O vale-tudo dos vales

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo

 

Passado o que seria o primeiro tempo da pandemia, depois de um avanço tímido do programa de vacinação, o que se observa, no Brasil, enquanto não acontece o prosseguimento desse jogo da morte, é o que muitos já previam: aumentos significativos tanto nos preços dos combustíveis quanto nos preços dos produtos da cesta básica e nas tarifas de energia elétrica.

Ao lado dessas curvas perigosamente voltadas para cima, o que se tem é o encolhimento de nichos inteiros do pequeno comércio varejista, tragado pela pandemia, que fez desaparecer também boa parte do chamado terceiro setor, formado por prestação de serviços de toda a ordem. Tudo isso embalado por uma crise hídrica jamais vista, tendo ainda, como pano de fundo, o aumento da pobreza, o aumento dos desmatamentos e o aumento da violência urbana. São problemas de sobra até mesmo para o mais fanático dos pessimistas.

Em meio a esse cenário, que parece do fim do mundo, o atual governo tenta trabalhar com o centrão, que forma não apenas a sua base de apoio, mas a base de apoio de qualquer um outro mandatário, que, disposto a pagar o alto preço cobrado, não sabe ao certo em que direção seguir. É nesse marasmo que o gigante Brasil permanece deitado eternamente. E é dentro desse gigante que dezenas de milhões de brasileiros assistem o que parece um trágico e dramático momento da história do país. Estamos imersos, literalmente, na paz dos cemitérios. Difícil é explicar esse quadro todo para o cidadão comum, que a tudo assiste sem entender de onde sopra esse vento frio.

Uma visita aos supermercados pode dar uma noção resumida do que acontece. Em 13 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos (Dieese), o custo médio da cesta básica aumentou muita acima da inflação. Nem mesmo o comércio consegue dar conta da oscilação esquizofrênica dos preços, quando se notam diferenças de preços do mesmo produto da ordem de mais de 500% de um local para outro.

Para o consumidor de baixa renda entrar num desses supermercados é uma verdadeira tortura e uma humilhação, já que, com os trocados que carrega no bolso, pouco ou nada pode comprar. Arroz chegou a R$ 30, feijão a R$ 9, carne só se for de capivara.

Para um país que o governo diz orgulhoso de ser o maior produtor mundial de carne bovina, de aves, de suínos, não faz sentido observar famílias inteiras nos centros de atacados e de distribuição de alimentos, recolhendo ossos para levar para casa para fazer sopa. E como entender a estatal Petrobras, que vende o gás de cozinha a preços tão altos e inacessíveis ao pequeno consumidor que, para não ficar mal diante a população, resolveu investir R$ 300 milhões em programas de subsídio para criar o vale-gás.

Depois do vale-refeição, do vale-transporte e outros vales, num país onde o cidadão pouco vale, fica o dilema entre dar cidadania, na forma de educação de qualidade, saúde e segurança, ou conceder vales diversos, amarrando a população a políticas populistas e demagógicas que valem somente até às próximas eleições.

A frase que foi pronunciada:

Mas então é fácil, fácil demais, fazer sermões sobre os perigos do paternalismo e a necessidade de assumir a responsabilidade por nossas próprias vidas, do conforto de nosso sofá em nosso lar seguro e higiênico. Não somos nós, que vivemos no mundo rico, os beneficiários constantes de um paternalismo agora tão profundamente embutido no sistema que mal o notamos?”

Abhijit V. Banerjee, Poor Economics: A Radical Rethinking of the Way to Fight Global Poverty

Imagem: amazon.com

Participação

Fátima Bueno, do Lago Norte, reforça a necessidade de se abordar a falta de compromisso do agronegócio com o meio ambiente, trazendo a aridez permanente das terras exauridas. Diz a leitora que as gigantescas nuvens de poeira chegaram para engolir cidades como alerta máximo à degradação continuada do solo por plantações extensivas, pastos e garimpos em várias regiões do Brasil. A tão propalada exportação de carne, grãos e minérios, como salvação da economia nacional, não prevê o desabastecimento futuro, agravado com a escassez dos recursos hídricos, incentivo ao desmatamento e métodos antiquados de produção de energia.

Isso pode, Arnaldo?

Veja, no Blog do Ari Cunha, um homem-bomba cruzando a Ponte do Bragueto.

História de Brasília

Taguatinga está ameaçada de servir à população, água contaminada. E’ que a água que abastece a cidade é retirada do Córrego do Cortado, e já fizeram loteamento no local da captação. (Publicada em 08/02/1962)

Respeitável público

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Foto: Wal/Pixabay/Reprodução

 

Quando, no passado, diziam que os brasileiros viviam na corda bamba, tamanho eram os desafios que enfrentavam no dia a dia para sobreviverem, havia nessa afirmação algo muito além de uma simples imagem sem sentido. O que a frase escondia nas suas entrelinhas era uma realidade do tipo mambembe, experimentada há séculos por muitos brasileiros. De fato, o que se observava eram os desamparados, travestidos em atores por pura necessidade. No fundo, essa corda bamba, de um arriscado malabarismo diário, era uma imagem fiel vinda de um inconsciente coletivo, que se perde no tempo, algo retido na memória do povo, que agrupava, num mesmo conjunto, pessoas comuns e atores de uma espécie de circo permanente.

