Oportunidades e oportunismo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

Dizem que, em tempos de crise, a criatividade e as oportunidades surgem como faíscas, tanto das demandas, como da escassez de bens e serviços. O mercado, esse ser desconhecido por muitos, mas que possui grande influência na vida de todos, facilitando e dificultando a obtenção de bens, conforme a relação do momento existente entre vendedores e compradores, parece ter sua existência notada apenas em tempos que adversidades surgem no horizonte.

No Brasil, onde tradicionalmente o governo faz de tudo para dificultar a livre iniciativa, sobrecarregando-a de uma infinidade de impostos, taxas e outras obrigações, os momentos de crise acabam se transformando em oportunidades únicas para os empresários descontarem, nas costas dos consumidores, todas as maldades que sofrem por parte do Estado. É a lei da selva, aplicada sobre às leis econômicas de forma descarada.

Exemplos negativos dados pelos empresários e até pelo governo em tempos de crises são abundantes e dariam para preencher várias enciclopédias com histórias fantásticas sobre a ganância e a esperteza malemolente nacional. Esse jeitinho de tirar proveito em tudo já compõe o caráter cultural de nossa gente. As longas filas que vão se formando agora nos supermercados, com gente afoita comprando o que vê pela frente, dá uma pequena mostra desse espírito selvagem que herdamos de nossos antepassados mais recentes.

O preço do álcool em gel, um item até há pouco tempo desprezado pelos consumidores, mas que agora parece ter virado ouro puro, dá uma mostra desse oportunismo malandro, cujos efeitos são falsamente imputados às leis do livre mercado. Esse e outros bens de consumo vão sendo, conforme o desespero sem causa dos consumidores, remarcados para cima sem limite e sem ética alguma. Tabelar e fiscalizar por amostragem, nada resolve. Sem solidariedade e ética, sociedade alguma poderá sobreviver em tempos de crise.

Aqueles mesmos empresários que remarcam abusivamente seus preços encontram, em outros mercados, quem faz o mesmo. Fornecedores são também fatalmente consumidores. Especuladores e aqueles que enxergam lucros onde há somente o caos estão à espreita em todo lugar, do mercadinho da esquina ao banco no final da rua. Infelizmente para o vírus da ganância, não há vacina conhecida.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Só saia de casa quando for realmente necessário. Quero meus coroas vivos.”

De internauta não identificado

 

Panorama

Criança toda empolada, ardendo em febre dá entrada no hospital do Paranoá, por volta da meia noite. A médica atende e encaminha para exames. Duas horas depois, com a papelada pronta, a mãe aguarda até 4 horas da manhã pelo retorno ao atendimento. Pergunta ao guarda por onde anda a doutora. Estava descansando. Finalmente chamam mãe e criança. Outro médico vê os exames e prescreve um medicamento sem carimbar a receita. Na farmácia a informação: a prescrição é de um colírio, antibiótico.

Foto: blogdoguilhermepontes.com.br

 

Vai ou não vai

Em vários pontos da cidade, placas com o limite de velocidade causam confusão. Não há coerência. Principalmente em áreas com obras. Perto de um redutor de velocidade da Ponte JK, que a velocidade é 60km/h, há uma placa indicando 40km/h.

Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

 

Sem resposta

Pergunta que não quer calar. Da cobra ao morcego, e a China? Vai sair ilesa de toda essa crise? Apenas comprando mais de todo o mundo em crise e pagando menos pela soja, petróleo? São 66,6 bilhões de produtos brasileiros importados! Por onde anda a Organização das Nações Unidas?

Foto: Issei Kato/Reuters

 

Sensatez

Luis Felipe Pondé fala sobre o Coronavírus. Vale ouvir. Veja a seguir.

 

NYC

Carnegie Hall, uma das salas de concertos mais importantes do mundo, cancelou toda a programação. Quem pagou com cartão de crédito terá o reembolso automático. Os que compraram ingressos com dinheiro, receberam um e-mail para enviar a foto do ticket e informações pessoais para o ressarcimento.

 

Em tempo

Se as escolas pararam em Brasília, só ontem as creches receberam ordem de fechar as portas graças à Justiça do Trabalho, por decisão da juíza Érica Angoti.

Foto: Arquivo Pessoal/Washington Luiz (correiobraziliense.com)

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje não há pescaria. A chuva está prejudicial. De mais a mais, vamos ver quem ganha o molinete que correrá pela Loteria de Goiás, no dia 21, entre os reservistas que se apresentaram ao ministério da Guerra. (Publicado em 17/12/1961)