e América do Norte.”

         Lembrando que a América Latina e o Caribe continuam em luta, terminam o texto conclamando o velho chavão “Hasta la victoria siempre.” Tirem suas conclusões sobre esse passeio à Disneylândia das esquerdas, diretamente do túnel do tempo.

A frase que foi pronunciada:

“A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.” 

George Bernard Shaw

Charge: tribunadainternet.com.br
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Pesado

Um dossiê sobre uma rede de abuso sexual, com mais de mil páginas, foi entregue ao senador Magno Malta. Trata-se de uma suposta omissão em investigações que podem ter envolvidos políticos, religiosos e educadores.

Foto: oglobo.globo.com
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Futuro no passado

Enquanto os candidatos a cargos públicos buscam vices e apoios, os eleitores vão assistindo, no Youtube, campanhas políticas passadas para acompanhar o que cumpriram ou não.

Da região

Solução para a merenda escolar é passar a valorizar a agricultura familiar da região. O assunto foi discutido na Comissão de Educação do Senado. A proposta da senadora Rose de Freitas é ampliar de 30% para 50% a parcela dos recursos federais para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Imagem: sebraemercados.com.br
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Valor

Por falar nisso, em uma viagem a Natal, o visitante queria saber a razão de não servirem caju no café da manhã, sendo que a área estava rodeada de cajueiros carregados. A moça que servia os turistas respondeu: “Quem vai querer isso?” Um exemplo simples que mostra como não valorizamos o que temos.

Ataques

Dados dos Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Polícias Civil e Federal mostram que, em 2017, 57 pessoas que lutavam pelo meio ambiente ou por terra foram assassinadas.

Charge: professorridaltovaz.blogspot.com
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E se

Jofran Frejat tem colhido muita informação com o fato de ter desistido de concorrer ao GDF. São dados importantes e que serão fundamentais para um futuro bem próximo.

Foto: g1.globo.com
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O impeachment do sr. Carlos Lacerda ainda não foi votado porque os deputados estaduais da Guanabara só falam nas transmissões dos jogos de futebol pela TV. (Publicado em 26.10.1961)