Todos eles, invariavelmente, inseridos na luta pela vida. Gente comum das periferias, que acorriam para o centro das cidades, representado seus personagens e apresentando seus produtos e aptidões para uma plateia sempre apressada e indiferente ao mundo em redor. Foi assim no passado e é assim no presente. O país dos excluídos pouco ou nada mudou, desde 1500. Hoje, o palco desses atores está espalhado por todas as esquinas e sinais de trânsito desse imenso Brasil. Basta a luz vermelha brilhar, interrompendo o trânsito pesado, para eles imediatamente entrarem em cena.

A crise econômica e social deflagrada pela longa pandemia fez eclodir, em cada ponto nevrálgico de nossas cidades, as encenações desses instantâneos de rua. Ali, naquele pedaço urbano que é de todos e de ninguém, pessoas cuspindo fogo pela boca, equilibristas em cordas bambas ou em altos monociclos, fazendo seus malabares complicados e ensaiados, são vistos, ao lado de palhaços, músicos e de muitos vendedores de guloseimas, água, pipoca, ou seja, tudo aquilo que um dia existiu nos circos de verdade. É a arte transmutada no ofício da sobrevivência. Era assim também nos circos de outrora. Bastava dar uma olhada, displicente ao redor, por detrás da lona, nos bastidores do espetáculo, para conferir e imaginar as reais agruras vividas pelos atores para defender o alimento de cada dia.

Hoje, do antigo circo, restou apenas a multidão de atores, engrossada pela gente comum que passou a enxergar nesses “espetáculos”, a céu aberto, mais uma forma de também salvar o dia. É o grande circo Brasil, formado ainda por uma legião de milhões de pequenos atores, ainda crianças, vítimas da exploração do trabalho infantil. Apresentando-se, diariamente, nas esquinas e nos semáforos ou até em praças transformadas em camarins, esses atores menores continuam invisíveis aos olhos de uma sociedade que olha e não vê, escuta e não ouve, toca e não sente. São brasileiros vivendo, literalmente, hoje, na corda bamba. Equilibrando-se no fio da navalha, fazendo malabares com tostões escassos. Ilusionistas, fazendo desaparecer como mágica, e diante de todos, restos de sanduíche ou sobras de marmitas.

Respeitável público – diz a voz do além –, eis aqui de volta o grande circo Brasil, um circo que nunca daqui saiu, apresentando agora, nesta pandemia, o fantástico homem faquir, que nunca fez uma refeição condigna, ladeado por pequenos atores, cuja infância, fragilizada e sem direitos, mostra, como em nenhum outro espetáculo, o fantástico mundo da nossa desigualdade social.

Venham ver também as fabulosas gêmeas seviciadas, desde bebês, a cantar suas melodias mudas… venham assistir também um país inteiro que tornou possível a existência desse circo..”

A frase que foi pronunciada:

Tornei-me quase como o rei Midas, exceto que tudo não se transforma em ouro, mas em um circo.”

Albert Einstein

Albert Einsten. Foto: Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

Inconcebível

Impressionante a morosidade das obras na reconstrução da casca de ovo que servirá de asfalto entre o Lago Norte e Varjão. Já se passaram meses e o local continua interditado, atrapalhando o fluxo do trânsito.

Imprensa

Sempre em sintonia com a comunidade, Casa Thomas Jefferson e EducaMídia promovem, nos dias 17 e 24 de junho, discussões sobre a importância do trabalho jornalístico e como ele pode beneficiar até mesmo o desempenho de estudantes do Ensino Médio. O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. Veja mais sobre o assunto a seguir.

Casa Thomas Jefferson e EducaMídia promovem, nos dias 17 e 24 de junho, discussões sobre a importância do trabalho jornalístico e como ele pode beneficiar até mesmo o desempenho de estudantes do Ensino Médio

O trabalho da imprensa é fundamental em qualquer país democrático. O jornalismo livre e independente combate a desinformação, expõe injustiças e desnuda a corrupção. Pode até mesmo salvar vidas. Mas o jornalismo clássico, aquele feito apenas pelas redações de grandes jornais, mudou drasticamente. A internet e, principalmente, a popularização dos smartphones alteraram sobremaneira a relação das pessoas com a informação, possibilitando a fusão dos papéis de consumidor e produtor de conteúdos.

Para discutir esse e outros temas, a Casa Thomas Jefferson e o Programa de Educação Midiática (EducaMídia) do Instituto Palavra Aberta promovem a oficina virtual interativa e gratuita Jornalismo e Liberdade de Imprensa, nos dias 17 e 24 de junho – das 16h às 18h em cada dia. Os participantes que tiverem presença nos dois encontros e concluírem as atividades do curso receberão certificado emitido pela Casa Thomas Jefferson.

Nos dois dias de oficina, voltada para estudantes do Ensino Médio, vamos entender, com muita interatividade, como o método seguido por repórteres para encontrar e confirmar informações é muito útil em vários momentos da nossa vida — independentemente da profissão que escolhemos.

Jornalistas investigam, entrevistam, confrontam e analisam informações, fazem perguntas que incomodam e, então, produzem reportagens sobre os mais diversos assuntos. Muitas vezes, são eles que revelam situações ou problemas que, sem o trabalho da imprensa, ficariam escondidos do olhar público. Essa função de fiscalizar e cobrar é muito importante em uma democracia.

Mas também sabemos que, hoje, todos nós somos um pouco jornalistas. Imagine se você está andando pela rua e flagra uma situação de violência? Ou presencia algum tipo de injustiça? Se tiver um celular em mãos, você pode documentar a cena e, com as redes sociais, publicar o que aconteceu. Esse tipo de participação pode ampliar a cobertura do fato que está sendo feita pelos jornalistas profissionais e até dar mais autenticidade ao que é noticiado. 

