OTAN e o protagonismo da guerra

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

 

         Tão perigoso quanto os estrondos provocados pelas bombas que não param de cair sobre as cidades na Ucrânia, é o silêncio com que vem se desenvolvendo as tratativas para uma possível arregimentação de tropas do ocidente, liderados pela OTAN, para fazer frente ao exército de Putin. Perigoso também é observar a entrada sorrateira da China nesse conflito, através do fornecimento, por debaixo dos panos, de suplementos bélicos para os russos. Há no ar, apesar da guerra declarada e ao vivo da Rússia contra a Ucrânia, toda uma movimentação de bastidores, ou rearrumação do tabuleiro estratégico, para o início de um grande conflito, capaz de envolver, nesse cenário, outros protagonistas, o que pode, facilmente, levar a todos para o ambiente de areia movediça impensável.

        E o que esse conflito tem haver conosco? Essa é uma questão que, pelas proporções que o evento pode adquirir e já provoca no caso dos fertilizantes e no aumento nos preços do petróleo, já fala por si. No caso de um conflito generalizado, acreditem, não existirá lugar seguro para se proteger de seus efeitos. Ainda mais quando se sabe que o Brasil, além de não possuir um poderio armado, necessário para suprir as exigências de um país continental como o nosso, não conta também com abrigos subterrâneos em concreto armado, necessários para uma eventual guerra dessa magnitude. Estamos a pé e descalços nessa tempestade que se anuncia.

        Das milhares de análises feitas por especialistas que realmente têm a dizer sobre o conflito na Ucrânia, poucos ou quase nenhum trouxeram uma clareza luminar e realista como a que foi disponibilizada agora, nas mídias mundiais, pelo professor John Maersheimer, da Universidade de Chicago. Em sua avaliação, a Ucrânia já perdeu, definitivamente, a Crimeia e o Donbass, sendo que a questão que importa agora é saber se aquele país vai perder ainda mais território para a Rússia, principalmente as terras à leste do país. Por outro lado, todos já sabem que a economia ucraniana está destruída, com suas principais cidades em processo de vir a se tornar ruínas.

        Com isso, a economia mundial será também afetada e isso trará consequências para todas as democracias ao redor do globo. Esses eventos também irão diminuir a influência americana tanto na Europa como em relação à China, onde, segundo o professor Maersheimer, deveriam se concentrar todas as atenções do governo dos EUA. Além de todo esse cenário de crise, as movimentações políticas do Ocidente estão a empurrar a Rússia diretamente para o colo dos chineses. Como se não bastasse, a OTAN, junto com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, está, sem saber, transformando o leste do continente europeu numa região de instabilidades perigosas, o que força a presença do ocidente nessas áreas, antes sob influência da Rússia.

        Trata-se, como afirma, de uma situação desastrosa para todos. Aqui entra a questão básica: quem provocou toda essa instabilidade, desde o início. Ao contrário da voz corrente no Ocidente, que debita toda a responsabilidade por essa guerra aos russos e diretamente a Putin, o professor da Universidade de Chicago ressalta que a principal responsabilidade por toda essa crise armada cabe, principalmente, ao Ocidente e ao seu modelo de política internacional.

        A crise, segundo ele, teria começado ainda em abril de 2006, de fazer a Ucrânia e a Geórgia membros efetivos da OTAN, “a todo o custo.” Na ocasião, os russos já tinham alertado o mundo que essa seria uma situação inaceitável e que esses países não seriam, jamais, parte da OTAN. Outra análise a ser levada em consideração é a do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, para quem os acontecimentos na Ucrânia se devem à expansão e ao avanço da OTAN sobre aquelas que seriam áreas de influência da Rússia.

        Segundo ele, mesmo que Putin fosse uma espécie de Ghandi russo, a situação de guerra seria a mesma. Para Chomsky, a OTAN não deveria continuar a existir depois de 1990, quando o império soviético deixou de existir. A guerra fria estava sepultada e a OTAN havia perdido seu sentido estratégico. Contrariando o bom senso, a OTAN não só continuou a existir, como se expandiu para próximo de Moscou, agora mudando seu objetivo de defesa para o de controle da energia do mundo, através do monitoramento das rotas e dos dutos de óleo e gás marítimos.

        Nesse sentido, a OTAN passou a ser uma espécie de força interventora americana. Diante de visões realistas como estas, o que é preciso agora é focar a atenção na movimentação feita pela OTAN, junto com os EUA, torcendo para que o ocidente siga os caminhos da razão e do bom senso, pois não há, nessa contenda, um lado a quem se possa debitar o papel de mocinho da história.

 

A frase que foi pronunciada:

Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

Descaso

Com a alta da gasolina, os pagadores de impostos esperam que o governo do DF invista em transporte público. É difícil para o contribuinte ver parte do metrô na Asa Sul já apresentar sinais de decadência por descaso dos responsáveis pela manutenção. Ontem pela manhã, na estação em frente ao Cine Brasília, apenas a escada rolante para descida estava funcionando. Na estação seguinte, em frente ao Clube Unidade de Vizinhança, nenhuma escada rolante do acesso funcionava.

Foto: metro.df.gov

 

UnB

Duas notícias de cães. A UnB está fazendo uma pesquisa com cães que estejam com problemas nos olhos. Desde vermelhidão a secreção. A outra novidade é que o Hospital Veterinário da UnB está com ótimos preços para castração de cães e gatos. Veja no a seguir.

–> Bom dia! Estamos iniciando as castrações eletivas de gatos, cães e gatas nas aulas de Técnica Cirúrgica da FVV/UnB. Informações http://hospitalveterinario.unb.br/servicos/castracao.

