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com Circe Cunha e Mamfil
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudanças, tomando sempre novas qualidades”, teria dito Luís de Camões, em soneto escrito no século 16, em pleno período renascentista, tempos de grandes transformações e de incertezas sobre o destino do homem e do mundo.Transpondo essa ideia para os dias atuais, podemos inferir que, a exemplo do período renascentista, vivemos e experimentamos hoje tempos de grandes e irreversíveis mudanças.
De saída, é preciso deixar claro que a maioria das teorias sociais, que buscaram explicar o mundo do pós-Guerra, não são de grande valia para esclarecer a realidade atual, principalmente quando se verifica que, num planeta superpopuloso e interligado pela tecnologia das redes sociais, a velocidade da informação, falsa ou não, perpassa milhões de pessoas a cada instante, criando uma espécie de mundo supranacional, em que cada indivíduo está permanentemente ligado, on-line, formando supersociedades.
Nesse sentido, não seria exagero afirmar que nos aproximamos de formas de governo totalmente novas e distintas das atuais. Um bom exemplo dessa tese é demonstrada na prática, quando se verifica que as gigantescas e pioneiras manifestações de rua de 2013, capazes de abalar e induzir o fim do governo Dilma e do ciclo petista, foram idealizadas, organizadas e postas em prática inteiramente pelas redes sociais da internet. Ou seja, um simples clique na rede levou milhões de brasileiros às ruas, numa uníssona movimentação, algo totalmente impensável até poucos anos atrás.
O peso da opinião pública nas redes de computadores foi inflado de modo assombroso e ganhou nova e perturbadora dimensão para os tradicionais modelos de gestão pública. Não se pode mais ignorar esse fato. Ao contrário, é preciso entendê-lo melhor e tirar dele o maior proveito possível. O alargamento dessa tese leva inclusive a observar mudanças nos conceitos de inconsciente coletivo ou social, defendido por Jung no início do século passado.
Não seria estranho que, num futuro muito próximo, a democracia do tipo plebiscitária e instantânea viesse a substituir o atual modelo de governo, criando uma administração dinâmica e participativa em tempo integral, o que dispensaria intermediários do tipo parlamentar. O que os renascentistas entendiam como utopia e os modernos cientistas sociais chamam de distopia pode, com o advento e disseminação da tecnologia da informação, criar um mundo baseado numa espécie de “tecnotopia” da informação.
Se isso é bom, ou ruim, é cedo para afirmar. De toda forma, poderá vir a ser factível não apenas dentro da noção camoniana de que “todo o mundo é composto de mudanças”, mas, sobretudo, com o grande desapontamento da sociedade em relação aos seus atuais representantes e o grande distanciamento do que deseja o eleitor e o que realmente fazem os eleitos.
A frase que foi pronunciada
“Um título de eleitor e um CPF bastam para um voto sem sair de casa. A urna eleitoral está morrendo.”
Dona Dita, com o olhar no horizonte
Sem manutenção
Até o fechamento desta edição, a barragem do Paranoá ainda estava com os vestígios do acidente do fim de semana colocando em risco a segurança de outros motoristas.
DER
Em todos esses dias sem chuva, as obras do Trevo Triagem Norte continuam se arrastando. Se houver fúria nas chuvas, o resultado será desastroso. Vinte e quatro horas , sete dias por semana, é o correto para entregar o serviço a contento, utilizando o dinheiro dos impostos com responsabilidade.
Crime ambiental
No portal da Novacap, há uma advertência para quem planeja plantar árvores: não fazê-lo perto de fios ou redes de esgoto. É hora de reverter o teor educativo para os terceirizados que servem à instituição, cortando qualquer árvore que veem pela frente. Árvores que levaram décadas para crescer e dar sombra longe da rede elétrica e de esgotos.
Perigo
Atenção, vigilância sanitária. Apesar de as embalagens de ovos terem uma advertência sobre a necessidade de manter o produto sob refrigeração, os supermercados ignoram o alerta.
História de Brasília
Em defesa da tese goiana, atirou-se contra todos, buscando inimigos, provocando atritos, como se só os goianos fossem merecedores de gerir os destinos de Brasília. (Publicado em 6/10/1961)
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Ao suspender, em caráter liminar, a Portaria do Ministério do Trabalho nº 1.129/2017, baixada, há poucos dias, pelo governo, que, na prática, dificultava, ou mesmo inviabilizava, a efetiva fiscalização do trabalho escravo no país, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber parece ter conseguido, pelo peso de sua argumentação técnica e jurídica, enterrar um assunto que, para muitos especialistas, já nasceu morto.
A malfadada portaria, que alguns governistas acreditavam passar desapercebida da opinião pública, pôs a descoberto as intenções do Planalto de negociar até o impossível, se preciso for, para livrar o presidente das flechadas venenosas do antigo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Como era habitual, nos séculos 18 e 19, no Brasil, negociar escravos, trocando-os por terras ou gado, a medida parece uma volta ao passado que, ainda hoje, repercute e mancha a história do país e que ainda não foi devidamente reparada, mesmo com as chamadas “ações afirmativas”. Custa a crer que, nem bem nos livramos das reparações históricas, quanto à eliminação das desigualdades e perdas provocadas por um período sombrio de nossa trajetória, ensaiamos, via legislação infraconstitucional, retornar a um tempo que se quer superado.
A portaria, como asseverou, no dia seguinte, o próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, veio à luz depois de uma negociação com a bancada ruralista, agrupamento que reúne duas centenas de parlamentares e que, por conseguinte, tem peso decisivo nas votações do Congresso.
