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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
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“Hoje, começou a se fechar a janela de combate à corrupção política que se abriu há cinco anos, no início da Lava Jato. ” A opinião, em tom de desalento, foi manifestada pelo procurador do Ministério Público e coordenador da Força-Tarefa, Deltan Dallagnol, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) mandando para justiça eleitoral todos os processos de corrupção em que aparece a figura do caixa dois.
O temor manifestado por muitos que acompanharam de perto e desde o início do desenrolar dessa famosa Operação, parece que vai se cumprindo. À semelhança do que ocorreu com outra mega investigação ocorrida há exatos 25 anos atrás na Itália, a chamada Mãos Limpas e que visava também desbaratar esquemas de corrupção envolvendo personalidades do governo e partidos políticos, a nossa congênere parece caminhar para um mesmo fim melancólico.
A razão, segundo quem entende desses mecanismos de investigação contra políticos poderosos, é que operações e investigações judiciais, por mais bem estruturadas que sejam, não possuem a força necessária para fazer cessar, definitivamente, os inúmeros casos de corrupção que há anos assolam a máquina pública, ainda mais quando o nível de corrupção já atingiu um patamar sistêmico, ou seja, quando passa a dominar todo o sistema de administração de um país, interna e externamente.
Nesse sentido, é preciso muito mais do que o empenho de um punhado de agentes da lei comprometidos com a ética pública. É preciso o empenho de toda a nação e isso, obviamente, não é fácil de ser obtido, apesar de as urnas sinalizarem desejo de mudanças.
A decisão de levar para a justiça eleitoral, a qual muitos consideram uma instância perfeitamente descartável, todos os casos de corrupção e de lavagem de dinheiro que envolverem caixa dois de campanhas, por mais que seja considerada uma medida técnica, coloca na berlinda não só as investigações que já foram realizadas e bem-sucedidas, mas outras que estão para serem feitas, o que anula todo o imenso trabalho realizado nos últimos sessenta meses. O risco de vir a ser anulada toda a Operação Lava Jato não é sem propósito. Se houvesse o interesse em sanar a corrupção, essa manobra não seria necessária.
Com isso, os inúmeros condenados nessa Operação poderão ter seus processos tornados nulos, por terem sido conduzidos por uma vara incompetente para julgá-los. Não se sabe, ainda, que consequências outras poderão resultar da decisão tomada pelo STF. De toda forma, o que se pode adiantar é que a Operação Lava Jato sofreu nessa quinta-feira sua maior derrota desde que foi iniciada.
Em estrutura adequada e formada por membros temporários, submetidos à intensa pressão política, a justiça eleitoral torna-se, doravante, uma espécie de valhacouto onde irá abrigar-se toda a classe de políticos, formada, em sua grande maioria, por gente que não se avexa em embolsar, para si e para os seus, os recursos públicos.
A frase que foi pronunciada:
“O teu futuro espelha essa miudeza.”
Rafael, 4 anos, cantando o hino como entende.
Puket
Claudio Bobrow teve a seguinte ideia. Todo o maquinário necessário para fazer uma boa ação já está na fábrica de meias. Se as pessoas doarem meias de algodão rasgadas, sem par, manchadas, com furos, elas são trituradas, desfiadas e compactadas transformando todo esse material em cobertores para serem distribuídos a instituições de caridade. Veja a seguir como fazer as doações.
Feliz Aniversário
Já malhou com alegria? Não? Então vale conhecer a Academia FitPong de Tênis de Mesa, fundada pelo mesatenista e treinador Jorge Vieira de Mello Leite, em 29 de março de 2017. A missão da FitPong é ensinar o tênis de mesa para pessoas de todas as idades, cadeirantes e não cadeirantes. Em Brasília, fica na 514 Sul.
Ação humanitária
Igrejas católicas e evangélicas em Bonn, na Alemanha, arregaçaram as mangas e juntas começaram a atender refugiados distribuindo alimentos. Os frequentadores são refugiados das guerras da Síria, Iraque e Afeganistão.
Talento
Se existe um artista com talento, que merece ter o projeto apreciado pela lei Rouanet, esse é Renato Pantera. Vive na Alemanha e é porta-voz da música brasileira por lá. Também por seu talento, tocando Jazz, MPB, samba, é sempre aplaudido com entusiasmo. O governo brasileiro lhe deve apoio.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ninguém diga, por favor, que é do Plano Lúcio Costa, porque não é verdade. De mais a mais, é uma repartição que se for colocada na Asa Norte, estará bem colocada. (Publicado em 15.11.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Com a opção tomada por todos os candidatos à presidência da República de seguir à risca a cartilha dos marqueteiros políticos, o avivamento das discussões sobre os recentes escândalos da Lava Jato e suas consequências para a vida política do país foi, até o presente momento, completamente apagado dos debates. Não se vê ou ouve, por parte dos postulantes, qualquer menção a esses crimes, seus personagens e principalmente as nefastas consequências decorrentes dessa sucessão de delitos que arrastaram o Brasil para a mais profunda crise econômica e política de toda a sua história.