História de Brasília

Doutor Ataulpa, há a informação de que a TCB vai suspender os ônibus do Gaminha, por falta de estrada. A conservação das molas está cara, e a companhia está estudando uma maneira de suprimir a linha, se não houver melhora da pavimentação. (Publicada em 20.02.1962)

Imagens e sentimentos da guerra

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Maternidade bombardeada na Ucrânia. Foto: MFA Ucrânia / Twitter

 

Com algumas das milhares de imagens e instantâneos captados da guerra de defesa cruenta que a Ucrânia trava contra a invasora de seu território, a Rússia, é possível fazer um exercício de reflexão, mesmo à distância, do sentimento misto de aflição, tristeza, incapacidade de parar os acontecimentos, medo, incerteza e toda uma gama de maus presságios e maus pensamentos que esses cidadãos estão experienciando ante a possibilidade real da morte que se avizinha.
Como seres humanos que ainda somos, apesar das dúvidas de que, em momentos como estes que nos assaltam, sabemos, de antemão, que possuímos os mesmos mecanismos mentais, disparados por nosso cérebro diante de situações diversas. Somos, neste planeta, irmãos siameses, quando nos vemos diante de sentimentos como o medo, a raiva, a impotência diante de um fato, a aflição e o sentido de defesa de nós e de nossos entes queridos.
A aproximação da guerra e do inimigo, anunciada pelo estrondo, cada vez mais forte, das bombas e crescendo a voz de morte e destruição nas vizinhanças, aciona nos nossos irmãos distantes os mesmos sentimentos que teríamos diante de um fato dessa natureza. Correr e deixar tudo para trás, apagando nossas lembranças e pertences, despidos de tudo e até da dignidade, tão cara a muitos seres humanos, arde por dentro.
Que sentimentos e pesadelos estariam experimentando neste exato momento os idosos, impossibilitados de caminhar, os doentes acamados, as crianças nos leitos dos hospitais e todos que padecem em suas casas, mesmo aqueles que perderam a capacidade de entender direito o que se passa ao redor.
Pensar que todos esses augúrios estão vindo com um inverno rigoroso, quando o céu busca mais cedo a escuridão para se esconder do frio intenso. Por imagens captadas diretamente por trás de uma cortina, instalada num desses apartamentos familiares, é possível presenciar o momento exato em que uma bomba cai na vizinhança defronte. Ou vem-se gritos e choros aflitos. As pessoas cerram as cortinas, como se isso pudesse deter a força e a aproximação dos bombardeios cegos e correm para um outro cômodo da casa para se protegerem. Não sabem para onde se dirigir.
As notícias sobre a existência de corredores humanitários que se transformaram numa verdadeira armadilha para os refugiados, todos eles expostos à artilharia inimiga, correm em toda a parte. Imagens de prédios aparentemente abandonados, em destroços, contra a paisagem árida e inóspita, mostrando um céu escuro e frio ao fundo, iluminado, algumas vezes, pelo estouro das bombas, dizem a todos que é preciso ficar escondido dentro de casa.
O que fazer com o avô e a avó deitados inertes em suas camas, debaixo de grossas cobertas? Abandoná-los e fugir? Para onde? A morte saiu às ruas numa noite gélida e espreita. As luzes da artilharia incessante lembram relâmpagos anunciando a chuva, mas todos sabem: anunciam a chegada da ceifadora de vidas.
E pensar que, protegidos a milhares de quilômetros desse palco de horrores, estão os políticos que apoiam, por medo do carniceiro que preside a Rússia, todo esse massacre. Estão todos eles são e salvos, traçando, em suas estratégias, melhores formas de eliminar pessoas com mais eficiência e rapidez, sem despertar a atenção da imprensa mundial que a tudo observa in loco.
O coração dispara como uma metralhadora. A síndrome de pânico adormecida, desperta e também massacra como uma batalha de vida e morte. A depressão, o inverno, as bombas, a morte dos amigos, vizinhos e parentes dão a certeza de que estamos todos perdidos na mesma batalha, mesmo à distância.
A frase que foi pronunciada:
“Na guerra, os políticos dão munição, os ricos dão comida e os pobres dão os filhos. Quando a guerra acaba, os políticos pegam as munições que sobram e entregam uns aos outros. Os ricos aumentam o preço dos alimentos, enquanto os pobres procuram covas para os filhos.”
Ditado sérvio
Mais cordel
Concorre à cadeira do jornalista João Brígido, na Academia Cearense de Letras, o poeta popular Geraldo Amâncio Pereira, respeitado repentista cearense. Caso seja eleito, será a primeira vez que um cantador de viola terá assento na tradicional academia, cujas cadeiras sempre foram ocupadas por escritores e poetas eruditos. Geraldo Amâncio estudou história na Universidade Vale do Acaraú e é autor de dezenas de livros, entre eles, romances de cordel. Ouça no link: Oliveira de Panelas & Geraldo Amâncio – Galope beira mar.
Geraldo Amâncio. Foto: mapacultural.secult.ce.gov
Dúvidas de Luzia
Será que uma administração com sete milhões de associados é eficaz? A pergunta feita pela leitora traz outras indagações sobre os planos de saúde. Até que ponto a lei permite que a saúde humana seja tratada como negócio? É possível fiscalizar e punir os aumentos abusivos de poderosos lobistas? Até quando os consumidores precisam aceitar tudo?
Charge do Jarbas
História de Brasília
Não se nega que há falta de diversão, e como as pessoas aqui residentes ainda estão ligadas a laços de parentescos em outras terras, estão sujeitas a depressões, que são, também, comuns nas grandes cidades de movimento intenso, ao contrário da nossa portanto. (Publicada em 18/2/1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Ou é ele ou somos nós

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Na Ucrânia, maior usina nuclear da Europa é incendiada após ataque russo. Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

           Finalmente, as principais lideranças políticas do Ocidente resolveram tomar providências mais severas contra os oligarcas russos, na tentativa, entre outras medidas, de asfixiar as finanças desse pequeno, mas poderoso, grupo que, há décadas, orbita em torno do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

        Há décadas também, os serviços de investigação e combate a crimes econômicos, em vários países, principalmente na Europa, vêm fazendo um levantamento sobre a atividade desses magnatas russos, e há tempos, também, sabem do estreito envolvimento que o autocrata do Kremlin mantém com esse grupo, alguns, inclusive, apontados como testas de ferro de Putin. Dito em outras palavras, já faz tempo que os governantes europeus e americanos sabem das atividades ilícitas envolvendo esses oligarcas e o presidente Putin.

