Política de saúde ou saúde da política

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 

       Nem tudo é política ou deveria ser alvo de interesses de políticos. Muito menos de interesses políticos eleitorais. Um exemplo bem notório e claro é trazido até nós, pela pandemia do Covid-19. Desde seu surgimento, essa questão grave de saúde pública de âmbito nacional e mundial tem sido alvo de interesses políticos. Alguns legítimos, quando se trata de mobilizar adequadamente o Estado para o enfrentamento da virose, organizando as ações de governo e a população para encarar, de frente e com recursos próprios, esse inimigo da vida.

       Na maioria dos países desenvolvidos, foi o que se viu, com alguns tropeços, aqui e ali, por se tratar de uma doença desconhecida e que apanhou todos de modo súbito e sem tempo de reação. Noutras partes do globo, mais precisamente por aqui, a questão da pandemia do Covid-19, acertou, em cheio e de modo avassalador, um país que trabalha com barganhas.

        Estávamos em pleno período em que os aliados de primeira hora eram abandonados pelo caminho. O passado triste, da politicagem entranhada nas engrenagens do Estado, estava voltando, com a adesão entusiasmada do Executivo ao ancien régime. O Centrão, ao avistar as portas escancaradas do Palácio do Planalto, voltou em grande revoada e tudo restava como sempre fora. É nesse cenário que a pandemia encontraria o Brasil e os brasileiros. Estávamos diante de uma questão absolutamente nova e extraordinária e que vinha sacudindo o mundo, usando de velhos e falsos estratagemas desenhados por uma classe política que, notoriamente, nunca se interessou, de fato, para as agruras cotidianas da população.

        Ao se colocar como antípoda da metodologia e dos protocolos sanitários e científicos, o chefe do Executivo sinalizou, para seu governo e para a população mal informada, que todos deveriam seguir em sentido diametralmente oposto ao que o resto do planeta estava cautelosamente adotando. Contrariado por alguns poucos mais conscientes, preferiu ir para o enfrentamento direto, desprezando e ridicularizando quem se prevenia contra o mal. Alguma razão teve para isso, a história desvendará. Certo é que, paralelamente, corre, para daqui alguns meses, os arranjos em relação à licitação 5G com a lupa da Huawei, apontada a cada movimento atual.

        Passado mais de um ano desse isolamento descontrolado, onde trabalhadores demitidos nos Estados Unidos, por exemplo, tiveram que colocar a família para dormir no carro porque perderam a casa, ou mesmo o aumento da violência, aqui, no Brasil, o que se tem em mãos é uma montanha de mais de 230 mil brasileiros mortos e uma enxurrada de pedidos de impeachment estacionados no Congresso e outras ações junto à justiça, acusando o chefe do Executivo de crime de responsabilidade, entre outros delitos. Por outro lado, até hoje não se viu, concretamente, nenhum país ter a coragem de entrar em um tribunal internacional contra o país que mais faturou com o desastre viral. São mistérios que só o dinheiro pode explicar.

        Para piorar esse cenário, se é que isso é possível, a má política associada a ações desastradas partidas de todos os lados, vem fustigando as instituições para que adotem métodos e prazos de controle dos novos medicamentos fora dos padrões e normas.

        A quem interessa medidas provisórias, feitas às pressas, que aceleram de maneira irresponsável o uso emergencial dos imunizantes recém-chegados? Nas palavras do próprio presidente da Anvisa, Barra Torres, a situação é gravíssima, já que atropela todos os protocolos científicos, pondo em risco a própria população.

       Em outra frente, o fundador da Anvisa, o renomado cientista Gonzalo Vecina Neto, e outros notáveis pesquisadores e médicos, resolveram também dar entrada em mais um pedido de impeachment contra o presidente da República, engrossando uma fila de mais de meia centena destas ações, junto a um Legislativo que, notoriamente, já escolheu ficar ao lado do atual mandatário pelas vantagens claras que essa posição aufere a muitos desses adesistas.

         Certo dizer é que uma vacina não se produz em apenas um ano. O tempo é crucial para a eficiência e eficácia. Talvez o dinheiro esteja por trás da pressa. Ao povo do mundo e para aqueles que acompanham de perto essa tragédia, fica ao menos a lição de que o mix entre as necessidades da população e os interesses de grupos políticos, resulta sempre em perdas para os primeiros, inclusive de vidas.

A frase que foi pronunciada:

O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, indagou Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás. Quem quer vender (que tem)”, concluiu.

Presidente Bolsonaro

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um telegrama audacioso do proprietário da Padaria Royal a este colunista dá bem uma ideia do escaruco de um mau comerciante estrangeiro para com as leis nacionais. (Publicado em 26/01/1962)

O Brasil pelo avesso

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: Lila

 

Como arguto observador que era, Rui Barbosa (1849-1923) já reparava, em seu tempo, que o Brasil, apesar de suas contradições e formação histórica e cultural, dominado, como sempre fora, por uma elite insensível e egoísta, não poderia, no seu íntimo e essência, ser apenas um reflexo desses seus maus governantes e outros bajuladores do poder. “O Brasil”, afirmou certa feita em discurso famoso em 1919, no Rio de Janeiro, “não é isso”.

Pela atualidade de suas críticas, torna-se impossível não notar que, passado exatamente um século, desde que proferiu esse discurso, no Teatro Lírico da então capital, o Brasil não apenas permaneceu como era naquela ocasião, como, de lá para cá, piorou a tal ponto que hoje é comum ver que aquelas nulidades, às quais se referia no seu tempo, prosperam conquistando enormes espaços dentro dos Poderes da República. De fato, cresceram e se multiplicaram, contaminando toda a máquina pública e hoje perseguem, sem pudor, todos aqueles que ousam lutar por justiça e ética. No Brasil atual, a regra é a inversão de valores. Hoje são os homens de virtudes honestas, de honra e de vergonha na cara que são perseguidos impiedosamente como se criminosos fossem.