Nas palavras do ministro, esse era um pleito antigo da bancada e, agora, só resta comemorar. Diante da situação atual do governo, alvo das flechadas mortais do ex-procurador Janot, não surpreende que essa medida, apesar de suas características flagrantemente anticonstitucionais, tenha seguido adiante como fato consumado. Negocia-se o inegociável em troca do perdão de algumas cabeças coroadas. Trata-se, talvez, do ápice de um momento especial em que tudo é passível de negociação, até mesmo a dignidade humana.
Quem teve a oportunidade de ler a decisão da ministra Weber pôde, de alguma forma, entender por que essa portaria, por suas intenções, jamais teria lugar num mundo minimamente civilizado. Como bem descreveu a magistrada, “a escravidão moderna” é mais sutil e o cerceamento da liberdade pode decorrer de diversos constrangimentos econômicos e não necessariamente físicos.
“O ato de privar alguém de sua liberdade e de sua dignidade, tratando-o como coisa e não como pessoa humana, é repudiado pela ordem constitucional, quer se faça mediante coação, quer pela violação intensa e persistente de seus direitos básicos, inclusive do direito ao trabalho digno.” Em seu parecer, a ministra acrescenta: “A violação do direito ao trabalho digno, com impacto na capacidade da vítima de realizar escolhas, segundo a sua livre determinação, também significa reduzir alguém à condição análoga à de escravo”.
E pior: “Acaba por vilipendiar outros bens jurídicos protegidos constitucionalmente, como a dignidade da pessoa, os direitos trabalhistas e previdenciários, indistintamente considerados” e “é dever do Estado (lato sensu) proteger a atividade laboral do trabalhador por meio de sua organização social e trabalhista, bem como zelar pelo respeito à dignidade da pessoa”.
A frase que foi pronunciada
“Você não pode segurar um homem para baixo sem ficar com ele.”
Booker T. Washington, educador americano, orador, autor e líder dominante da comunidade afro-americana na América do Norte desde a década de 1890.
Leitor
» “O feriado nacional da Proclamação da República cai numa quarta-feira em 2017. Como ocorre todos os anos, não está programada nenhuma comemoração oficial. Trata-se de um feriado oco. É apenas mais um dia morto, sem atividades produtivas. Serve apenas para o lazer (…) Há duas ponderações a considerar: a transferência para as segundas-feiras desse e de outros feriados menos importantes, como se fez aqui no Brasil. E o real sentido da manutenção dessa data como feriado. É hora de um expurgo no calendário nacional de feriados”, opina Roldão Simas.
Uniceub em ação I
» Recebemos de Catarina Boechat a seguinte informação: depois de 35 mil hectares queimados, há dificuldades no transporte dos animais silvestres resgatados. Para tanto, alunos do curso de medicina veterinária do UniCeub estão em campo, sob a orientação da médica veterinária Amélia Margarida, do projeto Veterinários na Estrada.
Uniceub em ação II
» A primeira caravana, com voluntários e doações, sairá do DF amanhã (27). A iniciativa solicita apoio da comunidade com doações de materiais como: gaiolas, solução fisiológica, ataduras, gazes, cobertores, lençóis e alimentos não perecíveis. Os itens serão recolhidos no Bloco 10 do UniCeub, das 7h40 às 22h30. Quem preferir pode fazer sua doação por transferência bancária (Conta Poupança Caixa, Agência 3526, Operação 13, Conta poupança 2122-9).
História de Brasília
O deputado Anísio Rocha, apegado com todas as suas forças à indicação de um goiano, chegou a cometer injustiças, brigar com companheiros, se indispor com colegas e perder a calma e a serenidade que o momento requer. (Publicado em 6/10/1961)
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Análise mais detida revela que a crise hídrica que ameaça a capital do país, por sua origem e desdobramentos, é muito mais séria e complexa do que tem sido divulgado. As medidas para superar o problema de forma razoável somente terão êxito com o envolvimento da população em conjunto com o governo. De toda forma, é preciso notar que, dado o ponto em que nos encontramos, essa será uma tarefa para ser executada pela atual e pelas próximas gerações.
Em analogia com o câncer, é possível afirmar que, embora houvesse um diagnóstico precoce, o tratamento adequado e indicado só começou quando a doença estava em adiantada fase de metástase. A opção de captar a água do Lago Paranoá demonstra o desespero do governo, apanhado de calças curtas com o secamento das represas e o futuro fim do lago, se as nascentes e o cerrado não forem protegidos.
Trata-se de uma situação jamais imaginada, se considerado o fato de o Distrito Federal ter sido assentado, justamente, numa área de grande incidência de nascentes, numa região conhecida, não por acaso, como berço das águas. De todas as análises que possam nos levar ao cerne dessa crise de desabastecimento, até para entender a dimensão do problema, nenhuma supera em responsabilidade o fato de que a emancipação política e forçada de Brasília, ao deixar de lado os parâmetros do planejamento meticuloso da capital, acabou por conduzir-nos à atual realidade.
Fato inconteste é que, ao mesmo tempo em que aumentavam as ingerências da política local nos destinos da cidade, crescia também em maior proporção a mancha urbana em todo o Distrito Federal. A distribuição farta de lotes e o incentivo à formação de bairros e condomínios, sem qualquer requisito mínimo de planejamento, que serviu, momentaneamente, de moeda política na formação de verdadeiros currais eleitorais, levou ao impasse atual da improvisação e dos remendos de última hora. De 1989 a 2006, a mancha urbana se expandiu de 30.962 hectares para 65.690 hectares, o que, obviamente, não foi acompanhado por serviços de infraestrutura, indo além da própria dinâmica ambiental para suprir essa demanda explosiva.