        Para alguns observadores dessas relações escusas, o que o presidente Putin tem feito, desde que assumiu o poder, foi afastar, prender e até eliminar todos aqueles milionários de seu país que não aderiram aos projetos de seu governo. Ao mesmo tempo em que cedia nacos importantes de setores econômicos de seu país, como petróleo, gás, mineração e outros, a grupos de empresários dispostos a tudo, desde que seguissem, à risca, os planos de Putin.

        Com o poder econômico russo, enfeixado, diretamente em suas mãos, Putin passou a controlar, pessoalmente, a circulação de riquezas, obviamente, retirando, desse poderio, parte significativa dos recursos da nação, para si e seu grupo. Com as forças armadas sob seu controle, além dos serviços de inteligência, do qual é oriundo, e de forças especiais de segurança e repressão, Putin passou a controlar, além do Poder Judiciário e Legislativo, a imprensa e toda a mídia do país, submetendo-os a mais estrita censura.

        Para a oposição, recorreu ainda as prisões em massa, tentativas de envenenamento e morte de todos aqueles que ousaram ir contra sua tirania. Em síntese, é bom lembrar que os principais líderes políticos do Ocidente, que passaram pelo poder nos últimos 20 anos, sabiam que Putin, juntamente com a maioria desses oligarcas que agora estão na mira da polícia, vem formando uma verdadeira máfia dentro do Estado Russo, impondo o terror, ameaçando países vizinhos e, agora, ameaçando todo o resto do mundo com suas armas nucleares.

        O que está ocorrendo agora, sob o olhar espantado de alguns governos, é a sequência natural de um longo projeto de dominação, em larga escala, há muito, preparado por Putin e do qual já sabiam as principais lideranças do planeta. A questão aqui é saber por que demoraram tanto a agir para impedir o crescimento e fortalecimento desse tipo de indivíduo. O que vemos aqui é o silêncio cúmplice de muitos presidentes mundo afora. Um silêncio e uma inanição que tem custado muitas vidas ao longo dos últimos vinte anos. Não há uma saída para o mundo que não seja a saída imediata de Putin do poder. A permanência desse tirano no poder pode custar a vida de bilhões de seres humanos. Ou é ele, ou seremos nós.

A frase que foi pronunciada:

Eu era uma garotinha na Segunda Guerra Mundial e estou acostumada a ser libertada pelos americanos.”

Madeleine Albright

Madeleina Albright. Foto: GREG KAHN

Helicóptero

Em Vicente Pires e no Lago Norte, duas crianças sofreram afogamento em piscina. Mais uma vez, a agilidade do Corpo de Bombeiros e o preparo da corporação trouxeram as duas vidas de volta. Não poupem elogios a esses heróis.

Atualizar

Por falar nisso, quem busca a ouvidoria do Corpo de Bombeiros cai em uma página geral do GDF que não é muito amigável. Inclusive, é necessário um pré-cadastro para a manifestação. Mas, indo com paciência, é possível finalizar a operação com sucesso.

Atendimento fake

Aconteceu na loja da Claro da Qi 11 do Lago Sul. Ao pegar a senha, o cliente aguarda a chamada no painel. A curiosidade é que isso não quer dizer que o atendimento vá ser feito naquele momento. Se a empresa controla o tempo de espera do consumidor, é bom que saiba que o resultado nessa loja em Brasília é fake. A espera é longa, apesar do chamado no painel.

Foto: divulgação

 

Notas de R$200

Por enquanto, só 18% das cédulas de R$200 reais estão em circulação. Segundo o Banco Central, os outros 369 milhões de cédulas produzidas e ainda não distribuídas estão guardadas na instituição.

Enfim

Secretário do DF Legal, Cristiano Mangueira, foi incisivo no anúncio pré-carnaval do que seria ou não seria permitido durante as festas de Momo. Dias depois, o governador Ibaneis liberou a máscara em lugares abertos, seguindo os passos de outros países. Estamos perto do fim em relação ao Covid.

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

História de Brasília

Fala que a cidade tem favelas, desconforto, precariedade de transporte, vicissitudes de tôda ordem e é quase inabitável. É preciso muita distância do assunto, para dizer isto. (Publicada em 18.02.1962)

Educação sem competição

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Em tempos de crises profundas, quando a humanidade, por suas escolhas imediatistas, se vê, mais uma vez, em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.

É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que se precisa convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, para reestabelecer laços e vínculos perdidos. “Nunca, como agora”, diz um dos mais notáveis construtores de pontes da atualidade, o papa Francisco, “houve a necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes, e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.

Refere-se o pontífice precisamente à Campanha da Fraternidade de 2022, cujo lema é “Fraternidade e Educação”, e que, neste momento, parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente. Observa-se que, justamente por se afastar de uma educação que induza a fraternidade e a partilha é que, mais uma vez, se ouve falar em guerras e destruições. A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, e que estimula, sobremaneira, o espírito de concorrência entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente, está na raiz da maioria das guerras.

Para a então educadora italiana e também construtora de pontes Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras a que temos assistido ao longo da história humana. A paz, dizia ela, não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano. É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz.

Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos montessorianos, por certo não estaríamos assistindo ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.

O que os soldados fazem nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora, os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticados de arma em punho, numa autêntica caçada humana.

A Campanha da Fraternidade deste ano Fraternidade e Edu cação, com o subtítulo “fala com sabedoria e ensina com amor”, foi retirada de Provérbios 31:26-31, e teve início na quarta-feira de cinzas. A proposta dos idealizadores, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à frente, é aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo Pacto Educativo Global, conforme convocado pelo papa.

