Decisão em cima do laço

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Sinfrônio

 

Cientistas políticos e outros entendidos no intrincado mundo das eleições sabem muito bem que as pesquisas de opinião, por conter um conjunto ordenado de informações, possuem um papel importante sobre a decisão do eleitor na hora do voto. Essa observação vale tanto para o chamado voto útil, quando o cidadão escolhe aquele postulante que aparece nas pesquisas com maior chance de vencer, quanto para aqueles eleitores que usam o voto para vedar a chances daqueles candidatos que eles desejam que perca o sufrágio. Ou seja, as pesquisas de opinião fornecem ao cidadão dados que ele usará para decidir seu voto, quer ele perceba ou não essa influência.

Para os candidatos e para os órgãos de imprensa, o material fornecido por esses institutos de pesquisa é base principal para uma infinidade de análises e informações que passam a ser veiculadas diariamente. Fossem apenas esses os objetivos dos institutos de opinião, estaríamos diante de um mundo ideal. Ocorre que os institutos, como empresas que são, e, sobretudo, seus proprietários trabalham também em pesquisas encomendadas diretamente por aqueles que desejam ver e difundir números favoráveis a seus escolhidos, como para encontrar dados que mostram as poucas chances dos adversários.

Nesse quesito, é possível afirmar que existem institutos sérios e outros nem tanto, basta ver o que diziam nas eleições passadas. Para aqueles que não são candidatos e que representam a grande maioria dos que consomem essas análises, pesquisas maldosamente orientadas e divulgadas para o público acabam exercendo um papel nefasto para a própria democracia.

Ao insuflar números de determinado candidato e desidratar outros, alguns institutos de pesquisa induzem mal os eleitores e prejudicam o próprio pleito, transformando as eleições num redemoinho de números díspares. Enquanto um instituto apresenta um candidato na dianteira para determinado cargo, outra empresa de pesquisa apresenta números totalmente contrários. Essa disparidade de números obviamente concorre para o descrédito de muitos institutos de pesquisa, sendo que, terminada as eleições, muitas dessas empresas simplesmente desaparecem na poeira. Numa democracia, os institutos de pesquisas possuem relevância na medida em que trabalham seguindo os parâmetros científicos de análise comparativa de números apresentados dentro da cartilha da Estatística. Somente institutos que prezam pelo rigor científico conseguem credibilidade e respeito do mercado, dos clientes e dos eleitores. Dos mais de 120 institutos de pesquisas que, desde 2018, vêm realizando pesquisas locais e no âmbito nacional, apenas uma dúzia delas se mantêm com relativa estabilidade no mercado. Outras, de tanto errar nos números e nas estatísticas, desaparecem ou mudam o nome de fantasia comercial para sobreviver.

A Justiça Eleitoral jura que controla com rigor essas pesquisas, fazendo uma série de exigências, como recortes por regiões, por sexo, escolaridade e outros dados obrigatórios. Para aqueles brasileiros que não consomem esses dados, as pesquisas são feitas de forma popular nas filas de ônibus, da padaria, das farmácias, feiras, nos táxis e nas ruas, sendo que cada um procura conhecer a opinião do próximo sobre determinado candidato e suas propostas, para depois decidir seu voto. A questão aqui é saber até que ponto os brasileiros confiam nas análises e nas pesquisas de opinião.

Levantamento recente mostra que os brasileiros estão divididos nesse assunto. O bombardeamento de números durante as eleições divulgados diariamente pelos institutos de pesquisa, mostrando a posição dos candidatos a cada momento, acaba exercendo influência sobre o eleitor que vê essa disputa acirrada como uma verdadeira corrida de cavalos, com chances ora para um jóquei, ora para outro. No geral, o que se nota é uma falta de conhecimento do eleitor sobre o sistema político e isso também conta na hora de votar. Num país tão diverso como o nosso, muitas vezes a decisão do eleitor é tomada no último segundo, ainda na fila de votação, quando o cidadão passa a escutar todo o tipo de história e toma aquela mensagem que lhe chega ao ouvido como decisiva e assim decide, em cima do laço, em quem votar, ou em quem não.

 

A frase que foi pronunciada:

“Os ingleses pensam que são livres. Eles são livres apenas durante a eleição dos membros do parlamento.”

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau. Imagem: wikipedia.org

 

Novidade

A Câmara dos Deputados vai discutir um Projeto de Lei (n° 224, de 2021) que tipifica o crime de estelionato mediante a clonagem de dispositivo eletrônico ou aplicativo utilizado pela vítima.

