Uma imagem vale mais que mil palavras. Até na medicina.

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: epoca.globo.com

 

Por trás de tantos pedidos de exames, está o mercado da medicina, representado pelos laboratórios e pelas clínicas, pelos hospitais pelos planos de saúde e por muitos médicos ligados a esses esquemas bilionários que encontraram, em nosso país, um paraíso e uma mina de ouro para essas rotinas duvidosas.

Nos últimos anos, um fator muito específico, e de ordem estrutural, vem contribuindo não só para esses números exagerados de exames que são solicitados aos pacientes, como para o aumento de casos de erros médicos. Trata-se obviamente da má formação dos médicos, principalmente daqueles oriundos das inúmeras faculdades que foram criadas em todo o país nos anos mais recentes. Não é de hoje que médicos e especialistas em exames laboratoriais e de imagens alertam para os perigos causados aos próprios pacientes pelo excesso e banalização desses procedimentos.

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos à uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

A mercantilização da medicina, representada pela ganância das clínicas de exames laboratoriais e de imagens, dos planos de saúde, dos hospitais particulares, aliadas à má formação profissional de uma imensa geração de novos médicos, oriundos de escolas sem qualidade atestada, resultaram nesse descalabro que faz com que no Brasil o número de pedidos de exames médicos sejam o triplo dos requeridos em países como França, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Para se ter uma ideia, enquanto em países da Europa a média anual de exames como a ressonância magnética representava, em 2016, 52 pedidos para cada mil habitantes, aqui esse número chega a mais de 149 para cada grupo de mil brasileiros. De fato, muita gente já pode perceber, durante as curtíssimas consultas médicas que, cada vez mais, esses profissionais, por insegurança e pela deficiência de formação, já não conhecem os segredos e a importância da etiologia, ou seja o estudo das causas e origem de uma doença.

Na raiz do problema está o fato de que muitos médicos já não conversam mais com seus pacientes. Há casos, inclusive de profissionais que, sequer, olham nos olhos de seus pacientes, permanecendo, durante toda a consulta de cabeça baixa, fazendo anotações. Muitos desses profissionais apoiam seu trabalho de diagnose exclusivamente com base nos resultados mostrados pela pilha de exames pedidos. A relação médico/paciente, fundamental para a boa prática da medicina, desaparece e passa a ser substituída pelos o que dizem os números e as imagens.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se o vosso médico não aprova que façais coisas que vos são agradáveis, que bebais vinho ou que tomeis tal ou tal alimento, não vos de isso nenhum cuidado: eu vos procurarei outro, que não será do mesmo parecer.”

Michel de Montaigne, filósofo, escritor e humanista francês.

Crédito: Wikimedia Commons/Wikipedia

 

 

Energia

No Natal a falta de luz, que se iniciou na véspera, permaneceu em algumas localidades de Brasília. Como o serviço é terceirizado, não havia tanta esperança de solução. Sem geladeira e chuveiro funcionando, a CEB se fez presente de forma marcante nas festas natalinas. E a conta ó!

Foto: portalvarada.com

 

 

Taguatinga

Mais reforço policial é necessário na Praça do Relógio. Quando os habitantes e trabalhadores do local já se acostuma com os casos de furtos e vadiagem, é porque alguma coisa está errada. O local é de grande circulação e precisa de policiamento ostensivo.

Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

 

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela de ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou no caixa que era seu direito levar apenas uma bandeja.

 

 

Até hoje

Ainda em outubro desse ano, alunos lesados pelo Alub tinham que ser recebidos pelas escolas. Graças à Promotoria de Justiça de Defesa da Educação do Consumidor, a parte lesada pode ser acolhida. Já o Alub vem há anos lesando estudantes e até agora ninguém conseguiu impedir.

Fotos: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

 

 

Inteligente

Propaganda mal organizada é praga para o visual. Nada como os telões de led em grandes cidades do mundo. Organizados em área que não agridem e mostram até áudio visual sincronizado. Temos muito chão pela frente para compreender o que é uma cidade mundialmente visitada.

Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

 

E nada

Incêndios na Amazônia já foram esclarecidos. Mas as praias brasileiras continuam agonizando sem que culpados sejam punidos. Já acabaram com rios inteiros do Brasil, incendiaram florestas, despejaram óleo pelo mar e a população geme enquanto a soberania nacional lamenta.