É o chamado jornalismo cidadão, que traz muitas oportunidades, mas também alguns desafios.

Vamos conversar sobre estes e vários outros assuntos relacionados ao jornalismo e à liberdade de imprensa. E você vai descobrir como até mesmo suas pesquisas escolares e projetos de investigação e construção de conhecimento poderão se beneficiar com a postura jornalística.

 

Serviço

Oficina Virtual Interativa 

Jornalismo e Liberdade de Imprensa

Data: dias 17 e 24 de junho, das 16h às 18h

Público: estudantes do Ensino Médio

Vagas limitadas

Evento gratuito

Inscrições: Eventbrite


INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

TEL: 61.98454-2063 / 61.99648-0448

EIXOS COMUNICAÇÃO INTEGRADA

E-MAIL: contato@eixoscomunicacao.com

www.eixoscomunicacao.com.br 

Animais

Corre, pelo WhatsApp, um número que não corresponde ao serviço anunciado. Trata-se de um 0800 para comunicação de maus tratos a animais. Em Brasília, os contatos para a denúncia contra maus tratos são: 162 ou pelo site www.ouv.df.gov.br. O relato é encaminhado ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) ou à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e À Ordem Urbanística (Dema), conforme o teor da denúncia, para apurar e tomar as providências cabíveis.

História de Brasília

Acaba de ser demitido do Banco do Nordeste, o sr. Alencar Araripe. Para substituí-lo, foi nomeado o sr. Raul Barbosa, que havia exercido essa função anteriormente, com aprumo, sabedoria e respeito. (Publicado em 02.02.1962)

Bolsonaro tenta evitar que Brasil seja levado à pobreza extrema

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Foto Aditya Aji/AFP

 

Chama a atenção o relatório anual intitulado “Panorama Social da América Latina 2020”, elaborado pelos técnicos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e publicado há pouco. Não apenas pelas previsões pessimistas que dão conta de que a pandemia de Covid-19 irá aprofundar, ainda mais, o quadro de pobreza generalizada em toda a América Latina, mas pela grandeza nos números que mostram que esse continente já abriga uma população superior a 209 milhões de pessoas vivendo em condições de extrema penúria.

Trata-se, segundo consta nesse documento, de um fenômeno que já vinha crescendo, mas que, nos últimos anos, experimentou um aumento sem precedentes. No espaço de um ano apenas, houve um aumento de 22 milhões de pessoas em condições de pobreza extrema, o que mostra que esses índices podem conduzir todo o continente para uma situação de calamidade, com reflexos negativos em todas as áreas.

Por extrema pobreza, entende-se como sendo a forma mais intensa de escassez de bens básicos, como alimentos, moradia, remédios, roupas e outras necessidades básicas. De acordo com a CEPAL, um em cada oito latino-americanos vive na pobreza, sendo que esse contingente tem aumentado significativamente desde o ano 2000, principalmente pelo recrudescimento de fatores que já existiam nessa região e que foram catalisados agora pela pandemia que corrói os índices de crescimento do continente há mais de um ano e sem perspectiva para terminar no médio prazo.

Trata-se de um cenário que agora ganhou uma complexidade nunca vista, envolvendo, ao mesmo tempo, aspectos sociais, políticos e econômicos numa mistura explosiva, cujas consequências dramáticas podem emergir na forma de convulsões e agitações sociais imprevisíveis. Além disso, diz o relatório, “essa situação expõe as desigualdades estruturais que caracterizam as sociedades latino-americanas e os altos níveis de informalidade e desproteção social, bem como a injusta divisão sexual do trabalho e a organização social do cuidado, que comprometem o pleno exercício dos direitos e a autonomia das mulheres.”

Nesse contexto, o documento aponta a possibilidade de uma queda de -7,7% no Produto Interno Bruto da região, com uma taxa de extrema pobreza em torno de 12,5% e de pobreza em 33,7%, o que resulta num contingente de mais de 78 milhões de sul-americanos vivendo em penúria total.

É preciso destacar que, não fossem os programas de transferência emergencial de renda, que atenderam cerca de 49,4% da população do continente, essa situação seria ainda mais alarmante, elevando o percentual dos que vivem em extrema pobreza para quase 16% da população. “A pandemia, salienta a técnica da CEPAL, Alícia Bárcena, evidenciou e exacerbou as grandes lacunas estruturais da região e, atualmente, vive-se um momento de elevada incerteza em que ainda não estão delineadas nem a forma nem a velocidade da saída da crise. Não há dúvida de que os custos da desigualdade se tornaram insustentáveis e que é necessário reconstruir com igualdade e sustentabilidade, apontando para a criação de um verdadeiro Estado de bem-estar, tarefa há muito adiada na região”.

Se os brasileiros não se unirem agora, enquanto há tempo, o destino do país será um túnel onde a única luz no final será se curvar a países que nos tirarão dos trilhos.

 

A frase que foi pronunciada:

Tudo o que é preciso para o triunfo do mal é que nada façam os homens de bem.”

 Edmund Burke,1729-1797. Filósofo, teórico político e orador irlandês, membro do parlamento londrino pelo Partido Whig.