Entre os objetivos estão: analisar o contexto da educação na cultura atual e seus desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da palavra de Deus e da tradição cristã, em vista de uma educação humanizadora na perspectiva do reino de Deus; pensar o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral em escolas, universidades, centros comunitários e em outros espaços educativos, em especial os das instituições católicas de ensino; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:
“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”
Maria Montessori

Maria Montessori. Foto: Wikimedia Commons

 

Expressão
Passeando no site da Embaixada da Alemanha, um internauta perguntou a razão de a instituição defender a Ucrânia e pagar pelo gás da Rússia. Foi bloqueado. Entrou com outra conta e perguntou se isso é saudade da DDR. Foi bloqueado novamente. Quem estava acompanhando viu tudo.

Foto: g7.news

 

Vagas
São raros os alunos do EJA que chegam animados para estudar. Ou o atrativo é o lanche, ou são os colegas que ficam fora da escola em reunião. O diploma é importante, mas como a reprovação é evitada pela direção, esse tipo de aula não tem validade. Basta imaginar uma instituição independente organizar uma prova e aplicar aos alunos que frequentam as aulas à noite. Seria um desastre.

Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

 

Produção
Apoiados pela Emater, os produtores rurais iniciam as feiras de agricultura familiar, que funcionam em março no DF. Veja a lista de datas e locais a seguir.

Foto: Emater-DF

Feira Rural no Parque
Quando: dias 13 e 27 (domingos)
Horário: 8h às 14h
Local: Estacionamento 10 do Parque da Cidade (antigo pedalinho)

Feira Rural no CABV – Sobradinho
Quando: dias 8, 15, 22 e 29 (terças-feiras)
Horário: 17h às 21h
Local: Área multiúso do Condomínio Alto da Boa Vista

Feira Rural do Palácio do Planalto
Quando: dias 3, 10, 17, 24, 31 (quintas-feiras)
Horário: 10h às 15h
Local: Anexo IV da Presidência da República (próximo aos restaurantes)

Feira Rural de Multiprodutos do Barreiros
Quando: 4, 11, 18 e 25 de (sextas-feiras)
Horário: 16h às 21h
Local: DF-140, km 11, Núcleo Rural Barreiros (Jardim Botânico)

Feira Rural do Produtor da Vargem Bonita
Quando: dias 5, 13, 19 e 26 (sábados)
Horário: 7h às 15h
Local: Em frente ao comércio local, ao lado da quadra de futebol

*Com informações da Emater-DF

*Agência Brasília

 

História de Brasília
O Globo publica um comentário do “Republicain Lorrain”, de Metz, contra Brasília e termina por perguntar se valeu mesmo a pena empreender a construção colossal de Brasília. (Publicada em 18/02/1962)

Não fale em nome da nação

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Presidente Bolsonaro. Foto: Reprodução/redes sociais

 

          Certos comportamentos de autoridades repercutem negativamente em momentos de tragédias. Não cabem exibições em jet ski, enquanto acontece uma guerra. Depois da experiência com a Covid, ao mirar no presidente da República, o que a população espera é que a liturgia do cargo reflita na conduta.

            Com essa postura, pouco exemplar para os cidadãos, o chefe do Executivo vai consolidando, para si, a fama de indivíduo insensível e indiferente aos dramas humanos, sejam eles de outros países ou mesmo seus próprios conterrâneos. Talvez imagine que, agindo dessa forma, demonstrará valentia e coragem. Nada mais falso e mais próximo da covardia do que ignorar seus semelhantes. A imagem que passa é de insensibilidade e pouco caso que faz dos dramas alheios. Claro que o peso da imprensa deve ser considerado, mas, não por outro motivo, o presidente do Brasil achou, por bem, não se manifestar com relação à guerra que vai destruindo, pelas beiradas, a Ucrânia.

        Na visita que fez a Moscou, às vésperas de Putin mandar varrer do mapa a vizinha Ucrânia, o presidente do Brasil chegou a afirmar que o Brasil era solidário com a Rússia. Por certo, o presidente, mesmo a despeito de ser constitucionalmente chefe de Estado, não falou em nome dos milhões de cidadãos brasileiros de bem que condenam, com veemência, essa chacina.

        A posição dúbia e vacilante do representante do Brasil, obviamente orientado pelo Palácio do Planalto, junto à Organização das Nações Unidas, (ONU), pedindo, de modo protocolar e refinado, bem ao estilo Itamaraty, o estabelecimento de um impossível diálogo entre os dois países do Leste, foi posto de lado, dessa vez, de modo nada protocolar, com a resolução, tomada agora, da Assembleia-Geral da ONU, condenando a Rússia pela invasão à Ucrânia.

        Do mesmo modo, o Tribunal de Haia deixou claro que investigará a Rússia por crimes de guerra e por crimes contra a humanidade. Com isso, o colega russo do presidente do Brasil poderá se tornar réu no Tribunal Internacional por crimes de genocídio.

        O chefe do Executivo nacional disse ainda que vai adotar um discurso neutro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. Na contramão do que pensa o mundo todo, o chefe da Nação brasileira diz atrelar às suas decisões, de caráter personalista e frio, o que querem os brasileiros nesse momento. Nada mais falso.

 

A frase que foi pronunciada:

Não devemos nos permitir esquecer os milhões de cidadãos não judeus da Bielorrússia, Rússia, Ucrânia e outros territórios eslavos que também foram massacrados. Mas, para mim, permanece o fato saliente de que o antissemitismo era o princípio dominante, essencial e organizador de todas as outras teorias raciais nacional-socialistas. Portanto, não deve ser pensado como apenas um preconceito entre muitos”.

Christopher Hitchens

Christopher Hitchens. Foto: Marvin Joseph/The Washington Post

Curiosidade

Começa a ser arrecadado, pelos estados e municípios, o IPVA. Em 1969, o TRU, que era a taxa paga, ia para governo federal: Taxa Rodoviária Única. O destino da verba era delineado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Expandir, conservar e financiar novas rodovias no país. Já o IPVA, nasceu de uma Proposta de Emenda Constitucional e, como imposto, é destinado a despesas da administração pública. Não há como acompanhar os investimentos feitos com essa verba.

Foto: Pixabay

Vulneráveis

Em franco andamento, as obras da Escola Técnica do Paranoá. As colunas já subiram. Há muita esperança em formar, profissionalmente, tantos jovens daquela região.