Foto: Simone Santos/Projeto Praia Limpa

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Apenas, dessa vez não disse que o Lago está inundando a W-3 e o Palácio do Planalto, como disse certa vez. (Publicado em 12/12/1961)

“Os populistas amam tanto os pobres que os multiplicam”

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge do Wilmar (tribunadainternet)
Charge do Wilmar (tribunadainternet.com.br)

          Desde o retorno à normalidade política, ocorrido em 1985, com a chamada redemocratização, o Brasil vem experimentando e aprendendo com os sucessivos governos eleitos pelo voto popular. Ao longo desses 33 anos, nosso regime democrático foi submetido a todo o tipo de experiências. Algumas dessas experiências se mostraram exitosas, outras aventureiras e outras absolutamente irresponsáveis e que culminaram na mais profunda crise política, social e econômica de toda a história do país. O que parece não ter mudado muito ao longo de todo esse período que se inicia lá atrás, com a institucionalização do voto popular, é o perfil do eleitor médio brasileiro, principalmente aquele formado pelas camadas populares de baixa renda e que, segundo dados do IBGE, formam um contingente de aproximadamente 50 milhões de brasileiros vivendo na linha da pobreza.

          É justamente nesse nicho, formado por pessoas carentes, que a maioria dos políticos em campanha centram suas atenções e onde a agenda do tipo populista mais encontra receptividade. É de Mariano Grondona a frase “os populistas amam tanto os pobres que os multiplica”. Nesses redutos, situados não só no Brasil profundo, mas também nas periferias de todas as cidades espalhadas por esse país, é que muitos candidatos, peritos em habilidades retóricas, fazem a festa a cada quatro anos. Colhendo as simpatias dos desesperançados que ajudaram a aumentar, esses políticos conhecem as necessidades básicas dessa gente. Transforma o desespero em mercadoria e negocia cada um por um voto.

      Nesse Brasil esquecido pelos brasileiros, o espaço para o afloramento do voto inteligente e consciente praticamente inexiste. O entusiasmo exercido pelo eleitor que se sente empoderado pelo próprio voto dura apenas um mês antes das eleições. Depois disso são quatro anos de sofrimento que se arrastam até o próximo sufrágio.  Com isso, perdura, desde sempre, a cultura do voto pragmático, calcado unicamente no atendimento das necessidades cotidianas e urgentes de cada um, individualmente. Da relação biunívoca envolvendo o analfabeto político e midiático e o político populista e carismático é que se pode avaliar a qualidade de nossa democracia.

       Mudar essa característica histórica de nossas eleições exigiriam, além de uma educação sistemática da população, todo o rigor da lei, punindo igualmente eleitores venais e candidatos mercenários. Como isso não poderá acontecer, pelo menos a curto prazo e ainda nessas eleições, a única solução é assistir, mesmo inconformado, a perpetuação desse modelo de democracia iletrada, erigida não por sábios, mas por sabichões que fazem da política apenas um meio de enriquecimento pessoal, mesmo que seja sobre os escombros da miséria da população.

            Para uma democracia sem qualidades éticas, costurada inclusive por candidatos encarcerados, o que se espera é a repetição da mesmice, encenada por indivíduos que só trocaram de fantasias, mas que permanecem com a mesma alma obsessora.

A frase que foi pronunciada:

“Não se tira nada de nada, o novo vem do antigo, mas nem por isso é menos novo.”

Bertolt Brecht

Charge publicada no Blog do Noblat: Populismo Agonizante
Charge publicada no Blog do Noblat: Populismo Agonizante

Anvisa

Quem tem saúde não faz ideia de como é desesperador não confiar na Anvisa no que tange a importação de medicamentos garantindo qualidade, eficácia e segurança. Duas instituições que manifestaram preocupação com esse assunto foram o Centro Infantil Boldrini e a Coordenadoria do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia Linfoblástica Aguda em Crianças, com sede em Campinas, São Paulo.

Foto: correio.rac.com.br
Foto: correio.rac.com.br

Incrível

Mais de 25% da população brasileira utiliza planos de saúde. No setor suplementar de saúde, os dados são os seguintes: 273 milhões de consultas, 7,8 milhões de internações, 796,7 milhões de exames complementares, 176,9 milhões de atendimentos odontológicos.

Charge do Feliciano (vigilanciasaudefanor.blogspot.com)
Charge do Feliciano (vigilanciasaudefanor.blogspot.com)

Publicação

A Escola Amadeus Carvalho no Assentamento Marrecas, localizada no município de São João do Piauí, ultrapassou as metas projetadas para este ano, tanto no 5º quanto no 9º ano, séries nas quais é aplicada a Prova Brasil realizada a cada dois anos.

Foto: mst.org.br
Foto: mst.org.br

Muda já

Ao pagar o IPTU, o que se vê estampado no recibo é “GDF conta arrecadação”. Mesmo que venha com o código de barras, valor e data, o mínimo seria especificar o que está sendo pago para facilitar a identificação. “GDF conta arrecadação IPTU” seria o ideal.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma bela viagem se inicia hoje com destino à região da COMARA. Roteiro: Bananal, Belém, Santarém, base aérea fronteiriça à Venezuela e Colômbia, Acre, e Cachimbo. Será uma exposição do que a Aeronáutica vem fazendo para desbravar as regiões de florestas do Brasil. Os passageiros serão jornalistas de Brasília. (Publicado em 29.10.1961)