Levantamento da Secretaria de Meio Ambiente indicou, há dois anos que, das 41 unidades hidrográficas locais, 16 operavam em capacidade máxima sanitária e de abastecimento por conta da pressão urbana. Com isso, aumentaram em ritmo alarmante o consumo de água e o volume de esgoto descartado. Obviamente, os gastos com o tratamento de água e de esgoto ficaram ainda mais caros.
O fato é que Brasília tem crescido, desde então, muito acima da capacidade de suporte dos rios e afluentes. Se aliarmos esse dado ao fato de que, em média, 35,2% da água tratada distribuída se perde no meio do caminho, o problema ganha maior gravidade. Com o aumento de bairros irregulares, multiplicaram-se também as ligações clandestinas. Segundo dados da Caesb, acredita-se que hoje são mais de 35 mil ligações irregulares — um furto de mais de 650 milhões de litros de água todo o mês, suficientes para abastecer mais de 65 mil residências. Na área rural, o fenômeno se repete por meio de 4,5 mil ligações clandestinas.
A frase que foi pronunciada
“Nós sabemos que o homem branco não entende o nosso modo de ser. Para ele, um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa.”
Chefe Seatle
Herança
» Publicação inédita realizada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O livro da Embrapa apresenta versão inédita completa do primeiro artigo de Mendel, traduzido para português. A capa do livro foi montada a partir do manuscrito original de Mendel e o primeiro DNA elaborado por Watson e Crick, em 1953. A obra descreve, de forma didática, evolução da genética desde o século 19 até os dias de hoje.
Genética
» Lançamento, hoje às 10h, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na Praça Científica do Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, na capital federal, o livro Mendel: das leis da hereditariedade à engenharia genética. Editada pelos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Francisco Aragão e José Roberto Moreira, a obra homenageia os 150 anos do postulado das Leis de Mendel.
Arte
» Amanhã, às 17h, a Referência Galeria de Arte inaugura a mostra As múltiplas faces de Eros, de Walter Goldfarb. As 26 obras de tamanhos variados que compõem a exposição trazem ao público de Brasília a primeira mostra individual do artista visual carioca, que tem obras no acervo de importantes instituições e coleções ao redor do planeta. Com texto crítico de Vanda Klabin. A mostra fica em cartaz até 2 de dezembro. A Referência Galeria de Arte fica na 202 Norte Bloco B Sala 11 – Subsolo.
História de Brasília
A interpretação dada em torno da nossa campanha contra a barganha política provocou até indisposições entre amigos, como se nós não admirássemos o povo goiano. (Publicado em 6/10/1961)
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Em 2015, o senador Reguffe (sem partido) apresentou proposta de emenda à Constituição (PEC) permitindo candidaturas avulsas. A PEC do senador estabelece, entre outras medidas, que “a filiação a partido político é direito de todo cidadão brasileiro, vedada a exigência de filiação partidária como condição de elegibilidade ou requisito de qualquer espécie para o pleno exercício dos direitos políticos”. Na opinião do senador, que obteve 57% dos votos válidos da capital do país, “é sempre difícil que quem foi eleito por um sistema queira mudá-lo”.
Outro que apoia a iniciativa é o senador Cristovam Buarque, para quem a candidatura avulsa iria acabar não só com o domínio dos partidos sobre a vida política do país, mas, sobretudo, iria “homenagear o princípio da soberania popular, que prevê o exercício do poder político diretamente pelo povo ou por intermédio de seus representantes”.
No entanto, analistas têm apontado para o perigo do voto avulso justamente num momento em que muitos deputados e senadores estão em xeque e, claro, não fariam nada para aumentar a imprevisibilidade da reeleição deles em 2018. Diante da certeza de que a maioria dos parlamentares não está disposta a alterar a regra que os beneficia, o protagonismo político dessa reforma espetacular viria, mais uma vez, do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a matéria em mãos, pronta para ser deliberada em plenário.
O relator do processo é o ministro Barroso, duro crítico do atual sistema político nacional, que já concluiu o parecer sobre a questão. Se serve como indicação de seu voto, é preciso lembrar que, em certa ocasião, o ministro Barroso teria declarado que a “Constituição não instituiu uma democracia de partidos”. Pesa sobre essa questão o fato de o Brasil ser signatário do Pacto de São José da Costa Rica, firmado na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 e ratificado pelo Brasil em 1992. Por esse documento, ficou estabelecido que “todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades: (…) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a livre expressão da vontade dos eleitores; e de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país”.
A última movimentação no sentido de estabelecer ou não a candidatura independente foi dada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em parecer favorável às candidaturas avulsas, Dodge enviou a matéria para a apreciação do Supremo, que tem a bola da vez. É certo que a aprovação das candidaturas avulsas não acabaria com os partidos, mas, sem dúvida, forçaria que a maioria deles fosse reformada visando ao interesse do eleitor, não apenas dos oligarcas dessas legendas precocemente envelhecidas.
A frase que foi pronunciada
“Aqueles que negam a liberdade para os outros não a merecem para si próprios.”
Abraham Lincoln
Prodasen
» Presença maciça do comando administrativo do Senado Federal pelos 45 anos do Prodasen. O evento foi aberto pelo Coral do Senado. Em clima descontraído, Ilana Trombka, diretora-geral; Fernando Bandeira de Melo, secretário-geral da Mesa; Alessandro Albuquerque, diretor do Prodasen fizeram um balanço do último ano registrando conquistas e desafios. Sem discurso, mas prestigiando o evento, estavam o chefe de gabinete da Primeira-Secretaria, Gustavo Ponce de Leon, e a secretária de Comunicação do Senado, Ângela Brandão.
Parceria
» Por falar em Prodasen, graças à integração de secretarias do Senado, foi possível implementar o Senado Multimídia. Trata-se de ferramenta espetacular, disponibilizada para o público externo em que atividades da Casa no plenário e comissões são gravadas em vídeo com a possibilidade de o internauta copiar e arquivar. Vale testar.