Por sua vez, aqueles que, de fato, são os malfeitores de todos os calibres e estirpes, reconhecidos por boa parte da população como tais, encontram-se entre ricos advogados e rábulas diversos instalados nas altas cortes, defensores ardorosos e servis, prontos a adulterar, a qualquer hora, as leis em benefício desses desqualificados. “Não valerá realmente mais o povo brasileiro do que os conventilhos de advogados administrativos, as quadrilhas de corretores políticos e vendilhões parlamentares, por cujas mãos corre, barateada, a representação da sua soberania?” Indagava Rui Barbosa, para quem esses piratas, que vinham e ainda vêm tomando de assalto o Estado, não passam de uma “troça de escaladores do poder”, ou um “ajuntamento coletício de criaturas taradas”.

Não, o Brasil definitivamente não é isso. O Brasil, dizia, é este comício imenso de almas livres e não os comensais do erário, nem as ratazanas do Tesouro, nem os mercadores do Parlamento, nem os sanguessugas da riqueza pública, nem, tampouco, os corruptores do sistema republicano. O Brasil era, para Rui Barbosa, formado por uma multidão que não adula, não teme, não corre, não recua, não deserta e não se vende…. É o povo e toda a sua majestade.

Essa pequena digressão, ao nosso passado imutável, vem a propósito da perseguição vergonhosa que ricos escritórios de advocacia, especializados na proteção e manutenção dos butins auferidos por corruptos famosos, como o senhor Luís Inácio Lula da Silva e seu imenso bando, aliados a ministros instalados estrategicamente na Suprema Corte, vêm empreendendo contra o ex-juiz federal Sérgio Moro, que ousou comandar a maior operação já vista.

O julgamento que, em breve, decidirá sobre a suspeição desse corajoso juiz e assim abrir caminho para o retorno político desse verdadeiro Lampião moderno, demonstra que ainda temos muito que lutar para escaparmos dessa réplica de República, habitada por oligarcas e impostores, travestidos em pele de homens públicos.

A frase que foi pronunciada:

Um cientista que também é um ser humano não deve descansar enquanto o conhecimento que pode reduzir o sofrimento repousa em uma estante.”
Albert Sabin

Albert Sabin. Foto: wikipedia.org


Novidade
Anunciado pela Terracap grande investimento no Noroeste. Serão mais de 40 coletores de lixo que serão instalados no subterrâneo. Além dos benefícios de não ter resíduos expostos, a grande vantagem em destaque é a capacidade de armazenamento bem maior.

Foto: terracap.df.gov


Violência
Leia, a seguir, o artigo completo do Dr. Issac Roitman sobre a relação entre educação e violência. “Uma questão que emerge é se precisamos mais policiais nas ruas e o aumento de presídios? Será que não seria mais pertinente e inteligente começar a educar melhor as nossas crianças que são o futuro do país? Uma educação básica de qualidade para todo brasileiro/a para que possam trabalhar, ter um salário digno, ter oportunidades e contribuir para o bem-estar de todos onde os valores e virtudes (ética, solidariedade, compaixão, honestidade, amorosidade etc.) sejam os pilares de um convívio harmônico e feliz.”

–> Link de acesso ao artigo: Não à violência

Surpresa
Enquanto o assunto que domina os meios de comunicação é a vacinação contra o Covid-19, a Polícia Federal, pela Operação Resgate, livrou 110 pessoas em situação análoga à escravidão. A operação aconteceu em 23 estados e foi a maior ação em força-tarefa já realizada. Além da Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho, Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União participaram desse trabalho.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A chuva e a construção do anexo da Câmara mostraram que não há razão para interrupção no tráfego quando há apresentação de credenciais no Planalto.
(Publicado em 25/01/1962)

Por onde anda a Lei da Ficha limpa?

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: reprodução

 

Passada uma década de sua promulgação, a Lei Complementar nº135 de junho de 2010, popularmente chamada de “Lei da Ficha Limpa”, apesar de seu valor intrínseco e simbólico, anda um tanto esquecida e deixada de lado, mesmo em períodos eleitorais, onde, por sua importância e razão de ser, deveria se constituir na mais rigorosa peneira a filtrar os candidatos políticos que cometeram crimes de qualquer natureza, mesmo para réus primários e para aqueles cuja a condenação em segunda instância coubesse ainda recursos extraordinários.

Pelo menos, era o que desejavam os mais de 1,6 milhões de cidadãos que assinaram entusiasmados o projeto original, além dos mais de dois milhões de brasileiros que o subscreveram pela internet acreditando que ele seria um divisor de águas no sistema eleitoral brasileiro, já que poria um fim definitivo na carreira dos maus políticos e de todos que praticaram crimes de natureza judicial e administrativa, em todas as suas modalidades.

Para muitos brasileiros, era chegado, portanto, o fim da corrupção e da dilapidação secular dos recursos públicos. Só havia um porém: para sua fixação junto à Constituição Federal de 1988, conforme preconizava o parágrafo 9º do artigo 14 dessa mesma Carta, seria necessário que esse conjunto de leis de iniciativa popular fosse antes submetido à apreciação dos congressistas, ou seja, de muitos políticos que, direta ou indiretamente, seriam afetados pelas repercussões futuras desse projeto ímpar de saneamento. E foi nessa encruzilhada decisiva que esse marco no Direito Eleitoral encontrou sua primeira e quase inexpugnável muralha e outros contratempos marotos e providenciais que buscavam pasteurizar a referida proposta, retirando-lhe o espírito e a essência originais.

À água cristalina que vinha das ruas, foram acrescentados 14 novos dispositivos. Questões fundamentais para toda e qualquer nação que mire a modernidade de suas instituições, assegurando os princípios éticos da moralidade e da probidade administrativa, principalmente por parte daqueles que exercem cargos ou mandatos públicos, sempre foi uma reivindicação histórica da sociedade brasileira, cansada e envergonhada da sequência de escândalos envolvendo a elite dirigente do país.

Por outro lado, os brasileiros começaram a perceber que a permanência de um subdesenvolvimento crônico e nefasto tinha suas raízes principais fincadas na malversação do dinheiro público e na impunidade de seus autores. Era, por assim dizer, a Lei da Esperança. Desidratada pelo Congresso, por razões óbvias, a Lei da Ficha Limpa sofreria novos revezes e escalpelamentos, quando de sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de Ações Diretas de Inconstitucionalidade e outras medidas. Depois de passar por caminho pedregoso, a LFL, e passados mais de dez anos de sua promulgação, ainda hoje essa Lei vem sendo alvo constante de questionamentos e outras reclamações, por parte daqueles que se veem prejudicados com seu caráter incisivo.