O mutismo em relação a esse mega fato se explica, em parte, porque ficou constatado que além do Partido dos Trabalhadores, que organizou com método todo esse esquema, praticamente todos os partidos estiveram direta ou indiretamente envolvidos nessa maracutaia. Para uma investigação dessa proporção, que permanece em andamento e possui ainda muitos de seus desdobramentos por acontecer, custa a crer que os candidatos ao cargo mais importante do Estado, a ela não façam qualquer referência, até mesmo para mostrar que esses fatos não irão mais se repetir.
Os mais graves crimes de corrupção precisam vir à tona e ser debatidos à exaustão, até que não sobre mais a mínima chance de que venham a ocorrer. As grandes manifestações de rua ocorridas em todo o país, exigindo o fim da velha política e da velha República, ainda reverberam seu clamor e exigem respostas à altura. A razão ensina que não se pode falar em projetos futuros, quando um assunto dessa gravidade não for devidamente discutido e encerrado. É preciso encerrar esse capítulo com os principais personagens e dirigentes do Estado, jogando o nome e o prestígio do país na lama e gerando mais miséria e insegurança.
Não chega a ser surpresa para ninguém que esse silêncio obsequioso faça parte de uma manobra que visa, sobretudo, reeleger os principais personagens desses crimes, na busca desesperada por prerrogativa de foro. Outros acreditam, e com boas razões, que, na virada do governo, haverá um grande acordo que será denominado de pacificação nacional, em que todos esses crimes serão esquecidos em nome de uma pressuposta união do país.
O que esse silêncio em torno desses crimes revela, aos ouvidos daqueles que sabem escutar, é que, o que está em marcha não é apenas a eleição de outubro, mas um amplo movimento que visa construir uma falsa nova república, erguida sobre os mesmos pilares corroídos pela ética.
Essas eleições trazem uma reforma de fachada de um velho prédio condenado a ruir. O estrondo provocado pelo colapso desse enorme edifício que ameaça em breve vir a baixo será a resposta natural a esse silêncio dos cúmplices.
A frase que foi pronunciada:
“Apesar de enfrentar uma ‘tempestade perfeita’, devido à conjunção de uma profunda crise econômica com uma das maiores investigações de corrupção da história, nos últimos 25 a 30 anos o Brasil realizou um tremendo trabalho de consolidação de sua democracia. Não cedam à tentação de colocar um candidato com tendências autoritárias na Presidência.”
Steven Levitsky, cientista político norte-americano.
Cortinas abertas
Nada como os detalhes para apontar comportamentos. No governo passado as cortinas do Palácio do Planalto estavam constantemente fechadas. Dia e noite, ninguém visualizava as salas com janelas para a Praça dos Três Poderes. Hoje é possível acompanhar os passos dos ocupantes, que não estão preocupados em ser vistos.
Receita Federal
Nas primeiras horas da manhã, o atendimento na Receita Federal, no Setor de Autarquias Sul, melhorou muito. Vigilância na entrada, atendentes prestativas, fila rápida.
Novidade
Grupos de WhatsApp são criados para que os voluntários nas eleições se comuniquem com os cartórios durante o pleito. Apesar do vídeo detalhado com o passo a passo, sempre há surpresas numa seção eleitoral.
Surpresa
Uma das surpresas foi a mesária que identificou a mesma criança no colo de várias mães. As eleitoras alugavam a criança para furar fila. Se por trás do voto há corrupção, não há o que reclamar do que vem pela frente.
Foice, martelo e picareta
Quando passar o tempo de eleição, o Plenário do Senado votará na proposta de ressarcimento pago pelos presos ao Estado por todo o gasto durante a privação de liberdade. Se não houver dinheiro, um tanto melhor. O detento pagará com trabalho. O autor do Projeto de Lei do Senado disse que esse é o caminho para combater o ócio, oficina das facções que infestam os presídios.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O serviço era feito, anteriormente, pela firma Paulo Wettstein. O contrato foi denunciado, e passou a ser feito pela Prefeitura, pago pela Novacap. (Publicado em 31.10.1961)