Como armar a liberdade

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: correiocentralro.com

 

         Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já dizia Camões há cinco séculos. Com base nesse aforismo, é possível levar essa ideia para o campo do desarmamento da população. Se, no passado, até pelos impedimentos burocráticos e legais, era difícil o acesso ao porte de arma pelos cidadãos de bem, a população chegava a acreditar que bastavam as ações do aparato de segurança de Estado para conter a violência urbana. Esse mito foi desfeito com o passar dos anos e com o aumento surpreendente da criminalidade. O incremento nos índices de homicídios, na esteira do surgimento espantoso de grupos organizados e bem armados para a prática de crimes de toda a natureza, deixou visível que todo esse florescimento da bandidagem se dava à medida em que as leis e a própria justiça começaram a transferir e a debitar esse problema aos condicionantes sociais do país, transformando o delinquente numa vítima da sociedade e, portanto, digno de todo o tratamento e amparo do Estado.

         A população que ganha o pão de cada dia honestamente a tudo assistia de forma passiva e passou a desacreditar na polícia e mesmo na justiça, quando via que bandidos recém detidos, eram logo postos em liberdade, sob uma variada gama de desculpas. Mesmo aqueles bandidos condenados, que logo estavam de volta às ruas, beneficiados por uma série infindáveis de recursos protelatórios. Certa de que já não poderia mais contar com a onipresença e a eficácia da polícia no combate aos crimes e desgostosa dos rumos tomados pela justiça, que parecia lavar as mãos para esse problema, mandando soltar bandidos até de alta periculosidade, a população teve que recorrer a processos de segurança pessoal, transformando suas residências em verdadeiros bunkers, cercados de câmeras e redes elétricas. Aqueles que podiam arcar com os custos de blindagem dos carros, não perdiam tempo e passaram a andar em carros forrados em aço e com vidros à prova de balas de fuzil. Condomínios fortemente policiados por empresas particulares se espalharam por todo o país. Quem podia, vivia em fortalezas que muito se assemelhavam a presídios de alta segurança.

         Em pouco tempo ficou comprovado que, mesmo essas medidas de segurança, pouco ou nada podiam fazer para deter a onda de assaltos e assassinatos. Descrente nas autoridades e nas estratégias particulares de segurança, muita gente chegou à conclusão de que o preço da liberdade, e mesmo da vida, passava por uma medida extrema: armar-se pessoalmente contra a criminalidade.

         A exemplo do que sempre ocorreu na maior democracia do planeta, os Estados Unidos, a população se convenceu de que era preciso abandonar o modelo passivo e passar a agir de modo proativo para defender-se a si próprio, seus entes queridos e sua propriedade.

         Na verdade, a sociedade brasileira chegou à conclusão de que existe um preço a ser pago pela liberdade e pela preservação da vida. Esse preço, que os americanos sempre souberam, passa pelo porte e uso de armas de fogo. Com isso, surgiram, por todo o país, escolas de tiro e de uso defensivo e a correta utilização das armas de fogo. Diante de uma realidade que coloca o Brasil como um dos países mais violentos do planeta, e pela constatação de que nem a polícia, nem a justiça estão dando conta do recado, assegurando a paz social e provendo a segurança de todos, é que a sociedade aderiu, em peso, a ideia de possuir armas próprias.

         Diante desse fato, qualquer medida de governos futuros que venha a promover políticas de desarmamento da população deve primeiro assegurar que essa medida foi previamente cumprida com o desarmamento do crime organizado e de todos os bandidos que andam soltos e impunes pelas ruas de nossas cidades.

         Por outro lado, a população passou a observar, com mais atenção, os acontecimentos em outros países, nos quais a sociedade foi totalmente desarmada pelo Estado, tornando-se, em pouco tempo, presa fácil para o avanço de ditaduras sanguinárias. Mudaram os tempos, agora, mais do que nunca, é preciso estar alerta e, se possível, de arma em punho. Os inimigos e todos aqueles que querem sua vida e sua liberdade estão em toda a parte, armados até os dentes.