Foto: Studio of Joshua Reynolds – National Portrait Gallery (wikipedia.org)

Positiva

Em todos os Shoppings de Brasília, a Claro disponibilizou serviço com atendimento em drive thru. O cliente liga primeiro e, quando passar pelo local escolhido, pode pegar o produto ou desembaraçar o serviço. A intenção é resguardar os clientes. Quem conseguir um atendente proativo, com certeza, vai gostar da iniciativa. Veja a lista de telefones para solicitar esse serviço a seguir.

 

Trágico

Veja, também, as fotos da situação do conjunto 5, na Qi 1, quando chove, divulgadas pelo morador Doralvino. Sem planejamento nos assentamentos e eliminação do cerrado, é isso o que ocorre.

Divulgação

Atenção Brasília! Operação tapa buracos e outras solicitações de serviços em sua região devem ser feitas pelo número 156 ou no portal da ouvidoria do GDF.

Foto: ouvidoria.df.gov

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E foi precisamente este esgoto quem causou o desastre. Foi feito uma canalização por baixo do asfalto, mas as enxurradas, ultimamente, minaram o terreno e aconteceu o esperado. Arreou a pista. (Publicado em 27/01/1962)

Que venham os touros

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Foto: DF Legal/Divulgação

 

Ao mesmo tempo em que o Governo do Distrito Federal anuncia, de forma até tímida, a lista contendo as novas medidas de flexibilização das medidas restritivas, a capital assume a liderança como a de maior taxa de mortes por Covid-19 do país. Trata-se de uma posição que, até o momento, não foi oficialmente assumida pelas autoridades de saúde do governo local, mas que caminha para essa possibilidade.

A questão com essa triste estatística é que o Distrito Federal, ao contrário do que acontece em muitos estados brasileiros, é a unidade da federação que, historicamente, mais recebe pacientes encaminhados por outras regiões do entorno e até de outros estados, o que altera, sensivelmente, esses dados. Para a Secretaria de Saúde, o cálculo de mortalidade leva em conta, tradicionalmente, apenas o número de residentes locais, dividido pela população total da região em análise, o que reduziria o número de óbitos de forma visível.

Para as autoridades, o que está havendo é uma discrepância entre o número absoluto de óbitos locais contra óbitos de residentes. Citar números e outras estatísticas e porcentuais, numa época em que esses valores sofrem variações diárias significativas, nada acrescentaria ao fato de que a maior taxa de óbitos por Covid-19, na capital, já resultou num número de mortes que ainda oscila para cima e já ceifou a vida de mais de 3.100 brasileiros com residência em nosso pequeno quadrilátero.

Tão grave quanto esses números funestos, e jamais observados em tempo algum, é o fato de que, mesmo sob a sombra e as ameaças constantes da morte, a maioria dos brasilienses são obrigados, pelas circunstâncias adversas, a enfrentar todos esses riscos onipresentes para não morrerem com a pior de todas as pragas que é a fome. Se, até pouco tempo, os riscos para os que saíam para trabalhar eram a violência diária dos assaltos e do trânsito, hoje, somados a essas realidades de cidade grande, todos têm que enfrentar os riscos dessa virose pandêmica.

De fato, para os que aqui permanecem com saúde e disposição, há ainda outros desafios que necessitam ser enfrentados no dia a dia, como a permanência dos empregos e da renda. Não fossem esses cidadãos que enfrentam de frente essas batalhas cotidianas, muitos produtos, nas prateleiras dos supermercados, simplesmente, teriam desaparecido de vista. Tão preocupante quanto essa doença, que vamos conhecendo melhor com o tempo, e cuja a vacina definitiva já desponta no horizonte, preocupa-nos a situação da economia, não só do país e do mundo, mas da própria capital. Como não poderia ser diferente, dados recentes, levantados pelo Boletim de Conjuntura Econômica do DF, apontam que na capital do país, embora registre índices negativos menores que outras regiões, a Covid-19 tem feito estragos também na economia local, principalmente no segundo trimestre deste ano.

O fechamento de comércios de variados ramos de atividade segue em alta, assim como o número de falências. A economia encolheu 4,2% no segundo trimestre. O chamado Índice de Desempenho Econômico (Idecon) também recuou esse ano, atingindo o menor patamar desde 2015.

Um giro pela cidade mostra bem o grande número de estabelecimentos fechados, de salas e lojas vazias, com anúncios nas vidraças para aluguel ou venda, assim como uma grande quantidade de atividades que sumiram de vista. Mesmo assim, alguns economistas dizem que o DF, diante do que vem acontecendo no resto do Brasil, é a unidade da federação que menos tem sofrido com a pandemia. Os números anunciam o que pode ser um dos maiores efeitos negativos dessa pandemia, com a retração histórica do Produto Interno Bruto, que deve ser o menor desde o início do século passado.

Na verdade, não fosse a renda do funcionalismo público, a queda na renda e na economia da capital teria acompanhado o que acontece em outras regiões. Há ainda muita repercussão dessa pandemia que virá pela frente e que nem conhecemos ainda. Mas que venham os touros.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É estranho, -mas verdade; pois a verdade é sempre estranha;/Mais estranho que a ficção: se pudesse ser contado,/quanto os romances ganhariam com a troca!/Quão diferente o mundo veria os homens! ”

George Gordon Byron, poeta inglês, em Don Juan

Imagem: Byron, 1813, por Phillips

 

Wally

Praias lotadas, piscinão de Brasília lotado, festas nos fins de semana cheias de gente até a madrugada. Mas o perigo está só onde o presidente Bolsonaro estiver. Muito estranho…

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 15.mar.2020

 

Eleitores

Senador Randolfe Rodrigues apoiou a ideia do senador Reguffe, que elaborou a PEC 8/2016. Essa Proposta de Emenda à Constituição sugere que as pautas do Senado e da Câmara sejam trancadas quando algum projeto de iniciativa popular não for analisado em até 45 dias. Em março de 2010, a PEC foi retirada da pauta e, até hoje, aguarda inclusão na Ordem do Dia.