Foto: Francisco Zagari/Divulgação

Adeus papai!… Adeus, filho!…

Há dois ou três dias, na divisa com a Ucrânia, uma mulher assistia a orientação dada aos jovens soldados russos, perfilados, prontos para a ocupação da Ucrânia. Avistando filho no meio da tropa, não resistiu: atropelou oficiais e guardas, invadiu a formação, abraçando-se a ele, chorando. O soldado manteve inicialmente a postura militar ereta, olhando para frente onde estava os superiores mas, de repente, também desabou em lágrimas abraçado à mãe.” Leia a seguir a íntegra do artigo do professor Aylê-Salassié Filgueiras Quintão.

Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

–> Adeus papai!…Adeus, filho!…

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*
O início do fim da guerra do Vietnam foi marcado por dois eventos impactantes. A foto da menina vietnamita correndo nua pela estrada, tentando escapar das bombas de napalm que explodiam atrás dela, e o assassinato , com um tiro no ouvido de  um vietcong capturado, no meio da rua de Saigon, em frente as câmeras de televisão,   dado pelo chefe de polícia. A opinião pública mundial foi despertada naquele momento  para a desumanidade, a brutalidade e a insanidade das guerras.  Afinal, o respeito à vida humana e a diplomacia teriam evoluído muito.
Há dois ou três dias, na divisa com a Ucrânia,  uma mulher  assistia  a orientação dada aos jovens  soldados russos, perfilados,   prontos  para a  ocupação da Ucrânia. Avistando  filho no meio da tropa, não resistiu: atropelou oficiais e guardas, invadiu a formação, abraçando-se a ele, chorando. O soldado manteve inicialmente  a postura militar ereta, olhando para frente onde estava os superiores mas,  de repente, também desabou em lágrimas abraçado à mãe.
“Adeus meu filho!…”Adeus papai!…”. Na estação de Kiev, na Ucrânia, suspenso pelos cidadãos, e passado de mão em mão, no meio da multidão que  tentava embarcar para a Romênia, um menino  ia despedindo-se do pai até alcançar a mãe no interior do trem.  Mulheres e crianças foram recomendadas a deixar o território ucraniano . Maridos e  pais com idade entre 18 e 60 anos estavam proibidos de sair do país.
Na Ucrânia ainda, foram gravadas cenas de jovens pais mal saídos da adolescência  despedindo-se das  esposas, que partiam assustadas com bebês  nos braços. Os  homens estavam convocados compulsoriamente para  lutar ou morrer. Mesmo assim, professoras de uma escola pública armaram-se com equipamentos pesados para esperar os russos.
Remete, de fato,  a 1968, ao episódio do   General Nguyen Ngoc Loan  descarregando o  revólver  na cabeça do prisioneiro. O corpo do vietnamita  ficou  ali,   por dias exposto até que os restos mortais fossem recolhidos por uma carrocinha, igual à desses trabalhadores  informais que recolhem lixo nas ruas .
Conhece-se pouco do aparato militar ucraniano, mas se isso vai ocorrer com eles, não se sabe. Os corpos dos ucranianos mortos parece que terão uma solução mais próxima dos vietnamitas. Continuarão abandonados pelas ruas ou coletados coletivamente por carroças para serem enterrados ou incinerados anonimamente.
Os  russos, não. O Exército está levando para a frente de batalha  crematórios volantes para os cadáveres dos soldados. Os mortos  serão  transformados em cinzas, que poderão chegar em uma urna aos familiares.  Esses fornos, de invenção nazista,  intimidam os soldados, induzindo os soldados a lutar pela vida, ao mesmo tempo que alimentam menos esperanças de que  voltarão a ver esposas, filhos e mães .
 A despedida do Pai  daquela criança apoiada nos braços do mãe, em lágrimas de desespero na porta do trem,  prenunciava a possibilidade de ser aquela a última visão família . Ocorreria tanto de um lado quanto do outro. A Rússia bombardeou mais de 270 pontos de resistência dos ucranianos, atingindo porto aeroportos, gasodutos, mas também escolas e prédios residenciais civis e, por cima,  proibiu a imprensa de dar tratamento de “guerra” ao confronto, e tem evitado revelar o número de mortos. Sim, porque os ucranianos estão usando coquetéis molotov e os próprio corpos (como no Tianamen), por todos os lugares, como os estudantes fizeram na invasão de Praga e de Budapeste, no passado contra  esses mesmo russos, para parar os tanques de guerra.
Segundo a versão de Putin, a Ucrânia é o berço étnico da Rússia. A sua criação como país teria sido  um erro de Lênin. Ele, senhor de si,  aparenta  ser mais um sujeito traumatizado . Assistiu in loco a derrocada de Berlim Oriental e, por consequência, destruição da União Soviética, agindo  como  espião dentro da Alemanha.  Considerou o fato mais desastroso do século passado. É possível que tenha guardado aquela  imagem, e venha tentando resgatar a União Soviética (URSS), acreditando  poder  manter a Rússia hegemônica na região,  como na Guerra Fria.
A realidade tem mostrado que, todos os vizinhos que se recusam a dobrar-se à liderança da Rússia, ou de Putin, são colocados no mesmo saco. Já  invadiu o Afeganistão, a Chechênia, a Geórgia, a Mondalvia, Belarus, tomou a Criméia,  e quer  a Ucrânia, parte da qual já ocupou. Para não deixar por menos ameaça a Suécia, a Finlândia e os países bálticos. Sua geopolítica não respeita as etnias, nem os cidadãos civis. Para Putin são pessoas que não pertencem a lugar nenhum (Bjorn Berge, 2021). São todos russos. Pretenderia ele corrigir os caminhos da história,  restaurando a URSS como uma Federação, liderada pelos russos.
Pensando estrategicamente,  Putin pode até ter um pouco de razão, que é alimentada por verdadeiras provocações do Ocidente, em particular os EUA e pela própria imprensa, anunciando guerra todos os dias. São desafios que  não resultam de consultas públicas internas.
A guerra tem um  cenário real fora dos gabinetes dos governantes e estrategistas militares, que parecem desdenhá-lo. É lá onde está a sociedade civil , ignorada em todos os lugares. ´Tem sido ela a maior  vítima dos conflitos bélicos no mundo. Portanto, assim como aconteceu nos Estados Unidos durante a guerra do Vietnam, na Rússia grupos de pessoas estão saindo às ruas para protestar contra a invasão da Ucrânia, considerado um país irmão – e não mais um satélite.
No mundo todo há uma indignação crescente contra a atitude de Putin, que virou meme entre cidadãos.  E, por último, talvez fosse bom lembrar que a guerra como solução, em pleno  século 21, estaria refletindo, provavelmente, o obsoletismo dos modelos  diplomáticos e desvendando, mais uma vez,  os riscos de governantes insanos. Não existe mérito em conseguir a paz pela guerra.
 * Jornalista e professor

