O preço das crises internacionais e cíclicas no bolso dos brasileiros

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: bbc.com

 

Mais uma crise artificial e paralela está se armando agora contra os consumidores brasileiros por parte do governo em conluio com a Petrobras, a estatal problema do país. O assassinato do general e comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassim Suleimani, visto pela maioria dos analistas como um verdadeiro cataclismo para o já instável Oriente Médio, terá, seguramente, repercussões na geopolítica daquela parte do planeta e, sem dúvidas, provocou uma alta de aproximadamente 4% nos preços do barril de petróleo no mercado internacional.

De antemão, o presidente Jair Bolsonaro já admitiu que esse acontecimento trará impactos nos preços do combustível vendidos nos postos de todo o País. Para o consumidor médio, fica difícil entender como a cada crise internacional, ocorrida nesse nosso mundo instável, a primeira grande repercussão e a mais sentida pelos brasileiros seja, justamente, o aumento automático nos preços dos combustíveis.

Para um país condenado por mais de seis décadas a ter como único meio de transporte as rodovias, qualquer mal-entendido no exterior é logo sentido no bolso do cidadão, não só diante das bombas de abastecimento, mas, principalmente, no aumento da inflação: esse tormento que existe de forma permanente nos preços exibidos nas gôndolas dos supermercados, mas que os índices oficiais teimam em colocar em números suaves.

Com as descobertas dos poços do pré-sal, cujo o volume é sempre apresentado em números patrióticos e inflados, o Brasil, pelo menos na propaganda oficial, se tornou autossuficiente, extraindo algo em torno de 2,6 milhões de barris ao dia. Numa produção suficiente não só para atender a demanda do mercado interno, mas, até para exportar parte do excedente. Mesmo assim a estatal alega que a importação de óleo leve, necessário para misturar ao óleo pesado que segue para as refinarias é ainda preciso e estratégico.

O consumidor não entende nada de estratégias de mercado, o que ele sabe e vê diariamente nas bombas de abastecimento é a venda de combustível misturado ao álcool e outros solventes serem vendidos a preços que sempre flutuam para cima, nunca para baixo.

O repasse de preços é já entendido aqui no Brasil como um processo automático. Basta um espirro no Oriente Médio e os preços por aqui ficam com febre. Para os cidadãos é impossível compreender como uma empresa desse porte, que sempre lucrou com o mercado interno, não consegue, em tempo algum, funcionar como uma empresa reguladora e fornecedora de bons produtos a preços justos. Não há explicação para o fato de termos ainda a gasolina e o óleo diesel mais caros de todo o continente, inclusive de países que não produzem nem uma gota de petróleo.

Interessados nessas variações de preços do tipo esquizofrênicos, os postos de combustíveis de todo o Distrito Federal, os mesmos por diversas vezes flagrados em combinações e ações do tipo cartel, aguardam, com ansiedade cúmplice, o sinal já conhecido da estatal para elevar, mais uma vez, os preços dos combustíveis.

Um dia, quando esse valioso mercado for completamente aberto à concorrência de outras empresas, os brasileiros irão perceber finalmente quanto tempo e recursos foram desperdiçados com esse modelo nacionalista, monopolista e estatizante do petróleo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“No dia em que o mundo não precisar mais de petróleo, o Irã estará livre.”

Abbas Kiarotsami, poeta, cineasta, roteirista, produtor e fotógrafo iraniano.

 

 

Sem sentido

Difícil compreender a razão de não haver trabalhadores a todo vapor nas obras das tesourinhas. Enquanto o trânsito está leve, ninguém trabalha. No horário de pico, máquinas e homens nas pistas.

 

 

Muito pouco

Um passeio pela Torre de TV à noite mostra como a capital do Brasil precisa de atrativos para os visitantes. Nossos governantes andam pelo mundo e sabem que o que dinamiza o turismo é a cultura local, o respeito pela história, tradições a valorização das belezas naturais… como o cerrado, por exemplo: berço de toda água.