Numa dessas últimas investidas contra a LFL, o recém empossado ministro do STF, Kassio Nunes, escolhido estrategicamente pelo atual presidente, determinou uma nova interpretação da Lei, em seu artigo 1º, inciso I, alínea “e”, com o propósito de retirar dela a expressão “após o cumprimento da pena”. Com essa medida, muito criticada por juristas, a contagem de tempo para a inelegibilidade passa a ser a partir da condenação em segunda instância e não mais do cumprimento da sanção, o que, em tese, encurta o tempo da pena e favorece muitos políticos enrolados com a justiça. O próprio presidente dessa alta corte, ministro Luiz Fux, já adiantou que não levará, tão cedo, esse tema para a apreciação do plenário, o que mostra o quanto a LFL ainda terá que se sujeitar até que, lá adiante, não cause mal algum aos nossos probos e intocáveis homens públicos, nossos representantes.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Democracia não é só governar com quem concorda com você”.

Guilherme Boulos se ouvindo enquanto fala. Ou não.

Luiza Erundina com Guilherme Boulos. Imagem: Folhapress

 

Mais perto

Muito boa a iniciativa da Administração do Lago Norte em se aproximar da comunidade com gabinete itinerante. Hoje, o administrador vai se instalar no Núcleo Rural Aspalha, a partir das 9h. Há também um WhatsApp para receber sugestão de outras regiões da jurisdição para receber o gabinete. Veja, a seguir.

 

Pela vida

Observe que quem opta por proteger a vida é taxado como ultraconservador. Não faz sentido o ultramoderno abrir mão da existência humana. Com tantos aparelhos modernos hoje em dia, é perfeitamente visível o início da vida, o batimento do coração, até as feições do bebê no útero. Chegou a hora de parar de repetir o que se ouve e pensar por conta própria. Veja um vídeo interessante sobre o assunto, no perfil oficial da deputada federal Chris Tonietto no Instagram, clicando aqui.

Esta escultura é obra do artista tcheco Martin Hudáček e se chama “Memorial a Criança Não Nascida”. A criança perdoa a mãe pelo crime do aborto. A mãe é mármore: o peso e a dor do arrependimento. A criança é translúcida: como o perdão.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se a mudança da Capital continuar como está vai virar baderna, vai aumentar o favoritismo, vai ser dinheiro a rodo do governo para pouca realização. A folha de diária deve ser assim: um dia no Rio, um dia sem dobradinha. No instante a coisa moraliza. (Publicado em 25/01/1962)

Qualificar o voto e o eleitor

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Cazo

 

No Festival de Besteirol que Assola o País na área política, ou mais resumidamente (FeBeAsPa), o que parte da população é obrigada a presenciar, desde o retorno do regime democrático nos anos oitenta, não deixa margem para dúvidas de que estamos sendo representados, desde então, pelo o que somos em síntese, como povo e cultura. Ou, pelo menos, do que deixamos de ser, por uma negligência histórica.

Dessa constatação, que para alguns pode ser até chocante, podemos presumir que aquela parcela da sociedade, que ainda insiste em ter os olhos postos sobre a realidade do país, essa é, talvez, uma situação que vai perdurar enquanto não for solucionado, na base, ou seja, no próprio seio do eleitorado, o problema da carência crônica do ensino público.

Enquanto perdurar a insuficiência na educação e formação dos brasileiros, não há como aperfeiçoar o modelo de representação política e, principalmente, o perfil dos representantes. Em outras palavras, o que se pode deduzir dessa premissa é que um país carente de educação não pode, em hipótese alguma, possuir um modelo bem desenhado de democracia.

Essa relação estreita entre democracia e educação é facilmente observável na maioria dos países desenvolvidos que investiram pesado no ensino público, tanto no aspecto material como no aperfeiçoamento e valorização plena dos profissionais dessa importante área.

E esse foi um projeto de prazo bem longo. Com isso, fica patente que ainda teremos muito caminho a percorrer, até atingirmos um modelo próximo do ideal de democracia moderna, funcional e, o que é mais importante, calcada em princípios éticos, sólidos e amplamente aceitos por todos. É preciso que fique claro também que não basta somente um conjunto de leis, elaborado por uma minoria douta e imposto de cima para baixo aos indivíduos pouco esclarecidos, ainda mais quando se sabe que a maioria dos brasileiros não consegue compreender, uma linha sequer, do que está escrito em nossos alfarrábios de leis.

É graças a essa carência na educação pública de muitos e dos eleitores, em particular, que se assiste a perpetuação de uma classe política que está na raiz de nosso subdesenvolvimento crônico. Talvez, por isso mesmo, qualquer projeto de educação sério e de longo prazo jamais tenha vingado em nosso país. Há séculos, percorremos o que parece ser um caminho circular que nos remete sempre ao mesmo ponto de partida.

Na verdade, há um projeto implícito de manutenção de uma multidão de iletrados como forma de assegurar a longevidade desses grupos políticos dominantes. Não é por outro motivo que os clãs familiares se repetem no poder, numa transição monótona e lesiva aos brasileiros.

Não surpreende, pois, que nas universidades e em outros centros de cultura medram as raízes da insurgência contra o status quo. O pior é saber que esses problemas de características políticas não podem ser resolvidos no próprio âmbito político contaminado que temos, onde as resistências em aceitar as propostas que vão de encontro aos anseios da população são imensas e intransponíveis.

Os fundos partidário e eleitoral, as dezenas de legendas, a impunidade dessa elite, para quem o próprio Supremo parece trabalhar, os seguidos escândalos de corrupção que se repetem sem interrupção e outras centenas de mazelas a envolver esses grupos constituem-se, apenas, como pano de fundo para um cenário onde são exibidos falsos duelos ideológicos a animar e iludir a plateia atônita.

Essas últimas eleições deram uma mostra dessa pantomima, ao reeleger os mesmos núcleos de poder político que, há décadas, são destaques nas páginas policiais. Como consequência, não há que alimentar esperança alguma de que o atual quadro venha a mudar, uma vez que persiste o dilema da pouca qualificação do próprio eleitor.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As empresas querem apenas aumentar seus lucros; cabe ao governo garantir que distribuirá o suficiente desses lucros para que os trabalhadores tenham dinheiro para comprar os bens que produzem. Não é nenhum mistério – quanto menos pobreza, mais comércio. O investimento mais importante que podemos fazer é em recursos humanos.”