Bombeiros
» Polícia Militar, Detran, DER, Polícia Civil e todos os motoristas do GDF deveriam ter um canal direto com os Bombeiros. Não se sabe se por falta de pessoal, muitas queimadas se estendem pelo cerrado pela falta do grupamento. Há demora nos atendimentos e algumas vezes apenas abafadores não são suficientes. Queira Deus que não falte água na corporação.
Oásis
» Atendimento nota 10 no Hospital Santa Luzia, da rede D’Or. Prontuário no sistema, atendimento rápido, exames céleres e orientações dadas com profissionalismo e eficiência.
História de Brasília
Impressionante o desprezo do governo para com a cidade sede dos Poderes da República. Mais uma semana termina sem que seja escolhido o prefeito de Brasília. (Publicado em 7.10.1961)
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Caso o Supremo Tribunal Federal venha a se pronunciar favorável às candidaturas avulsas ou independentes, estarão dadas todas as condições para o estabelecimento de um novíssimo modelo eleitoral, capaz inclusive de ofuscar a tímida reforma política proposta pelos congressistas. Obviamente, tal proposta não interessa aos partidos, principalmente aos caciques que comandam as legendas, transformadas, em alguns casos, em verdadeiros clubes fechados, onde os ventos da renovação são fenômenos exóticos e raros. Os profundos desgastes sofridos pelas 35 legendas que orbitam o Legislativo, com as sucessivas investigações levadas a cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, abalaram muito mais os eleitores do que os próprios políticos. Convencidos de que nenhuma reforma política consistente que vá ao encontro das necessidades e dos desejos dos eleitores virá dessas agremiações, os eleitores brasileiros não escondem sua predileção por candidatos, ao mesmo tempo, independentes e libertos do controle das atuais lideranças políticas.
Pesquisa realizada há poucos meses pelo Datafolha indicava que 66% dos eleitores brasileiros não têm siglas de preferência. Sem concorrência, por enquanto, os partidos seguem insensíveis às mudanças ambicionadas pela sociedade, alegando que o candidato que não obtiver apoio das bancadas na Câmara e no Senado dificilmente conseguirá governar ou apresentar propostas.
Para alguns cientistas políticos, as candidaturas avulsas obrigariam os partidos a se abrir mais, tornando-se mais transparentes e democráticos para enfrentar o aumento significativo da concorrência que viria até de forma avassaladora. Um caso que exemplifica bem a ossificação de certas legendas é dado pelo Partido dos Trabalhadores. Envolto em sua maior crise, depois de inúmeros escândalos envolvendo nomes estelares da agremiação, ainda assim o PT insiste na candidatura única de Lula, um político processado, condenado pela Justiça e rechaçado por grande parte da população, embora o partido se vanglorie de possuir o maior número de filiados de todo o país.
Em todo o mundo, apenas 20 países exigem que candidatos às eleições sejam filiados a algum partido. Internamente, importantes lideranças políticas têm se debatido pelo fim do monopólio dos partidos. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a permissão para candidaturas independentes, vedada pela atual Constituição, permitirá que algumas legendas respirem. “No Brasil, liberalismo é uma má palavra, nós aqui queremos tudo regulado pelo Estado. A formação de tantos partidos se explica apenas pelo acesso fácil ao Fundo Partidário.
“A verdadeira regra de um partido é ter apoio do povo”, avaliou o ex-presidente. Também Marina Silva (Rede) apoia a ideia de candidatos avulsos. “Defendemos as candidaturas independentes, para que as pessoas possam dispor do processo político, criar uma concorrência idônea com os partidos e a gente ter novos quadros na política. Quadros que virão com base em um programa, quadros que virão com uma plataforma registrada na Justiça Eleitoral, com base em uma história de vida na sociedade voltada para a saúde, educação, inovação, enfim, para os temas de interesse do cidadão”, considera. O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa ressalta ser “filosoficamente a favor das candidaturas avulsas”, que considera mais democrática. “Por que não permitir que o povo escolha diretamente em quem votar? Por que uma intermediação por partidos políticos desgastados, totalmente sem credibilidade? Existem algumas democracias que permitem o voto avulso, com sucesso”, afirmou Barbosa.
A frase que foi pronunciada
“A grande força da democracia é confessar-se falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem em perfeitos e oniscientes para que sejam irresponsáveis e onipotentes.”
Atenção, professores
» A Câmara dos Deputados abriu inscrições para um concurso que homenageará a participação da imperatriz Maria Leopoldina no processo de independência do Brasil de Portugal. A competição vai selecionar o melhor desenho e o melhor vídeo sobre o tema produzidos por alunos de escolas públicas e privadas.
Visita
» Brasil e Israel juntos na escola da 108 Sul. Grande expectativa para a chegada do embaixador Yossi Shelley. Criançada alegre e a escola bem administrada fizeram o embaixador exclamar: “Educação é isso”.
Mashav Brasil
» Falando no assunto, no dia 28 deste mês, a partir das 19h, na Entrequadra 305/306 Sul, a Associação Cultural Israelita de Brasília promove o 3º Evento Beneficente Amigos de Israel — Noite Faláfel. Compra de convites com Ana Cláudia: 99674-7479
Soberania
» Em Manaus, uma apreensão recorde da Polícia Federal e Ibama. No total, foram 672 peixes ornamentais que foram resgatados no Aeroporto de Manaus. Os responsáveis pela carga no momento da prisão eram um estudante e um técnico de segurança. Também no Amazonas, 233 tartarugas e 133 tracajás estavam prontos para venda. Foram retirados durante a desova nos rios Jutaí e Purus. Falar em soberania é proteger efetivamente a Amazônia.