Senador Randolfe Rodrigues. Foto: Rodrigo Viana/Senado Federal

 

Passeio

Veja, a seguir, que beleza a capela São Francisco de Assis, no Gama. Já abriram as inscrições para casamentos em 2021. Esse é um dos lugares prediletos dos motociclistas para assistirem a missa. Volta e meia, acontece a procissão sob duas rodas até lá.

Foto: comunidade.casamentos.com

 

Escassez

Em média, nove litros de leite materno são distribuídos para alguns hospitais do DF. Na pandemia, esse número diminuiu preocupando principalmente Ana Cláudia Barros, chefe do Núcleo de Banco de Leite Humano do Hmib, onde a demanda é maior.

Foto: saude.df.gov

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um dia não está, outro dia está no Rio, outro dia está ocupado, e assim por diante. Nem pró, nem contra, falou o Ministro mais elegante. (Publicado em 17/01/1962)

Projetos ou jogos

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Nenhum cidadão, cônscio de suas obrigações, pode negar a relevância, para a sociedade e para a economia, das chamadas pautas sociais. Bolsa Família, auxílio emergencial e outros programas de complementação de renda fazem bem para o país, ajudando na diminuição das desigualdades históricas de nossa nação. Ocorre que a descontinuidade forçada de muitos desses inúmeros programas por cada governo que chega, juntamente com a criação de novos outros, com selos mais personalistas e de acordo com o marketing político, acarretam, à semelhança do que ocorre na amaranhada teia de impostos e tributos, num amontoado de programas sociais que governo algum consegue implementar.

É nesse labirinto de programas, muitos deles construídos apenas para atender agendas e interesses políticos específicos, que boa parcela da sociedade que trabalha, e que produz e paga uma das mais altas cargas tributárias do planeta, é lançada e busca se salvar não de um leão, mas de uma horda de minotauros, cada vez mais famintos. As equipes de economia, de todo e qualquer governo, formadas por refinados experts nas ciências financeiras, integram o Executivo, não para resolver questões e equações como essas trazidas por programas sociais que não possuem porta de saída, mas para descobrir novos corredores por onde seguir o fisco para arrecadar mais e com mais rapidez. Agora, com o programa Renda Brasil, ocorre o mesmo fenômeno.

Não fosse a pandemia e a desidratação brutal de uma economia que estava na antessala da UTI, o Renda Brasil seria lançado com muita festa e muita propaganda. Abandonado pelo próprio governo, que o criou em seu departamento de programas sociais e de marketing, o projeto – parece –  será adotado estrategicamente, também, pelo Congresso. Afinal, com eleições, sempre se avizinhando, é preciso ter cautela, senão os votos somem. É nesse filão populista que seguem, desde sempre, todo e qualquer projeto desse e de outros grupos políticos. Obviamente que tema tão espinhoso como esse não pode ser tratado com realismo, senão os índices de popularidade desabam e a condenação ao fogo perpétuo é certa. Estamos, como dizia o escritor Balzac, “na primeira metade do século XIX, caminhando para um estado de coisas horrível. Em caso de insucesso, não haverá mais que leis penais ou ficais: a bolsa ou a vida.”

Na realidade, o termo projeto, ao se referir às pautas sociais, não é preciso. O mais correto seria chamá-lo de jogo, pois a eventualidade de dar certo para o governo depende não apenas de sua capacidade de blefar, mas da sua convicção de que a sociedade não conhece as regras do que está sendo jogado. Com isso, a única preocupação, desse e de qualquer outro governo, é de encontrar novas fontes de financiamento, para que o jogo prossiga. E é nesse ponto que a equipe econômica concentra todos os seus esforços.

A busca de programas sociais e financeiramente racionais é deixada de lado, pois iria requerer projetos de longo prazo e sobretudo apartidários, sob a tutela do Estado e não de governos temporários. E é aí que jogo deixa de ser interessante.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“As pessoas foram criadas para ser amadas e as coisas foram feitas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas estão sendo amadas e as pessoas estão sendo usadas.”

Dalai Lama

Foto: Matt Campbell / AFP

 

Mais caro

Condomínio RK analisa as contas da Caesb. O aumento exponencial assustou os moradores. As reclamações se acumulam. Ninguém se conforma com a tal tarifa fixa e com a tarifa variável de água e de esgoto.

 

Sem pagamento

Já a CEB enfrenta a inadimplência dos clientes que, desde o início da pandemia, não consideraram a energia como prioridade no momento de pagar as contas. São mais de 200 mil consumidores que devem à companhia.

Foto: portalvarada.com

 

Honra

Foi bem movimentada a manifestação dos Bombeiros concursados na Praça do Buriti. Depois de publicada a nomeação no DODF e de o Congresso ter liberado a verba para a contratação, suspenderam a chamada, não honrando o compromisso. Os Bombeiros fazem parte da classe de profissionais melhor avaliada pela população. Merecem mais respeito!

 

Juntos

Comunidade do Lago Norte começa hoje, às 9h, o mutirão de limpeza no Parque das Garças. Veja a movimentação no blog do Ari Cunha.