 

 

Parceiros

Escolhidos o Banco Santander e o Bancoob. Estão autorizados ou credenciados para a prestação de serviços de arrecadação de tributos e outras receitas públicas do DF. O ato foi assinado pelo secretário Otávio Rufino dos Santos.

 

 

 

Muda Brasília

Não são todas as quadras do DF que contam com a urbanidade dos donos de cães. Na Asa Sul, várias prefeituras disponibilizam saquinhos para colher os excrementos dos animais. Na Asa Norte, apenas algumas adotaram essa prática. Mas ainda é maioria quem prefere deixar as fezes do pet na grama ou nas calçadas.

Foto: vetquality.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Dizem as notícias que Jânio desembarcará no Ceará, e virá para São Paulo por terra. Depois do manifesto lido pelo sr. Castilho Cabral, recomendamos ao sr. Jânio Quadros desembarcar em Itanhaem, de madrugada, e ir correndo para a Vila Maria. (Publicado em 13/12/1961)

Joga a conta que a população paga

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ARI CUNHA

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Charge: humorpolitico.com.br
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       Monopólio na produção de combustíveis centrado em uma só empresa, do tipo estatal, onde os ruídos e interferências da base política do governo de plantão é uma presença constante. Um único modal de transporte, baseado em rodovias mal cuidadas que acabam ocasionando o envelhecimento precoce da frota de mais de dois milhões de caminhões. Eis aí uma fórmula delicada, fadada a crises cíclicas e que sempre resultam em prejuízos bilionários para todo o lado. Para um país de dimensões continentais como o nosso, a continuação de um modelo com essas características não parece ter um futuro promissor. No caso agora da greve dos caminhoneiros ou, como outros preferem, das empresas transportadoras, a situação parece ter alcançado seu ápice e não será surpresa se vier a ganhar proporções para além das meras reivindicações contra o aumento nos preços dos combustíveis.

            Num modelo desses, sem opções e saídas alternativas, força do movimento é quase uma consequência natural. Nesse caso, uma quase chantagem. Analisados separadamente, tanto o, governo, como a estatal do petróleo e os próprios caminhoneiros chegam à mesa de negociações com a consciência totalmente limpa. Pesam sobre eles uma enorme desconfiança vinda da população, que pressente que nessa disputa a conta, como de costume, terá que ser paga por ela.

      O governo, que não fez como devia a reforma tributária e que, ainda por cima, não renuncia à sanha arrecadadora, tem culpa. As empresas de transporte, cientes de sua força econômica momentânea, mesmo sabendo que os prejuízos resultantes da paralisação serão infinitamente maiores do que as vantagens oferecidas, não se acanham em levar a greve adiante e por isso possuem boa parcela de culpa nessa crise. A Petrobras, cuja a única opção oferecida aos consumidores é um produto de qualidade e preço duvidosos, também detém parcela de culpa considerável.

         Num caso desses em que as partes envolvidas, invariavelmente, carregam parcela de responsabilidade pela crise, a chance de se estabelecer um equilíbrio, em que todas saiam ganhando ou perdendo o mínimo, é quase zero. A não ser que nessa querela seja arrolado um outro personagem paralelo à questão, que, mesmo alheio a essa trama, venha a ser o mais seriamente atingido por qualquer decisão que firmada. É aí que entra a população, ilhada na cidade e nas estradas, sem transportes, sem opções e sob a ameaça de uma paralisação total de todos os serviços do país.

          O veredito, num imbróglio dessa natureza, não tem como fugir ao script surreal: a população é a culpada e deve pagar às custas da greve. Para o bem da estatal, do governo e das pobres das empresas de transportes.

A frase que não foi pronunciada:

“A democracia faz bem para a economia. Desde que não haja concorrência para o abastecimento de água, energia e petróleo.”