História de Brasília
O sr. Antônio Balbino confidenciou a íntimos que o prefeito de Brasília chegaria ontem, às 18h15 horas, ao aeroporto. Alguns repórteres se deslocaram para lá e, precisamente a essa hora, desceu um quadrimotor bombardeiro, de fabricação americana, convertido em cargueiro, e com várias toneladas de peixes vindos do Amazonas. (Publicado em 6/10/1961)
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Com mais de um milhão de exames médicos realizados, a prefeitura de São Paulo conseguiu a proeza de zerar as filas de espera de pacientes que, havia anos, aguardavam por tomografias, ressonância magnética e outros procedimentos que exigiam a utilização de modernos e complexos equipamentos hospitalares. Para isso, bastou firmar convênios com hospitais e clínicas particulares, para, em horário alternativo fora das horas de pico, que os pacientes da rede pública fizessem os exames sem maiores problemas.
Esse caso mostra bem como a boa administração dos serviços de saúde pública, feita com competência por gestores experimentados, pode fazer a grande diferença. É sabido que o setor de saúde pública é o grande nó da maioria das administrações pelo país afora. Obviamente, não se trata de exaltações de cunho ideológico desse ou daquele gestor. A questão que importa aos pacientes da rede pública é saber como realizar exames complexos, em equipamentos que a maioria dos hospitais públicos sequer possui, ou quando os tem, são obsoletos, ou estão, há anos, com defeitos e sem previsão de conserto. Há também os hospitais que, por falta de funcionários capacitados, jogam os equipamentos no porão.
Vale o exemplo de como existem saídas racionais para a crise. Depende apenas de quem está no comando. Enquanto não se adotam boas práticas por aqui, as filas de usuários da rede pública aguardando a realização de exames aumentam a cada dia. São mais de 10 mil solicitações em todo o Distrito Federal. Diante disso, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) ajuizou ação de improbidade contra o secretário de Saúde e a subsecretária de Administração-Geral, acusando-os de não tomar medidas efetivas para a aquisição de equipamentos de ressonância magnética.
Somente entre 2015 e 2017, foram gastos, segundo o Prosus, R$ 18 milhões com a terceirização do serviço, por conta da não aquisição dos aparelhos conforme previsto. A Prosus pede que, num prazo de 60 dias, sejam adquiridos e instalados pelo menos três aparelhos de ressonância magnética. Para a promotora do caso, Marisa Isar, “pelos relatos de médicos, o exame feito fora do hospital enseja dificuldades com o transporte do paciente em ambulância até clínicas particulares. No caso da área de neurocirurgia no Hospital de Base, inviabiliza o fluxo de assistência aos pacientes do pronto-socorro, situação que aumenta o risco de morte e de complicações neurológicas”, diz.
O Tribunal de Contas do Distrito Federal, em relatório de auditoria feita para saber qual era a situação atual dos equipamentos hospitalares, considerou que “a gestão desses equipamentos, como é o caso da ressonância magnética, sua manutenção e substituição, quando obsoletos, não é apenas uma questão econômico-financeira, mas, sobretudo, de respeito à população”. Para uma população que se vê obrigada a arcar com uma das maiores cargas tributárias do planeta, soa surreal que, para ser atendida em tempo hábil para tratamento de saúde, tenha ainda que ingressar com ações judiciais nos tribunais. A falta de equipamentos hospitalares por tanto tempo evidencia apenas que por igual período tem faltado gestores.
A frase que não pronunciada
“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.”
Peter Drucker
Exposição
» Em breve Brasília sediará uma mostra de Sérvulo Esmeraldo.
Escrita e ação
» Lançada pela Editoracvr, a dissertação de Katilen Machado Vicente Squarisi trata de um assunto que pode explicar o comportamento adulto. Intitulado O infantil na constituição da subjetividade – o memorial educativo de professores em escrita e ação, o estudo teve a orientação dos professores Inês Maria Marques Zanforlin Pires de Almeida e Paulo Sérgio de Andrade Bareicha. Pegue seu autógrafo na Leitura do Conjunto Nacional, amanhã, dia 21, das 17h às 19h. A saber: parte da renda do livro será destinada ao Centro Social Santa Clara, situado na Estrutural
Entrada franca
» Com o apoio do Sistema Fibra, a 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do DF começará no dia 23 e vai até 29 deste mês, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. A expectativa de participação é de 45 mil pessoas, entre estudantes, empresários, professores e visitantes. O evento é promovido anualmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações — sempre em outubro, em todas as unidades da Federação.
História de Brasília
O prefeito a ser nomeado, se quiser tocar as obras de Brasília, terá, de seus assessores, o melhor plano de obras de que já se teve notícia. (Publicado em 6/10/1961)
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Envoltos nos próprios problemas, que já são muitos, os brasilienses ainda não se deram conta do destino comum que possui com o povo goiano e, principalmente, com o estado de Goiás, que os cerca por todos os lados. Mergulhado na maior crise hídrica dos últimos 30 anos, o imenso vizinho, até há pouco tempo conhecido como o berço central das águas, vai, pouco a pouco, sendo castigado pela mais severa seca de todos os tempos.
A situação chegou a ponto tal que os goianos já não escondem o pavor diante do cenário que vai se formando bem na frente de todos. Os principais rios da região, outrora cheios de peixes e toda espécie de vida, estão secando um a um, virando estradas de areia. Para as muitas cidades goianas, formadas historicamente ao longo desses ribeirinhos, a situação é de calamidade no presente e de muitos maus presságios para o futuro. Mesmo os rios mais caudalosos, verdadeiros mares de água doce, estão mostrando pela primeira vez o fundo do leito rochoso.