José Mujica, ex-presidente e senador uruguaio.

Foto: oglobo.globo.com

 

Caso de polícia

Pergunta da vizinha. O caso de um cachorro latindo o dia inteiro pode ser considerado, pela lei, como maus tratos para o animal, falta de cuidado, atenção, alimentação. E para o humano obrigado a ouvi-lo?

Foto: petlove.com

 

Mãos à obra

Hoje, às 9h30, no Grupo de Escoteiro Lis do Lago, QL 6, a comunidade vai se reunir, com os devidos cuidados de saúde, para  organizar a agenda de  plantio de árvores no Lago Norte, ciclo 2020/21. O grupo Adrena Hunters, voluntariamente, irá cavar os berços nos locais de plantio com máquinas furadeiras.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA    

Pessoas que participaram da concorrência para gramar a cidade, informam que a firma vencedora não está cumprindo com as determinações do contrato, e apontam como infração o fato de o terreno não ter sido arado, não ter sido gradeado nem nivelado. (Publicado em 15/12/1961)

Sabe de nada, inocente! 

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Luiza Erundina com Guilherme Boulos. Imagem: Folhapress

 

Anedota que corre pelas terras do sul do país diz que os eleitores gaúchos, por sua teimosia histórica, votam na esquerda, depois saem em massa em direção ao estado de Santa Catarina e do Paraná, em busca de empregos e melhores condições de vida. Pelo sim, pelo não, o fato é que muitos analistas acreditam, de olho nas pesquisas, que a candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, para prefeitura de Porto Alegre é quase certa. Com a ausência de boa parte do eleitorado gaúcho nas urnas, a esquerda, mais disciplinada, tem aproveitado a oportunidade e está quase chegando ao comando da capital, correndo paralelo aos acontecimentos que se desenrolam do outro lado da fronteira, na Argentina, onde a esquerda avança sobre um país em ruínas.

Em São Paulo, o mesmo fenômeno ocorre com a disputa entre os candidatos Boulos e Covas. A questão é saber que importância esses fatos, que vêm ocorrendo a quilômetros de Brasília, têm para o futuro político da capital. Isso depois que forçaram a cidade a entrar nesse jogo de disputas, onde quem mais perde é o cidadão, que é chamado a pagar as contas dos gastos astronômicos deixados pelos políticos.

Dois fenômenos trazidos pelas eleições em segundo turno, que hora se processam tanto no Rio Grande do Sul quanto em São Paulo, podem esclarecer melhor o que, hipoteticamente, está por vir em direção também a Brasília. Primeiro, é possível detectar que a posição um tanto inusitada, que coloca Manuela e Boulos com possibilidades de chegar ao comando das prefeituras dessas duas importantes cidades, pode ser explicada pela situação de vantagem que esses dois postulantes aparecem nas mídias sociais, talvez por conta de uma maior cumplicidade e intimidade que esses dois candidatos têm com essas mídias. Em segundo lugar, essa posição que, para alguns, pode prenunciar um retorno e um avanço das forças de esquerda no controle do país deve-se a um maior envolvimento dos eleitores jovens nessas campanhas, talvez até uma espécie de revanche contra as posições extremadas do bolsonarismo em relação às mulheres, às causas gays e outras bandeiras que a juventude enxerga e assimila constantemente nas universidades e nos movimentos culturais.

Também o apoio dado por uma coleção de artistas a esses candidatos de esquerda empresta certo peso às suas candidaturas e ajuda na identificação com a população mais jovem. Mas, contudo, não basta o fenômeno das mídias sociais e a adesão da classe artística para alavancar e tornar viável essas candidaturas, ainda mais bem no meio do mandato do atual presidente, com o cacife que ainda lhe resta.

De toda forma, um fato muito maior e de alcance planetário vem chamando a atenção de boa parte da classe política no Ocidente: cada vez mais, a população jovem em todo o mundo, principalmente em países de grande prosperidade econômica, está declarando sentimentos de afinidade com as ideias de socialismo, comunismo e outras de vertente esquerdista. Tanto na Europa Ocidental quanto nos Estados Unidos, mais e mais, os jovens se declaram simpáticos às esquerdas. Nos Estados Unidos, esse sentimento é mais observável, inclusive com parcela significativa dos militantes do tradicional Partido Democrático local, declarando-se abertamente adeptos da cartilha socialista.

O mais curioso é notar que esses jovens, vivendo na maior abundância material que o capitalismo pode proporcionar, e mesmo desconhecendo a verdadeira face do comunismo e o que esse regime provocou no mundo entre ruínas e mortes, ainda assim se empenham em reviver a esquerda em seus países. Para essa população que clama por menos liberdade de mercado e mais poder de intervenção do Estado, o futuro parece se desenhar com tintas escurecidas.

Para a geração de professores universitários que, durante a guerra fria, conseguiu imigrar para os países capitalistas, principalmente os economistas, sociólogos, estatísticos e outros letrados em ciências humanas e que viveram, sob esses regimes, anos e anos de agruras e falta de alimentos e oportunidades, ouvir seus jovens alunos pregarem a favor do comunismo soa como um retorno ao inferno. Para outros, como o professor de economia, o  romeno Rosíu Ovidiu Petre Octavian, essas pregações de seus pupilos eram acolhidas com um sorriso no canto dos lábios e um silêncio de quem diz para si próprio: “não sabem de nada, inocentes”.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:     

“Quanto mais o tempo passa, menos eu significo pras pessoas e menos elas significam pra mim.”

Charles Bukowski, romancista estadunidense nascido na Alemanha

Charles Bukowski. Foto: reprodução

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje, é o aniversário de um homem tímido, inteligente, capaz, seguro, às vezes ingênuo, que confia nos homens, acredita nas palavras alheias. Hoje, é o aniversário de um homem simples, que tem tudo para ser orgulhoso. Hoje, é o aniversário de um gênio. Bom dia, doutor Oscar Niemeyer. (Publicado em 15/12/1961)

Distintas patotas

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

 

Quando cunhou a expressão o “homem cordial”, na obra Raízes do Brasil de 1936, o historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) buscava entender que traços culturais e sociais marcantes, e até permanentes, a colonização portuguesa e Ibérica tinha legado aos brasileiros e que poderiam definir, com mais sutileza, o caráter de nossa gente.

