Trova dos Três Poderes

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Sponholz

 

Parafraseando o ditado que diz que “em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”, inspirou-nos a trova:

Num país como o nosso

Em que os 3 Poderes da República

vivem em constantes disputas e desunião

Exigir que cada um cumpra, à risca,

O que diz a Constituição

É, além de descabido

Uma grande tapeação.

Fôssemos aqui elencar

todo o rosário de atropelos

Que entre si travam há tempos esses Poderes da União

Diríamos que nessas querelas hoje em dia

Ninguém possui um naco de razão.

Na verdade, o veredito certeiro

Para todos esses entreveros

Que em última análise

prejudica os cidadãos

Declara ser a todos imputado

Plena culpa e ampla admoestação.

Erram todos e de maneira distinta

Contribuindo com esse desatino para a credibilidade de Estado perder

Esfarrapam os Poderes com a nação a enlanguescer

Perdem o respeito dos indivíduos e de toda a cristandade

Com a imagem maculada

Não se cansam de maldades

Muito bem faz o eleitor

Em sair em debandada

Virando as costas para uma elite de insensíveis dirigentes

Que por seus desatinos e más condutas

Mas se assemelham a engravatados indigentes

Nessa repetição de desarrazoadas decisões

Mesmo a boa gente, com toda a paciência que lhe é reconhecida

Já não esconde no rosto uma imagem cansada e desiludida

Ministros altaneiros, cujas origens passam longe da toga e da magistratura

Legislam abertamente tecendo o pano da impostura

Com o manto da impunidade

Cobrem políticos aldrabões

Numa eterna maquinaria

A blindar nobres fanfarrões

O Legislativo que há muito o respeito perdeu

Vive de negociatas

Vendendo o meu, vendendo o seu.

Mesmo o Executivo

Cuja a presidência um dia um mau ladrão ocupou

É vista hoje pelo povo injuriado

Como Poder que mal falado

A ética deturpou.

Os brasileiros, desanimados e entristecidos

Observam a cena toda entre raivosos e ensandecidos.

O desrespeito às leis e a própria Constituição

De tão flagrante e descarada

Leva-nos todos de roldão

Numa ensandecida desabalada.

 

A frase que foi pronunciada:

É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada…”

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré.
Foto: Fernando Travessoni

Honra ao Mérito

É bom que se registre a ação cirúrgica da Coordenação do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e da Segurança Pública em relação ao criminoso que pretendia fazer um massacre na capital do país. Com as informações, a Polícia Civil do DF levou adiante o protocolo.

Foto: Divulgação/PCDF

Novidade

Novo planejamento educacional vai ser necessário para atender ao novo formato do Enem. Desde o planejamento pedagógico a dinâmica das aulas, projetos extracurriculares deverão ser repensados. O novo Exame Nacional do Ensino Médio foi acatado por especialistas. Veio para melhorar!

 

Para crianças

Uma nova abordagem feita pelo, já tradicional na cidade, Teatro Mapati. Trata-se de estreia de espetáculo da Cia Teatral Mapati, inspirado na poesia de Manoel de Barros, para trazer para o centro de reflexões das famílias, de forma lúdica, o envelhecer e o Alzheimer. Veja mais informações no link: Temporada de estreia – Espetáculo Avô Árvore, Menino Pássaro.

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História de Brasília

O regime não funciona, não é por isso não. É porque todos os ministros são uns eternos turistas e o que é pior, turistas sem planos. O ministro da Viação, que faz planificação de trabalho, pode apresentar resultado positivo. Os demais, coisíssima alguma. (Publicada em 20.02.1962)

Leviatã e o silêncio dos indivíduos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Poucos são os cidadãos que têm consciência exata dos enormes riscos que correm todos aqueles que, por um motivo ou outro, acabam se tornando persona non grata para o sistema que controla a máquina do Estado e para as elites que se alimentam desses arranjos.