O Rio Araguaia, que corta todo o estado e segue rumo ao Tocantins, considerado, desde sempre, o maior patrimônio natural do Centro-Oeste, vem apresentando profundidades de menos de 30 centímetros, impossibilitando a navegação, a pesca, o turismo e o abastecimento de milhares de habitantes da região. O mesmo vem ocorrendo com o Rio Vermelho, até poucos anos atrás, um volumoso curso d’água que abastecia dezenas de cidades encontra-se praticamente seco, apresentando apenas pequenos filetes de água que, em alguns pontos, pararam de correr. Também o Rio das Almas, próximo a Ceres e Rialma, está tão vazio que é possível atravessá-lo a pé em todos os pontos. O que se vê são leitos de pedras secas e roliças ardendo ao sol.
O Rio Tesouras, também, há pouco caudaloso e corrediço, se encontra quase seco e sem vida. O mesmo destino apresenta o Rio Bacalhau, que antes era perene e volumoso e hoje está completamente seco, para desespero dos habitantes da região. Ao lado das causas climáticas globais, principalmente em decorrência do efeito estufa, que hoje é realidade inconteste, esses importantes cursos d’água, de fundamental importância para a própria existência de Goiás, estão sofrendo com a incúria humana, principalmente por causa dos grandes produtores.
O agronegócio, fortíssimo em toda a região, é apontado por especialistas como o maior responsável pelo desaparecimento dos imensos rios. A destruição de matas nativas e principalmente de matas ciliares, que cobriam os rios para dar lugar a extensas lavouras altamente mecanizadas e à criação de imensos rebanhos bovinos, está por trás da tragédia. Na falta de educação ambiental e de fiscalização efetiva, os produtores estão transformando Goiás em imenso e árido deserto. Com a destruição ambiental desse estado, o destino da capital do país vai sendo selado também, bem diante dos olhos de todos.
A frase que foi pronunciada
“A lama não está destruindo somente o Rio Doce e as populações que sobrevivem dele, há anos está impregnada nas instituições brasileiras, matando muita gente e ceifando esperanças.”
Sebastião Wanderley
Chega
» Falar em impacto da violência urbana no ambiente de escola pública ou particular é normal. Mas municipal parece estranho. Por incrível que possa parecer, as secretarias de Educação de Canindé, Quixadá e Senador Pompeu, no sertão central, Baturité e em outras dezenas de municípios no interior do Ceará assinaram um termo de cooperação técnica com o Ministério Público do Ceará para a implantação de núcleos de mediação escolar para arbitrar em casos de bullying.
Tudo de bom
» No ritmo da tecnologia, o Banco do Brasil acertou o passo. A satisfação dos clientes abrange desde a possibilidade de falar com o gerente em tempo real on-line como solicitar a aprovação de empréstimo. Neste último caso, os documentos são enviados também eletronicamente para aprovação. Praticidade, economia de tempo e atenção aos correntistas.
Segredo
» Do Peixe Vivo à geração Coca Cola. Assinado por Fátima Bueno, o livro traz a vida musical de Brasília da década de 60 aos anos 80. Ainda não foi lançado.
Agência Brasília
» O GDF convida a população do Guará para opinar sobre a licitação da concessão do Complexo Esportivo e de Lazer da cidade. “A consulta pública é importante porque a gente tem uma visão de projeto, uma visão de estado do equipamento. O que a população traz são questões muito pontuais, que merecem ser acolhidas no estudo”, explica o subsecretário de Parcerias Público-Privadas da pasta, Rossini Dias. O prazo vai até o dia 24 e as sugestões podem ir por e-mail (ppp@fazenda.df.gov.br) ou pelos Correios — protocolo-geral da Secretaria de Fazenda, Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco A, Edifício Vale do Rio Doce, 9º andar, sala 902, CEP 70.049-909.
História de Brasília
E por falar em Iate Clube, o comodoro Silvio Pedrosa assinou, anteontem, a doação do terreno onde está o clube, com investimento superior a 100 milhões de cruzeiros. (Publicado em 6.10.1961)
Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Nem despontou no horizonte, mas, para 2018, é possível observar o grande nervosismo dos vários postulantes aos cargos eletivos aqui na capital. Alguns candidatos mais afoitos e indiferentes à legislação vigente se encontram em plena campanha fora de hora, distribuindo brindes, santinhos, cestas básicas e estampando a cara em outdoors pela cidade, na esteira da crença de que quem se apresenta primeiro ao eleitor tem mais chance de ser lembrado na hora de colocar o voto nas urnas.
Um desses postulantes alheio à lei eleitoral se apresenta inclusive como herdeiro do clã Roriz, usa o mesmo sobrenome famoso e, pelas fotos postadas nas redes sociais, está em plena campanha, fazendo o que acredita ser política, mas que não passa de burla a lei e de flagrante oportunismo. A falta de uma fiscalização efetiva faz com que ele e outros candidatos se lancem abertamente em campanha, visitando creches, hospitais, asilos, comunidades carentes e todo os lugares, nos quais parece possível garimpar votos.
Uma vez feito esse trabalho desleal e tendo colhido os votos necessários às suas pretensões, somem na poeira da estrada e vão cuidar exclusivamente de seu pé de meia, como muitos que o precederam. Para outros mais meticulosos a “corrida para o Buriti”, como assinalou o CB (15/9), começou também, só que nos bastidores, por meio da movimentação do tabuleiro político local, na busca de aliados e na definição de nomes e siglas coligadas que possam dar algum fôlego aos pretendentes aos cargos eletivos.