De saída, o pesquisador, à luz das teorias do sociólogo Max Weber (1864-1920), identificou o personalismo como traço fundamental de nossa gente, que faz com que os indivíduos deem mais valor as relações pessoais do que outros aspectos como posição social, títulos e outros qualificativos materiais. Essa característica explica, em boa parte, porque até hoje não atingimos um grau de desenvolvimento social capaz, ao mesmo tempo, de tornarmo-nos independentes e autônomos com relação aos governos e ao Estado.

De certa forma, a influência do personalismo tornou-nos dependentes de lideranças políticas, capaz de guiar-nos. Aliás, e expressão “nosso guia”, adotada sem cerimônia e sem avexo pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para se referir ao ex-presidente Lula, traduz esse traço personalista e, de certa forma, piegas, que permeia toda a nossa sociedade, ganhando maior intensidade justamente entre os áulicos.

Ao contrário do que muitos podem pensar, esse nosso jeitinho inzoneiro e maroto em nada ajuda na formação de uma sociedade harmônica e justa. Pelo contrário, esse traço recheado de certa intimidade tem sido responsável por parte de nosso fracasso social. A questão da empatia e mesmo das relações consanguíneas ditam nossa estrutura social e isso é uma tragédia.

Esse comportamento sui generis e de aspectos de compadrio ditam as regras sociais, classificando quem fica dentro do grupo e das possíveis benesses, e quem fica de fora sendo tratado como estrangeiro ou inimigo. Dessa distorção de comportamento, resultam, entre tantas outras, anomalias em obediência a pessoas e não a regras, mesmo legais, e uma certa tendência à lealdade cega, mesmo que isso vá contra às leis e ao que é ético e justo. Somos, assim, uma sociedade composta de patotas distintas, o que seguramente não é bom para ninguém, pelo contrário.

De todos esses traços herdados e que acabaram por transformar nosso destino numa fatalidade histórica, o homem cordial, e seu comportamento particular, é o que mais tem causado malefícios à nossa civilização tropical. Em todo o Estado e mesmo tendo em vista a tão propalada República, onde, em tese, todos teriam os mesmos direitos e deveres. Esses laços construídos a partir de amizade ou de consanguinidade moldam não apenas a estrutura política de nosso Estado, mas contamina também outros poderes, como o Judiciário e o Legislativo. Esse fato explica porque existem tantos descendentes diretos de políticos ocupando funções públicas ou mesmo em cargos representativos dentro do parlamento.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É indigno de um homem honesto servir-se dos restos de uma amizade que termina, para satisfazer um ódio que começa.”

Fénelon, teólogo católico, poeta e escritor francês. (1651-1715)

François Fénelon. Imagem: wikiquote.org

 

DAQAM

Se não pode pegar um avião, mas mesmo assim quer viajar, há uma opção. Você pode viajar ao passado navegando no Facebook. Brasília “Das Antigas Que Amamos Muito”, capitaneado por Chiquinho Dornas, é um lugar para passar horas, rever amigos e curtir a cidade que vimos nascer.

 

Programa

Na CNN, um bom programa para domingo. A rede apresenta a história de JK e os acontecimentos enquanto Brasília se formava. Já é o segundo capítulo do documentário Brasília 60 Anos.

 

Estranho

A Câmara Legislativa do DF, com moção do petista Chico Vigilante, declara Abraham Weintraub como persona non grata na cidade, porque falou que Brasília é um cancro de corrupção e privilégios, obviamente praticados por gente que chegou aqui por meio de votos mal dados por eleitores de todo o país. Não vamos distorcer os fatos.

Foto: Abraham Weintrab e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Arrecho

Essa mesma capital, que abriga os eleitos por votos mal dados, abriu os braços para receber 27 refugiados venezuelanos, que passam por uma crise humanitária e que vão ter oportunidade de recomeçar a vida longe daquele regime defendido justamente pelo deputado Chico Vigilante. Que incoerência!

 

Dica

Quem não consegue dormir por causa de um pernilongo no quarto precisa conhecer um dispositivo infalível, a seguir.

Armadilha YG-5611 | Sapinho

• Função: capturar, matar mosquitos e moscas, evitando a proliferação de bactérias e doenças, transmitidas por estes insetos. Elimina o mosquito da Dengue
• A luz ultra-violeta que atrai os insetos voadores, ilumina num ângulo de até 360º. Aumentando ainda mais a sua área de atuação
• O mosquito será atraido pela luz, sugado pelo aparelho e morrerá preso no compartimento inferior. Sem fazer o barulho, cheiro ou inseticidas, você mantém o ar limpo e o ambiente sem mosquitos para toda a família e principalmente para as crianças
• O brilho suave da sua lâmpada pode servir também como uma luz noturna, mantendo o ambiente agradável e seguro para todos
• Sem cheiro, sem choque, seguro para a sua família
• Silencioso e eficiente
• Mata também mosquitinhos, muriçocas e outros insetos
• Armadilha rápida, fácil de limpar e sem bagunça
• Serve também como decoração para qualquer ambiente

Controle de Pragas: Dengue, Zika Vírus, Chikungunya e outros.
Área Aplicável: 20 metros quadrados.
Design: Sapinho.
Cor: Verde.
Tensão: Bivolt.
Dimensões: 13 x 19cm.
Peso líquido: 0.362g. 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vou pedir ao Mauro Viegas uma árvore mais bonita do que aquele pinheiro murcho, para plantar no balão da Igrejinha. Outra coisa: dizem os que fazem estudos “dos mais”, que o acontecimento “mais Brasília” até agora, foi a inauguração da loja da Vasp, e procuram reunir Pepone e D. Camilo quando relembram o Batista e o Padre Roque. (Publicado em 14/01/1962)

Velhos hábitos persistem e moldam nossa modernidade

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: congressonacional.leg.br/visite

 

Que as instituições públicas são maiores e infinitamente mais importantes do que quaisquer outros indivíduos que venham a comandá-las, isso é sabido e é o que consta nos princípios legais que regem a nossa República. Só que esse princípio, contido, inclusive, em muitos dispositivos na Carta Magna e que, de resto, assemelha-se à de muitos outros países democráticos pelo mundo, não encontra, entre nós, uma aceitação plena e pacífica. Isso decorre, por um lado, de nossa própria formação histórica. De algo que parece estar impregnado na alma dos brasileiros. A questão do patrimonialismo pode ser encontrada, em maior ou menor grau, em cada uma das civilizações que vieram compor o que é hoje a Nação Brasileira.