 

Em tempo

A depender do ministro Luiz Fux, a turma de presidiários de organizações criminosas, ou que tenham lavado dinheiro, mergulhado em corrupção e até mesmo os crimes hediondos e contra as mulheres, podem preparar o chinelinho branco para a volta às grades.

Luiz Fux. Foto: Cristiano Mariz

 

A finalizar

Por falar em cadeia, boa ideia partida da Câmara Legislativa. Com a assinatura do deputado Martins Machado, um Projeto de Lei indica a instalação de bicicletas próprias para geração de energia. Ao mesmo tempo em que os meliantes saem do ócio, se exercitam e contribuem para a iluminação das instalações que ocupam. A pensar melhor: o projeto dá um dia a menos na pena para cada 16 horas de pedaladas.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O caso do ajardinamento das superquadras deve voltar à baila. De todos os Institutos, somente o IAPB cuidou do ajardinamento. (Publicado em 17/01/1962)

No Bolsa Família convivem ingênuos e velhacos

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Charge do Lailson

No futuro, quando os cronistas de nosso tempo resolverem sair por esse Brasil afora, percorrendo alguns desses lugarejos distantes e perdidos entre os milhares de municípios existentes pelo país, dispostos a narrar unicamente os fatos e as transformações ocorridas com o advento do programa Bolsa Família na vida de milhões de brasileiros, uma infinidade de histórias saborosas, e outras nem tanto, irão emergir desse garimpo humano para compor um quadro do realismo fantástico nacional, mostrando que personagens do tipo Pedro Malasartes, João Grilo, Macunaíma e outros ainda estão bem vivos, e atuantes e pregando suas peças.

O Brasil, por sua continentalidade, ainda é um país que pouco se conhece. As distâncias e a realidade interestelares entre a capital, as metrópoles e o restante da nação, perdida nos confins de interior miserável e esquecido ainda são as mesmas dos séculos passados. Mesmo no caso dos municípios, onde reside o Brasil real, o alheamento mútuo entre governo e população persiste, apesar da televisão e das redes sociais.

São dois mundos apartados por estradas intransponíveis ou quase inexistentes. É nesse interiorzão, sufocado pela poeira, o calor e a pobreza que as histórias surreais, dignas de um escritor como Dias Gomes, sucedem-se dia após dia mostrando o quanto o Bolsa Família alterou a vida modorrenta dessa gente, criando personagens reais que usam a vida agreste como pano de fundo, onde os espetáculos de aldrabice vão se desenrolando, separando ingênuos, de um lado e velhacos, de outro.

Nesses confins do mundo, pequenas vilas, onde todo mundo sabe mais da vida alheia do que da própria, dia de pagamento do Bolsa Família é fácil de ser percebido. Lá vão os ingênuos, e outros não tanto, para as longas filas das agências. O dinheiro, que para os primeiros é vital e merecido, já vem com o destino certo. Outros, cuja a sorte malandra quis aquinhoá-los com um abono extra, veem recursos irem direto para as mãos do dono do bar da esquina. Em muitos casos são os donos dessas cachaçarias que ficam com a guarda do cartão, como condição para vender fiado o álcool diário.

Por certo, a economia desses pequenos lugarejos fervilha por conta do dinheiro que chega com hora marcada. A população mais idosa, com auxílio dos mais próximos, corre para quitar as dívidas. O que sobra vai para dentro da lata de biscoito à espera das muitas aves de rapina que certamente irão aparecer.

Tão logo ficam sozinhos em suas residências, sem a vigilância dos poucos parentes honestos, aparecem de mansinho os mascates, vendendo de tudo pelo triplo do preço em prestações que se estendem por todo um ano ou mais.

Nessas ocasiões negociam tudo o que os ingênuos não necessitam. O que sobra do minguado dinheiro, parentes e filhos sem coração dão um jeito de arrancar. Os velhacos, sempre à espreita correm atrás do lucro fácil, emprestando a juros impagáveis, vendendo e comprando terras alheias, gado, bezerros, cabras e tudo mais.

Vendem, mas não entregam a mercadoria. Os prefeitos, que também são filhos de Deus, usam e abusam desses recursos para alavancar negócios, comprar consciências e apaniguar eleitores e puxas sacos. Parentes de políticos locais e outros funcionários, cuja a renda não permite esse tipo de auxílio social, também são comumente agraciados com o dinheiro do Bolsa Família. Todos fazem a festa.

O governo federal, ou mais precisamente o próprio presidente da República, que orienta a distribuição desses recursos, fundamentais para a consolidação da sua base eleitoral, cuida de estender esses benefícios, incluindo aí o pagamento de um inédito décimo terceiro salário aos bolsistas. O governo ouve falar desses descaminhos, mas não ousa mexer nesse emaranhado de trambiques, com medo de por todo o curral em debandada.

Nesse quiprocó com o dinheiro da nação, considerado o maior programa de distribuição de renda do planeta, os maiores ingênuos são justamente os contribuintes que financiam dois brasis: um que merece e outro que se locupleta. Dessa forma, ingênuos e velhacos convivem muito bem dentro da enorme e generosa Bolsa Família chamada Brasil.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, filósofo grego

FOTO: CREATIVE COMMONS

 

Turismo Cívico Pedagógico

Iniciativa simples que desperta talentos: Kayo Magalhães foi um dos vencedores do projeto Turismo Cívico Pedagógico e agora quer ser fotógrafo. Estudantes da rede pública do DF visitaram diversos pontos da cidade com o compromisso de registrar a melhor imagem. O projeto foi desenvolvido em parceria pelas Secretarias de Turismo e Educação durante o segundo semestre de 2019, contando com 200 estudantes da rede pública do DF. A secretária de Turismo, Vanessa Chaves de Mendonça, também participou do evento.