Com o desgaste da classe política se acentuando a cada eleição e com os constantes casos de corrupção, que vêm à tona a todo momento, a escolha dos vários candidatos vai se realizando pelo método de exclusão de nomes. Mesmo a escolha do atual governador se deu por exclusão dos demais concorrentes, quer por antipatia da população, quer por questões judiciais que os impediram de seguir na disputa.
Herdeiro de uma das mais conturbadas administrações, Rollemberg ainda não teve tempo suficiente nem sequer de arrumar a casa nem de consolidar uma base de apoio político coerente e sólida. Com isso, as opções dos eleitores vão recaindo sobre aqueles nomes menos desgastados e, de preferência, sem pendências com a Justiça.
Operações da Polícia Federal, em Brasília, como a Caixa de Pandora, Drácon, Panatenaico, Lava-Jato, Étimo, Xepa e outras, serviram para orientar a população mais antenada sobre os possíveis nomes que deverão ser definitivamente descartados diante das urnas. Trabalho realizado pelo Instituto de Pesquisa e Análise de Dados, a pedido do CB, em julho deste ano, mostrou que 91% dos brasilienses não sabiam em quem votar, sendo que 67% consideravam a gestão de Rollemberg ruim ou péssima, com tendência de piora desses números. Saúde, segurança pública, falta de empregos, assim como educação, corrupção, transportes públicos e crise hídrica eram lembradas pelos brasilienses como os grandes problemas da capital.
Desgastados e sem credibilidade perante a população, as opções do eleitorado local vai, mais uma vez, recair sobre os menos piores. Mais difícil do que vencer os pleitos, é vencer o desânimo do eleitor diante da crise ética, social e econômica que vem se abatendo sobre todos.
A frase que não foi pronunciada
“Vote no meu passado!”
Dica da cartilha imaginária Eleições 2018
Cepas e Oscips
» Grande parte do que seria obrigação do governo é compartilhada com o terceiro setor. Mais de 18 mil crianças são assistidas nessas condições. O Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social do DF e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) estão unidas para que a parceria com a Secretaria de Educação mantenha os compromissos.
Aguardem
» Fátima Bueno prepara uma preciosidade para Brasília. Um livro sobre a música na capital entre 1960 e 1980. Depois de longa pesquisa, o lançamento será no início de novembro.
Ouro
» Coral Brasília leva o talento para Kalamata, cidade balneária na costa do Mediterrâneo, com aproximadamente 80 mil habitantes. Fica a 220km de Atenas. O grupo, sempre aplaudidíssimo, sob a regência de Deyvison Miranda, promete trazer medalhas desse festival.
Importante
» Aprovada na CAS do Senado, a profissão de gerontólogo pode ser regulamentada. O projeto do senador Paulo Paim recebeu um substitutivo pelo senador Elmano Férrer e, agora, segue para a Câmara dos Deputados. A importância desse profissional aumenta em países desenvolvidos, onde laboratórios farmacêuticos são proibidos de premiar médicos que indiquem seus produtos a pacientes.
Melhoria
» O Setor Hoteleiro Norte merece uma repaginada. Sem calçadas para os pedestres e completamente desamparados pela segurança da cidade, os turistas têm poucas opções para conhecer Brasília.
História de Brasília
Um pediatra explicou que as crianças da Superquadra 108 têm mais saúde que as das demais, porque a conservação dos jardins sempre molhados corrige a falta de umidade que o ar deve ter. (Publicado em 6/10/1961)
Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
“Vivo muito nas escolas brasileiras, onde aprendo com professores locais, que eu me orgulho de acompanhar e que sabem que é no Brasil que está nascendo a nova educação do mundo. Não é na Europa, não é nos Estados Unidos, é aqui.” A avaliação entusiasmada é feita pelo educador português, radicado em Brasília, José Pacheco, ou simplesmente, professor Zé. Idealizador da Escola da Ponte em Portugal, fundada há quatro décadas, é vista hoje como uma brisa fresca dentro do modelo de escola tradicional, fechada em si mesma e incapaz de atender a novas demandas, num mundo em constante e rápida transformação.
O foco dessa nova escola é centrado na autonomia e protagonismo dos próprios alunos, em que o processo educativo se dá com base no interesse específico de cada um. Vale lembrar que a autoridade do professor permanece e que a hierarquia continua a ser respeitada. Para isso, é necessário o estabelecimento da confiança mútua entre o aluno e o professor, que, nesse caso, funciona como um mediador.
Dentro da rede pública do Distrito Federal, na Escola Classe da 115 Norte, está funcionando um programa-piloto dentro dos moldes estabelecidos pela Escola da Ponte. Trata-se de uma escola sem turmas, sem disciplina e sem provas, que mais parece uma utopia, mas que tem funcionado com grande aceitação por parte da comunidade.
A aprendizagem nessa escola é feita com base na colaboração entre professores e alunos. O primeiro passo é identificar as necessidades de cada estudante e, a partir daí, é feito um planejamento com foco individual. Uma vez montada essa estratégia, o professor passa a ser um orientador que vai acompanhar e fazer com que o aluno percorra todo o currículo, na medida da curiosidade demonstrada pelo próprio pupilo.
O método do educador português, ao trazer essa nova construção social de aprendizagem, tem influenciado outras escolas pelo Brasil e pelo mundo afora, com uma aceitação crescente. O fulcro desse modelo está no fato de que as escolas não são edifícios, são pessoas. Pessoas dotadas de valores que necessitam ser trabalhados.
“Nós agimos em função de valores que assumimos”, ensina o educador, para quem o Brasil dispõe de tudo o que precisa para oferecer uma educação de qualidade. Para tanto, diz, é preciso autonomia para as escolas. “Enquanto não houver autonomia, é uma ilusão pensar que as coisas vão melhorar”, avalia. Para que esse tipo de escola funcione a contento, é preciso, no entanto, que o professor seja ético, a começar pelo reconhecimento de que a própria formação se deu através da prática cotidiana com outros professores. Transformando-se juntamente com os outros professores.