Tanto na Europa portuguesa, quanto nos confins das tribos africanas, ou mesmo nas sociedades indígenas, os sinais de confusão e imiscuidade entre o público e o privado são elementos comuns. De certa maneira, nessas sociedades, tudo era comum para todos. Mesmo na metrópole portuguesa havia, entre a nobreza, em certo sentido, uma familiaridade entre o público e o privado. Eram outras épocas, outros costumes. E isso não é bom nem ruim. Não há lugar, em história, para se tratar de critérios de revisionismo ou de julgamentos tardios que nada acrescentariam no curso da própria história.

Também entre os autóctones sediados nesse continente, milhares de anos antes da chegada do homem branco, o forte sentimento de comunidade fazia entender que tudo era de todos, no sentido de ser responsabilidade de todos em comum. O mesmo ocorria nas diversas etnias que vieram da África para serem “as mãos e os pés dos senhores de engenho”, segundo Antonil. Todos tinham nas suas tradições milenares o princípio de que todos eram responsáveis pelo destino comum da tribo. Com tais características presentes em cada um desses povos que vieram se juntar e amalgamar-se no novo mundo americano, não causa surpresa que essas tendências personalistas encontraram, por aqui, terreno fácil para prosperar ainda mais, criando uma nação totalmente sui generis, para o bem e para o mal.

Após séculos de interação de sangue e costumes, esse patrimonialismo personalista ganhou, na visão de alguns estudiosos da formação do povo brasileiro, outras definições e reparos, assentes nas ciências humanas da antropologia e da sociologia. A miscibilidade, característica própria do colonizador português, deu a direção e imprimiu ainda mais ânimo a mistura de raças e costumes, tudo num caldeirão de crenças que se concentrava em torno da família patriarcal, o primeiro embrião da sociedade brasileira e que, posteriormente, iria se desdobrar naquilo que cremos ser a Nação Brasileira,

Tudo em nós remete ao passado e imprime, em nosso comportamento, cicatrizes. Somos o que somos e, por isso, talvez, andemos às voltas, correndo, mordendo e assoprando o próprio rabo, como fazem os cachorros agitados. Durante todo o período histórico do nosso país, as características do patriarcalismo, do patrimonialismo, do personalismo estiveram presentes e, bem ou mal, conduziram-nos até onde estamos atualmente. Chegamos a esse ponto, que nada mais é do que uma espécie de encruzilhada alongada, que nos faz indecisos, sem saber que direção tomar. Afinal, a sociedade deve ser, como fazem outros países, regida pela impessoalidade do Estado ou ao contrário?

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O vício na gente nobre é vício posto a cavalo e entronizado, que em lugar de ser estranho e aborrecido, se faz honrar e respeitar. E deste exemplo nasce o estrago e perdição de muitos.”

Frei Luís de Sousa

Frei Luís de Sousa. Imagem: wikipedia.org

 

CEB’s

Dito e detalhado como o comunismo encontrou fendas na igreja católica para se infiltrar. Assista ao vídeo a seguir.

 

Missiva

Festas barulhentas, no Lago Oeste, durante a quarentena, são a prova de que não há fiscalização. Só pela algazarra fora do horário, é possível localizar o evento. O pior ainda não é isso. São pontos de distribuição de drogas. O pessoal da rua 13 está há dias sem poder dormir, por conta do barulho que se estende pela madrugada. Até tiros de salva se ouve! Duas ocorrências policiais já foram registradas, mas nenhuma com efeito. Enquanto isso, a civilizada vizinhança daquela região se pergunta se este será o novo normal.

 

 

Aval

Em sintonia com as centenas de médicos que denunciaram a falta de profilaxia ao Covid-19, leia, a seguir, a carta de um paciente que traduz o sentimento de várias pessoas que experimentaram atendimento médico em hospitais particulares.

–> CARTA ABERTA AO HOSPITAL SANTA LUCIA – BRASILIA, DF

Este é o relado do que ocorreu comigo quando do atendimento com sintomas da COVID-19 no Hospital Santa Lúcia, em Brasilia, DF.

No dia 30/06, procurei o Hospital já com os sintomas de tosse, garganta seca, nariz obstruído, falta de olfato e paladar, além de dor de cabeça. Durante o atendimento, cheguei a propor a adoção do protocolo de medicamentos precocemente (AZ + HCQ + IVERMECTINA + Zinco). No entanto, minha sugestão não foi acolhida pelo médico que me diagnosticou com “rinite alérgica e garganta inflamada” receitando um antialérgico (Dicloridrato de Levocetirizina) e Dipirona. Então, eu solicitei que o médico fizesse um relatório e solicitasse os exames sorológico e de PCR para o SARS-COV-2.

Realizei os exames no SABIN em 02/07 (quinta-feira), e observei uma piora significativa no meu estado de saúde nos dias que se seguiram. Fadiga, dor no corpo, dor no pulmão ao respirar profundamente, uma tosse terrível e muita dor de cabeça. O resultado do PCR POSITIVO foi disponibilizado no domingo à noite (05/07).

Na segunda-feira (06/07) me dirigi novamente ao Hospital Santa Lucia, já com o resultado do PCR POSITIVO e fui submetido a uma TOMOGRAFIA e exames de sangue adicionais que mais uma vez comprovaram a COVID-19, com laudo conclusivo da TC:

“Achados consistentes com indicação clínica de pneumonia viral por SARS-COV-2 (COVID-19). Percentual de acometimento pulmonar entre 25 e 50%”

Mais uma vez, solicitei aos médicos (fiquei tanto tempo no hospital que houve mudança de turno) que indicassem o protocolo adotado em vários países do mundo, e também no Brasil, inclusive citando os estudos realizados e os resultados obtidos pelo Dr Didier Rault em Marselle (FRA), o Dr. ZELENKO de NY, o Dr Paolo Zanotto (Prevent Senior – SP), Dra Nise Yamagushi, Dr Zeballos e Dr. Anthony Wong, entre outros, mencionando também o protocolo adotado pela UNIMED e mostrando o protocolo sugerido pelo grupo de 478 médicos do DF para o tratamento precoce da COVID-19.