História de Brasília

Outro jardim muito bonito, é o do Banco do Brasil. A grama não está sendo cortada a propósito, até que fique o tapete verde. Nas quadras da Fundação, parece que falta alguma coisa. Só o gramado não está dando uma impressão ideal. Parece que faltam flôres, e falta uma área para parque infantil. (Publicada em 18.02.1962)

Indústria bélica patrocina a guerra

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Foto: Deutsche Presse-Agentur GmbH

 

Tecer comentários sobre qualquer outro assunto que não seja esta famigerada guerra que o czar da Rússia, ou seja, o Napoleão de hospício, pôs em marcha contra a vizinha Ucrânia, parece embaralhar a prioridade das coisas, pondo uma crise humanitária, sem precedentes no mundo atual, a reboque de outros problemas menores e até menos urgentes.

Mesmo sabendo que o mundo, por sua configuração no cosmos, não pode parar, as consequências para a população civil local, provocadas por esse conflito, são imensas e devem concentrar a atenção do planeta, sob pena de nos tornarmos insensíveis ao que ocorre com nossa própria espécie.

Quer queiram, ou não, somos uma mesma família, abrigada neste planeta que vai sendo, irremediavelmente, exaurido, sob nossos pés, e essa é a mais importante tarefa que cabem aos líderes mundiais atualmente, e não a perpetuação de guerras, uma atividade que estamos empenhados desde o surgimento das primeiras civilizações sobre a Terra.

Pudessem essas querelas armadas serem arbitradas num tribunal internacional isento e peremptório, por certo, o veredito final apontaria a existência de um conjunto de culpabilidades, distribuído para os dois lados, tanto para o Ocidente quanto para o Oriente, em iguais proporções e com iguais penalidades.

De fato, para aqueles que se dispuserem a buscar mocinhos nessa guerra, em ambos os lados, não os encontrará com facilidade. Os únicos que, em todo esse conflito, podem ser aponta dos como totalmente isentos de culpa são as populações, com postas por homens, mulheres, crianças, idosos e enfermos, que nada fizeram para serem triturados no maquinário bélico que promove essa carnificina.

A rigor, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o Kremlin deveriam se sentar no banco de réus, assim como todos os países, que, direta ou indiretamente, açularam o conflito armado. Quem azeitou a máquina de guerra de Putin, pondo-a em marcha contra seus conterrâneos, foram os generais do Ocidente, em conluio com a classe política dirigente de vários países, tendo, na retaguarda o enorme complexo industrial de armamento.

A produção recorde de armamentos, cada vez mais letais e cirúrgicos, necessita ser posta para funcionar na prática. Pudessem ser exibidos à luz do dia, veríamos que os principais patrocinadores dessa guerra fratricida é a indústria bélica, de ambos os lados das trincheiras. E pensar que a macabra tecnologia que fabrica esses moedores de carne humana é desenvolvida por ex-alunos das melhores universidades do planeta, sendo que muitas dessas máquinas da morte são financiadas graças aos impostos pagos pela população civil.

Nas mãos de celerados, essas tecnologias mortíferas acabam promovendo o show de horrores que as emissoras de TV transmitem ao vivo e a cores. Ironia tétrica é observar que os alvos dispostos para receber os tiros certeiros dos mísseis de última tecnologia, orgulho da capacidade bélica de um povo, são justamente casas de civis, escolas, hospitais, praças, igrejas e outros monumentos construídos para celebrarem a vida em comunidade e a paz entre as pessoas. O que o mundo assiste agora em tempo real é ao show da morte, um oferecimento dos coveiros de sempre.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma das coisas agridoces de envelhecer é perceber o quanto você estava enganado quando era jovem. Como jovem esquerdista político, eu via a esquerda como a voz do homem comum. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

Thomas Sowell

Thomas Sowell. Foto: Divulgação

 

Aproveitamento

Mesa Brasil é um programa patrocinado pelo Sesc, que ensina as donas de casa a aproveitar toda a comida, frutas e cascas. Em tempos de guerra, é uma dica preciosa. Veja no link: O MESA BRASIL SESC.

 

Juntos

Num esforço concentrado, desta vez, pela Liga do Bem, o Senado arrecadou 35 toneladas de doações para Petrópolis. Clique aqui para acessar a matéria elaborada pela Casa.

 

Imundice

Está na hora de a Vigilância Sanitária dar uma volta pelas asas Norte e Sul. Vai ter muito trabalho.

 

Inodora, incolor e insípida?

Mais uma vez, as imagens registram o descaso da Caesb com os moradores do Setor de Mansões do Lago Norte. Moradores gravaram a cor da água servida, sem concorrência, pela companhia.

 

História de Brasília

Não sei o que dirão depois disso, os senhores Mauricio Joperte Gustavo Corção, mas já era hora de dar a mão à palmatória. (Publicada em 18/02/1962)

Mais teatro nos bastidores que no palco

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Reprodução: g1.globo.com

 

          Terminada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 26) , têm início o que seriam as primeiras consequências desse encontro. Para aqueles países, onde os governos ainda fazem pouco caso de assuntos dessa natureza, o que é o nosso caso, confirmado ainda pela ausência do chefe do Executivo à essa reunião, é sempre bom lembrar que as consequências, são tudo aquilo que vêm depois.