A profissão de professor, diz, não é um ato solitário, tem que ser um ato solidário. “Se as escolas desenvolvessem um trabalho em que cada um fosse acolhido e no qual fosse dada a condição de aprender, não seria preciso falar de programas, projetos e planos. A escola cumpriria seu projeto político-pedagógico”, avalia o professor Pacheco.
A frase que não foi pronunciada
“Educar dá trabalho. Mas é um trabalho que dá bons frutos.”
Içami Tiba
Novidade
» Aplicativo de transporte só para mulheres já é adotado em São Paulo. A insegurança e a falta de punição aos criminosos têm feito com que as empresas criem novos valores para vender melhor.
Ordem
» Viralizou, na internet, o vídeo com o mote “antes de cuidar do país, eu vou cuidar da minha casa”. É que os pais estão preocupados com os novos fenômenos sociais plantados à força para destruir a família e a autoridade dos mais velhos.
Absurdo
» A Oi interrompeu o serviço de internet ontem, das 16h até a meia-noite, na região BSA LS01. O consumidor não recebeu aviso prévio para o corte. Quem depende da Internet para trabalhar teve que pegar o carro e buscar outro sinal. Ao que parece, as empresas que servem em Brasília vão adotar a tática. Interrompem os serviços, cobram a mesma coisa ou mais caro e fica por isso mesmo.
Consome dor
» Inacreditável. Agora é o gás de cozinha que pode ter mais de 10% de aumento no preço.
Artistas da cidade
» Flavita Obino dá a largada para concretizar o I Prêmio Celina Kaufman de Brasília. As patronesses já estão sendo contatadas.
Vote
» Paulo José, jornalista e poeta, está concorrendo no Festival de Música da Nacional FM de Brasília. Se quiser votar, é só procurar o título do festival. Ao todo, no site, as músicas já somam 15.227 votos.
História de Brasília
O IAPB já retirou a primeira daquelas casinhas bonitas de madeira, que ficam de frente para o Eixo. Foi transportada para Taguatinga. A operação começou ontem e, já à noite, estava terminada. (Publicado em 06.10.1961)
Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Com a finalização dos trabalhos pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan), a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) será enviada à apreciação da Câmara Legislativa, onde certamente serão feitas novas alterações.
Apesar dos esforços empreendidos pelo GDF e por sua assessoria para entregarem à capital um projeto racionalmente elaborado, é preciso salientar, no entanto, que a nova diretriz surge sem que antecipadamente tenham sido tomadas medidas preparatórias e há muito aguardadas pela população.
A mais urgente dessas medidas, e também a mais antiga e responsável direta pelo processo de desurbanização acelerada da capital, é a invasão e o loteamento persistente de terras públicas em todo o DF. Embora a Agência de Fiscalização e outros órgãos tentem impedir na medida do possível, a multiplicação de edificações e a venda ilegal de lotes em terras públicas e de preservação ambiental ainda ocorrem com frequência preocupante. Prova disso são as diversas prisões registradas, nesta última semana, de quadrilhas especializadas em comercializar lotes irregulares, alguns, inclusive, já em fase final de urbanização.
Nenhuma lei que vise facilitar o licenciamento de atividades econômicas e de edificações, por mais transparentes e digitais que sejam, terá validade se não forem feitos acertos definitivos na questão das invasões de terras públicas. Essa é a condição sine qua non para o estabelecimento de qualquer legislação que pretenda normatizar a vida urbana.
Para o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, o governo trabalha em um intenso processo de uniformização legislativa e de normatização responsável. “Isso tem a ver com a eficiência da gestão pelo poder público, com o conhecimento, com a transparência ativa e com o domínio da sociedade sobre o seu destino”, diz. A missão de sistematizar e unificar cerca de 420 normas e seis planos diretores locais vigentes é fundamental para o ordenamento urbano da capital.
Trata-se aqui de uma ferramenta coerente e eficaz para a administração dos espaços urbanos, sendo que sua aplicação facilitará o trabalho de futuros gestores. Resta-nos aguardar a tramitação na casa legislativa e torcer para que as diversas bancadas estejam unidas pelo futuro de Brasília e não por interesses momentâneos.
A frase que foi pronunciada
“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre.”
Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida
Lançamento
» Na própria Internet tem gente ensinando como se tornar um sucesso de vendas pela rede. Mas nada como folhear um livro sobre o assunto. Especialista em Marketing Digital, Erico Rocha lança Como usar a internet para alavancar suas vendas ou criar um negócio digital do zero. A partir do dia19 de outubro, o livro estará disponível na Buzz Editora ou na Saraiva.
Dança espetacular
» Depois da quinta edição, já é considerado tradição da cidade: o projeto Dança à Mostra (DàM). Depois de passar em Taguatinga e Sobradinho, em agosto e setembro, e atrair cerca de 400 pessoas durante o evento, é a vez de Samambaia e Ceilândia receberem a iniciativa no mês de outubro. Dias 14 e 15 de outubro, Samambaia, no Teatro Sest/Senat, às 20h. Quem quiser apoiar o projeto é só ligar para 98148-0326.
Estranho
» Interessante como as doenças vêm e vão. Não há mais casos de dengue, chicungunha ou mesmo gripe suína. Mistérios da coxia.
História de Brasília
O regime parlamentarista trouxe muita desordem na vida interna do Palácio Planalto. Os corredores estão sempre cheios, o vozerio é imenso e, naturalmente, o rendimento do trabalho é menor. (Publicado em 06.10.1961)