A maioria não percebe os perigos existentes nessa selva moderna, ou finge desconhecer para, assim, ficar longe de encrencas maiores. Quanto mais adequadamente está informado o cidadão, maior a percepção de que o Estado Leviatã, que a todos vigia, punindo de forma seletiva aqueles que atravessam seu caminho, pode, a qualquer momento se voltar contra o indivíduo, esmagando-lhe o destino como se fosse uma barata.

Esse sentimento de abandono e desproteção aumenta quando, diante dos olhos de todos e no mais absoluto senso de onipotência, as instituições do Estado, que em tese, se intitula democrático e de direito, são usadas abertamente para perseguir desafetos ou quaisquer outros que ousam se colocar como opção política ao establishment.

Nunca, em tempo algum, esteve tão em alta a fala repetida pelo filósofo de Mondubim – “aos amigos tudo e aos inimigos, a lei” – e tem feito tanto sentido como agora nos episódios que se sucedem nessa perseguição insana contra o ex-juiz Sergio Moro. A razão, por trás dessa caçada humana, é sabida, o que tornam esses episódios ainda mais grotescos e reveladores. Atravessamos um momento de inversão total dos mais elementares valo res éticos experimentados pela nação.

O mais perturbador é constatar que o silêncio sepulcral em torno do assunto, revela, de um lado, o pavor que causa em muitos o poderio da máquina do Estado e, por outro, a covardia demonstrada por muitos que acreditam na máxima de que “para viver, nesses tempos adversos, basta se fingir de morto”.

O que vem ocorrendo contra Sergio Moro, em que instituições, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União, que deveriam zelar pela proteção à cidadania, são usadas como armas para perseguir e ameaçar o ex-juiz, a mando de próceres muito bem instalados nos Três Poderes da República, não deveria ser visto jamais como um episódio comum e sem importância.

Pelo contrário, o que ocorre contra esse cidadão é uma amostra do que pode acontecer a qualquer um e a qualquer hora. Se não há segurança jurídica até para um ex-juiz, cujo único crime foi condenar e mandar para a cadeia a nata da corrupção que ainda assola esse país, imagina o que pode ocorrer com o cidadão comum. É do silêncio de boa parte da mídia e de muitos outros cidadãos que o sistema se alimenta, tornando-se cada vez mais forte e acima das leis.

É essa covardia demonstrada por muitos que catalisam as forças do monstro. Num outro mundo, onde governos civiliza dos são sempre colocados a serviço da sociedade, o uso indevido do aparelho do Estado para perseguições a cidadãos constitui-se em crime da maior gravidade.

Em se tratando do Brasil do patrimonialismo descarado, mal feitos como esses ganham ares de normalidade e até de apoio por parte da Justiça.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não estou chateado que você mentiu para mim, estou chateado porque de agora em diante não posso acreditar em você.”

Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche. Foto: Wikipedia

 

Novidade

Com um projeto voltado para a conexão de informações, o Conselho Nacional de Justiça lançou a nova versão do Processo Judicial Eletrônico integrada à Plataforma Digital do Poder Judiciário. A experiência dos tribunais poderá ser compartilhada aperfeiçoando os sistemas de tramitação dos processos.

 

Muda já

Quem precisa providenciar essa interação de sistemas é o GDF. As Secretarias não se conversam, informações importantes dos cartórios não são compartilhadas. Mudar esse sistema seria um passo importante para diminuir a burocracia desnecessária, cansativa e que devora um precioso tempo.

 

Valorização profissional

Uma surpresa positiva ver que as matérias Agência de Notícias da Câmara Legislativa do DF são assinadas. Na Câmara dos Deputados, a prática também é adotada.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

Ouvidos moucos

Desde dezembro de 2017, tramita o Projeto 7681/17, da então senadora Martha Suplicy, sobre a proibição da comercialização da gordura vegetal hidrogenada em alimentos. O texto dá três anos para a indústria se adaptar ao banimento.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

História de Brasília

Uma área destinada à Caixa Econômica, em Taguatinga, para a construção de casas populares, está sendo reivindicada pelo deputado Menck para que dela faça outro uso. (Publicada em 18.02.1962)