Consequências, tudo o que vem depois

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Foto: Presidência da República – Divulgação

 

Consequências são tudo o que vêm depois, já ensinava o filósofo de Mondubim. Trata-se aqui de um axioma, também pregado pelos budistas e hinduístas, quando falam do carma e das leis provenientes da causalidade moral a que todos nós estamos sujeitos, mostrando que, para cada ação boa ou má, há uma reação no mesmo sentido.

Também a física ensina essa mesma relação, contida na Terceira Lei de Newton, que explica que, para toda força de ação, existe uma força de reação, com mesmo modo e intensidade. Nas relações humanas, essas teses funcionam quase que como um dogma, inconteste e que não adianta ser contrariado.

Nas relações políticas então, essa é uma lei universal e que incide com maior ou menor força sobre o indivíduo, na medida de sua importância no organograma do Estado e do Poder. Há que ter cautela em certas posições, pois a dinâmica do mundo muda constantemente a posição dos personagens. Quem é hoje mandatário, amanhã pode acordar e se ver em desgraça, esquecido e cobrado por suas ações pretéritas e impensadas.

O caso do ex-presidente Lula é bastante ilustrativo dessa lei do carma. Um dia você sai do governo com altos índices de aprovação. Noutro dia você se encontra sentado numa cama-beliche, dentro de uma cela da Polícia Federal. A questão aqui é saber quantos desses demiurgos atuais, que pululam em nossa República malfadada, passaram do Olimpo às trevas num átimo e, agora, amargando o desterro do esquecimento, aprenderam de fato essa preciosa lição. Praticamente nenhum!

Nada aprenderam e nada esqueceram. Também aqui, a trajetória do ex-presidente Lula é ilustrativa quando se verifica que, apesar dos entreveros que levaram todos à sua volta para a prisão, segue ele impávido, envergando uma fantasia que não retira nem para dormir.

O problema com presidentes que se sentem como monarcas é que são traídos até pelo próprio ouvido. Acumulam carma sobre carma. Agem com força e destempero desmedido, gerando ações deletérias e danosas para muitos, em benefício de poucos. Aliam-se aos maus, que também infestam a República e com isso irão colher, cedo ou tarde, as consequências dessas ações.

Se foi assim com o ex-presidente Lula, também será assim com o atual presidente Bolsonaro. Escravo de uma língua que parece dominar o cérebro, cria, dia após dia, sua poupança cármica, amealhando intrigas, aliando-se à gente que, como ele, age pelo imediatismo e sem espírito público. As consequências desse atual governo já começaram a ser devidamente elaboradas, quando a CPI da Covid finalizou seu volumoso relatório. O que virá depois, não só desse documento, independente do fato dele ser empurrado ou não para dentro do arquivo morto da Procuradoria- Geral da República, trará seus resultados na forma de um currículo e de uma folha de serviços prestados à nação e cujo saldo, em mortos, todos conhecem.

Não bastasse ter contra si a opinião de artistas, produtores de cultura, professores, ecologistas e outros, inclusive com a apresentação de inúmeros manifestos, de todas essas áreas, escritos, e tornados públicos, o atual presidente colhe, muito antes de deixar para trás o primeiro mandato, o repúdio unânime também do conjunto de cientistas, por meio de uma carta que, no futuro, irá engrossar a lista de desserviços prestados por esse governo ao país.

No documento, os cientistas renunciam a homenagem por meio da Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, afirmando que essa comenda, “oferecida por um governo que não apenas ignora a ciência, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva, não é condizente com nossas trajetórias científicas.”. São documentos oficiais que ficarão nos anais da história de nossa República, como prova de que as consequências são tudo o que vem depois.

A frase que foi pronunciada:

A esperança tem um braço no céu e outro na terra.”

Araújo Porto Alegre

Araújo Porto Alegre. Foto: academia.org

Respeito ao patrimônio

Até o dia 30 de novembro, a embaixada dos Estados Unidos e consulados receberá propostas que serão remetidas ao Ambassadors Fund for Cultural Preservation (AFCP), que financiará projetos individuais de preservação do patrimônio cultural do Brasil. Veja os detalhes no link Fundo dos Embaixadores para a Preservação Ambiental.

Imagem: usembassy.gov

Eles voltaram

Com uma característica peculiar, Brasília foi projetada para transporte sob rodas. Aos poucos, o transporte pirata toma espaço na cidade. A principal razão é o tempo perdido aguardando o transporte público. Longas distâncias e passageiros nas horas de pico, o que contribui para o transporte alternativo. O resultado são passageiros que precisam correr sérios riscos para chegar mais cedo no trabalho ou em casa.

Foto: correiobraziliense.com

História de Brasília

As bonecas são fabricadas em série pelas mulheres, que fazem tudo dentro e fora de casa. Os homens apenas pescam, porque é divertido, e fazem os “contatos” com os brancos, que rendem dinheiro. (Publicada em 13/02/1962).