         Para o Brasil, assolado por um tipo bem particular e predatório de agronegócio, e que no atual governo, vem tendo amplo apoio, já que funciona como um salva-vidas para a economia estagnada do país, as novas diretrizes da União Europeia, proibindo a compra de commodities oriundas de áreas desmatadas representa apenas o primeiro passo para pressionar rebeldes como o Brasil e, especialmente o governo, para que coloquem um sério limite na expansão desenfreada do agrobusiness sobre as florestas. Não adianta espernear e fazer carinha de muxoxo. O que se seguirá, com esses boicotes iniciais, podem trazer prejuízos muito mais significativos para esse setor da economia, movido por interesses que, em alguns casos vão muito além até do que Estado pode regular. A União Europeia é um grande mercado para produtos como soja, café, carne bovina, cacau, madeira e óleo de palma, móveis e algumas outras mercadorias.

         Não adianta também esconder o avanço do desmatamento e toda a destruição que vem sendo permitida pelo governo, em nome, da balança comercial. As centenas de satélites, posicionados lá em cima, enxergam, noite e dia, o que se passa em regiões remotas, registrando, em tempo real, o avanço dessas monoculturas sobre o meio ambiente e o dispersar, displicente e intencional e das manadas de bovinos sobre a vegetação nativa, numa espécie de avanço da destruição.

         O desmonte dos órgãos de fiscalização do meio ambiente e o banimento de multas para os infratores que desmatam e queimam nossas reservas naturais, serviu como um sinal verde, dado por esse governo, para que os maus produtores rurais, aqueles que não produzem alimentos e sim lucros para si mesmos, avancem por cima da vegetação nativa, sem receios de retaliações oficiais. São, na verdade, todos cúmplices de um mesmo e continuado crime, embora a coragem que demonstrem para destruir o meio ambiente, lhes falte na hora de assumir as responsabilidades pelos maus feitos.

          O mais incrível é que a União Europeia pode estar agindo sim, por meio de um protecionismo comercial, disfarçado de preocupação ambiental. Os produtores de soja e criadores de gado se dizem vítimas de uma situação que eles mesmos criaram e propagam, de olho em lucros imediatos e com total desprezo para com as gerações futuras.

         É preciso entender que essas medidas contra a destruição do meio ambiente por produtores inescrupulosos, não parte apenas de governos dos diversos membros da UE. Parte significativa dessas medidas restringindo a compra de commodities produzidas em áreas nativas, vem da população desses países e de organizações que mantêm essas sociedades informadas e atualizadas sobre os crimes ambientais que vêm ocorrendo em nosso país, com a benção do atual governo.

         O consumo sustentável será um marco no século XXI, sendo que para isso será preciso afastar pessoas e práticas que ainda insistem na produção de bens a qualquer custo. A falta de clareza desse governo sobre o que está em jogo no mundo atual e sua alienação sobre os desafios dessa nova era, podem custar muito ao Brasil, um país já mundialmente desacreditado em questões ambientais.

         Essa estória de que nem o Brasil nem a União Europeia aceitam pressões é conversa pra boi dormir.  É preciso pousar a lupa em todo tipo de nacionalismo. Os que escondem a verdade e os que se escudam na falsa retórica.

A frase que foi pronunciada:

“Se um homem tiver sua garganta cortada em Paris, é um assassinato. Se 50.000 pessoas são assassinadas no Leste, é uma questão.”

Victor Hugo

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

Parque Nacional

Bonito de ver a alegria dos frequentadores se reencontrando nas piscinas da Água Mineral. Sol, amizade, água fria, saúde, lanche comunitário, tudo o que foram privados por quase dois anos.

Foto: EBC

 

Pare e pense

Como se não bastasse a cientificidade mutante em relação aos procedimentos, validades, intervalos e rotinas na vacinação, agora o Ministério da Saúde e a Anvisa desafinam nas recomendações. O mais estranho é a vacinação em massa e a obrigatoriedade do uso da máscara. Afinal, a vacina funciona ou não funciona?

Foto: reprodução

 

Consome dor

Reclamações dão conta de cobranças feitas pelo Serasa, que usa os Correios para enviar correspondência com aviso de débito em operadoras de celular ou na Caesb e Neoenergia. Dá o prazo para pagar, ameaça sobre uma possível inclusão que será prejudicial na análise de créditos. O interessante é que o telefone colocado à disposição do devedor, da Neoenergia, não funciona. Experimente você também: (61)3316 0196.

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

 

História de Brasília

Estão querendo enganar o Professor Hermes Lima, a propósito do reinício das obras em Brasília. E o IAPFESP está à frente, sabotando o plano do govêrno. (Publicado em 15/02/1962)

Das fragilidades do mundo

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Foto: REUTERS / Eduardo Munoz / Direitos reservados Internacional

 

Por certo, muitas são as fragilidades do mundo — desde sempre. A começar pela exploração do homem pelo homem. Homo hominis lupus, dizia o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), autor do clássico Leviatã. Com esse conceito, Hobbes queria expressar a ideia de que o homem, ao longo de toda a sua história, desde o aparecimento dos primeiros aglomerados humanos, havia confirmado sua posição como o maior dos inimigos de sua própria espécie, superando as feras em animosidade e vileza.
O mal está no semelhante, convivendo e espreitando bem ao lado. Por meio dessa relação conflituosa e por causa dela, o homem construiu todo o tecido da sua história no planeta. Talvez, por isso mesmo, a história do homem tenha se transformado na história da tragédia humana. O que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mencionou ontem, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, como sendo as fragilidades do mundo, desnudadas pela Covid-19, na verdade, poderiam ser assinaladas como as fragilidades humanas, deixadas à mostra por conta da pandemia, principalmente as do caráter, capazes, inclusive, de nos conduzir para o beco sem saída da extinção da espécie.
Com os pés mais fincados na realidade, o secretário-geral da ONU disse, acertadamente, do ponto de vista metafórico, que o mundo hoje está virado de cabeça para baixo, tais foram as transformações maléficas geradas pela pandemia de Covid-19. Segundo ele, experienciamos agora, mais do que em qualquer outro momento de nossa história, a chegada conjunta dos quatro cavaleiros do apocalipse, representados pelo aumento das tensões geoestratégicas globais; a crise climática; a crescente e profunda desconfiança global, tudo isso associado ao que chamou de “lado negro do mundo digital”, representado aqui, entre outras torpezas, pelo mundo paralelo e perigoso das fakes news.
A frase que foi pronunciada
“O meu pai ensinou-me a trabalhar; não me ensinou a amar o trabalho”
Abraham Lincoln
Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org
História de Brasília
Temos acompanhado, desde há muito, o trabalho do cel. Dagoberto Rodrigues em Brasília, e somos entusiastas do diretor do DCT. Essa é a razão de abordarmos, hoje, assuntos ligados a essa repartição. (Publicada em 09/02/1962)

