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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Chega a essa coluna o livro “Platão e a Lenda do Quinto Império”, da editora Thesaurus, escrita a duas mãos por Rubi Rodrigues e Jônatas Rodrigues. A obra trata, como é mister da filosofia, da faculdade humana de pensar. Uma atividade natural, mas que nesses tempos conturbados tem sido pouco ou nada utilizada por aqueles que poderiam resolver grande parte dos problemas atuais. É justamente essa falta de discernimento de nossa classe política que nos tem conduzido e mantido presos no vale das crises institucionais.
A filosofia, como ensina a história, foi uma atividade nascida nas praças públicas da Grécia Antiga (Ágoras) entre o final do século VII a.C e o início do século VI a.C. Eram nesses espaços públicos, que os cidadãos gregos, impulsionados pelo ócio contemplativo, debatiam acaloradamente temas que ainda hoje são de grande interesse para humanidade, (fenomenologia).
Para os autores do livro, apesar dessa pouca atenção que se tem dado hoje a faculdade de pensar, cuja preocupação ficou restrita apenas aos acadêmicos, atualmente estão postas ao alcance de todos as condições culturais e tecnológicas para que a humanidade passe a experimentar um novo ciclo do pensar criticamente o mundo ao seu redor e o papel do homem contemporâneo nessa encruzilhada que nos coloca diante de desafios como o da própria sobrevivência.
A Ágora moderna pode ser personificada como as redes sociais da Internet, cujo alcance mundial tem servido à difusão dos grandes temas que afligem o planeta nesse instante. De fato, a polarização política, vivenciada hoje no Brasil e nos Estados Unidos, é fruto dessa ação passiva do não pensar e que tem nos levado ao extremismo e a radicalização que culminou tanto em nosso caso, como nos Estados Unidos com atentados contra o presidente daqui em 2018 e norte americano em 2024.
Mesmo antes desses acontecimentos trágicos, já se assistia a uma certa retração com relação às armadilhas das ideologias radicais. Segundo os autores, o mundo presencia nesse momento a emergência de um novo modo de pensar que se espalha intuitivamente, induzindo as pessoas, ao menos, a saber claramente o que não querem mais. Para além das radicalizações, existe uma nítida evolução do discernimento humano, pois é claro que existe também um mundo muito além dos cercadinhos impostos pelas ideologias e que se estende para o infinito.
É justamente esse alargamento da visão e do discernimento humano com base, por enquanto na intuição, que vai preparando o caminho, neste início de milênio, que irá nos conduzir a uma conquista sem volta, libertando-nos das amarras ideológicas dos séculos passados. É esse quinto império, que segundo os autores, Platão apontou em seus estudos. O tempo em que poderemos contemplar o todo, entendendo a verdadeira constituição do mundo e da realidade, alcançando, enfim a maturidade inferencial, ou seja, feito com base nas informações que já possuímos para a interpretação do mundo e da realidade. Quem sabe, deduz essa coluna, com base nessa nova visão do mundo, não estaríamos também a beira de concluir que estamos todos imersos num fabulosa matrix ou uma realidade simulada por máquinas ou alienígenas. O que é fato e a obra aponta nesse sentido, é que estamos no limiar de uma era pós-ideológica. Aqueles como nós que tem tido a oportunidade de viver numa época de transição de século e de milênio, terão a chance de vislumbrar essa superação histórica do pensamento humano.
Sentados na popa do navio, com a lanterna em mãos, vamos visualizando os rastros deixados pelo barco nas águas do tempo. É nesse sentido que os autores dessa obra, em conjunto com outros pensadores, instituíram a Academia Platônica de Brasília para reunir os amantes do conhecimento, desejosos de entender os caminhos e destinos da humanidade.
A frase que foi pronunciada:
“Você é livre no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas.”
Kant
SESDF
A fila para um neuro pediatra na Secretaria de Saude do DF conta com mais de 3.000 crianças em espera. Em compensação, falta pouco para se concretizar uma demanda antiga dos pais, para que professores tenham a oportunidade de receber formação específica para o atendimento a alunos autistas.
TEA
Desde o ano passado, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara aprovou o Projeto de Lei 3125/24, de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que prevê formação específica para educadores que lidam com alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O processo está em tramitação.
História de Brasília
Por sua vez, o governador Parsifal Barroso pediu intervenção do Exército, que está guarnecendo o depósito, e não entrega o leite à Legião Brasileira de Assistência porque a presidente dessa organização é parenta do deputado Carlos Jereissati. (Publicada em 26.04.1962)