A frase que foi pronunciada:

“Quando todas as armas forem de propriedade do governo, este decidirá de quem são as outras propriedades.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

É Natal!

Indicativo de informação do Atacadão da Asa Norte: Senhores clientes, pessoas com diferentes tipos de deficiência fazem parte do corpo funcional deste estabelecimento. Pedimos a gentileza de conferir o valor cobrado nas frutas e legumes pesados. Agradecemos a solidariedade!

Atacadão. Print screen: Google Maps

História de Brasília

Fechou o Chez Willy. O primeiro bom restaurante de Brasília, teve toda a promoção gratuita que um homem de negócios poderia desejar. Seu proprietário não entendeu assim, e passou a explorar. Fêz reformas no edifício, sem autorização do dono, e sublocou a sobreloja sem poder, pelo contrato. (Publicada em 14.03.1962)

Acesso a armas resolve a questão da violência?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

 

Caminhamos, a passos céleres, para nos tornarmos, ao lado dos Estados Unidos, no país com o maior número de armas de fogo nas mãos da população em geral. Nunca se comprou e vendeu tantas armas como nesses dois últimos anos. O pior é que esse aumento na aquisição de armamentos vem sendo acompanhado, também, pelo aumento nos casos de homicídios. Com isso, o antigo Estatuto de Desarmamento, passados pouco mais de 17 anos de promulgação, já é creditado como um documento ultrapassado e, portanto, deixado de lado.

Em 2005, o governo havia promovido um referendo popular sobre a proibição de venda de armas de fogo e munição. Naquela ocasião, 64% das pessoas que votaram foram contra essa proibição. Mesmo assim, o Estatuto entrou em vigor, estabelecendo normas rígidas para a aquisição e porte de armas, dificultando e burocratizando, ao máximo, o acesso. A lógica do Estatuto e seu objetivo central estavam fundados na ideia de que, sem acesso a armas, os crimes violentos tenderiam, naturalmente, a diminuir.

Em 2012, o Brasil já contabilizava mais de 50 mil assassinatos, chegando, poucos anos depois, ao recorde de 60 mil mortes por armas de fogo. Dados daquela época mostram que 30% de todos os assassinatos ocorridos na América Latina e Caribe foram cometidos no Brasil, que já respondia também por 10% de todos os homicídios ocorridos no mundo. Com a eleição de Jair Bolsonaro e, claro, de sua agenda política que incluía a liberação para a posse de armas, o Brasil deu uma nova guinada em sentido contrário.

Se o Estatuto do Desarmamento não foi capaz de comprovar, na prática, que, dificultando o acesso da população a armas de fogo, diminuiria, no mesmo sentido, o número alarmante de assassinatos, o jeito encontrado, pelo atual presidente, foi inverter a lógica, facilitando para a sociedade a aquisição de armamentos diversos, para ela própria agir em sua defesa e contra a criminalidade. Nem uma coisa nem outra. Embora uma parte dos especialistas no assunto acreditem que o menor acesso a armas de fogo induz a uma redução nos crimes violentos, não se pode creditar todas as fichas apenas nessa hipótese.

Para outros entendidos no problema, a questão envolvendo o número assustador de homicídios no Brasil, o maior do mundo, não está centrado na questão da posse e aquisição de armas por parte dos cidadãos de bem, mas na possibilidade real dessas novas armas pararem mais facilmente nas mãos de criminosos. Para esses estudiosos da questão, a aquisição de armas, por parte de criminosos, independe de leis, estatutos e outras normas jurídicas.

Mesmo o aumento na punição para esses crimes parece não ter efeito direto sobre a questão da violência. Na realidade, a dinâmica da violência em nosso país encontra suas origens numa série contínua de questões que perpassam toda a nossa história, resvalando em outras causas políticas, sociais, econômicas e culturais.

O fato de a nação brasileira ter sido constituída dentro de um cenário de colonização, onde a violência, em todas as suas formas, era a norma geral, explica em parte o que somos. Agora, esperar que os índices de violência em nosso país recuem, apenas com base numa maior facilidade de acesso da população às armas, é uma falácia que somente interessa às indústrias de equipamentos bélicos.