Brasil e o mundo perante a ameaça climática

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Foto: Sean Gallup/Getty Images

 

Tamanho é destino. Pelo menos é o que sempre dizia o filósofo de Mondubim. Em se tratando de uma questão tão vital e urgente aos seres humanos, como as mudanças climáticas, a continentalidade do Brasil e o fato de esse território enorme concentrar a maior floresta tropical do planeta, por onde corre também o mais volumoso e precioso curso d’água doce do mundo, confere, ao nosso país, independentemente daqueles que pensam o contrário, incluindo aqui o atual governo, e aos brasileiros, uma imensa responsabilidade no combate ao efeito estufa, responsável pelo aquecimento acentuado da Terra.
Não há como fugir ou fingir que esse é um problema que compete exclusivamente aos países desenvolvidos e que tradicionalmente sempre emitiram gases como o CO2 (dióxido de carbono) e o CH4 (metano), responsáveis pelos efeitos danosos do aquecimento desenfreado da atmosfera planetária nos últimos dois séculos. Trata-se de um problema de escala global e, como tal, sua solução só poderá advir com a colaboração conjunta de cada um dos habitantes do mundo.
O Brasil, nesse contexto, também tem contribuído significativamente com emissões de gases do efeito estufa, quer pelas indústrias que possui em atividade, quer pelo desmatamento intenso, que prossegue em ritmo crescente há décadas, quer pela queima de grandes volumes de combustíveis fósseis. Queimadas nas regiões da Amazônia, no Pantanal e nas áreas de cerrado, mais do que um problema local, têm sido apontadas por cientistas de todo o mundo como um dos principais gargalos a ser contido, caso a humanidade deseje mesmo evitar o pior.
A importância da preservação dos ecossistemas nacionais é fundamental não só para o país, mas para o mundo, alertam os ambientalistas. Vivemos neste século 21 o que seria o maior desafio já enfrentado pelos seres humanos em toda a sua existência.
Apesar dos poucos dados coletados internamente nos últimos 100 anos, mapas de temperatura elaborados aqui e em outras partes do mundo mostram o drástico aumento de temperatura verificado em nosso continente entre os anos 1880 e 1980. Só não veem os efeitos desse aquecimento, que pode levar à nossa extinção como espécie, aqueles que, por alguns motivos pouco nobres ou materiais, não querem enxergar.
A lista de catástrofes climáticas aumenta a cada ano. Aqui mesmo temos visto as secas do Pantanal, a seca dos rios Paraguai e Vermelho. Alertas emitidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os rios brasileiros vêm registrando, ano após ano, os menores volumes de água dos últimos 91 anos. As secas repetidas na bacia do Rio Paraná vêm se acentuando a um ponto crítico, ameaçando as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Nos próximos anos, os apagões elétricos, os rodízios e mesmo a falta de água serão realidades cada vez mais presentes. Também a Bacia do Rio Paranaíba e do Rio Grande estão com baixas históricas em seus volumes de água, apontando para um período de grande escassez para os humanos e para a geração de energia. A questão aqui é saber por que situações como essas vêm se repetindo com cada vez mais frequência e mais intensidade.
O que estaria por trás desses fenômenos? Para um bom observador, o óbvio é ululante e não carece de mais explicações. Está tudo aí. É preciso destacar que apenas 6,5 % dos brasileiros recebem, em suas casas, água de boa qualidade para o consumo. Até mesmo a antiga capital do país, Rio de Janeiro, sofre com a péssima qualidade da água distribuída aos habitantes. Estações de tratamento de água, como a do Rio Guandu, mais se assemelham a estações de tratamento de esgoto, tal o mau cheiro, a cor e o aspecto geral das águas naquele local.
Aqui no Centro-Oeste, a situação não é melhor, e piora com o passar do tempo. O desmatamento acentuado, motivado pela intensificação do agronegócio, praticado em grandes latifúndios de monocultura, há muito deixou de ser uma ameaça ao delicado equilíbrio do bioma cerrado e já se constitui numa realidade a dizimar, sem piedade, boa parte do ecossistema local, tornando grandes extensões de terra em solo árido e desértico.

 

A frase que foi pronunciada:
“O que digo sobre o aquecimento global é que o que nós tomamos como garantido pode não estar aqui para os nossos filhos.”
Al Gore

 

Insustentável
Está passando do controle o número de capivaras no DF. No Setor de Mansões do Lago Norte, onde o acesso ao lago é permitido por lei, os bichos invadem o gramado, espalham carrapato, deixam um rastro de excrementos e colocam em risco a vida de pequenos animais.

 

Bem comum
Em qualquer região administrativa, é possível atestar o descaso de moradores com a área pública. Invadem sem cerimônia e não questionam esse direito. A consequência é o perigo para motoristas, que perdem a visão da pista para acessá-la e, principalmente, dos pedestres, que se arriscam precisando descer para o asfalto por falta de calçada.

 

História de Brasília
Ninguém, no momento, quis entender isto, e como o dr. Jânio tinha mandado construir, fecharam-se os olhos e ouvidos, e mãos às obras. Ocorre que a obra já foi começada, e só agora veio o bom senso. (Publicada em 07/02/1962)