Apesar de toda a minha argumentação e da minha insistência para ser medicado, ouvi dos “jovens médicos” que tudo aquilo era “FALÁCIA” e que não havia tratamento para a doença, que somente uma vacina poderia resolver e mesmo assim não antes de 2021… Eu ainda tentei insistir na minha argumentação, porém quando ouvi do “jovem médico” que “ele era o médico e que não discutiria mais comigo sobre o assunto”, percebi que não adiantava mais argumentar.

Então questionei qual seria o tratamento? E, pra minha surpresa ele me recomendou “retornar para casa em observação e em caso de piora retornar ao Hospital”. Foi aí que minha indignação chegou ao limite! Eu me levantei, e lhe disse que já estava na fase 2 da doença, com quase 50% do pulmão acometido, e que se piorasse, a próxima fase seria entubar!? Isso tudo sem receber nenhuma medicação! Eu não me sujeitaria a isso, e me retirei.

Lamento que o Hospital adote esse procedimento, ou a “falta de procedimento”, e oro pela vida das pessoas que buscam atendimento no Santa Lúcia com sintomas da COVID-19 em busca de tratamento e recebem indicação para voltarem para casa, tomar “Dipirona” e em caso de falta de ar ou piora no quadro retornarem ao Hospital.

Quantas internações poderiam ter sido evitadas? Quantas vidas poderiam ser salvas? Assim como foram salvas milhares de vidas em Belém (PA) com a adoção do protocolo da UNIMED precocemente no aparecimento dos sintomas.

Não posso crer que um Hospital como o Santa Lúcia ainda não tenha adotado os protocolos que vêm apresentando resultados práticos excelentes no tratamento da COVID-19, mesmo enquanto os estudos científicos desses protocolos ainda não são finalizados de acordo com os procedimentos exigidos.

Após deixar o Hospital Santa Lucia, procurei outro hospital que estivesse adotando os protocolos mencionados acima, fui medicado com AZITROMICINA + IVERMECTINA + DEXAMETAZONA, e com pouco mais de 24 horas de tratamento já não sinto desconforto respiratório, nem dor de cabeça, nem fadiga, e a tosse já começa e expectorar os pulmões. Inclusive, hoje mesmo (08/07), realizei minha caminhada de 6km em 1h12min com os pulmões absolutamente normais e sem incômodo nenhum!

Estamos numa guerra!
Temos que lutar com as armas que temos!
Se tivermos que morrer, que morramos lutando, mas nunca sem lutar!

Obrigado pelo seu tempo.
Valter Ferreira Mendes Jr

 

Auditoria cidadã

Fattorelli fala sobre a cessão de créditos de R$2,9 bilhões por R$370 milhões ao BTG e a relação dessa operação com a EC 106 e outras operações de compra de papel podre de bancos. Assista ao vídeo abaixo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O depósito de mercadorias do UV-2 é um porão sem ventilação, onde a temperatura atinge a mais de 50 graus. A colocação de exaustores poderia corrigir o que está acontecendo. (Publicado em 11/01/1962)

Fábula das boas companhias

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Frank

 

Ditado antigo já recomendava: “junte-te aos bons e serás tão bom quanto eles. Junte-te aos maus e serás pior que eles.” Esse conselho valia no passado e vale também no presente, principalmente para aqueles indivíduos que escolheram, como ofício profissional, trabalhar em prol da sociedade e tendo a vida pública como baliza e norte em suas tarefas cotidianas.

Para aqueles que optaram por funções eletivas, esse conselho é não só apenas fundamental, como também capaz de indicar se o homem público terá ou não futuro nessa missão, cuja a visibilidade, inclusive de sua vida íntima, passa a ser total. Para esses escolhidos pela sociedade, com o cargo de representantes diretos, todo o poder é repassado por meio do voto. Da mesma forma como foi dado, cada voto será cobrado em dobro, o que obriga os eleitos, dotados de ética, a carregar sobre os ombros uma responsabilidade imensa e uma inquietude constante em atender aos anseios de todos.

Uma vez alçados ao posto de representantes, outra tarefa será escolher, dentre seus pares, aqueles que podem somar forças para o alcance de objetivos comuns, sempre guiados pelos mais altos valores éticos. E é aí que mora o problema. Num mundo ideal, essas parcerias seriam possíveis, não só entre os pares como entre os apoiadores. Ocorre que, na vida real, o que se tem é o que aí está. É pegar ou largar. E de nada adianta pretender ser uma freira dentro de um lupanar ou se recolher à solidão do mandato como um ser pudico. O jeito é integrar-se aos demais e deixar fluir. É quando ocorre das pretensões castas transformarem-se em êxitos possíveis, segundo a fórmula que reza que: o que se tem é o que está em mãos, nada mais. Em meio à multidão de representantes, a ética passa a ser apenas o exercício do possível. Do mesmo modo como ocorria na juventude e contrariamente ao que diziam os pais, as companhias mais divertidas e venturosas eram justamente as menos recomendáveis.

Na função de representante, serão essas mesmas más companhias que irão prometer mais ganhos e mais vitórias imediatas, não importando por que caminhos. Portanto, é preciso se integrar e colher o que se acredita ser vantagens para si e, quem sabe, para seus eleitores. Às favas, a ética e os velhos conselhos. Por esse caminho, os ganhos materiais para o eleitorado são certos, sendo que os custos embutidos vão passando desapercebido. Com isso, fica acertado também a continuação no cargo, garantido pela reeleição. Os exemplos vindos de companheiros vitoriosos, ricos e festejados pelo eleitorado, reforçam a tese e a certeza de que esse deve ser o único caminho. Mas é quando um pequeno deslize acontece, desses sem importância, mas que logo se transforma em escândalo, fazendo toda a vida desfilar diante dos olhos numa velocidade estonteante, que vem à lembrança os sermões do passado. Agora, o relógio suíço substituído pela pulseira de aço das algemas diz que estarás entre iguais, mesmo sendo o pior de todos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdade na vida em sociedade é como a estricnina no organismo de um indivíduo: terapêutica em pequenas doses e condições especiais, mas de outro modo, e no geral, um veneno letal.”