Os índices nacionais de homicídios e os fatos atuais apontam para a complexidade da questão da criminalidade em nosso país. Em plena quarentena, quando se esperava uma redução natural dos crimes em todo o país, houve justamente o contrário, um aumento de 8% nos casos de assassinatos. Manchetes dos jornais diários apontam que o número atual de registro de novas armas nunca foi tanto grande como agora.

Tudo isso em meio a crescente criminalidade. Somente o Distrito Federal, outrora uma ilha de tranquilidade em meio à verdadeira guerra civil nacional, registrou um aumento de 1.400% na aquisição de armas pela população. Trata-se de um crescimento alarmante e que terá repercussões futuras, complicando uma questão já em si complexa e difícil de se resolver sem a seriedade necessária que exige o tema.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se eu gostasse de mi mi mi compraria um gato gago.”

Ricardo Ghirlanda, pelo Whatsapp

 

 

Mais taxas, menos serviços

Hoje é dia de audiência pública, às 10h, no Auditório do DER, com acesso presencial (vagas limitadas) e virtual. O assunto é controverso, pois o transporte individual será taxado antes que o transporte coletivo seja capaz de atender à demanda. Taxar estacionamento público sem oferecer transporte adequado parece injusto. Tudo sobre o assunto, a seguir.

–> COBRANÇA DE ESTACIONAMENTO PÚBLICO
Audiência Pública:j 31/07 10h às 12h
(veja como contribuir e assistir, no final desta mensagem)

Caros/as Prefeitos/as,
Lideranças Comunitárias:

O GDF pretende instituir o Projeto Zona Verde, que consiste na cobrança de R$2,00 a R$5,00 por hora de cada vaga dos estacionamentos públicos, incluindo no interior das Quadras residenciais, onde cada unidade habitacional teria direito a apenas uma vaga gratuita, e pagaria pelas demais vagas que utilizar (R$2,00/h de 9h às 20h nos dias úteis e de 9h às 13 aos sábados, não incluindo as vagas de garagem).

O agravante é que a arrecadação dos estacionamentos não será revertida em programas de mobilidade e na qualidade do transporte público, pois será uma concessão à iniciativa privada, por 30 anos (tempo excessivo de exploração para uma empresa que terá um mínimo investimento inicial), com um pequeno percentual revertido aos cofres públicos, sem destinação específica, podendo o GDF fazer qualquer uso destes recursos.

Com o objetivo de elaboração de um edital neste sentido, a Secretaria de Mobilidade (SEMOB) promoverá uma Audiência Pública no dia 31/07, às 10h, no Auditório do DER, com acesso de forma presencial (vagas limitadas) e virtual, onde já demonstra que o único objetivo é a privatização do estacionamento público e a terceirização dos serviços de fiscalização (hoje, atribuição exclusiva do DETRAN). A empresa a ser escolhida não terá nenhuma contrapartida e não deverá realizar nenhum investimento relevante, pois explorará estacionamentos já existentes, arrecadando as taxas e as multas (deverão existir parquímetros ou talões de pagamento prévio).

A SEMOB está recebendo contribuições para a Audiência Pública (veja formulário a seguir) que, segundo informação inicial, podem ser enviadas desde já e até às 12h do dia 31/07 (próxima sexta-feira). Mas, como há uma informação desencontrada de que as contribuições deverão ser enviadas entre 10h e 12h do dia 31, essas contribuições devem ser repetidas no dia.

As contribuições podem ser encaminhadas com o nome da pessoa e o item a que se refere (veja detalhes no link abaixo e no documento enviado a seguir):

• ao email:
consultazonaverde@semob.df.gov.br
• ao WhatsApp
61-99233-2726 (texto ou áudio)

O CCAS e o CCAN defendem que o GDF estabeleça uma política de mobilidade urbana sustentável, que priorize o transporte público e a adoção de novas matrizes energéticas em substituição aos combustíveis fósseis e consideram que, a exemplo das grandes cidades do mundo, o governo não pode punir o transporte individual sem antes garantir um eficaz e amplo sistema de transporte coletivo, digno da Capital da República.