Um dos vencedores, Kayo Magalhães quer ser fotógrafo | Foto: Divulgação / Secretaria de Educação

 

 

Votos

Sempre com um toque de contato humano, o ex-governador continua o mesmo. Rodrigo Rollemberg não está no poder, mas continua desejando votos de Feliz Natal aos amigos. Os de Brasília, entendem melhor a cidade.

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Ibrahim Sued, ex-manequim da Ducal, demitido por deficiência física (também), continua extravasando sua bílis contra Brasília, em arremetidas sem fundamento e sem valor. (Publicado em 12/12/1961)

Pobre país de pobres

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Efrém Ribeiro / Agência Globo

 

Um dos maiores problemas enfrentados pela espécie humana, desde sempre, é a pobreza. Trata-se de uma questão que nem o modelo capitalista, nem tampouco o socialismo têm conseguido uma solução satisfatória. Ao longo de toda a história humana, a pobreza sempre pareceu como uma espécie de condição ou norma natural da maioria e tem permanecido assim desde a formação das primeiras civilizações.

De forma mais superficial, é possível verificar que, em lugares onde não exista segurança jurídica adequada, onde não são permitidos o empreendedorismo e a propriedade privada, bem como a acumulação de capital e investimento, a pobreza parece ser a regra geral. Dizer simplesmente que toda riqueza ou fortuna é montada num roubo, não esclarece a questão. Assim como culpar a concentração de renda pela miséria, também não.

Um fato, porém, é inconteste: o capitalismo, ao permitir a liberdade humana para a competitividade e a inventividade, não deu, às diversas camadas sociais, condições idênticas de partida. Com isso, aqueles que possuem renda começam a se preparar para essa corrida para longe da pobreza em melhores escolas, com melhor atendimento de saúde e melhores condições de alimentação. Dessa forma, a desigualdade se mostra logo no início da partida e isso já faz a grande diferença. O aumento exponencial da população mundial, assim como os fatores hodiernos que provocaram as mudanças climáticas bruscas, como o aquecimento global, só fizeram elevar o problema da pobreza a uma condição absolutamente preocupante, levando a humanidade a sua mais complexa e urgente encruzilhada desde o aparecimento dos homens nesse planeta.

De fato, não há desenvolvimento possível e eticamente aceitável diante de um passivo como esse. Pobres existem em todas as partes do mundo, inclusive nos países desenvolvidos. E essa realidade tem experimentado um crescimento preocupante. As grandes ondas de emigração que têm se verificado dos países pobres para os ricos, só têm feito aumentar esse problema, acrescentando-lhe uma forte dose de outros elementos também preocupantes.

De acordo com estatísticas produzidas pelo Banco Mundial, pobres são aqueles indivíduos que vivem com até US$ 1,9 por dia. Mas ainda assim é possível classificar os níveis de pobreza naquelas pessoas que vivem com uma renda um pouco superior. O século XXI tem pela frente o desafio de encontrar soluções para esse problema que aumenta dia a dia. Cientistas sociais correm contra o tempo em busca de fórmulas e modelos que permitam minorar essa situação antes que esse dilema atinja o patamar de questões insolúveis.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na ditadura, à sombra de Marco Aurélio, pululam e ficam impunes os Calígulas sanguinários, os Torquemadas da Inquisição e da intolerância, os enxundiosos Faruks da corrupção.”

Ulysses Guimarães, político brasileiro

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

Corpo e alma

No Centro de Saúde 13, a surpresa. Um cartaz anuncia a presença de uma benzedeira, sempre na primeira sexta-feira do mês. Respeito à cultura popular. Algumas unidades do DF também receberam a novidade.

Foto: Secretaria de Saúde/Mariana Raphael

 

 

Cinza & Verde

Chiquinho Dornas mostra a preocupação dos moradores com uma obra ao lado do parque da 614, Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul. Veja todos os detalhes no link Obra ao lado de Parque da 614 Sul deixa moradores preocupados. Como o Parque do Lago Norte, perto da Bragueto, apelidado de Farofas Clube, a melhor parte era uma nascente que jorrava livremente como chamariz para os frequentadores. Foi a primeira coisa eliminada e hoje o lugar é um desafio para os destemidos.

 

 

Agenda

Já começou no Pontão o evento: Renda-se – feira de artesanato, bordados e rendas. Além da entrada gratuita, a promessa é de shows que vão agitar o público. O evento segue até o dia 27 desse mês.

Foto: Renda-se/Divulgação

 

 

Pró-labore

Abertas as inscrições para quem tiver interesse em estagiar no GDF. As inscrições vão até o dia 6 de novembro. Veja todos os detalhes no link maisempregodf.com.br.