Dona Dita

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Vale

Antes que eu me esqueça. Estreia em circuito nacional. Roteiro brilhante de Luísa Parnes e direção cirúrgica de Tiago Arakilian. Filme que realmente toca o coração. Atores e trilha sonora impecáveis.

Rodada Beethoven

Se estiver precisando de combustível para a alma, hoje é o último dia da apresentação do coro e Orquestra e Capital Philharmonia. Missa Solemnis Op. 123 IV – Sanctus – Benedictus e Sinfonia n9 Op.125 “Ode à Alegria”, com o coro Ad Infinitum, do maestro Eldon Soares. A regência desta noite será do maestro Artur Soares. O concerto começa às 17h, na Igreja Adventista Central, 611 Sul. Entrada Franca.

Bravíssimo

Por falar em concerto, com o desastre cometido com a saudosa Brasília FM, a única que substitui com maestria é a rádio MEC, do Rio de Janeiro. Não há programação comparável no país. A MEC FM faz parte da Diretoria de Produção Artística. A atual titular é a Cida Fontes e o gerente da rádio é o Thiago Regotto.

Link para acesso: Rádios EBC – Rádio MEC FM RJ

Imagem: facebook.com/radiomecfm
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Papo reto

Diego Maia, candidato a deputado distrital, lançou na Internet vários vídeos de suma importância para o eleitorado. Com uma linguagem didática, Diego ensina a cidadania. Veja alguns links no blog do Ari Cunha.

Link de acesso ao vídeos: www.facebook.com/novodiegomaia

 

 

Fato

Enquanto eram só as panelas batendo estava tudo muito bem, para alguns. Os preços continuaram subindo, a corrupção continuou acontecendo de dentro das cadeias. Os caminhões pararam. Todos sentimos as consequências. Mas quem desfalcou o erário não repôs as perdas. E por falta de leis nunca irá devolver aos cofres públicos.

Charge: humorpolitico.com.br
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Estranho

O argumento que convenceu dona Márcia, a líder dos caminhoneiros que estavam no SIA, a liberar 10 caminhões tanques foi manter os carros da Saúde, Bombeiros, Limpeza abastecidos. O negociador do GDF usou esse argumento e conseguiu o que queria. Agora o anúncio de que com a crise do combustível as cirurgias dos hospitais públicos estão suspensas mostra que há algo de errado.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O governo aumenta o salário mínimo, e depois quer conter a onda de aumento de preços. (Publicado em 21.10.1961)

O Petróleo é nosso?

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: marcosalmeidalocutor.wordpress.com
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         Millor Fernandes, talvez um dos poucos e últimos que entendeu tão bem o jeitinho da alma brasileira em todas as suas nuances de luz e sombra, pouco antes de falecer em 2012, resumiu com precisão o desbotado quadro ético da política nacional. Acabar com a corrupção, disse, é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder. Estivesse vivo hoje, embora pudesse contar para suas análises certeiras, com uma fonte abundante e inesgotável de escândalos produzidos diariamente pelo governo e as principais lideranças do país, por certo, já teria jogado a toalha e desistido de tentar decifrar uma nação tão singular quanto polêmica.

         No caso que se apresenta agora, com relação ao contínuo aumento nos preços dos combustíveis, determinado pela novíssima política de liberdade tarifária adotada pela Petrobras, Millôr, já na década passada, havia profetizado numa frase sintética o verdadeiro sentido que se esconde por detrás do ufanismo pespegado a essa estatal e que faz dela uma espécie de ícone do nacionalismo caboclo. “O petróleo é nosso, mas a conta bancária é deles”, disparou.

          De fato, essa empresa que vem desfilando impávida por governos dos mais diferentes viés ideológicos, servindo desde Getúlio, passando pelos militares até aos governos pós abertura, nunca escondeu, em suas diretrizes, agir em consonância direta com os ditames do governo de plantão, com os humores ciclotímicos do mercado, com as expectativas de grandes lucros dos acionistas e, finalmente, com muitos interesses em bônus e outras prebendas para seus executivos, incluídos aí, o enxame de políticos que sempre se acercou dessa empresa.

