Barba e bigode

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Apoiadores de Trump na Flórida celebram a vitória após anúncio do canal Fox News – Foto: Jim Watson / AFP

 

          Embora não admita de público, a vitória patente do presidente republicano, Donald Trump, trará sim consequências que, direta e indiretamente, irão afetar o atual governo brasileiro. Foi-se o tempo em que as eleições americanas ocupavam o rodapé dos jornais por aqui. Mesmo a despeito da política externa do Big Stick e da América Para os Americanos, não havia esse estreitamento e essas interrelações capazes de influenciar o governo e até a força-lo a adotar alterações nessas relações com o irmão do Norte.

          O mundo, quer alguns desejem ou não, está num processo de formação gigantesca global. Nesse processo, é preciso lembrar que, no caso do Brasil, geografia é destino e até sina. Por mais que o atual governo busque um protagonismo dentro do Bloco dos BRICS, é certo que esse clube de além mar possui suas próprias estratégias e objetivos. E eles utilizam-se do Brasil e do resto do continente Sul apenas para formar uma base de apoio e logística próxima aos Estados Unidos, de onde pretendem alcançar a América do Norte.

         Como uma espécie de boi de piranha, o Brasil é usado assim para as manobras de China, Rússia, Irã e outras ditaduras para fustigar, de perto, os americanos. Para as esquerdas do continente, que vão sendo cercadas pelo avanço dos conservadores de direita, os BRICS representam uma tábua de salvação, onde podem se aninhar para pressionar, por viés econômicos e outros planos, os EUA.

         Caso tenha possibilidades de cumprir, ao menos, metade do que prometeu em sua campanha rumo à Casa Branca, os BRICS irão enfrentar o seu maior revés desde que foi criado. Internamente, para nosso país, a vitória de Trump trará reflexos diretos para a área econômica, podendo servir de chamariz para atrair os capitais estrangeiros que ainda insistiam em permanecer no Brasil. De cara, essa vitória elevou o valor do dólar, empurrando, mais ainda, nossa moeda ladeira abaixo.

         A maioria obtida pelo Partido Republicano no Congresso americano, juntamente com a Suprema Corte, dará um poder gigantesco ao presidente Trump, que retorna com a experiência adquirida no mandato anterior e com vontade de fazer o que não pode, quando sua reeleição foi obstada por uma vitória discutível, como no último pleito que concorreu. Já se comenta que os governos de esquerda não terão vida fácil com Trump na presidência e isso pode incluir o Brasil, que, nos últimos anos, tem fustigado abertamente os americanos, buscando comprar uma briga que, seguramente, não pode suportar nem meio round.

         Depois da Argentina, que vai seguindo, aos poucos, pelo caminho da racionalidade e da prudência, chega a vez dos Estados Unidos voltarem ao eixo e ao leito normal do capitalismo liberal, donde podem alcançar a invejada posição de maior economia e democracia do planeta. Com essa nova configuração no governo americano, o menos pior que pode acontecer ao Brasil é ele ser ignorado na política externa de Trump, o que também configuraria um imenso retrocesso para nosso país.

         A ilusão alimentada pelo pessoal de esquerda de que o Brasil pode, num mundo globalizado, seguir adiante e sem problemas, separado dos EUA, é, além de uma falácia política, a razão pelo qual estamos cada vez mais empurrados e atolados nas areias movediças de um clube internacional de ditadores, cutucando o leão com vara curta. A essa hora, Maduro está coçando o bigode e Lula, as barbas. Melhor diante dessa nova realidade, colocar bigode e barba de molho.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quero agradecer a milhões de americanos por aparecerem em números recordes e entregarem uma vitória. Nós os retribuiremos e faremos nosso melhor trabalho. Nós daremos a volta por cima, em todos os sentidos. Este será lembrado como o dia em que o povo americano recuperou o controle do país.”

Donald Trump

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Jim WATSON / AFP/CP

 

Agora sim

Perto do Ceub, havia uma viatura do Detran orientando o trânsito que estava caótico. Trabalho efetuado com sucesso.

 

Peso da opinião pública

Anderson Almeida, advogado criminalista, enviou-nos um artigo sobre o caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais. Veja a íntegra a seguir.

–> Caso Diddy e o peso da opinião pública na responsabilização por crimes sexuais

Anderson Almeida – advogado criminalista

Formalmente, a opinião pública não é considerada para fins penais. Nada em nossa legislação confere peso ou legitimidade ao clamor popular. Materialmente, entretanto, a grita em torno de crimes midiáticos costuma influenciar ações penais.

Casos como o das acusações de crimes sexuais envolvendo o rapper Sean John Combs, conhecido também como P. Diddy, mostram um lado da relação entre Justiça e opinião pública que passa despercebido: a proteção da vítima.

O fundamento adotado para negar a fiança de US$ 50 milhões — algo em torno de R$ 286 milhões — para que o rapper respondesse ao processo em liberdade foi que ele poderia interferir nas investigações. É um argumento válido, mas que só ganha tração graças à indignação popular.

Sob esse viés, a opinião pública tem sido a fiel da balança para garantir que crimes sexuais cometidos por pessoas poderosas sejam efetivamente punidos.

No Brasil temos casos em que a opinião pública foi tão ou mais importante para a punição de agressores. Um dos casos recentes é o do empresário Thiago Brennand, condenado a mais de 20 anos de prisão em processos por violência contra mulher. Seus crimes só vieram à tona quando um caso de agressão em uma academia foi noticiado pela imprensa. Só com a exposição pública de seu algoz as vítimas decidiram romper o silêncio e procurar as autoridades.