Ilustração: Reprodução/TecMundo

 

História de Brasília

Dá a entender que houve propósito de ferir uma das relíquias de Brasília, porque nenhuma placa foi colocada no local. A tôrre não é da Novacap, nem do DTUI, nem do DFL, nem do Exército. Ninguém sabe quem construiu, nem com ordem de quem. (Publicada em 09.03.1962)

Se falasse menos, talvez compreendesse mais

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Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Charge do Sinfrônio

 

Pesquisas de opinião pública só são levadas a sério quando favorecem a determinadas torcidas. Do contrário, são criticadas como tendenciosas e pouco científicas. Claro que existem pesquisas que são confeccionadas objetivamente para atenderem a determinados clientes e que nunca contrariam os prognósticos. Mas existe também aquele conjunto de pesquisas que avaliam metodicamente uma amostra significativa da sociedade e dela consegue extrair uma média bem precisa do pensamento e do gosto geral da população sobre determinado assunto do momento. O DataSenado é um exemplo. Essas avaliações, tomadas como sérias, possuem grande valor na hora de medir indicadores como popularidade e rejeição a um indivíduo ou grupo e, como tal, devem ser estudadas com todo o cuidado a fim de orientar a correção de rumos e atitudes, imprescindíveis para aquelas lideranças que estão no poder.

De fato, nenhum político pode descartar o que chamam de retrato do momento, trazido pelas pesquisas de opinião. Dele depende muito seu próprio futuro. Não é por outro motivo que, apesar das críticas de que muitas pesquisas de opinião erram feio em eleições, elas ainda são de enorme valia e por isso perduram como ferramenta para aferir, a cada momento, o coração volúvel do eleitor. Uma amostragem dessas pesquisas, que deve ser levada em consideração nesse instante pelo Palácio do Planalto, mostra claramente uma forte tendência de queda na avaliação de popularidade do Governo Bolsonaro.

Em sentido contrário, assiste-se também uma subida no número daqueles que passaram a considerar o atual governo ruim ou péssimo. É com base nesse tipo de gráfico em que dois indicadores, simultaneamente negativos para o governo, se movimentam, que é chegada a hora de ativar o bom senso e de empreender uma mudança de rumos capazes de reverter a piora nos números de muitas dessas recentes pesquisas.

Apenas à guisa de exemplo de uma pesquisa bem embasada metodologicamente, os dados levantados pela XP/Ipespe mostram, em dois momentos distintos, uma avaliação preocupante para o atual governo. Na primeira avaliação, realizada logo após a saída do ministro da justiça, Sérgio Moro, mostrou que 67% dos ouvidos acreditam que a saída do principal nome da equipe de Bolsonaro trará efeitos negativos para a continuidade do governo, principalmente no seu aspecto inicial de combate à corrupção e à chamada velha política.

A esses indicadores que prenunciam tempos difíceis à frente, somam-se os números de outra pesquisa realizada dias depois e que desta vez avaliava o desempenho do governo frente à pandemia de coronavírus. Nessa nova pesquisa, os números indicavam uma subida de 42% para 49% na avaliação daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo. No mesmo gráfico era apresentado também um declínio nos números daqueles que acham o governo bom ou ótimo, que passou de 31% para 27%.

As novas medidas adotadas na sequência pelo governo Bolsonaro, interferindo no comando da Polícia Federal, seguido de um gesto político muito arriscado de atrair o Centrão fisiológico para dentro do governo, bem como seu desempenho frente à pandemia, já indicam, mesmo antes de uma nova pesquisa vir à luz, que seus índices positivos continuam despencando ladeira abaixo em abalada corrida. A continuarem as demonstrações públicas de desdém pelas pesquisas, vistas apenas como armas da oposição, o atual governo deve colocar de lado qualquer pretensão em continuar depois de 2022, devendo cuidar logo do que ainda resta de credibilidade e de governabilidade nesse atual mandato.

 

 

 

A frase que NÃO foi pronunciada:

“Quanto custa a soberania de um país?”

Alguém com muito poder, pensando e olhando para o mapa do Brasil.

Charge do Jean Galvão

 

Perto do fim?

Amigos que vão na comissão de frente no que se refere à Covid-19 avisam: a Alemanha começa a abrir suas fronteiras. O uso da máscara continua obrigatório em ambientes fechados, restaurantes com condições de manter a distância entre as mesas já estão abrindo. Aos poucos, o comércio volta a se restabelecer.

Foto: AFP / POOL / Michael Sohn

 

Outro mundo

Japão é um país onde as pessoas respeitam a geografia corporal. Abraços, cumprimentos com a mão, tapinha nas costas não fazem parte da cultura. Levaram, como tudo, tão a sério o combate à Covid-19 que, de semana em semana, os prefeitos liberam para a população relatórios completos sobre o número de doentes, com sintomas e sem sintomas, quantas mortes, em que área moram etc. Acesse o relatório do dia 08 de maio no link Updates on COVID-19 in Japan.

–> Veja mais em: Kagawa Prefectural Government (Covid-19)

 

Higienização

Sexta-feira, às 14h, no Instagram, com o apoio da Emater-DF, Milena de Oliveira fará uma live sobre como higienizar os alimentos na volta do mercado. Veja as informações a seguir.

 

Urbanidade

Por trazerem contaminação, luvas e máscaras devem ser descartadas no lixo do banheiro em sacos fechados para não prejudicar os profissionais da limpeza. Veja o cartaz abaixo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas os inimigos não dormem. Vão até à leviandade, à mentira, ao disfarce. Falam, falam mal, dizem que o Iate é um barraco de madeira e fecham os olhos para as piscinas, para o ginásio, para o caís, para os jardins, para toda a sua beleza, enfim.(Publicado em 06/01/1962)