         Para a população em geral, que desde a fundação dessa estatal tem apenas pagado para ver o tão propalado maná que esse gigante nacional irá fazer jorrar sobre todos, até hoje, para dizer o mínimo, se mostra decepcionada com os resultados práticos gerados até aqui. Não é para menos.

         Embora as últimas pesquisas do Instituto Datafolha avaliem que há ainda uma maioria na população que se posiciona contra uma eventual privatização da empresa, um fato chama a atenção: quanto mais escolarizado são os entrevistados, mais alto é o índice em favor da privatização, não só dessa estatal, mas de todas as demais.

            O fato é que, aos poucos, os brasileiros, de um modo geral, vão percebendo que o simples ostentar da crença de que possuímos uma poderosa estatal do petróleo e que por isso seguimos incólumes aos solavancos do mundo não é absolutamente um bálsamo para ninguém. Em meio à uma crise econômica que parece não arrefecer desde 2014 e que acabou por levar essa empresa ao fundo do poço da credibilidade, sendo inclusive processada por uma multidão de acionistas estrangeiros em bilhões de reais, a Petrobras continua apresentando um comportamento, digamos, incompatível com a realidade nacional momentânea.

    Para um país que, por diversas razões, preferiu montar sua economia sobre uma infraestrutura predominantemente viária, movida a combustível fóssil, e que, ainda por cima, tem passado décadas atado à um monopólio cheio de contradições, os aumentos diários nos preços do óleo diesel e na gasolina, impostos pela estatal, demonstram, na prática e pela enésima vez, que esse exclusivismo, do tipo verde-amarelo, se resume à uma ilusão, construída ardilosamente apenas para manter um vivo, um mastodôntico que não se abala em pisar de novo na população.

A frase que foi pronunciada:

“A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo.”

Ahmed Yamani

Charge: Ivan Cabral

Defesa

Quem tem o hábito de ler o Jornal do Senado e o da Câmara sabe a importância desses veículos de comunicação. Novas leis que mudam a vida do povo são matéria dominante. São fontes e não fakes pagas com o dinheiro público. Devem ser respeitadas.

Mais movimento

Fábio Damasceno, Secretário de Mobilidade, informa que foram entregues mais duas estações de bicicletas compartilhadas na Asa Norte, nas quadras 408/409 e 410/411, região próxima à Universidade de Brasília. São ao todo, pela cidade, 47 estações.

Asa Norte, Plano Piloto, Brasília, DF, Brasil 22/5/2018 Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília. O governo de Brasília entregará, nesta terça-feira (22), mais duas estações de bicicletas compartilhadas na Asa Norte. Elas ficam nas Quadras 408/409 e 410/411, região próximo à Universidade de Brasília (UnB), onde há grande utilização desses veículos. Com o reforço ao programa +Bike, a capital passa a contar, agora, com 47 estações de compartilhamento. De acordo com o secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, os novos pontos foram escolhidos em razão da alta demanda.
Asa Norte, Plano Piloto, Brasília, DF, Brasil 22/5/2018 Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília.

Leitor

No DF, Parques e Jardins, ou suas terceirizadas, inclusive tratoristas, fazem o que querem com o verde da cidade. Cortam árvores sem justificativa, arrancam grama, não reutilizam as folhas. Aprendem o bê a bá da “desvegetação”. Dizem naturalmente que limpar é acabar com tudo. Deveriam ser cobrados regiamente. A opinião é de José Rabello.

Gratos

Nossos agradecimentos pela carinhosa missiva de Marcos Linhares.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O coronel Dagoberto entende. Entende mesmo, de comunicações. É sabido que o DCT sofre do emboloramento mental para as idéias mais avançadas, e luta contra o emperramento do serviço, e contra uma malta de ladrões que assalta as malas com valores. (Publicado em 20.10.1961)