Caso semelhante ocorreu com o médium João de Deus. Só a exposição pública — e a indignação da opinião pública — fez com que uma personalidade cortejada por empresários, políticos e famosos antes tida como intocável fosse alcançada pela lei.

Não estou pregando a violação dos direitos dos acusados de crimes midiáticos. As garantias previstas em lei devem ser preservadas sempre para a integridade da Justiça. Contudo, no que diz respeito a crimes sexuais, é inegável a contribuição da mídia e da opinião pública para romper o ciclo de silenciamento a que as vítimas costumam ser submetidas.

 

História de Brasília

Ainda na Universidade, as formas de concreto que deveriam ser retiradas em 48 dias, foram retiradas em 40 horas, por processos especiais. (Publicada em 21.04.1962)

Senhores sem valia

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Foto: Divulgação / UNDP

 

Com a polarização exacerbada presente ainda entre nós, nossa guerra fria interna parece longe do fim, por mais que insistam em dizer o contrário. Num ambiente assim irresoluto, melhor lançar os olhos para longe, para alguns milhares de quilômetros daqui e colocá-los focados noutra guerra, essa mais real, até mais direta e com alvos específicos, na qual a morte e a destruição tabelam o preço a ser pago pela beligerância. Quem sabe, nesse conflito distante, possamos aprender algumas lições úteis para o futuro.

Neste mês, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia completou um ano. Período em que nem todo aparato do mundo civilizado, com sofisticação e o aplomb dos diplomatas tem conseguido resolver. Por isso mesmo, a diplomacia, com seus punhos de branca renda, cede lugar aos uniformes rudes dos militares. Soldados, aliás, que se matam uns aos outros, sem ao menos ter motivos e objetivos para tanto. A favor dessa guerra insana, temos pelo menos o fato de que o inimigo lá fora é conhecido e identificável em cada lado da fronteira.

Por aqui, o inimigo está camuflado nas redes, nos bastidores dos partidos e em outras altas instâncias, afirmando ser o que não é. Se nossa guerra é surda e feita no calar do oponente, lá fora, naqueles longínquos países, ela é estridente. Os canhões, esses modernos caixões blindados motorizados, rugem e clamam por mais conflito, convidando o mundo para entrar nesse baile macabro sem propósitos.

Longe do cenário da guerra, as indústrias de armamentos seguem fabricando seus obuses e toda a maquinaria bélica. A produção não para. Os indicadores de exportações nesse setor, estão apontando para cima. O dinheiro flui para esses empresários. Cada combatente caído representa mais e mais lucros. Talvez por isso mesmo as armas devam ser projetadas para matar em pequenas quantidades. De modo a fazer a guerra se estender ainda mais.

Uma bomba, do tipo nuclear, acabaria de uma vez com todo esse negócio que rende com a morte, cessando os lucros de imediato. Não que essa possibilidade não esteja na pauta e na cabeça desse pequeno Napoleão, graduado na escola da KGB. A Organização das Nações Unidas (ONU), outro sujeito indireto desse conflito, tem se revelada incapaz de manter o que ordena sua Carta, cessando esse conflito com respaldo do mundo moderno. E esse é também um outro perigo. Pensar que nem a ONU, com todo o seu poderio, prestígio e recursos, tem conseguido fazer o cessar fogo, o que aumenta o temor de que estamos sós ou na melhor das hipóteses andando e uma corda bamba sobre o precipício.

As armas atômicas, que ainda são multiplicadas, mundo afora, deram aos países que as possuem, razões para desprezar a paz. Pelo menos, nesse conflito específico, o mundo sabe de que lado deve ficar, mesmo que não assuma uma posição dentro das trincheiras. Dizer, como muitos o fazem, que esse é um problema distante e não nos diz respeito é um engano. “Nada do que é humano me é estranho”, ensinava Terêncio (195a.C-185 a.C).

Queiramos, ou não, essa é uma guerra de todos, se não pelos seus efeitos, porque nela morrem indivíduos, na sua maioria jovens, muitos deles parecidos e sonhadores como nossos filhos e netos. Prestar atenção nesse conflito pode nos ser útil. Quem sabe possamos aprender a inutilidade de todas as guerras e de todas as polarizações políticas. Nenhum desses velhos senhores, daqui e de além-mar valem o esforço de cisões e muito menos a vida de quem quer que seja.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“A democracia é mais vingativa do que os gabinetes. As guerras dos povos serão mais terríveis do que as dos reis.”
Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Novidade
No início de abril, o Hospital de Base deve estar com cozinha nova. Ao visitar o local, a governadora em exercício, Celina Leão, viu a necessidade de uma reforma substancial. Vamos acompanhar.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

Para uns
Gastos com dívida consumiram 46,3% do Orçamento Federal em 2022. Imaginem os contribuintes quanto gastam para estar em dia com o governo local e federal. No cafezinho da Câmara, a questão era: afinal, pagar dívida é certo ou não?

Charge do Cazo

 

Quase 3 milhões
É impressionante como o jornalista Alexandre Garcia registra fatos constantemente não abordados na mídia tradicional. Veja, a seguir, o post importantíssimo feito nesta semana. Alexandre dá um exemplo da democracia que conhecemos. “Ao final deixe o gostei ou não gostei.”

 

História de Brasília

Os Institutos concordaram com a Prefeitura em pagar o ajardinamento das superquadras, e uma concorrência foi anulada. Esta, a razão de não ter sido iniciado o serviço. (Publicada em 17/3/1962)