 

 

Outros tempos

No calendário da Nestlé, as habilidades das crianças de 3 anos estão desatualizadas. Meus netos dessa idade fazem muito mais que dizer o nome, idade e gênero ou chamar amigos pelo nome. A Júlia sabe todas as músicas dos Saltimbancos de cor e dita o CPF da mãe e o Emmanuel sabe dizer o próprio endereço e já percebeu a conexão entre as letras e som, dando as iniciais das palavras.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que estamos no Ceará, vamos matar saudades. Será apresentada a emenda parlamentarista na Assembleia, e os conchavos já foram feitos. PSD e UDN se uniram (imaginem!) e decidiram: o partido que fizer maior número de deputados, fará o presidente do Estado. O outro, ficará com o presidente do Conselho de Secretários. Já escolheram os nomes, e o povo entrará de gaiato na história. (Publicado em 03/12/1961)

Mais pobreza

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Foto: Agência Brasil

 

Relatório elaborado há pouco pelo Banco Mundial, com previsões econômicas para toda a América Latina, mostra não só uma desaceleração acentuada no ritmo de crescimento previsto para o continente nos próximos anos, (de 1,7% para 0,9% em 2019), mas uma expansão significativa da pobreza no Brasil. É certo que esses números negativos de crescimento irão empurrar para baixo também a maioria dos indicadores sociais, afetando diretamente os números de emprego e renda.

Sob o título “Efeitos dos Ciclos Econômicos nos Indicadores Sociais da América Latina e Caribe: Quando os sonhos Encontram a Realidade”, o estudo, que parece ter um subtítulo de romance de ficção, mostra de forma crua os desafios a serem enfrentados por nosso país e pelo continente nos próximos anos para deter o agravamento da pobreza, principalmente nesse período de crises sistêmicas que parecem afetar a todos igualmente.

Para o Brasil, as previsões são de uma expansão na riqueza interna da ordem de 2,4% para esse ano, sendo que em países como Argentina será de menos 1,3% e para a Venezuela, de menos 25%. Com isso, vai aumentando, de forma contínua, o cinturão de pobreza em volta do Brasil, o que contribui, por tabela, para dificultar o crescimento do nosso país, tornando difícil uma retomada plena do desenvolvimento.

Como no caso da maioria de nossas metrópoles, cercadas de favelas, o Brasil vai assistindo a expansão da pobreza em suas fronteiras. O fato é que, seja uma metrópole ou país, dificilmente pode haver crescimento e desenvolvimento plenos quando o entorno está cercado por situações de pobreza. Ilhados em meio à realidade da pobreza em expansão, crescer e gerar riqueza não é fácil.

Entre 2014 e 2017, os indicadores mostrados por esse levantamento mostraram que houve um aumento da pobreza no Brasil, principalmente motivado pela prolongada forte recessão. Ciclos econômicos de altas e baixas na economia, e não podiam ser de outra forma, possuem, segundo os economistas, fortes repercussões nos indicadores da pobreza.

Ganhos permanentes na economia só se tornam possíveis após um longo período de estabilidade, com a redução significativa nos índices de pobreza e de desigualdade, o que parece não ter acontecido até o momento. Nesse quesito, o Banco Mundial aponta a implementação das reformas como o meio correto para melhorar esses números negativos de crescimento. Dentre essas reformas, o Banco destaca como essencial as reformas fiscais, em especial a reforma da previdência, que representa hoje o maior sorvedouro de encargos do nosso país.

De acordo com esse relatório, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil aumentou 7,3 milhões desde 2014, e hoje já atinge 43,3 milhões de brasileiros ou 21% da população, o que é um número muito significativo e que vai exigir grande esforço para ser revertido a curto e médio prazos. Mesmo a crise vivida pela vizinha Venezuela poderá trazer reflexos negativos para o Brasil, projetam os especialistas.

Internamente, a dívida pública de mais de 80% do nosso PIB mostra, segundo esses dados que temos, ainda um longo caminho pela frente. A falta de um conjunto coerente de medidas e programas sociais que produzam a chamada rede de segurança social, com políticas distributivas, pode minorar o problema da pobreza, mas só a curto prazo.

Com um problema dessa dimensão, cercado externamente por países pobres e internamente por dificuldades políticas, econômicas e sociais de toda a ordem, apostar todas as fichas apenas nos próximos quatro anos é arriscado. Teremos ainda muito chão pela frente, até livrar o país, definitivamente, da herança ruim semeada nas últimas duas décadas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um segundo mal que assola o mundo moderno é o da pobreza. Como um polvo monstruoso, projeta seus tentáculos presunçosos e incômodos em terras e aldeias em todo o mundo. Quase dois terços dos povos do mundo dormem com fome à noite. Eles são subnutridos, malcuidados e malvestidos. Muitos deles não têm casas ou camas para dormir. Suas únicas camas são as calçadas das cidades e as estradas empoeiradas das aldeias.”

Martin Luther King em discurso do Prêmio Nobel da Paz, 1964

Foto: Martin Luther King, líder do movimento pelos direitos civis nos EUA e Nobel da Paz | Arquivo (blogs.oglobo.globo.com)

 

 

Autoridade

É preciso enaltecer a escola Senac de gastronomia. Instalada por todo o país, tem feito um trabalho importante dando oportunidade para os alunos que realmente querem encarar o trabalho com dedicação e seriedade. Um deles, apaixonado pelo que faz, passou de aluno a professor: Josenilton Nascimento dos Santos. Ele divide o tempo entre dar aulas e trabalhar como chefe na cozinha do Sesc na Bahia. Na sexta-feira, brindou os clientes do restaurante do Senado abrindo o Festival Gastronômico. A autoridade daquele local, naquele dia, era ele. Conheça um pouco mais desse chefe internacional a seguir.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Muito bem iluminada a Avenida W 3, à altura das quadras da Fundação. Os moradores, por intermédio desta coluna, agradecem ao DFL. (Publicado em 17.11.1961)