Frank Knight, economista americano

Frank H. Knight. Fotografia que ilustra a capa so seu livro “What is Truth” in Economics?

 

Beleza

Veja a seguir a defesa de Fábio Hiro, fundamentando argumentos para que os salões de beleza voltem a trabalhar. Luvas, máscaras, materiais esterilizados, agendamentos para não haver tumulto. Com mais de 20 mil seguidores no Instagram, Hiro descreve o caos econômico em uma classe onde o grupo divide o que recebe. Vale acompanhar o vídeo no link Por que salões se mantêm fechados?.

 

 

Imagem e comunicação

Simples assim. O coach do presidente Bolsonaro está fraco. Ele pode lutar contra tudo e contra todos. Mas sem melhorar a imagem e a comunicação, a tarefa é vã.

 

Educação

Em Alagoas já está decidido. Escolas particulares que optaram pelas aulas online só podem cobrar o valor da mensalidade com desconto de 30% ou mais. Depende da sensatez da diretoria.

Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) ajuizou Ação Civil Pública contra 148 escolas particulares de Maceió — Foto: Andréa Resende/G1 (g1.globo.com)

 

Emergência

Sem sangue no estoque, a Hemoclínica do DF pede socorro! Veja todos os detalhes de como ajudar no link Atenção: estoque crítico na Hemoclínica DF.

Cartaz divulgado no perfil oficial da Hemoclínica DF no Instagram

 

Aporte

DF recebe verbas para o combate do coronavírus, compensação de dívidas, segurança pública e saúde autorizadas a receber aporte no salário, entre outras iniciativas. Total R$ 1.381 bilhão. A seguir, o senador Izalci Lucas explica a distribuição.

 

Discursos

Miguel Nicolelis, super criticado pela opinião sobre o coronavírus. Autoridades brasileiras propõem o lockdown, enquanto passeiam para todos os lados.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Contrariando decisões em vigor, o Banco da Lavoura instalou uma agência volante na Cidade Livre. (Publicado em 11/01/1962)

Perda Total

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: bbc.com

 

Apostar nos resultados futuros das urnas é sempre um palpite arriscado e tem desmerecido a credibilidade de muitos indivíduos, sejam eles analistas políticos, institutos de pesquisa ou mesmo videntes e outros iniciados nas artes da adivinhação. As decepções experimentadas pela população com a representação política, com os partidos e principalmente com o baixo nível da classe atual, preocupada apenas em tirar proveito próprio do mandato, têm sido expressas nas urnas de forma surpreendente.

O povo, de uma forma geral, tem votado contra o que acredita ser a tendência apontada pelos especialistas, mesmo os mais experientes. Vive-se uma tal decepção com a representação política, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo Ocidental, que não seria exagero afirmar que o atual modelo de democracia, principalmente onde os políticos possuem blindagem contra erros e falcatruas, que um novo figurino de representação passou a ser exigido para se moldar a um novo século.

Não se sabe ainda o que poderá emergir de reformas do tipo política, mas seguramente, não será do agrado popular, caso essas mudanças venham a partir de um projeto confeccionado pelos atuais políticos. As mudanças exigidas pelo avanço natural da sociedade, suas necessidades, reforçadas ainda com advento das redes sociais e outras evoluções, não combinam mais com a velha política, com os currais eleitorais, com a corrupção e outras mazelas e subprodutos desse tipo representação do passado.

Apenas à guisa de exemplo, tomando os atuais partidos políticos nacionais como anti modelo de um novo tempo que anseia por se instalar na vida do País, é preciso colocar a questão da seguinte forma: Como desligar os atuais partidos de um passado nebuloso, sem afastar dessas siglas as atuais lideranças e todos aqueles que ostentam uma longa ficha de cometimento de crimes de toda a ordem? Outra questão é: Como compatibilizar uma representação moderna e enxuta com as dezenas de legendas atuais, todas direcionadas apenas para as benesses do sistema político? Digam o que quiser, mas é preciso reconhecer, logo de saída, que com o atual modelo, não iremos longe. De fato, seguiremos às voltas com um passado que queremos distância.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma mentira pode viajar pela metade do mundo enquanto a verdade coloca seus sapatos.”

Mark Twain, escritor e humorista norte-americano

Foto: cmgww.com

 

 

Muda já

Chegou o momento de os pais se reunirem para compartilhar informações sobre a compra de material escolar. Facebook, Instagram, Pinterest ou qualquer aplicativo que possa baratear a aquisição dos produtos.

 

 

Mudou

Desde o início de janeiro que a compra em Freeshop é de mil dólares.

Foto: Michel Filho / Agência O Globo

 

 

Urbanidade

Aconteceu no Bradesco da 504 Sul, perto do Cartório do 2º Ofício de Registro Civil. Uma Fiorino, guiada por um jovem, foi estacionada displicentemente ocupando duas vagas. Nossos leitores estão atentos. Veja a imagem a seguir.

 

 

 

 

Inexplicável

Pode ser picuinha. Mas a verdade é que quem gerar o boleto de pagamento do Nubank e tentar pagar antes do vencimento pelo BB, o calendário do Banco do Brasil é irredutível. Não aceita o pagamento antecipado da fatura.

Imagem: seucreditodigital.com

 

 

Negócios

Diplomacia e Agronegócio estão mais juntos do que nunca.  Time de adidos agrícolas foi formado pela Escola Superior de Guerra. A área de promoção comercial é fundamental para a extensão dos negócios brasileiros. O setor agropecuário do Brasil exportou aproximadamente U$97 bilhões.

Foto: revistadeagronegocios.com

 

 

Retorno

Quando há vontade política e o dinheiro do cidadão cobrado em impostos volta em serviço, é possível ter uma piscina olímpica oceânica como a de Bondi Beach, na Austrália. Veja o filmete a seguir.

 

 

Enquanto isso…

Parece inacreditável o depoimento da professora da Ceilândia, Maria de Lourdes Dannetti, rememorando a imagem de um adolescente arrancando a folha de caderno para fazer um cone e encher de comida oferecida na hora do lanche para levar para os irmãos em casa.

Charge do Kayser

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Lamentável, a omissão da prefeitura, na decoração da cidade para a temporada do Natal. (Publicado em 14/12/1961)