Portanto, antes de impor esse fardo aos cidadãos, e somente onde for necessário, o GDF precisa:

• Levar o Metrô até a Asa Norte;

• implantar o VLT na W3 e L2, substituindo os Ônibus, que deverão se deslocar para outras vias;

• construir os Terminais de Integração Metrô/VLT/Ônibus/Automóveis nas pontas das Asas Sul e Norte, com amplos estacionamentos gratuitos;

• implantar uma rede transversal de ônibus de vizinhança (cruzando o Plano Piloto no sentido Leste-Oeste) ligando as quadras 800 às quadras 900;

• completar e integrar as ciclovias e ciclofaixas, e construir bicicletários em várias Praças e pontos de ônibus, com o sistema de bicicletas compartilhadas;

• incentivar outras alternativas de transporte, como o sistema de automóveis compartilhados, presentes em algumas cidades do mundo e do Brasil, isentos da cobrança de estacionamentos públicos.

A proposta consiste em estabelecer 4 zonas de cobrança: Ipê Amarelo (R$2,00/h nas áreas residenciais do Plano Piloto e Sudoeste), Ipê Roxo (R$5,00/h na área central do Plano Piloto e setores hospitalares), Ipê Rosa (R$2,00/h no Eixo Monumental) e Ipê Branco (R$2,00/h nos estacionamentos próximos a Metrô, BRT, etc., com isenção aos usuários destes meios de transporte). Motos pagariam a metade destes valores.

Envio, a seguir, o formulário para o envio de contribuições par a audiência pública e o documento da SEMOB que trata de tudo isso.

Mais detalhes sobre o Projeto Zona Verde e a audiência Pública:

http://www.semob.df.gov.br/audiencias-publicas/

Contribuições devem ser enviadas entre 10h e 12h do dia 31/07, próxima sexta-feira (mesmo se já foram enviadas antes):
• ao email:
consultazonaverde@semob.df.gov.br
• ao WhatsApp
61-99233-2726 (texto ou áudio)

Link do canal do YouTube para assistir a Audiência Pública:

https://www.youtube.com/c/SECRETARIADEMOBILIDADEDODF

Grato pela atenção.

José Daldegan
Presidente do CCAS
Conselho Comunitário da Asa Sul

P.S.:
O Gabinete do Deputado Sardinha se prontificou a realizar uma audiência pública na CLDF a ser encampada por outros parlamentares no mês de outubro ou novembro.

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

Golpes
Nunca dê números de conta ou senhas por telefone. Tenha cuidado até pessoalmente.  Se é idoso, respire fundo e tenha a humildade de aceitar a presença de um filho no caixa eletrônico. Pessoas sem escrúpulos escolhem como alvo os idosos, principalmente em tempos de pandemia, quando o isolamento é maior.

Arte: joaoleandrolongo.jusbrasil.com

CNPT

Para quem conhece a Bíblia, sabe que a crise dentro da Igreja já estava prevista. Para quem acredita, assiste de camarote com o terço nas mãos. No link Dividida: a banda podre da CNBB racha com o resto da Conferência e abre fogo contra Bolsonaro, você pode conferir o que corre nas redes sociais sobre o assunto.

Apae
Dia 8 de agosto, no sábado, de 11h às 15h, na Entrequadra 711/911 Norte, comidas típicas do São João no Arraiá do Drive Thru. Pedidos pelo telefone 99678-8536. Por falar nisso, a Apae tem uma lavanderia super elogiada pela qualidade do trabalho.

 

Agenda
Atenção bibliotecários, pessoal do Cedoc e organizadores por natureza. Em agosto, O VI Congresso Internacional em Tecnologia e Organização da Informação (TOI 2020) será online. Acesse a página doity.com e faça já a sua inscrição.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Do comerciante que aceitar esta sugestão gostaríamos de receber comunicação, para que nós possamos, também, ajudar a esses padrinhos. Comuniquem-se, por favor, com o telefone 2-2803. (Publicado em 13/01/1962)